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Uma história de amor | Irwin Keller | TEDxSonomaCounty

  • 0:19 - 0:24
    Às vezes, a melhor forma de superar
    um obstáculo é passar por cima dele,
  • 0:24 - 0:29
    agarrar essa realidade e trazê-la
    de volta ao momento presente,
  • 0:29 - 0:31
    experimentá-la,
  • 0:31 - 0:33
    ver como ela fica em nós.
  • 0:33 - 0:35
    Foi o que fez o prefeito
    de São Francisco, Gavin Newsom,
  • 0:35 - 0:37
    no Dia dos Namorados, em 2004,
  • 0:37 - 0:40
    quando, sem nenhuma base legal específica,
  • 0:40 - 0:44
    anunciou que São Francisco começaria
    a emitir certidões de casamento
  • 0:44 - 0:45
    para casais homoafetivos.
  • 0:45 - 0:49
    Foi um grande gesto, simbólico e belo.
  • 0:49 - 0:53
    Bem, sempre tive sentimentos
    conflitantes sobre o casamento.
  • 0:53 - 0:57
    Não ter acesso a ele
    tornava fácil criticá-lo:
  • 0:57 - 0:59
    "É antiquado! É sexista!"
  • 1:00 - 1:03
    Eu e meu companheiro, Oren,
    pensávamos da mesma forma a respeito.
  • 1:03 - 1:06
    Havíamos feito nosso contrato
    de união estável
  • 1:06 - 1:09
    por conta de alguns pouquíssimos
    direitos que garantiríamos,
  • 1:10 - 1:12
    mas nunca tínhamos feito uma cerimônia.
  • 1:12 - 1:14
    Era algo muito típico de casamento,
  • 1:14 - 1:17
    e não queríamos imitar
    uma convenção social
  • 1:17 - 1:19
    que não nos aceitava.
  • 1:21 - 1:23
    Mas a cobertura da mídia foi persuasiva.
  • 1:23 - 1:25
    (Risos)
  • 1:27 - 1:29
    E nossos amigos também.
  • 1:29 - 1:31
    Não exatamente persuasivos;
  • 1:31 - 1:33
    desesperados, na verdade!
  • 1:33 - 1:37
    Após duas semanas vendo
    casais homoafetivos octogenários
  • 1:37 - 1:38
    em pé numa fila, na chuva,
  • 1:38 - 1:40
    comendo bolos de casamento molhados
  • 1:40 - 1:42
    enviados por simpatizantes
    de fora do estado -
  • 1:42 - 1:45
    um espetáculo de amor
  • 1:45 - 1:48
    que ajudou mais a mudar
    a opinião pública sobre os LGBT
  • 1:48 - 1:54
    que qualquer campanha, luta, legislação
    ou protesto na história dos EUA -,
  • 1:54 - 1:56
    nossos amigos não aguentavam
    nem mais um minuto.
  • 1:56 - 1:59
    "Vocês têm que se casar!
    É um momento histórico!", diziam,
  • 2:00 - 2:03
    querendo dizer: "Preciso ir a um casamento
    gay! É um momento histórico".
  • 2:03 - 2:05
    (Risos)
  • 2:08 - 2:12
    Lentamente, nossa resistência
    deu lugar ao lado romântico disso tudo.
  • 2:12 - 2:14
    Decidimos nos casar.
  • 2:15 - 2:17
    Fui até a prefeitura de São Francisco.
  • 2:17 - 2:19
    Não havia mais filas
    em volta do quarteirão.
  • 2:19 - 2:23
    Agora havia um sistema
    computadorizado de agendamento.
  • 2:23 - 2:24
    Respirei fundo
  • 2:25 - 2:28
    e entrei no cartório local.
  • 2:29 - 2:32
    "Quero agendar uma data
    para casamento, por favor."
  • 2:33 - 2:35
    "Lamento, não temos mais datas."
  • 2:36 - 2:37
    "Não têm mais datas?"
  • 2:37 - 2:39
    "Isso, tudo reservado
    nas próximas seis semanas."
  • 2:40 - 2:41
    "Hum...
  • 2:41 - 2:43
    E depois?"
  • 2:43 - 2:44
    "Ah, nada marcado pra depois!"
  • 2:45 - 2:47
    "Que ótimo! Vou escolher uma data, então."
  • 2:48 - 2:51
    "Lamento, só podemos agendar
    com seis semanas de antecedência."
  • 2:51 - 2:53
    (Risos)
  • 2:55 - 2:57
    "Então tenho que vir aqui todo dia
  • 2:57 - 3:00
    pra tentar agendar
    com seis semanas de antecedência?"
  • 3:01 - 3:02
    "A-hã."
  • 3:02 - 3:03
    (Risos)
  • 3:03 - 3:06
    "Posso agendar por telefone ou internet?"
  • 3:07 - 3:08
    "Lamento."
  • 3:09 - 3:12
    Desisti. Obviamente,
    casar não era pra mim.
  • 3:12 - 3:13
    (Risos)
  • 3:13 - 3:17
    Andei alguns quarteirões,
    até um restaurante chamado Ananda Fuara,
  • 3:17 - 3:21
    para afogar minha frustração
    em comida vegetariana sem alho.
  • 3:21 - 3:24
    Quando entrei, vi meu amigo advogado,
    Jeff, com o namorado dele.
  • 3:25 - 3:28
    Contei a eles como a burocracia
    tinha me feito desistir,
  • 3:28 - 3:31
    e depois me sentei
    e pedi meu pão de lentilhas.
  • 3:32 - 3:35
    Enquanto eu comia as últimas migalhas,
  • 3:35 - 3:37
    (RIsos)
  • 3:37 - 3:39
    Jeff veio até minha mesa.
  • 3:39 - 3:41
    "Olha", ele disse,
  • 3:41 - 3:44
    "temos um agendamento
    para o dia 11 de março,
  • 3:44 - 3:47
    mas a legislação ainda é muito frágil.
  • 3:47 - 3:49
    Decidimos não usar o agendamento.
  • 3:49 - 3:51
    Quero ceder a data a vocês".
  • 3:54 - 3:55
    "Jura?"
  • 3:55 - 3:57
    Não queria que desistissem
    da chance de se casarem
  • 3:57 - 4:00
    só pra serem legais comigo.
  • 4:00 - 4:02
    Por outro lado, talvez
    eles não estivessem prontos.
  • 4:02 - 4:05
    Talvez tivessem uma boa razão
    pra darem pra trás,
  • 4:05 - 4:07
    e eu é que estaria ajudando eles.
  • 4:09 - 4:11
    "Obrigado.
  • 4:11 - 4:12
    Sim.
  • 4:12 - 4:13
    Obrigado."
  • 4:14 - 4:15
    E demos a largada.
  • 4:15 - 4:18
    Tínhamos menos de duas semanas
    pra resolvermos tudo.
  • 4:18 - 4:20
    Era impossível trazermos
    de Israel os pais do Oren,
  • 4:20 - 4:22
    ou do Japão a minha irmã.
  • 4:22 - 4:24
    Mas minha mãe conseguiu um voo.
  • 4:24 - 4:27
    Pedimos ao Tom Ammiano,
    vereador e ex-comediante,
  • 4:27 - 4:29
    pra ser o oficiante.
  • 4:29 - 4:31
    Pedimos aos amigos que reservassem a data.
  • 4:31 - 4:35
    Encomendamos húmus e bolo
    para a festa depois da cerimônia.
  • 4:35 - 4:37
    Compramos camisas.
  • 4:37 - 4:38
    (Risos)
  • 4:39 - 4:41
    O dia chegou.
  • 4:41 - 4:45
    Chegamos afobados à prefeitura
    e nos encontramos com nossa comitiva.
  • 4:45 - 4:48
    Jeff também estava lá para comprovar
  • 4:48 - 4:50
    que ele estava cedendo
    o agendamento dele pra nós.
  • 4:51 - 4:54
    Eu, Oren e ele respiramos fundo
  • 4:56 - 4:58
    e entramos no cartório.
  • 5:00 - 5:02
    "Estamos aqui pra nos casarmos."
  • 5:03 - 5:05
    "Vocês têm agendamento?"
  • 5:06 - 5:08
    "Eu tenho agendamento", Jeff respondeu.
  • 5:09 - 5:10
    "E vou cedê-lo a eles."
  • 5:11 - 5:13
    "Vou cedê-lo a eles."
  • 5:16 - 5:19
    "Lamento. Agendamentos de casamento
    são intransferíveis".
  • 5:19 - 5:21
    (Risos)
  • 5:21 - 5:23
    "Mas não faz sentido.
    Não estamos burlando nada.
  • 5:23 - 5:25
    Ele está aqui, dizendo que tudo bem,
  • 5:25 - 5:28
    e vocês já reservaram o horário
    pro casamento dele!"
  • 5:28 - 5:31
    "Pois é, é intransferível."
  • 5:31 - 5:32
    "Mas você não está entendendo.
  • 5:32 - 5:34
    Minha mãe veio de Chicago,
  • 5:34 - 5:36
    Tom Ammiano está esperando
    por nós na rotunda.
  • 5:36 - 5:38
    Tenho 31 convidados no corredor,
  • 5:38 - 5:39
    e flores!"
  • 5:39 - 5:41
    Pateticamente, eu mencionei flores
  • 5:41 - 5:44
    como se, de alguma forma,
    mencioná-las fosse ajudar.
  • 5:44 - 5:45
    (Risos)
  • 5:47 - 5:49
    "Intransferível..."
  • 5:51 - 5:53
    "O que está acontecendo aqui?"
  • 5:53 - 5:58
    Era Nancy Alfaro, a notária oficial
    do cartório de São Francisco.
  • 5:59 - 6:01
    "Eles não têm agendamento."
  • 6:01 - 6:04
    Contei de novo toda a história,
    inclusive as flores.
  • 6:05 - 6:07
    "Esperem ali um instante", ela disse,
  • 6:07 - 6:08
    apontando pra um local no cartório
  • 6:08 - 6:13
    que logo descobrimos ser
    o "cantinho dos casais problemáticos".
  • 6:13 - 6:14
    (Risos)
  • 6:15 - 6:16
    Não estávamos sós ali.
  • 6:16 - 6:18
    Havia outro "casal problema",
  • 6:18 - 6:20
    Nicole e Amita,
  • 6:20 - 6:22
    um casal de lésbicas negras,
  • 6:22 - 6:23
    ambas surdas,
  • 6:23 - 6:26
    que tinham vindo de Riverside
    de carro para se casarem.
  • 6:26 - 6:28
    Elas tinham agendamento,
  • 6:28 - 6:31
    mas não tinham avisado à prefeitura
    que precisariam de intérprete.
  • 6:31 - 6:33
    Por isso, foram mandadas pro cantinho.
  • 6:34 - 6:39
    Sorrimos uns pros outros e trocamos
    alguns cumprimentos rudimentares.
  • 6:39 - 6:41
    Preciso dizer que, na faculdade,
  • 6:41 - 6:45
    eu tinha feito um semestre
    de língua norte-americana de sinais.
  • 6:45 - 6:49
    E, nos 25 anos seguintes,
    nunca precisei usá-la.
  • 6:49 - 6:50
    (Risos)
  • 6:50 - 6:52
    Mas eu achava importante praticar,
  • 6:52 - 6:56
    e praticava um pouquinho comigo mesmo,
    traduzindo uma música no rádio
  • 6:56 - 6:58
    ou o noticiário na TV.
  • 7:00 - 7:04
    No processo, eu comecei
    a criar alguns sinaizinhos...
  • 7:04 - 7:06
    (Risos)
  • 7:08 - 7:10
    para palavras que eu não sabia.
  • 7:10 - 7:11
    (Risos)
  • 7:11 - 7:13
    Não estava conversando
    de verdade com ninguém,
  • 7:13 - 7:15
    então que problema tinha nisso?
  • 7:15 - 7:17
    (Risos)
  • 7:19 - 7:23
    Só que, com o passar do tempo,
    comecei a me confundir...
  • 7:23 - 7:25
    (Risos)
  • 7:25 - 7:29
    quanto a quais sinais eu tinha aprendido
    e quais eu tinha inventado.
  • 7:29 - 7:31
    Então,
  • 7:31 - 7:32
    quando a Nancy Alfaro aparecia
  • 7:32 - 7:35
    com novas informações
    sobre sua busca por intérpretes,
  • 7:35 - 7:39
    eu traduzia pra elas
    e olhava bem suas expressões faciais
  • 7:39 - 7:43
    pra saber se o que eu tinha dito em sinais
    era informação ou coisas sem sentido.
  • 7:43 - 7:45
    (Risos)
  • 7:46 - 7:49
    "Você sabe língua de sinais?",
    Nancy Alfaro perguntou.
  • 7:49 - 7:52
    "Ah, não. Aprendi só
    um pouquinho na faculdade."
  • 7:52 - 7:54
    "Consegue traduzir a cerimônia delas?"
  • 7:54 - 7:56
    "Ah, não."
  • 7:56 - 7:58
    "Preciso que seja traduzida."
  • 7:59 - 8:01
    "Não, isso seria um tremendo erro."
  • 8:01 - 8:03
    (Risos)
  • 8:04 - 8:06
    "Veja bem:
  • 8:06 - 8:09
    não posso mandá-las de volta
    pra casa hoje sem casá-las.
  • 8:09 - 8:11
    Você tem que fazer isso."
  • 8:12 - 8:13
    Eu ia me recusar novamente,
  • 8:13 - 8:17
    mas fiquei sem fôlego com a cutucada
    que Oren me deu nas costelas."
  • 8:18 - 8:20
    "Mas e o nosso casamento?", ele perguntou.
  • 8:22 - 8:26
    "Seu namorado traduz o casamento delas,
    e aí vocês têm o casamento de vocês."
  • 8:26 - 8:27
    (Risos)
  • 8:29 - 8:31
    (Risos)
  • 8:33 - 8:36
    Antes que eu desse por mim,
    fui levado até uma capela de casamento
  • 8:36 - 8:39
    que só podia ter sido projetada
    por um funcionário público.
  • 8:39 - 8:41
    (Risos)
  • 8:43 - 8:45
    Nicole e Amita não haviam
    trazido amigos com elas.
  • 8:45 - 8:47
    Então, minha camarada Emily,
  • 8:47 - 8:49
    advogada que havia muito
    lutava pelo casamento igualitário,
  • 8:49 - 8:52
    se prontificou pra ser
    testemunha delas e tirar fotos.
  • 8:52 - 8:57
    O oficiante, funcionário da prefeitura,
    em hora extra pra realizar a cerimônia,
  • 8:57 - 8:59
    abriu seu roteiro:
  • 9:00 - 9:04
    "Estamos aqui reunidos,
    na presença destas testemunhas,
  • 9:04 - 9:08
    para unir em matrimônio Nicole e Amita."
  • 9:10 - 9:13
    "Estamos aqui com...",
  • 9:13 - 9:16
    apontei pra Emily e pra mim mesmo,
  • 9:16 - 9:19
    "para unir em casamento você e você."
  • 9:19 - 9:21
    (Risos)
  • 9:21 - 9:23
    (Aplausos)
  • 9:30 - 9:34
    "O contrato do casamento
    é muito importante."
  • 9:36 - 9:39
    "O casamento é importante."
  • 9:39 - 9:41
    (Risos)
  • 9:42 - 9:45
    "E é um compromisso
    a ser assumido com determinação."
  • 9:46 - 9:50
    "O casamento é... muito importante."
  • 9:50 - 9:52
    (Risos)
  • 9:52 - 9:54
    "Deve ser assumido
    de forma séria e consciente,
  • 9:54 - 9:58
    com total compreensão
    de seus deveres e obrigações."
  • 9:59 - 10:01
    (Risos)
  • 10:01 - 10:05
    "O casamento é muito, muito importante."
  • 10:05 - 10:07
    (Risos)
  • 10:11 - 10:14
    Traduzi metade da cerimônia com os dedos.
  • 10:15 - 10:18
    Vi várias vezes a confusão no rosto delas
  • 10:18 - 10:22
    dar lugar a expressões faciais
    de amor e alegria em si.
  • 10:22 - 10:24
    Fiquei com vergonha da minha
    falta de fluência com as mãos.
  • 10:24 - 10:28
    Por outro lado, Nicole e Amita
    não precisavam de uma palestra
  • 10:28 - 10:31
    sobre a importância do casamento.
  • 10:31 - 10:34
    Ninguém que estava se casando
    em São Francisco aquele mês precisava.
  • 10:35 - 10:38
    Elas se beijaram, nós as abraçamos,
  • 10:38 - 10:40
    eu e Emily subimos as escadas correndo
    até a sacada da rotunda
  • 10:40 - 10:45
    onde encontramos Tom Ammiano,
    com Oren e nossa comitiva,
  • 10:45 - 10:46
    prontos para começar.
  • 10:47 - 10:51
    "Estamos aqui reunidos,
    na presença destas testemunhas,
  • 10:51 - 10:55
    para unir em matrimônio Oren e Erwin",
  • 10:55 - 11:00
    o mesmo roteiro que ouvi no andar de baixo
    e que agora conhecia muito bem.
  • 11:00 - 11:02
    Fizemos os votos, como havíamos ensaiado,
  • 11:02 - 11:04
    e acrescentamos nossas próprias palavras,
  • 11:04 - 11:06
    textos em hebraico, do Livro de Rute.
  • 11:07 - 11:10
    (Hebraico)
  • 11:10 - 11:12
    "Aonde quer que tu fores, eu irei."
  • 11:13 - 11:15
    (Hebraico)
  • 11:16 - 11:18
    "Onde quer que pousares, ali pousarei eu."
  • 11:19 - 11:22
    (Hebraico)
  • 11:22 - 11:26
    "O teu povo será o meu povo,
    e o teu Deus, o meu Deus."
  • 11:27 - 11:32
    (Hebraico)
  • 11:33 - 11:36
    "E onde quer que morreres, morrerei eu,
  • 11:37 - 11:39
    e ali serei sepultado."
  • 11:40 - 11:43
    Nós nos beijamos, descemos correndo
    pra registrar a papelada,
  • 11:43 - 11:45
    acenamos para a Nicole e a Amita,
  • 11:45 - 11:49
    que estavam dois minutos à nossa frente
    na linha de produção matrimonial...
  • 11:49 - 11:50
    (Risos)
  • 11:50 - 11:52
    Nós nos enfiamos no carro:
  • 11:52 - 11:55
    minha mãe, meu primo,
  • 11:58 - 12:00
    meu marido e eu.
  • 12:02 - 12:06
    Ligamos o rádio e ouvimos
    uma notícia de última hora:
  • 12:07 - 12:10
    o Tribunal de Justiça da Califórnia
    havia suspendido os casamentos.
  • 12:11 - 12:14
    Cancelamos nossa comemoração
    e fomos direto para um protesto
  • 12:14 - 12:16
    que ocorria na Market Street.
  • 12:16 - 12:19
    Minha mãe segurava um cartaz
    que alguém lhe dera, que dizia:
  • 12:19 - 12:21
    "Esta é minha família".
  • 12:22 - 12:25
    Eu e Oren carregávamos folhas de caderno
  • 12:25 - 12:28
    nas quais havíamos rabiscado
    "Casamos Hoje".
  • 12:29 - 12:33
    Alguns meses depois,
    todos os casamentos foram invalidados.
  • 12:34 - 12:37
    Mas, naquele ínterim,
    algo havia acontecido.
  • 12:37 - 12:40
    Tínhamos ultrapassado um obstáculo,
  • 12:41 - 12:42
    um obstáculo legal,
  • 12:42 - 12:44
    um obstáculo de linguagem.
  • 12:45 - 12:50
    Tínhamos agarrado aquela realidade
    e a trouxemos de volta ao presente
  • 12:50 - 12:55
    e a vestimos como quem veste
    um terno de casamento,
  • 12:55 - 12:56
    ou um véu de noiva.
  • 12:57 - 13:01
    E descobrimos que gostávamos do caimento.
  • 13:02 - 13:04
    Passaram-se mais quatro anos
  • 13:04 - 13:08
    até que surgisse outra chance
    de podermos nos casar,
  • 13:08 - 13:09
    e mais sete anos
  • 13:09 - 13:12
    até que a Suprema Corte dos EUA
    validasse o casamento igualitário
  • 13:12 - 13:14
    e pudéssemos respirar aliviados.
  • 13:16 - 13:18
    Sempre acho estranho,
  • 13:18 - 13:21
    quando os outros nos perguntam
    há quanto tempo estamos casados,
  • 13:21 - 13:23
    ter que dizer: "Nove anos",
  • 13:23 - 13:26
    porque somos um casal há 23.
  • 13:27 - 13:31
    Mas seremos a última geração
    com essa disparidade,
  • 13:31 - 13:35
    com casamentos que são a cereja
  • 13:35 - 13:39
    num bolo já totalmente assado e perfeito.
  • 13:41 - 13:43
    "Estamos aqui,
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    unidos
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    em amor.
  • 13:48 - 13:49
    Casamento
  • 13:50 - 13:52
    muito, muito...".
  • 13:52 - 13:54
    (Risos)
  • 13:54 - 13:56
    (Língua norte-americana de sinais)
    Importante.
  • 13:57 - 13:58
    Obrigado.
  • 13:58 - 14:00
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Uma história de amor | Irwin Keller | TEDxSonomaCounty
Description:

Irwin Keller é o líder espiritual da Congregação Ner Shalom, no Condado de Sonoma, desde 2008. Sua experiência anterior de trabalho inclui o ativismo em torno da população LGBT e do HIV. Ele foi o autor da primeira lei de direitos LGBT de Chicago, e diretor de uma organização de serviços de advocacia voltados para o HIV em São Francisco. Ele também foi o fundador do "The Kinsey Sicks" e, por 21 anos, compositor e cantor nesse grupo musical conhecido como o "quarteto Dragapella Beautyshop favorito dos EUA". Os sermões e textos pungentes e bem-humorados de Irwin sobre questões relacionadas ao judaísmo, mundo LGBT, desilusões, esperança e como encontrar inspiração quando se está no limite, podem ser encontrados em seu blogue "Itzik’s Well", em irwinkeller.com.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:20

Portuguese, Brazilian subtitles

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