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Um plano para reciclar o irreciclável

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    Era mais um sábado comum.
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    Meu pai estava cortando a grama,
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    minha mãe dobrando roupa,
    no andar de cima,
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    minha irmã, no quarto,
    fazendo dever de casa.
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    Eu estava no porão jogando vídeo games.
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    Quando subi as escadas
    pra pegar uma bebida,
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    eu olhei pela janela
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    e percebi que tinha alguma coisa
    que eu deveria estar fazendo,
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    e foi isso o que eu vi.
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    Não, esse não era o jantar
    da minha família pegando fogo.
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    Era meu projeto de ciências.
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    As chamas estavam subindo,
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    tinha fumaça no ar
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    e parecia que o deque de madeira
    estava a ponto de pegar fogo.
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    Imediatamente, comecei a gritar.
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    Minha mãe estava pirando,
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    meu pai correu para apagar o fogo
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    e, é claro, minha irmã começou
    a gravar um vídeo no Snapchat.
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    (Risos)
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    Esse era só o começo
    do meu projeto de ciências em grupo.
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    Meu grupo é composto
    por mim e outros três estudantes
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    que estão aqui, na plateia, hoje.
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    Nós competimos na FIRST LEGO League
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    que é uma competição internacional
    de robótica LEGO, para crianças,
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    e, junto a jogos de robótica,
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    também trabalhamos
    em projetos de ciência separados
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    e esse era o projeto
    em que estávamos trabalhando.
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    A ideia para esse projeto começou quando,
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    alguns meses atrás,
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    alguns de meus colegas
    viajaram para a América Central
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    e viram praias cheias de isopor,
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    ou espuma de poliestireno expandido.
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    E quando eles voltaram
    e nos contaram isso,
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    nós realmente começamos a pensar
    em como vemos isopor todos os dias.
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    Compre uma nova TV tela plana?
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    Você acaba com um bloco de isopor
    maior do que a própria TV.
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    Beba um copo de café?
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    Bem, aqueles copos de isopor
    com certeza vão se somar.
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    E pra onde todos esses itens vão
    depois de serem usados uma vez?
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    Já que não há nenhuma solução boa
    para o isopor usado,
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    quase tudo que é usado
    acaba indo parar em aterros,
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    ou nos oceanos e praias,
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    levando mais de 500 anos
    pra se desintegrar.
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    E na verdade, os EUA produzem, sozinhos,
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    cerca de 100 toneladas de isopor,
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    enchendo um total assombroso
    de 25% dos aterros.
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    Por que temos esse acúmulo
    fantasma de isopor desperdiçado?
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    Por que não podemos
    reciclá-lo, como muitos plásticos?
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    Bem, simplificando, reciclar
    poliestireno é muito caro
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    e potencialmente contaminante,
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    então, há pouquíssimo mercado
    para a demanda de reciclagem de isopor.
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    E como resultado, o isopor é considerado
    um material não-renovável,
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    porque não é nem praticável
    nem viável reciclar poliestireno.
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    E de fato, muitas cidades dos EUA
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    até mesmo impuseram leis
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    que simplesmente banem a produção
    de muitos produtos que contêm isopor,
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    o que inclui utensílios descartáveis,
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    flocos de isopor e embalagem pra viagem,
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    até mesmo brinquedos de praia,
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    todos produtos que são
    muito úteis na sociedade atual.
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    E agora a França se tornou o primeiro país
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    a banir totalmente o uso de utensílios,
    copos e pratos de plástico.
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    Mas, e se pudéssemos
    continuar usando o isopor
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    e nos beneficiando do fato
    de ser barato, leve, isolante
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    além de sua capacidade de embalar,
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    enquanto não sofremos com as repercussões
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    de ter que descartá-lo?
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    E se pudéssemos transformá-lo
    em alguma coisa realmente útil?
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    E se pudéssemos fazer
    o impossível possível?
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    Meu grupo pensou que poderíamos
    usar o carbono, já presente no isopor
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    para criar carbono ativado,
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    que, hoje, é usado em quase
    todo filtro de água.
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    E carbono ativado trabalha
    usando microporos bem pequenos
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    para filtrar contaminantes
    da água, ou mesmo do ar.
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    Então, nós começamos fazendo
    vários testes de aquecimento,
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    e, infelizmente, tivemos muitas falhas.
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    Literalmente, nada funcionava.
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    Além da churrasqueira
    do meu pai em chamas,
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    a maioria das nossas amostras
    vaporizavam em nada,
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    ou explodiam dentro de fornos caros,
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    deixando uma bagunça pegajosa horrível.
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    De fato, estávamos tão desanimados
    pelas nossas falhas que quase desistimos.
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    Por que continuamos tentando
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    quando todos os adultos
    disseram ser impossível?
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    Bem, talvez porque somos crianças.
    Não sabemos de outro jeito.
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    Na verdade, continuamos tentando
    porque achávamos que ainda era possível.
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    Sabíamos que se nos saíssemos bem,
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    estaríamos ajudando o meio ambiente
    e fazendo do mundo um lugar melhor.
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    Então continuamos tentando
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    e falhando
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    e tentando
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    e falhando.
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    Estávamos prontos pra desistir.
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    Mas então aconteceu.
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    Com a temperatura, tempo,
    e produtos certos,
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    finalmente, obtivemos um bom resultado
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    mostrando que tínhamos criado
    carbono ativado dos restos de isopor.
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    E naquele momento,
    a coisa que tinha sido impossível,
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    de repente, não era mais.
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    Isso nos mostrou que apesar
    das muitas falhas que tivemos,
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    fomos capazes de perseverar
    e chegar aos resultados que queríamos.
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    E, além disso, não fomos capazes
    só de criar carbono ativado
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    para purificar a água,
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    mas também reduzimos
    o desperdício de isopor,
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    resolvendo dois problemas
    globais de uma só vez.
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    Desde então, estamos inspirados
    a levar nosso projeto adiante,
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    fazendo mais testes
    para torná-lo mais efetivo
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    e testando em situações reais.
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    Passamos a receber financiamento
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    do programa NSTA's
    eCYBERMISSION STEM-in-Action,
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    patrocinado pelo Exército dos EUA,
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    assim como pelo
    FIRST Global Innovation Awards
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    patrocinado pelo XPRIZE.
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    E também fomos honrados
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    com o Scientific American Innovator Award
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    do Google Science Fair.
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    E usando esses fundos, planejamos
    requerer uma patente de nosso processo
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    e continuar a trabalhar no projeto.
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    Então sim, mesmo que o começo tenha sido
    com a churrasqueira do meu pai em chamas
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    e tenhamos falhado tantas vezes
    que quase desistimos,
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    valeu muito a pena
    quando olhamos pra trás agora.
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    Pegamos um problema
    que muitos disseram ser impossível
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    e o tornamos possível,
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    e perseveramos quando parecia
    que nada que fizéssemos iria funcionar.
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    Aprendemos que você não pode ter sucesso
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    sem algumas,
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    ou muitas, falhas.
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    No futuro, não fique com medo
    se a churrasqueira pegar fogo,
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    porque você nunca sabe
    quando a sua ideia pode brilhar.
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    Obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
Um plano para reciclar o irreciclável
Speaker:
Ashton Cofer
Description:

De embalagens de amendoim a copos de café descartáveis, a cada ano os EUA produzem sozinhos aproximadamente 100 toneladas de isopor, e nada disso pode ser reciclado. Frustrado com esse desperdício de recursos e de espaço nos aterros sanitários, Ashton Cofer e seus colegas de classe desenvolveram um tratamento por aquecimento que transforma isopor usado em algo útil. Confira o projeto original, que ganhou o FIRST LEGO League Global Innovation Award e o Scientific American Innovator Award do Google Science Fair.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:01

Portuguese, Brazilian subtitles

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