A razão por que acredito em OVNI e vocês também deviam acreditar | Ben Mezrich | TEDxBeaconStreet

Ben Mezrich analisa a estrada de OVNI situada no 37.º paralelo e o estranho fenómeno das mutilações de gado. Ben Mezrich é autor de 18 livros, incluindo "A Mulher da Casa" que veio a dar o filme "21" e "Accidental Billionaires" que veio a dar o filme "A Rede Social".

Esta palestra foi feita num evento TEDx, usando o formato das Conferências TED, mas organizado de forma independente por uma comunidade local. Saiba mais em: http://ted.com/tedx

Ok, fiquem aí, aí, aí.

Podem formar um círculo?

Olá a todos, chamo-me
Ben Mezrich e sou escritor.

Venho aqui falar dos OVNI.

Mas vou falar sobre como cheguei aos OVNI

porque os meus pais ficam preocupados
quando eu falo dos OVNI.

Sou um escritor de não ficção.

Nunca pensei vir a ser
um escritor de não ficção,

detestava a não ficção,
quando era miúdo.

O que eu adorava era a TV,
a TV muito má,

como "Saved by the Bell"
e "Three's Company."

Os meus pais, receando o pior,
impuseram uma regra, era eu miúdo.

Eu tinha que ler dois livros por semana,
antes de me deixarem ver TV,

Assim, tornei-me num leitor rápido
para poder ver "Three's Company."

Quando acabei a faculdade,
percebi que queria ser escritor.

Fechei-me no meu apartamento
em Boston, perto daqui

e escrevi nove romances num ano.

Não vos recomendo uma coisa destas.

Fui rejeitado por todas as editoras,

recebi 190 rejeições
— forrei as paredes com elas.

Eu parecia um criminoso em série
no meu apartamento.

Até fui rejeitado por um porteiro
duma casa editora

porque escrevi um manuscrito

e enviei-o a um editor
que já não trabalhava ali.

Atirou-o para o lixo.

Outro editor tirou-o do lixo
e depois também me rejeitou.

Parecia desnecessário,
mas foi o que aconteceu.

Continuei, continuei
e acabei por encontrar o meu caminho

porque tinha ido até um bar
em Boston, chamado Crossroads

— talvez conheçam o Crossroads —

e estava lá um grupo de miúdos do MIT
que tinham montes de dinheiro.

Era tudo em notas de cem dólares.

Não sabia porque é que eles tinham
aquele dinheiro todo.

O chefe do grupo convidou-me
para o seu apartamento no South End.

Na lavandaria, havia 250 000 dólares.

Eu disse: "És traficante de drogas?"

E ele: "Não. Vem a Las Vegas comigo".

Fui a Las Vegas e aconteceu que ele era
o chefe da equipa de vinte-e-um do MIT.

Juntei-me à equipa e escrevi um livro
que veio a dar o filme "21".

O "21" estava quase a estrear-se,
eu estava em casa

e recebi um email esquisito
de um aluno de Harvard que dizia:

"O meu melhor amigo fundou o Facebook
e nunca ninguém ouviu falar dele".

Mais um momento esquisito
na minha vida.

Saí para beber uns copos
e encontro Eduardo Saverin

— vocês devem ter visto o filme.

O tipo do filme era
muito mais bonito que ele.

Os miúdos do MIT, do "21"
eram lindíssimos.

(Risos)

A "Rede Social" tinha o miúdo de Harvard
mais bonito que já viram.

Adiante, Eduardo entra, senta-se
e diz: "Mark Zuckerberg lixou-me".

Enquanto jornalista, tive que dizer:
"Conta-me tudo!"

E isso veio a dar o filme
"A Rede Social".

São estas as coisas
que escrevo habitualmente.

Há cerca de ano e meio
ouvi falar de outra história.

Era sobre um tipo chamado Chuck Zukowski.

Chuck era substituto do xerife
numa reserva no Colorado.

Chuck andava a investigar
uma mutilação de gado.

Aqui em Massachusetts, não sabemos
grande coisa sobre mutilações de gado,

mas no Oeste, são um problema enorme.

Encontraram-se mais de 10 000
vacas e cavalos, mortos no chão,

sem órgãos, todos os cortes
são cirúrgicos e circulares

e os corpos estavam totalmente
esvaziados de sangue.

Isto acontece desde os anos 60.

É um fenómeno tão grande

que, nos anos 70, juntaram-se
três governadores de estado

requereram uma investigação
ao Procurador-Geral dos EUA.

O FBI investigou, mobilizando
100 agentes em 10 anos

e não descobriu nada.

Nunca prenderam ninguém,

nunca encontraram uma impressão digital
nem uma única pegada.

Aquelas vacas estão ali mortas,
e faltam-lhes os órgãos internos.

É realmente esquisito.

Chuck, o substituto do xerife
andava a investigar isto

e começa a pensar: "OVNI".

Foi imediatamente despedido
do Departamento do Xerife.

É o que normalmente acontece
quando alguém diz OVNI.

Então, decidiu tornar-se
num caçador de OVNI.

Arranjou uma caravana,
meteu lá dentro a família,

e começou a percorrer
o Midwest, à procura de OVNI.

A família não acreditava nisso,
a mulher dele era muito cética.

Entrevistei-a e perguntei-lhe:
"Como é que atura isto?"

Ela disse: "Podia ser pior!
Podia andar longe, com uma amante.

"Assim, anda só pelas montanhas
à procura de extraterrestres!"

Ele faz uma descoberta curiosa.

Acontece que a maioria
dos avistamentos de OVNI

nos EUA, ocorre
ao longo do paralelo 37.º.

Acontece também que as mutilações de gado

ocorrem sobretudo
ao longo do paralelo 37.º-

Acontece, ainda por cima, que quase
todas as bases militares secretas dos EUA

estão ao longo do paralelo 37.º dos EUA.

O Pentágono, o Monte Cheyenne,
o Fort Knox, toda a zona da Área 51.

Chuck está a investigar os OVNI.

Começa a ter aborrecimentos esquisitos.

Julgam que ele está a ter
aborrecimentos com o governo

porque o governo andava
a investigar OVNI nesta região?

Havia uma coisa chamada
Projeto Livro Azul.

Depois disso, houve dois ou três
projetos secretos,

mas o governo já não investiga os OVNI.

Chuck está a ter aborrecimentos
com uma empresa privada.

Isto é verdade, e é aqui
que as coisas se complicam.

Há uma empresa de um multimilionário
chamado Robert Bigelow.

Robert Bigelow fez fortuna
com o Budget Suites of America.

Depois, pôs a maior parte da fortuna
numa coisa chamada Bigelow Aerospace.

Talvez tenham ouvido falar dela.

Fornecem peças para
a Estação Espacial Internacional.

Fazem uma coisa chamada
a TransHab com a NASA

que é um módulo insuflável
onde os astronautas podem viver.

Pretendem vir um dia
a construir hotéis na Lua.

Era o seu projeto inicial.

É uma empresa real.

Acontece que, nos últimos 20 anos,
têm andado a investigar os OVNI.

Fazem-no em conjunto
com certas organizações governamentais.

Se arranjarem um exemplar do manual das FAA
que todos os nossos pilotos civis usam,

e o lerem com atenção,

um piloto, se vir alguma coisa no ar,

não tem que informar as FAA.

Não informam a companhia aérea
porque, se o fizerem, serão despedidos.

Informam a Bigelow.

A Bigelow recebe todas essas informações.

Envia equipas de investigadores
bem pagos que investigam os OVNI.

Chuck começou a ter problemas com eles.

Não percebia o que se estava a passar.

A história atinge o auge em Roswell,
como todas as histórias de OVNI.

Talvez conheçam Roswell, é muito piroso.

Podemos lá ir comer um hambúrguer
num restaurante com a forma de um OVNI

ou ir ao baile de extraterrestres
mascarados de Wookie.

Mas o que é fascinante
é a história por detrás de Roswell.

Era ali que, em 1947, se situava
a primeira base nuclear dos EUA.

Era a Base da Força Aérea Walker.

Começaram a detetar uma coisa
que vinha com uma tempestade,

a meio da noite, em julho.

O que quer que aquela coisa fosse,

foi atingida por um relâmpago
e despenhou-se num rancho em Roswell.

Espalhou destroços metálicos
pelo rancho, num raio de 300 metros.

Os destroços metálicos estavam
cobertos de hieróglifos esquisitos.

Eram feitos de um material
que as pessoas não identificavam.

O rancheiro vê aquela sucata toda
no seu terreno e liga para o xerife.

O xerife liga para a Força Aérea Espacial

que envia uma equipa.

A equipa recolhe os destroços
e depois publica um comunicado à imprensa.

O comunicado à imprensa
da Força Aérea dos EUA diz:

"Estamos na posse de um disco voador".

Isto é verdade.

Duas horas depois,
desmentem o comunicado à imprensa.

Recolhem todo o material,

procuram centímetro a centímetro
e recolhem tudo,

metem tudo num avião
e aterram em Dallas,

onde encenam uma fotografia

com um operador de radar entre
os destroços de um balão meteorológico.

Todos os que estiveram envolvidos
nesta fotografia

acabaram por dizer
que era uma falsificação.

A pessoa que tirou a fotografia,
a pessoa na fotografia

e a pessoa que a encomendou.

Os destroços foram levadoS para a Área 51,
onde ainda hoje se encontram.

Por razões desconhecidas,

a Força Aérea não divulga
os ficheiros deste despenhamento.

Hillary Clinton, há uns meses,
num programa da TV

disse que, se fosse eleita presidente,

uma das primeiras coisas que faria

seria levar a Força Aérea
a divulgar os ficheiros dos OVNI.

Infelizmente, isso não vai acontecer.

(Risos)

Não sei se ela estava a tentar
obter os votos dos fãs dos OVNI.

Acho que não havia fãs suficientes
para lhe dar a margem necessária.

Todos os presidentes que temos tido,
com exceção talvez de Obama,

acreditavam nos OVNI e tentaram
que esses ficheiros fossem divulgados.

Jimmy Carter acreditava,
Ronald Reagan acreditava,

Bill Clinton tentou, por duas vezes,
que esses ficheiros fossem divulgados.

Hillary queria fazê-lo, não sabemos
se Trump vai fazê-lo ou não.

Esses ficheiros existem.

Não sabemos porquê, mas o governo
não vai mostrar o que houve em Roswell.

Já vi documentos que dizem que,
esses destroços nunca foram identificados.

É muito estranho.
Já se passou há muito tempo.

Então, pesquisei esta história
sobre o 37.º paralelo

e acabei por concluir
que há uma boa hipótese

de que o que se despenhou em Roswell
não era de cá.

Como já disse, os meus pais
detestam que eu diga isto,

porque a verdade é que, quando falamos
de OVNI, há logo um fator de troça.

Toda a gente acha que somos malucos.

Um xerife respeitado não pode olhar
para o local de um despenhamento

e dizer que é um OVNI
sem ser logo despedido.

Um jornalista não pode falar de OVNI

sem ouvir, como música de fundo,
a música dos Ficheiros Secretos.

Nenhum cientista pode olhar para isso,

com a possível exceção dos que
Robert Bigelow tenha contratado.

Mas não sabemos o que andam a fazer
com os materiais que encontraram.

O que eu quero transmitir é isto:

os impedimentos para acreditar
que alguém de outro planeta chegou cá

já desapareceram hoje.

Costumávamos pensar
que não havia vida lá fora.

Hoje, temos a certeza
de que, provavelmente, há.

Encontramos um planeta como a Terra
quase todos os dias.

Pensávamos que estes planetas
estavam demasiado longe.

Hoje, sabemos que não é assim.

Com a tecnologia atual
podemos demorar 40 anos a alcançar

a Proxima Centauri,
que é um desses planetas,

Não é assim tanto tempo.

Portanto, estas duas razões
deixaram de existir.

A Igreja Católica, recentemente,
emitiu um édito estranho, em que dizia:

"Se encontrarmos vida noutros planetas

"isso não afetará a doutrina católica".

(Risos)

Acho que estão a jogar à defesa.

Mas penso que está a ocorrer
uma grande mudança nas opiniões

quanto a haver ou não
vida noutros planetas

e se extraterrestres
poderão vir aqui ou não.

Sinceramente, perante as notícias
que vemos todos os dias,

se um OVNI aterrasse amanhã
no relvado da Casa Branca,

nem sequer seria uma
das cinco coisas mais estranhas

nas notícias atuais.

Muito obrigado. Adorei.
Obrigado.

(Aplausos)