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Os meus 12 pares de pernas

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    Estava a falar com um grupo
    de umas 300 crianças,
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    com idades entre os 6 e os 8 anos,
    num museu infantil,
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    e levei comigo um saco cheio de pernas,
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    semelhantes às que podem ver aqui,
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    e dispu-las numa mesa, para os miúdos.
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    Segundo a minha experiência,
    os miúdos são naturalmente curiosos
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    sobre o que não sabem
    ou não percebem ou não conhecem.
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    Só aprendem a ter receio dessas diferenças
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    quando um adulto as influencia
    a comportar-se dessa forma,
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    e talvez censure essa curiosidade natural,
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    ou reprima as perguntas
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    na esperança que se comportem
    como criancinhas bem educadas.
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    Por isso, imaginei logo uma professora
    do primeiro ciclo na entrada
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    a dizer a estes miúdos travessos:
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    "Façam o que fizerem, não fiquem parados
    a olhar para as pernas dela."
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    Mas, claro, o objetivo era esse.
  • 0:45 - 0:49
    Era para isso que eu ali estava,
    queria convidá-los a olhar e a explorar.
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    Por isso, fiz um acordo com os adultos:
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    as crianças entrariam,
    sem os adultos, por dois minutos,
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    sozinhos.
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    As portas abrem-se, as crianças entram
    e veem a mesa com as pernas.
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    Começam a mexer-lhes, a beliscá-las,
    a fazer mexer os dedos dos pés,
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    tentam equilibrar
    todo o seu peso na perna de corrida
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    para ver o que acontece.
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    E eu disse: "Criançada, muito depressa,
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    "acordei esta manhã e decidi que queria
    saltar por cima de uma casa,
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    "nada demasiado alto, 2 ou 3 andares,
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    "se vocês puderem pensar num animal,
    num super-herói, num desenho animado,
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    "aquilo que vocês quiserem,
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    "que tipo de pernas é que vocês
    construíam para mim?"
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    Uma voz gritou imediatamente:
    "Canguru!"
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    "Não, não, não! Devia ser um sapo!"
  • 1:31 - 1:32
    "Não! Devia ser o Inspector Gadget"
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    "Não, não, não! Deviam ser os Incríveis"
  • 1:34 - 1:37
    E outras coisas que eu não conheço.
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    Foi então que uma criança
    de oito anos disse:
  • 1:40 - 1:43
    "Ei, porque é que não quer voar também?"
  • 1:44 - 1:47
    E a sala toda, eu incluída,
    ficou tipo "Boa..."
  • 1:47 - 1:49
    (Risos)
  • 1:50 - 1:53
    Foi assim que, de repente,
    deixei de ser uma mulher
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    que aqueles miúdos teriam sido
    condicionados a ver como "deficiente"
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    para passar a ser alguém com um potencial
    que os seus corpos ainda não tinham.
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    Alguém que podia até ser super-eficiente.
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    Interessante.
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    Alguns de vocês
    viram-me na TED, há 11 anos,
  • 2:11 - 2:15
    e fala-se muito sobre como esta conferência
    proporciona mudanças de vida
  • 2:15 - 2:19
    tanto para os oradores como
    para a assistência, e eu não sou exceção.
  • 2:19 - 2:25
    A TED foi a rampa de lançamento
    para a década seguinte de descoberta da minha vida.
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    Nessa altura, as pernas que aqui mostrei
    eram a vanguarda em próteses.
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    Tinha pernas de corrida
    de fibra de carbono,
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    à imagem da pata traseira de uma chita,
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    que talvez tenham visto no palco ontem.
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    E também estas pernas de silicone,
    delicadamente pintadas, de aparência muito real.
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    Por isso, nessa altura, aproveitei
    a oportunidade para lançar um desafio
  • 2:45 - 2:50
    aos inovadores fora da comunidade médica
    tradicionalmente ligada às próteses,
  • 2:50 - 2:52
    para que contribuíssem com o seu talento
  • 2:52 - 2:55
    para a ciência e a arte
    de construir pernas.
  • 2:56 - 3:01
    Para deixarmos de compartimentar
    forma, função e estética,
  • 3:01 - 3:03
    e de lhes atribuir valores diferentes.
  • 3:03 - 3:07
    Para sorte minha, muita gente
    respondeu a este desafio.
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    E a viagem começou, surpreendentemente,
    com uma participante da conferência TED,
  • 3:12 - 3:15
    Chee Pearlman, que, espero,
    esteja algures na audiência hoje.
  • 3:15 - 3:18
    Ela era, na altura, a editora
    de uma revista chamada ID,
  • 3:18 - 3:21
    e deu-me cobertura de primeira página.
  • 3:21 - 3:23
    Isto iniciou um percurso incrível.
  • 3:23 - 3:26
    Começaram a aparecer, nessa altura,
    encontros curiosos.
  • 3:26 - 3:28
    Eu tinha aceite vários convites
    para discursar
  • 3:28 - 3:31
    sobre o design das pernas de chita,
    um pouco por todo o mundo.
  • 3:32 - 3:35
    Algumas pessoas vinham ter comigo
    depois da minha palestra
  • 3:35 - 3:36
    — homens e mulheres —
  • 3:36 - 3:39
    e a conversa era do género:
  • 3:40 - 3:42
    "Sabe, Aimee, você é muito atraente."
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    "Nem parece deficiente."
  • 3:44 - 3:46
    (Risos)
  • 3:46 - 3:47
    Eu pensava: "Isso é fantástico,
    porque eu não me sinto deficiente."
  • 3:47 - 3:49
  • 3:50 - 3:54
    E isso abriu-me os olhos
    para esta conversa,
  • 3:54 - 3:56
    que poderia ser explorada, sobre a beleza.
  • 3:57 - 3:59
    Como deve ser o aspeto
    de uma mulher bonita?
  • 3:59 - 4:01
    O que é um corpo sensual?
  • 4:01 - 4:04
    E mais interessante,
    do ponto de vista de identidade,
  • 4:04 - 4:06
    o que significa ter uma deficiência?
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    Pensem nisto, a Pamela Anderson
    tem mais próteses no corpo do que eu.
  • 4:10 - 4:12
    E ninguém lhe chama deficiente.
  • 4:12 - 4:13
    (Risos)
    (Aplausos)
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    Essa revista, através das mãos
    do designer gráfico Peter Saville,
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    foi ter com o designer de moda
    Alexander McQueen, e o fotógrafo Nick Knight,
  • 4:26 - 4:29
    que também estavam interessados
    em desenvolver esta conversa.
  • 4:29 - 4:34
    Três meses depois da conferência TED
    dei comigo num avião para Londres,
  • 4:34 - 4:36
    para a minha primeira
    sessão fotográfica de moda,
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    que resultou nesta capa:
  • 4:39 - 4:40
    Fashion-able? [Capaz de elegância?]
  • 4:41 - 4:45
    Três meses depois, fiz a minha primeira
    passagem de modelos para o Alexander McQueen
  • 4:46 - 4:49
    com umas pernas de madeira de freixo,
    talhadas à mão.
  • 4:50 - 4:53
    Ninguém sabia — todos pensaram
    que eram botas de madeira.
  • 4:53 - 4:55
    De facto, tenho-as no palco comigo.
  • 4:55 - 4:59
    Videiras, magnólias,
    verdadeiramente deslumbrantes.
  • 5:01 - 5:03
    A poesia é importante.
  • 5:04 - 5:08
    A poesia é o que eleva
    um objeto banal, negligenciado,
  • 5:08 - 5:11
    para o reino da arte.
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    Pode transformar uma coia
    que pode assustar as pessoas
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    numa coisa que as convida a olhar,
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    a demorar o olhar,
  • 5:21 - 5:23
    e talvez, até, a entender.
  • 5:24 - 5:27
    Aprendi isto em primeira mão
    na minha aventura seguinte.
  • 5:27 - 5:32
    O artista Matthew Barney, na sua obra
    cinematográfica "The Cremaster Cycle".
  • 5:33 - 5:35
    Foi aqui que percebi realmente
  • 5:35 - 5:37
    que as minhas pernas
    podiam ser uma escultura de vestir.
  • 5:37 - 5:43
    E nessa altura, comecei a afastar-me
    da necessidade de imitar a humanidade
  • 5:43 - 5:46
    como o único ideal estético.
  • 5:46 - 5:49
    Assim fizemos o que as pessoas amavelmente
    chamaram de pernas de vidro
  • 5:49 - 5:53
    embora na realidade
    seja poliuretano transparente,
  • 5:53 - 5:56
    mais conhecido como
    material de bolas de bowling.
  • 5:56 - 5:57
    Pesadas!
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    A seguir fizemos estas pernas,
    modelads em terra,
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    com raízes de batatas a crescer nelas,
    e beterrabas a sair do topo,
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    e um adorável dedo do pé de bronze.
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    Este é um bom grande plano do dedo.
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    Depois, outra personagem
    metade mulher, metade chita
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    uma pequena homenagem
    à minha vida de atleta.
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    14 horas de maquilhagem prostética
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    para me transformar numa criatura
    que tinha patas articuladas
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    garras e uma cauda que chicoteava
    de um lado para o outro,
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    como uma osga.
  • 6:23 - 6:25
    (Risos)
  • 6:25 - 6:29
    Um outro par de pernas
    em que colaborámos foi este.
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    Parecem pernas de medusa.
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    Também são de poliuretano.
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    O único objetivo para estas pernas,
    para além do contexto do filme,
  • 6:36 - 6:39
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    é o de provocar os sentidos
    e incendiar a imaginação.
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    Por isso, a fantasia é importante.
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    Hoje, tenho mais de uma dúzia
    de pares de pernas prostéticas
  • 6:52 - 6:54
    que diferentes pessoas fizeram para mim,
  • 6:54 - 6:58
    e com elas, tenho diferentes negociações
    com o terreno sob os meus pés.
  • 6:58 - 6:59
    Posso mudar a minha altura
    — tenho uma variedade de cinco alturas.
  • 6:59 - 7:01
  • 7:02 - 7:03
    (Risos)
  • 7:03 - 7:05
    Hoje, tenho 1,85m.
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    Mandei fazer estas pernas
    há pouco mais de um ano
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    no Dorset Orthopedic em Inglaterra.
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    Quando as levei para casa,
    fui a uma festa muito elegante.
  • 7:13 - 7:14
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    Estava lá uma rapariga
    que me conhece há anos
  • 7:18 - 7:20
    com a minha altura normal de 1,73m.
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    Ficou de boca aberta quando me viu,
  • 7:22 - 7:24
    e disse: "Mas estás tão alta!"
  • 7:24 - 7:27
    E eu disse: "Eu sei, não é um espetáculo?"
  • 7:27 - 7:29
    Quer dizer, é como usar andas
    em cima de andas
  • 7:29 - 7:32
    mas tenho uma relação nova
    com as ombreiras das portas
  • 7:32 - 7:34
    que nunca esperei ter.
  • 7:34 - 7:36
    E estava-me a divertir com aquilo.
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    Ela olhou para mim e disse:
  • 7:39 - 7:41
    "Mas, Aimee, não é justo."
  • 7:41 - 7:43
    (Risos)
  • 7:43 - 7:45
    (Aplausos)
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    O mais incrível é que ela
    sentia mesmo isso,
  • 7:50 - 7:52
    Não é justo que possas
    alterar a tua altura, conforme te apeteça.
  • 7:52 - 7:53
  • 7:54 - 7:56
    Foi então que me apercebi.
  • 7:56 - 7:59
    Foi então que soube
    que a conversa com a sociedade
  • 7:59 - 8:00
    se alterou profundamente
    nestes últimos 10 anos.
  • 8:00 - 8:02
  • 8:03 - 8:07
    Já não é uma conversa
    sobre ultrapassar a deficiência.
  • 8:07 - 8:10
    É uma conversa sobre acréscimo.
  • 8:10 - 8:13
    É uma conversa sobre potencial.
  • 8:14 - 8:18
    Uma prótese já não representa
    a necessidade de substituir uma perda.
  • 8:19 - 8:21
    Pode ser um símbolo de que quem a usa
  • 8:21 - 8:25
    tem o poder de criar
    o que quer que queira criar
  • 8:25 - 8:27
    nesse espaço.
  • 8:27 - 8:30
    Por isso, pessoas que a sociedade
    encarava como deficientes
  • 8:31 - 8:34
    podem agora tornar-se
    nos arquitetos da sua identidade
  • 8:34 - 8:37
    e, inclusive, continuarem
    a alterar essas identidades
  • 8:37 - 8:39
    ao esboçarem os seus corpos
  • 8:39 - 8:42
    com uma perspetiva
    de "empoderamento".
  • 8:44 - 8:46
    O que é entusiasmante para mim, agora,
  • 8:46 - 8:50
    é que, ao combinar tecnologia de ponta
  • 8:50 - 8:52
    — robótica, biónica —
  • 8:52 - 8:55
    com a antiga poesia,
  • 8:55 - 9:01
    estamos a aproximar-nos da compreensão
    da nossa humanidade coletiva.
  • 9:02 - 9:06
    Eu acho que, se quisermos descobrir
    o verdadeiro potencial
  • 9:06 - 9:08
    da nossa humanidade,
  • 9:08 - 9:12
    precisamos de celebrar
    essa robustez sofrida
  • 9:12 - 9:15
    a as deficiências gloriosas
    que todos temos.
  • 9:15 - 9:18
    Penso no Shylock de Shakespeare
  • 9:18 - 9:21
    "Se nos espetarem um alfinete,
    não sangramos?
  • 9:21 - 9:24
    "e se nos fizerem cócegas, não nos rimos?"
  • 9:25 - 9:27
    É a nossa humanidade,
  • 9:27 - 9:30
    e todo o potencial nela encerrado,
  • 9:30 - 9:32
    que nos faz belos.
  • 9:33 - 9:34
    Obrigada
  • 9:34 - 9:37
    (Aplausos)
Title:
Os meus 12 pares de pernas
Speaker:
Aimee Mullins
Description:

Atleta, atriz e ativista, Aimee Mullins fala sobre as próteses das suas pernas — tem uma dúzia de pares de pernas fantásticas — e dos superpoderes que elas lhe concedem: rapidez, beleza, e 15 cm extra de altura... Muito simplesmente, ela redefine o que o corpo pode ser.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
09:46
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for My 12 pairs of legs
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for My 12 pairs of legs
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for My 12 pairs of legs
Inês Pereira added a translation

Portuguese subtitles

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