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BBC News - Malala Yousafzai discurso completo

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    Obrigado.
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    Bismillah Er Rahman Er Rahim
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    Em nome de Deus, o mais beneficente, o mais misericordioso.
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    Honorável secretário geral das Nações Unidas, Sr. Ban Ki-moon,
  • 0:35 - 0:39
    respeitável presidente da assembleia geral, Vuk Jeremic,
  • 0:41 - 0:45
    honorável enviado das Nações Unidas pela educação global, Sr. Gordon Brown,
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    Respeitáveis anciões, meus caros irmãos e irmãs, Assalam Aleikum. Obrigado.
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    Hoje, me sinto honrada por poder falar novamente, depois de tanto tempo.
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    Estar aqui com pessoas tão honradas é um grande momento da minha vida.
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    E me sinto honrada por hoje usar um xale de Benazir Bhutto Shaheed.
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    Eu não sei por onde começar o meu discurso.
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    Eu não sei o que as pessoas esperam ouvir de mim.
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    Mas antes de tudo,
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    agradeço a Deus, para quem somos todos iguais,
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    e agradeço a todas as pessoas que rezaram por minha recuperação, e por uma nova vida.
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    Eu não consigo acreditar nas inúmeras demonstrações de amor que recebi das pessoas.
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    Eu recebi milhares de cartas me desejando o melhor e presentes de todo o mundo.
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    Obrigado a todos por eles.
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    Agradeço também as crianças, cujas inocentes palavras me encorajaram.
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    Agradeço aos meus anciões, cujas preces me fortaleceram.
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    Eu gostaria de agradecer as enfermeiras, doutores
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    e a equipe dos hospitais do Paquistão,
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    e do Reino Unido, e o governo das Nações Unidas da Europa,
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    que me ajudou a melhorar e recuperar minhas forças.
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    Eu apoio completamente o Sr. Ban Ki-moon, o Secretário Geral, em sua primeira iniciativa na educação global,
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    e o trabalho do enviado especial das Nações Unidas,
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    Sr. Gordon Brown.
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    e o respeitável Presidente Geral da Assembleia, Vuk Jeremic.
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    Agradeço a todos eles pela liderança que eles continuam a exercer.
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    Eles continuam a inspirar todos nós para a ação.
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    Caros irmãos e irmãs,
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    lembrem-se de uma coisa:
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    O dia de Malala não é o meu dia.
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    Hoje é o dia de todas as mulheres,
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    todos os garotos e garotas que ergueram suas vozes para buscar os seus direitos.
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    Há centenas de ativistas dos direitos humanos
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    e trabalhadores sociais que estão falando não apenas de seus direitos,
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    mas que estão batalhando para alcançar os seus objetivos: paz, educação e igualdade.
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    Milhares de pessoas foram assassinadas pelos terroristas, e milhões foram feridas.
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    Eu sou apenas uma delas.
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    Então aqui estou
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    Aqui estou, uma garota entre muitas outras.
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    Eu falo, não por mim mesmo, mas para que aqueles que não tem voz possam ser ouvidos.
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    Aqueles que lutaram por seus direitos.
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    Seu direito de viver em paz.
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    De serem tratados com dignidade.
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    De igualdade de oportunidades.
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    De ser educados.
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    Caros amigos, em 9 de Outubro de 2012,
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    os Talibãs atiraram em mim, no lado esquerdo da minha testa.
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    Atiraram em meus amigos também.
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    Eles pensaram que as balas iriam nos silenciar.
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    Mas falharam.
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    E daquele silêncio, surgiram milhares de vozes.
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    Os terroristas pensaram que iriam mudar os meus objetivos e parar as minhas ambições.
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    Mas nada mudou em minha vida, exceto isso:
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    a fraqueza, o medo, e a falta de esperança morreram;
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    a força, o poder e a coragem nasceram. [Aplausos]
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    Eu sou a mesma Malala.
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    Minhas ambições são as mesmas, minhas esperanças
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    e sonhos também.
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    Caros irmãos e irmãs,
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    não estou contra ninguém.
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    E nem estou aqui para falar sobre uma vingança contra os Talibãs, ou qualquer grupo terrorista.
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    Estou aqui para falar sobre o direito de educação para cada criança. [Aplausos]
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    Eu quero educação para os filhos e filhas do Talibã e para todos os terroristas e extremistas.
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    Eu não odeio nem mesmo o Talibã que atirou em mim.
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    Mesmo que eu tivesse uma arma em minha mão, e ele estivesse na minha frente,
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    eu não atiraria nele.
  • 7:00 - 7:05
    Essa é a compaixão que aprendi com Muhammad, o profeta da misericórdia,
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    e Jesus Cristo e Lorde Buda.
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    Essa é o legado de mudança que herdei de Martin Luther King,
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    Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah. [Aplausos]
  • 7:27 - 7:35
    Essa é a filosofia de não-violência que aprendi de Gandhi, Bacha Khan e madre Teresa.
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    E esse é o perdão que aprendi com meus pais. [Aplausos]
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    Isso é o que minha alma diz para mim: Seja pacífica, e ame todos.
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    Caros irmãos e irmãs,
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    Nós percebemos a importância da luz quando vemos a escuridão.
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    Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados.
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    Da mesma forma, quando estávamos em Swat, no norte do Paquistão,
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    nós percebemos a importância das canetas e livros quando vimos as armas.
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    O sábio ditado "A caneta é mais poderosa do que a espada" é verdadeiro.
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    Os extremistas ainda têm medo de livros e canetas.
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    O poder da educação os assusta.
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    Eles têm medo das mulheres.
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    O poder da voz das mulheres os assusta.
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    E foi por isso que eles mataram 14 estudantes inocentes no recente ataque em Quetta.
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    E foi por isso que eles mataram professoras e trabalhadores da poliomelite em Khyber Pakhtunkhwa.
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    É por isso que eles estão explodindo escolas todos os dias.
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    Porque eles ainda têm medo de mudanças e da igualdade que traremos para nossa sociedade.
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    E eu lembro que um jornalista perguntou a um garoto da minha escola:
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    "Porque os Talibãs são contra a educação?"
  • 9:40 - 9:42
    Eles respondeu com simplicidade,
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    apontando para o seu livro. Ele disse:
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    "Um talibã não sabe o que está escrito nesse livro."
  • 9:52 - 9:58
    Eles acham que Deus é um pequeno ser conservador
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    que manda as garotas para o inferno só porque elas vão para a escola.
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    Os terroristas estão fazendo mal uso do nome do Islã e da sociedade Pashtun para benefício próprio. [Aplausos]
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    O Paquistão é um país democrático que ama a paz.
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    Pashtuns querem educação para suas filhas e filhos.
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    E o Islã é uma religião de paz, humanidade e fraternidade.
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    O Islã diz que não é apenas direito de cada criança ter educação, mas sim seu dever e responsabilidade.
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    Honorável secretário geral,
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    a paz é necessária para a nossa educação.
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    Em muitas partes do mundo, especialmente no Paquistão e Afeganistão,
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    o terrorismo, as guerras, e conflitos impedem as crianças de ir à escola.
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    Nós estamos cansados dessas guerras.
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    As mulheres e crianças estão sofrendo de muitas formas,
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    em muitas partes do mundo.
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    Na Índia, crianças pobres e inocentes são vítimas do trabalho infantil.
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    Muitas escolas foram destruídas na Nigéria.
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    As pessoas no Afeganistão estão sendo afetadas pelos obstáculos criados pelo extremismo, há décadas.
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    Garotas jovens precisam fazer trabalhos domésticos para as crianças, e são forçadas a se casar muito cedo.
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    Pobreza, ignorância, injustiça, racismo e privação dos direitos básicos
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    são os principais problemas enfrentados tanto pelas mulheres quanto pelos homens.
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    Caros amigos, hoje estou me concentrando nos direitos das mulheres e na educação das garotas,
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    pois são elas que mais sofrem.
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    Houve um tempo quando as ativistas sociais femininas pediam para os homens lutarem por seus direitos.
  • 12:15 - 12:32
    Mas atualmente, fazemos isso por conta própria. [Aplausos]
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    Eu não estou dizendo para os homens deixarem de falar dos direitos das mulheres.
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    Mais do que isso, quero que as mulheres se tornem independentes para lutar por si só.
  • 12:45 - 12:50
    Então, caras irmãs e irmãos, agora é hora de falar.
  • 12:51 - 13:02
    Hoje, conclamamos os líderes mundiais a mudarem suas estratégias políticas, para que favoreçam a paz e a prosperidade.
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    Conclamamos aos líderes mundiais para que todos os tratados de paz protejam os direitos das mulheres e das crianças.
  • 13:12 - 13:28
    Um tratado que vá contra os direitos das mulheres é inaceitável. [Aplausos]
  • 13:28 - 13:35
    Nós conclamamos para que todos os governos assegurem educação compulsória gratuita
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    por todo o mundo, para todas as crianças. [Aplausos]
  • 13:45 - 13:51
    Nós conclamamos para que todos os governos lutem contra o terrorismo e a violência,
  • 13:51 - 13:55
    para proteger as crianças da brutalidade e maus-tratos.
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    Nós conclamamos para que os países desenvolvidos apoiem a expansão das oportunidades de educação
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    para as garotas do mundo em desenvolvimento.
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    Nós conclamamos para que todas as comunidades sejam tolerantes,
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    que rejeitem o preconceito baseado em castas, credos, seitas, cores, religião ou sexo.
  • 14:21 - 14:27
    Para garantir liberdade e igualdade para as mulheres, para que eles possam crescer.
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    Não conseguiremos sucesso enquanto metade de nós estivermos retidas.
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    Nós conclamamos para que nossas irmãs em volta do mundo sejam valentes,
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    para que se apeguem a sua força interna, reconhecendo todo o seu potencial.
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    Caros irmãos e irmãs, queremos escolas e educação para o futuro brilhante de cada criança.
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    E continuaremos nossa jornada até o destino final: Paz e educação.
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    Ninguém pode nos parar.
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    Nós reclamaremos nossos direitos, e traremos mudança através de nossas vozes.
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    Nós acreditamos no poder e na força de nossas palavras.
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    Nossas palavras podem mudar o mundo todo,
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    porque estamos unidos pela causa da educação.
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    E se queremos alcançar esse objetivo, deixe-nos então conquistar poder com a arma da sabedoria,
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    e nos proteger com a unidade e a união.
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    Caros irmãos e irmãs,
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    não devemos esquecer que milhões de pessoas estão sofrendo com a pobreza,
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    injustiça e ignorância.
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    Não podemos nos esquecer de que milhões de crianças estão fora das escolas.
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    Não podemos nos esquecer de que nossas irmãs e irmãos estão esperando por um futuro brilhante e pacífico.
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    Vamos então promover
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    uma luta global contra o analfabetismo, pobreza e terrorismo.
  • 16:40 - 16:45
    Vamos pegar nossos livros, nossas canetas.
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    Eles são as armas mais poderosas.
  • 16:50 - 17:00
    Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.
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    A educação é a única solução.
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    A educação vem em primeiro lugar.
  • 17:07 - 17:14
    Muito Obrigado. [Aplausos...]
Title:
BBC News - Malala Yousafzai discurso completo
Description:

Pakistani schoolgirl Malala Yousafzai has addressed the United Nations as part of her campaign to ensure free compulsory education for every child.

She marked her 16th birthday by delivering the speech on Friday at the UN headquarters in New York.

Taliban gunmen shot Malala on her school bus last October following her campaign for girls' rights.

"I am here to speak up for the right of education of every child," she said.

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Video Language:
English
Team:
Captions Requested
Duration:
17:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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