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Kameelah Janan Rasheed: A Margem da Legibilidade

  • 0:22 - 0:25
    - Este está pronto?
    - Acho que sim. Mas o que isso significa?
  • 0:25 - 0:26
    - Sim.
  • 0:32 - 0:35
    Textos dão essa ilusão
    de compreensão.
  • 0:38 - 0:40
    Ainda que você tenha lido algo,
  • 0:40 - 0:42
    não quer dizer que tenha entendido.
  • 0:47 - 0:49
    Então, comecei a brincar
    com as palavras
  • 0:50 - 0:54
    e a criar algo bem legível...
  • 0:54 - 0:57
    [Meu marido e seu vizinho são essenciais]
    [Vamos cuidar uns dos outros.]
  • 1:00 - 1:02
    ou muito opaco.
  • 1:08 - 1:11
    E incentivar as pessoas
    a interpretá-lo,
  • 1:13 - 1:18
    é, na verdade, um convite:
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    é, na verdade, um convite:
    "Venha pensar comigo".
  • 1:25 - 1:28
    [Kameelah Janan Rasheed:
    A Margem da Legibilidade]
  • 1:38 - 1:40
    - Você é a arquivista da família?
  • 1:40 - 1:46
    - Sim. Eu sou a mais
    organizada da família.
  • 1:48 - 1:50
    Então, levo comigo sempre
    que vou para casa,
  • 1:51 - 1:53
    e pego mais algumas fotos.
  • 1:58 - 2:02
    Meu pai se converteu ao
    Islamismo no início dos anos 1980.
  • 2:03 - 2:08
    Ele basicamente instruiu-se
    datilografando estas anotações.
  • 2:12 - 2:16
    Ele costumava xerocar textos
    religiosos, colava-os num papel,
  • 2:16 - 2:17
    e, finalmente, copiava-os.
  • 2:18 - 2:23
    Ele compreendia as coisas através deste
    processo de ler e reler repetidamente.
  • 2:25 - 2:28
    Eu achava isso tão adorável que
    estava pensando nessa ideia
  • 2:28 - 2:30
    de conversar com o texto.
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    O texto por si só nunca está finalizado.
  • 2:34 - 2:38
    Toda vez que lemos algo novo,
    anotamos no papel ou em nosso cérebro
  • 2:38 - 2:40
    e criamos literalmente um texto novo,
  • 2:41 - 2:45
    essa colaboração ativa entre
    o leitor e o escritor.
  • 2:47 - 2:50
    O texto não existe para nos oferecer
    um significado definitivo,
  • 2:50 - 2:55
    mas para nos convidar a
    interagir com ele.
  • 2:58 - 3:03
    Se você der uma olhada nas
    minhas anotações e as de meu pai,
  • 3:03 - 3:07
    o que ele usou como ferramenta de estudo,
    é basicamente minha prática de arte.
  • 3:09 - 3:12
    [Anotações do pai de Kameelah]
    [Anotações de Kameelah]
  • 3:12 - 3:15
    [Uma verdade absoluta? Como...]
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    [Já não podemos mais]
    [Já não usamos...]
  • 3:22 - 3:27
    [Criaram uma resistência excessiva.]
    [Para combater a tendência...]
  • 3:27 - 3:28
    [Depois?]
    [Agora?]
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    [Estamos esperando alguma coisa.]
    [As chamas?]
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    [Chance]
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    ["Progresso", ele declarou]
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    [...tudo]
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    [Quando eu era um bebê]
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    Isso é literalmente o que faço agora,
    eu leio muito e crio arte.
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    Parece que nossa versão criança
    sabe exatamente o que queremos.
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    Não há nada que eu tenha feito
    em minha vida
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    que o foco não tenha sido texto.
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    Sou muito interessada no
    que as palavras dizem,
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    mas também em como elas
    aparecem nas páginas,
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    [Calmo e pequeno]
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    [Um dogma precisa de um acompanhante]
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    nas paredes,
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    e em lugares públicos.
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    [O que você aprendeu hoje?]
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    O que pode significar vê-las
    toda semana enquanto caminha.
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    O que consiste em relacionar-se
    com o texto repetidamente.
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    Relê-lo como um ritual.
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    Eu gosto muito do conceito da palavra
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    e o que isso significa, o que
    está tentando dizer ou fazer.
  • 5:16 - 5:21
    Quando estou à procura de textos,
    não busco uma frase específica,
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    às vezes estou atrás de uma
    determinada forma,
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    de uma letra ou palavra.
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    Então, eu folheio os textos da minha
    estante de livros,
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    eu procuro pelo A ou B perfeito,
  • 5:32 - 5:38
    e de formas diferentes tento assimilar
    as letras individualmente
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    para então começar a juntá-las
    às palavras.
  • 5:45 - 5:48
    A que estou escrevendo agora
    a partir destes pedaços é:
  • 5:48 - 5:51
    "Eles deveriam estar rondando
    o eco da boca que emergiu?
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    Eu sei o significado
    neste momento? Não.
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    Mas há algo que eu acho interessante
    na ideia de rodear um eco,
  • 6:01 - 6:04
    como eu uso uma frase que pode ser
    dita de forma simples
  • 6:05 - 6:09
    e codifico-a, ou uso criptografia,
    para torná-la complexa.
  • 6:09 - 6:14
    Nós circundamos a suposta solução.
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    Convidando as pessoas a irem devagar
    em vez de precipitarem-se à compreensão.
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    Se você lê uma frase que
    não faz sentido,
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    você tem duas opções, certo?
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    Você pode ignorá-la e seguir em frente
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    ou passar um tempo estudando-a.
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    É quase mandatório pensar em como
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    podemos encontrar outras
    maneiras de ler o mundo
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    com mais cuidado e calma.
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    Perguntar como gastamos
    mais o nosso tempo
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    com coisas confusas
    ao invés de escrevê-las.
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    Eu penso muito sobre o que
    realmente significa
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    fazer-me legível e invisível.
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    Quando tenho a intenção
    de ser sombria
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    e assegurar que nem todos
    conseguirão entrar.
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    E quando meu propósito é ser aberta
    e querer que mais pessoas tenham acesso.
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    Como me apresento ao mundo, de modo
    nítido e pacificador para as pessoas,
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    em oposição a "não vou me expor
    até que esteja preparada."
Title:
Kameelah Janan Rasheed: A Margem da Legibilidade
Description:

Logofilia: Fascínio pelas palavras. Autodeclarada "aprendiz" e submersa nos livros desde a infância, a artista textual Kameelah Janan Rasheed é excepcionalmente fascinada pela palavra escrita e seu poder de definir e desestabilizar o modo como compreendemos o mundo. Rasheed faz fotocópias de páginas de livros e materiais impressos, corta as palavras e frases e reorganiza-as em combinações poéticas e provocativas ou, até mesmo, enigmáticas. O vasto resultado nas paredes das faculdades, outdoors, filmes e instalações públicas encoraja os espetadores para um trabalho de compreensão. "É, na verdade, um convite," explica Rasheed, "Venha pensar comigo." Este pequeno documentário explora as ideias expansivas da artista e o processo miniaturista no estúdio cheio de livros em sua casa no Brooklyn. O filme reflete as preocupações de Rasheed em fragmentos, construindo aos poucos um retrato através do tempo.

De seu estúdio, Rasheed organiza pilhas de desenhos e fotografias de sua infância em família enquanto narra a conversão de seu pai ao islamismo, no início dos anos 1980. Seu método de estudo inspirou Rasheed em sua prática artística: "Eu estava pensando nessa ideia," diz a artista, "toda vez que lemos algo novo, anotamos no papel ou em nosso cérebro e criamos literalmente um texto novo, essa colaboração ativa entre o leitor e o escritor."
Em uma parte de seu novo trabalho, Rasheed pesquisa, em seus livros, formas e estilos de letras em vez de uma palavra em particular. Ela organiza esses fragmentos em frases longas e intuitivamente cria combinações que codificam ou complicam algo que poderia ser dito de forma simples. Ao invés de entenderem com facilidade, os espectadores são convidados a estudar as palavras cuidadosamente para construir o significado. Para Rasheed, essa abordagem apresenta a poderosa possibilidade de como podemos percorrer o mundo e criar um tipo de autoproteção. "Eu penso muito sobre o que realmente significa fazer-me legível e invisível. Quando tenho a intenção de ser sombria e assegurar que nem todos conseguirão entrar. E quando meu propósito é ser aberta e querer que mais pessoas tenham acesso. Como me apresento ao mundo, de modo nítido e pacificador para as pessoas, em oposição a "não vou me expor até que esteja preparada."

Kameelah Janan Rasheed (1985, East Palo Alto, California, USA) vive e trabalha no Brooklyn, NY. Saiba mais sobre a artista em: https://art21.org/artist/kameelah-janan-rasheed/

CRÉDITOS | "New York Close Up". Produtor de série: Nick Ravich. Diretor e Produtor: Carrie Hawks. Editor: Brian Redondo. Cinematografia: Rose Bush. Câmera Adicional: Diana Larrea. Som: Monica Rodriguez. Animação Adicional: Carrie Hawks. Sonoplastia: Gisela Fullà-Silvestre. Correção de cor: Addison Post. Design Gráfico: Chips. Música: Blue Dot Sessions and Th&o. Trabalho Artístico: Kameelah Janan Rasheed. Agradecimentos: Angie Gonzalez, Betty McGhee, Piero Atchugarry Gallery, e Octavia Yearwood. © Art21, Inc. 2021. Todos os direitos reservados.

"New York Close Up" é apoiado por The Andy Warhol Foundation For the Arts; e, em partes, por fundos públicos do departamento cultural da cidade de Nova York em parceria com a câmara municipal; Daw e Chris Fleischner; e por contribuintes individuais.

#KameelahJananRasheed #Art21 #Art21NewYorkCloseUp

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
07:56

Portuguese, Brazilian subtitles

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