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War and Peace Within | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

  • 0:06 - 0:13
    Regressar a casa, temos medo de tocar na nossa dor, de tocar na guerra dentro de nós.
  • 0:15 - 0:21
    Por vezes, damo-nos conta de que estamos em guerra com outra pessoa.
  • 0:21 - 0:30
    Talvez com a nossa família, com a nossa sociedade, com a nossa tradição.
  • 0:31 - 0:38
    Mas podemos aprender que, quando estamos em guerra
    com alguém, essa guerra pode estar, na verdade, dentro de nós.
  • 0:38 - 0:42
    E é por isso que não queremos regressar a casa.
  • 0:44 - 0:49
    Claro que há uma guerra dentro e à nossa volta, mas há algo mais.
  • 0:49 - 0:52
    Também há paz e alegria.
  • 0:53 - 1:02
    Devemos aprender a regressar a casa para tocar
    a alegria e a paz em nós e à nossa volta.
  • 1:02 - 1:11
    Isto é muito importante porque todos precisamos
    de ser nutridos, de ter estabilidade,
  • 1:12 - 1:22
    para podermos seguir em frente e fazer algo
    pelas pessoas à nossa volta.
  • 1:24 - 1:33
    Sei que muitos de vós estão profundamente
    dedicados à causa da paz, da justiça social.
  • 1:35 - 1:43
    Mas muitos de nós, por vezes, sentimo-nos
    perdidos, zangados, e em desespero.
  • 1:44 - 1:54
    Ficamos sobrecarregados pela imensa quantidade
    de sofrimento à nossa volta e mesmo dentro de nós.
  • 1:57 - 2:05
    Precisamos de uma fonte de energia, uma
    fonte de paz, de alegria, para criar equilíbrio.
  • 2:06 - 2:16
    Porque sabemos que, se não tivermos alguma paz, alegria e
    felicidade, não conseguiremos fazê-lo. Não conseguiremos continuar.
  • 2:17 - 2:28
    A prática de chegar ajuda-nos a tocar a paz, a
    alegria interior, para que sejamos nutridos.
  • 2:29 - 2:40
    E essa prática ajuda-nos a gerar a energia da
    atenção plena, que nos permitirá tocar a guerra dentro e à nossa volta.
  • 2:41 - 2:53
    Porque tocar a guerra sem força, sem a
    energia da atenção plena, pode ser perigoso.
  • 2:53 - 2:58
    Seremos dominados por ela; seremos atingidos por ela.
  • 3:00 - 3:10
    Portanto, antes de aprendermos a tocar a guerra
    dentro e à nossa volta, devemos cultivar a energia da atenção plena.
  • 3:10 - 3:20
    E esse tipo de cultivo pode ser realizado quando aprendemos
    a regressar a casa e a tocar a paz e a alegria em nós.
  • 3:39 - 3:53
    Na tradição budista, falamos da nossa consciência em
    termos de sementes, em termos de bījās. Bījā significa sementes.
  • 3:53 - 4:04
    Temos sementes de paz, de alegria, de felicidade; temos
    sementes de guerra, de raiva, de desespero, de ódio em nós.
  • 4:05 - 4:13
    Há sementes de paz, de alegria e de amor bondoso
    em nós que precisam de ser tocadas.
  • 4:14 - 4:24
    Devemos aprender a tocá-las por nós próprios, e
    devemos conduzir os nossos amigos a virem ajudar a tocá-las.
  • 4:24 - 4:27
    Essa é a prática.
  • 4:30 - 4:44
    Incentivo sempre os meus amigos a começarem a prática tocando a paz,
    tocando as sementes positivas dentro de nós, e tocando as sementes positivas na outra pessoa.
  • 4:45 - 4:46
    É agradável.
  • 4:46 - 4:51
    Ajuda a nutrirmo-nos mutuamente.
  • 4:52 - 4:59
    E sabemos que a forma mais profunda de tocar
    é com a energia da atenção plena.
  • 4:59 - 5:08
    E, na meditação budista, gerar a energia da atenção
    plena para tocar a paz é algo essencial.
  • 5:09 - 5:14
    Somos encorajados a não tocar primeiro na guerra.
  • 5:14 - 5:21
    Somos encorajados a não tocar primeiro na
    dor, no desespero, no sofrimento.
  • 5:24 - 5:35
    E tocar a paz é algo que podemos fazer
    individualmente, como comunidade, como nação.
  • 5:36 - 5:39
    E é agradável.
  • 5:42 - 5:49
    Posso querer tocar os meus olhos com a energia da atenção plena.
  • 5:50 - 5:59
    Tenho a energia da atenção plena, que é gerada
    pela prática da respiração consciente.
  • 6:01 - 6:05
    Inspirando, sei que estou a inspirar.
  • 6:06 - 6:09
    Expirando, sei que estou a expirar.
  • 6:09 - 6:14
    Essa é a prática de tocar a tua respiração.
  • 6:14 - 6:18
    E essa prática chama-se atenção plena da respiração.
  • 6:19 - 6:23
    Agora uso essa energia da atenção plena para tocar os meus olhos.
  • 6:23 - 6:28
    Inspirando, estou consciente dos meus olhos.
  • 6:29 - 6:35
    Expirando, sorrio aos meus olhos.
  • 6:38 - 6:47
    Quando toco os meus olhos com a energia da atenção plena desta forma,
    percebo que os meus olhos ainda estão em boas condições.
  • 6:49 - 6:58
    Se tocar profundamente nos meus olhos, percebo que
    ter olhos em boas condições é algo maravilhoso.
  • 6:59 - 7:08
    Sem os meus olhos, sem a capacidade
    de ver as coisas, sofreria imenso.
  • 7:09 - 7:16
    Só precisas de abrir os olhos e olhar, e vês
    tantas maravilhas da vida à nossa volta:
  • 7:17 - 7:26
    o céu azul, o pôr do sol maravilhoso, o rosto,
    os olhos, o sorriso das pessoas que amas.
  • 7:27 - 7:44
    Tocas estas coisas, estas pessoas, com atenção plena, e percebes
    que estar vivo, poder olhá-las profundamente, é felicidade.
  • 7:45 - 7:49
    A felicidade é algo simples.
  • 7:50 - 7:58
    Quando tens atenção plena, és nutrido por esse tipo de toque.
  • 7:58 - 8:07
    Quando tocas os teus olhos com atenção plena, sabes que os teus olhos são uma
    condição de paz, de felicidade e de alegria para ti. Sabes que a paz está ali, de certa forma.
  • 8:16 - 8:25
    Quando reparas que há árvores a morrer,
    sabes que isso é algo negativo.
  • 8:26 - 8:29
    Ao tocar nessas coisas, sofres.
  • 8:30 - 8:46
    Mas quando tocas árvores bonitas que ainda estão vivas, saudáveis,
    percebes como é maravilhoso ainda as termos à nossa volta.
  • 8:47 - 8:50
    Quando tocas essas árvores bonitas, és nutrido.
  • 8:51 - 8:58
    E fazes o voto de fazer tudo o que
    puderes para protegê-las, para as manter vivas.
  • 8:59 - 9:04
    Portanto, tocar a paz é dar uma oportunidade à paz.
  • 9:05 - 9:11
    Pratiquemos juntos este exercício de tocar.
  • 9:11 - 9:12
    Vamos tocar o nosso coração.
  • 9:12 - 9:17
    Inspirando, estou consciente do meu coração.
  • 9:19 - 9:30
    Expirando, sorrio ao meu coração.
  • 9:40 - 9:47
    Quando toco profundamente o meu coração
    desta forma, sei que o meu coração está ali.
  • 9:47 - 9:51
    E isso é uma boa notícia.
  • 9:53 - 10:00
    O meu coração é uma condição de paz,
    de bem-estar e de alegria para mim.
  • 10:00 - 10:09
    Mas se não o toco, posso causar-lhe mal, e não fico feliz.
  • 10:10 - 10:29
    O meu coração tem trabalhado arduamente, dia e noite, para me manter vivo,
    para me dar bem-estar, para bombear o sangue e irrigar todas as células do meu corpo.
  • 10:31 - 10:35
    E quando o toco profundamente assim, sinto gratidão pelo meu coração.
  • 10:36 - 10:38
    O meu coração é algo vivo.
  • 10:38 - 10:46
    E quando o toco com a minha atenção plena, com a minha
    bondade amorosa, o meu coração sente isso.
  • 10:46 - 10:52
    Sente-se reconfortado pelo meu toque.
  • 10:53 - 11:02
    E se tocarmos o nosso coração profundamente desta forma, saberemos o que
    fazer e o que não fazer para apoiar o nosso coração.
  • 11:03 - 11:13
    Sabemos o que comer, o que não comer, o que beber e o que
    não beber no nosso dia a dia, para apoiar o nosso coração.
  • 11:15 - 11:22
    Descobrimos que fumar não é um ato
    amigável para com o nosso coração.
  • 11:23 - 11:30
    Sabemos que beber álcool não é um
    ato amigável para com o nosso coração.
  • 11:31 - 11:40
    E se continuarmos a tocar assim,
    deixamos de fumar, deixamos de beber álcool.
  • 11:41 - 11:48
    E protegemos a paz, o bem-estar e a alegria dentro de nós.
  • 11:50 - 12:06
    Podemos passar muito tempo a pensar noutras coisas, mas não temos oportunidade
    suficiente para regressar e tocar as condições de paz e bem-estar dentro de nós.
  • 12:07 - 12:09
    Vivemos na inconsciência.
  • 12:09 - 12:13
    A inconsciência é o oposto da atenção plena.
  • 12:14 - 12:21
    Vivemos o nosso dia a dia de forma a destruir a paz,
    a estabilidade, a alegria no nosso corpo.
  • 12:22 - 12:27
    Trazemos elementos de guerra para o nosso corpo.
  • 12:33 - 12:41
    A atenção plena é a capacidade de estar consciente
    do que está a acontecer no momento presente.
  • 12:42 - 12:57
    Se comermos com atenção plena, se bebermos com atenção
    plena, se fizermos as coisas com atenção plena, estamos sob a luz da atenção plena.
  • 12:58 - 13:06
    Sabemos o que fazer para trazer elementos de paz e
    alegria ao nosso corpo e aos nossos sentimentos.
  • 13:07 - 13:21
    Sabemos o que não ingerir para evitar que toxinas e venenos
    entrem no nosso corpo e na nossa consciência.
  • 13:24 - 13:27
    E é possível praticarmos isso em conjunto.
  • 13:27 - 13:40
    "Se me amas, por favor ajuda-me a estar consciente, e ajuda-me
    a tocar nos elementos positivos, curativos e refrescantes dentro de mim.
  • 13:41 - 13:53
    Toca a minha semente de paz, a minha semente de alegria, toca
    a semente de bondade amorosa em mim, toca a semente de felicidade em mim.
  • 13:53 - 13:58
    Por favor, não toques a semente da raiva em mim.
  • 13:58 - 14:06
    Por favor, não toques a semente do desespero e da violência em mim.
  • 14:07 - 14:12
    Eu vou sofrer, e tu vais sofrer também.
  • 14:13 - 14:19
    Então, podemos querer praticar juntos."
  • 14:20 - 14:31
    Por vezes sofremos um pouco demais, e culpamos
    a outra pessoa como a causa do nosso sofrimento.
  • 14:31 - 14:42
    O nosso companheiro, o nosso filho, a nossa
    filha, os nossos pais — culpamo-los.
  • 14:44 - 14:48
    Consideramo-los a causa do nosso sofrimento.
  • 14:48 - 14:58
    Na verdade, eles também sofrem como nós,
    e o nosso inimigo não é a outra pessoa.
  • 14:58 - 15:09
    O nosso inimigo é a semente do desespero, da raiva,
    da frustração, do medo que existe em cada um de nós.
  • 15:09 - 15:12
    "Tu não és o meu inimigo.
  • 15:14 - 15:28
    Quero que pratiques comigo para ajudar a transformar as
    sementes de sofrimento em mim e em ti, porque todos sofremos do mesmo."
  • 15:29 - 15:40
    Portanto, se os companheiros sofrem, devemos tentar não
    olhar para a outra pessoa como a causa do nosso sofrimento.
  • 15:41 - 15:56
    "Devemos reunir a nossa inteligência, o nosso talento, a
    nossa atenção plena, para trabalhar na transformação das coisas negativas em ambos.
  • 15:57 - 16:14
    A tensão que existe entre nós impede-nos de nos ajudarmos mutuamente. E, como
    sabemos que somos vítimas do mesmo tipo de sofrimento, porque não nos unimos?"
  • 16:16 - 16:19
    E a minha ideia de prática
  • 16:19 - 16:25
    é que, quando nos juntamos, começamos
    por praticar tocar nas coisas positivas.
  • 16:28 - 16:39
    Praticamos olhar profundamente para ver a semente de paz, de alegria,
    de talento e de felicidade em nós e na outra pessoa.
  • 16:39 - 16:44
    Reconhecemos os valores de cada um.
  • 16:44 - 16:56
    Porque cada pessoa tem os seus próprios
    talentos, forças e valores positivos.
  • 16:57 - 17:02
    Cada um tem jóias dentro de si.
  • 17:02 - 17:16
    Olhar profundamente para a outra pessoa para reconhecer essas jóias, dizer-lho,
    apreciar esses valores — isso é uma prática maravilhosa.
Title:
War and Peace Within | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
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English
Duration:
17:38

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