Diana Al-Hadid Plays the Classics | ART21 "New York Close Up"

O artista Mihailov estava, como sempre
trabalhando quando trouxeram a ele

As cartas do Conde

e de Golenishtchev

De manhã, ele estava trabalhando em uma
grande pintura em seu estúdio

Ele só trabalhava com tal fervor e sucesso
quando as coisas iam mal pra ele

[Diana Al-Hadid, Artista]

Ele estava fazendo o rascunho da figura
de um homem com uma raiva violenta

Outro rascunho já tinha sido feito,
mas ele não estava satisfeito

Acho que preciso começar por aqui

O papel com o rascunho descartado
fora encontrado

Mas estava sujo, e manchado com
gordura de vela

Ainda assim, ele pegou o rascunho, colocou
em sua mesa, se afastou um pouco

e, apertando seus olhos,
começou a observá-lo

De uma vez, ele começou a sorrir
e gesticular alegremente

Eu amo a narrativa

e eu amo histórias

e eu amo romances e seus personagens

Mas tem uma parte de mim resistente
a esse tipo de especifidade

Eu gosto de me segurar e ser mais ambígua

Eu penso que todo meu trabalho é tipo
como eu desenho

É muito desenvolvimento

várias partezinhas

muita construção

tirando e cortando e adicionando e colando

e entortando e metarmorfoseando algo.

Sou muito física com meu trabalho

Acredito que ele seja guiado,
principalmente, pelo temperamento

Meu trabalho não é apenas uma decisão
que é estável

são muitas decisões, interligadas
e flutuantes.

E é isso que me permite um outro tipo
de atividade cerebral

tipo, posso ouvir Anna Karenina e
não ser incomodada

Capítulo 12.

Ele certamente havia esquecido da
pintura que fizera três anos atrás

Ele havia esquecido todas as agonias e
e êxtases que vivera com aquela pintura

quando, por vários meses, fora ela o único
pensamento assombrando ele, dia e noite

Ele se esqueceu, como sempre fazia,
das pinturas que havia terminado

Boa parte do vocabulário visual
das esculturas

veio do desejo de dissolver o trabalho

dissolver tanta massa do objeto
quanto eu podia.

Esses pingos, certo?

Esses pingos estão como que suspensos
em isolamento.

Quando eu percebi que tinha a capacidade
de fazer essa superfície líquida

ou então fazer como se parecesse
que ela ainda está se movendo

foi quando eu pensei, "Wow, isso é uma
oportunidade

De pensar sério sobre construção de imagem
com esse material

A figura de algo imaginário e inanimado
se tornara viva, e isso nunca mudaria

Aquela figura vivia e não havia dúvidas
de que era claramente definida

Com cada projeto,
eu estou meio que perguntando,

"Como posso repensar esse processo
com o qual me familiarizei?"

Então quando as imagens estão,
vamos dizer, todas coladas

quando está tudo pronto e seco e
nós podemos retirar

nós tiramos da parede e ela salta

Elas se tornam coisas dimensionais

É um processo muito texturizado

Eu não sei como as pessoas interpretam;
Mas não é mais uma imagem, é um objeto.