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Ai Weiwei in "Change" - Season 6 - "Art in the Twenty-First Century" | Art21

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    Em 3 de abril de 2011, Ai Weiwei
    foi levado em custódia
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    pelas autoridades chinesas no aeroporto
    de Beijing enquanto ia para Hong Kong.
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    Maio de 2011.
    Ainda sob custódia, Ai Weiwei
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    não conseguiu participar
    da inauguração da obra
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    "O círculo dos Animais/
    Cabeças Zodiacais" em Nova Iorque.
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    O som está bom aí atrás?
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    É uma honra recebê-los aqui hoje
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    para inaugurar uma grande
    obra de arte pública
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    feita por um dos cidadãos públicos
    mais criativos e corajosos do mundo:
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    Ai Weiwei.
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    Ai Weiwei não pode estar na
    inauguração de seu trabalho,
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    "O círculo dos Animais/
    Cabeças Zodiacais"
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    Mesmo que ele não esteja aqui fisicamente
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    ele continua a falar conosco,
    a nos encantar,
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    a nos desafiar por meio de sua arte.
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    Na sua escala de acessibilidade,
    "O Círculo dos Animais/Cabeças Zodiacais"
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    mantém a rica tradição nova-iorquina
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    de exibir obras artísticas inesquecíveis
    para que todos possam apreciar.
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    Ai Weiwei acredita que a arte
    deva ser para todos
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    e concordamos totalmente com ele.
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    Depois da coletiva de imprensa
    com o prefeito Bloomberg,
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    os assistentes de Ai Weiwei E-Shyn Wong
    e Inserk Yang se encontraram com o Art21.
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    Nós o chamamos em chinês...
    [fala em chinês]
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    que é "Professor Ai"
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    Ele sempre teve consciência de
    que temos que aprender algo novo
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    Em todo projeto ele quer ter a certeza
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    de que estamos aprendendo
    algo além do trabalho braçal.
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    Ele nos dá muita liberdade.
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    Ele não é um artista que
    impõe suas decisões criativas
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    aos seus assistentes e colegas.
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    Com cada proposta que recebemos,
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    o que Weiwei considera importante
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    é o espaço e como ele pode ser usado.
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    Ele tem muitos artesãos
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    e muitas pessoas trabalhando com ele.
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    E ele trabalha diretamente com todos nós.
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    O estúdio sempre foi
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    um estado de fluxo constante.
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    Sempre com muitas pessoas,
    principalmente nos últimos anos
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    que chamamos de voluntários.
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    Eles vêm com um certo tipo de interesse,
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    são quase todos jovens e chineses.
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    E normalmente não estão
    envolvidos com arte.
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    Então temos até donas de casa vindo aqui
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    e dizendo ao Weiwei
    que o seu trabalho as impactou,
  • 3:04 - 3:06
    e que elas querem participar disso.
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    E, geralmente, se ele sente que
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    tem uma paixão ali, ele aceita a pessoa.
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    Todo os dias pessoas chegam até nós
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    e nos oferecem propostas de algo
    que podem fazer para ajudar Weiwei.
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    De primeira, pensamos,
    "Ok, talvez seja melhor ficarmos quietos,
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    porque não queremos
    irritar o governo chinês."
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    Mas depois pensamos,
    "O que o Weiwei faria?"
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    E ele provavelmente faria muito barulho.
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    Então eu acho que ainda somos,
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    ele ainda é muito cuidadoso com o que faz.
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    Ele não faz barulho por fazer.
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    Então acho que estamos pensando,
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    estamos tentando pensar
    bem na melhor abordagem,
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    mas eu não acho que
    nos calarmos seja a solução.
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    É verdade, não se cale.
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    É triste não poder vê-lo
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    porque ele é uma figura
    muito agradável e carismática.
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    É ótimo tê-lo por perto.
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    Obviamente, é estranho
    fazer um show sem o artista.
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    Isso é um pré-requisito
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    e você anseia pela vinda do artista.
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    Óbvio que temos nossas ideias
    de como usar a galeria
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    e do que queremos,
    mas há sempre alterações.
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    Decidimos colocar pôsteres
    porque normalmente o artista está aqui
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    com estrevistas marcadas,
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    então esperaríamos que ele pudesse falar.
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    Então percebemos
    que seria importante dar voz a ele.
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    E escolhemos uma pequena seleção
    de citações pertinentes e atemporais
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    Como se sabe, Ai Weiwei é filho
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    de um poeta muito famoso, Ai Qing.
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    Ele cresceu sabendo que a arte
    era poderosa, mas também controversa.
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    Ele tentou fugir disso
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    e fugiu da China no final dos anos 80
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    e foi para Nova Iorque.
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    Ele teve um período de reflexão
    e absorção das coisas.
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    Ele criava, mas não buscava
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    uma carreira sólida como artista.
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    E acho que essas influências,
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    quando ele volta para a China
    no meio dos anos 90,
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    o fizeram se posicionar
    e entrar no cenário cultural chinês
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    e no cenário mundial
    com uma voz muito ativa.
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    Há alguns trabalhos na exibição
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    que, para mim, são muito
    importantes e tocantes.
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    Tem uma câmera de segurança
    feita em mármore
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    e posta num pedestal.
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    As câmeras de segurança são predominantes
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    nas nossas vidas.
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    Elas são como o pano de fundo
    de nossas vidas e subestimamos isso.
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    Para ele, elas eram muito presentes,
    não só panos de fundo,
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    mas ele também esteve sob vigilância
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    por muitos anos.
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    E ele levou isso de uma forma leve.
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    Ele conversava com os guardas
    à paisana que vinham
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    e ficavam perto da casa dele.
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    Ele apertava suas mãos.
    E ele não se importava
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    quando a gente perguntava
    se isso era incômodo.
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    Mas é claro que é incômodo,
    e o que aconteceu foi terrível.
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    Outra curiosidade é que enquanto ele fazia
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    a câmera de segurança em mármore,
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    ele adotou outra estratégia
    que foi de deixar sua vida
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    o mais pública possível.
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    Quando eu o visitei no estúdio,
    ele tuitou umas 20 vezes
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    durante a nossa reunião de uma hora.
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    E eu penso que, se tudo estiver à mostra,
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    não há nada para espionar.
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    Então ele não tinha nada a esconder.
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    Ele trabalha de diversas formas,
    mas em cada uma
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    ele faz nos seus próprios termos e,
    do jeito mais simples, claro
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    e potente possível para dar
    ao mundo o seu testemunho.
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    Junho de 2011. Em liberdade condicional
    e à espera de seu julgamento
  • 7:24 - 7:27
    por evasão fiscal em Beijing,
    Ai Weiwei está proibido
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    de falar sobre os termos de soltura
    ou do seu período sob custódia.
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    [conversa abafada]
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    [gato miando]
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    Setembro de 2011. O Art21 consegue
    permissão para entrevistar Ai Weiwei
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    sob a condição de perguntar
    apenas sobre a sua arte.
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    [ENTREVISTADOR]
    Como você decidiu se tornar artista?
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    Como?
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    Essa decisão não foi feita
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    muito seriamente.
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    Digo, eu não tive muita escolha
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    quando comecei a fazer arte.
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    Ou você é um "não-artista",
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    um operário, um fazendeiro ou um soldado.
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    Ou você se torna alguém
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    que à época eu chamaria
    de operário da arte.
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    Então como eu tenho familiaridade
    com a arte, por causa do meu pai,
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    eu só escolhi isso.
    E não tinha muito sucesso.
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    Eu passei anos
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    me chamando de artista,
    mas não era de fato.
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    Eu não tinha muitos trabalhos,
    nem nada que as pessoas valorizassem.
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    Até muito tarde, em 2004,
    que eu comecei a ter exibições.
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    O que também me surpreendeu.
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    Você é sempre alguém
    que você é capaz de ser.
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    Quando dizem que você pode fazer lustres,
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    você é alguém que faz lustres.
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    E isso é muito convincente.
  • 9:52 - 9:55
    Mais convincente do que qualquer coisa.
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    Talvez seja por isso que
    eles me chamem de ativista político.
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    Na verdade eu nunca repensei
    o meu trabalho. Está no passado.
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    É um caixão torto.
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    Eu acho que
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    podemos usar como uma mesa também,
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    para cochilar ou algo assim.
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    A mídia é a mensagem.
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    Em muitos casos é verdade,
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    e não no sentido clássico.
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    Ela carrega toda intenção e o significado.
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    Uma vez que você a altera,
    é muito perturbador.
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    Aqueles são objetos inúteis.
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    Eu tenho muito interesse
    nesses objetos "inúteis".
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    É preciso um trabalho artesanal perfeito,
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    um belo material cuidadosamente
    medido e acabado.
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    Mas, ao mesmo tempo, é inútil.
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    Precisamos de algo que
    as pessoas percebam que é arte,
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    do contrário, eles vão pensar
    que você é muito politizado
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    Que "o que você faz não é arte".
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    Ou que "você nunca vai entender"
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    Então às vezes você precisa dizer,
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    "Eu sou um artista",
    "Eu sei fazer isso", sabe?
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    [risadas]
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    Eu acho que tenho interesse
    nessas atividades
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    ditas "arte" porque
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    é sobre lidar com novas possibilidades.
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    O componente de áudio com
    a instalação de mochilas em Harvard
  • 14:35 - 14:45
    é a leitura dos 5.000 nomes
    dos estudantes mortos num terremoto.
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    Meus carpinteiros sempre
    precisam de trabalho.
  • 15:13 - 15:16
    Eles perguntam,
    "Weiwei, o que podemos fazer agora?"
  • 15:16 - 15:23
    Eu não sei bem o que fazer...
  • 15:23 - 15:24
    Eu não tenho muitas ideias.
  • 15:24 - 15:27
    Eu disse de talvez tentar esse pote.
  • 15:27 - 15:31
    Era de um brinquedo
    de plástico para gatos.
  • 15:31 - 15:34
    E eles disseram, "isso é muito difícil".
  • 15:34 - 15:36
    Então eu disse,
    "o objetivo é esse".
  • 15:36 - 15:40
    Eles precisaram de mais ou menos um ano,
  • 15:40 - 15:44
    para entenderem como criar
    uma estrutura sem pregos.
  • 15:44 - 15:47
    Aos poucos se tornou um jogo para eles.
  • 15:47 - 15:48
    Eles adoraram.
  • 15:48 - 15:54
    Mesmo que não tenha sentido,
    eles aceitaram por ser muito difícil.
  • 16:32 - 16:36
    A vigilância tem um objetivo muito claro.
  • 16:36 - 16:41
    É o de monitorar,
    ou secretamente monitar...
  • 16:41 - 16:46
    o comportamento das pessoas...
  • 16:46 - 16:51
    Mas uma vez que se torna mármore,
    a vigilância é observada.
  • 16:57 - 17:00
    Ela não funciona mais.
  • 17:21 - 17:24
    [ruídos de sirenes. trânsito]
  • 17:55 - 17:59
    Para saber mais sobre "Arte no Século 21"
  • 17:59 - 18:01
    e seus recursos educacionais,
  • 18:01 - 18:05
    acesse: PBS.org/art21
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    "Arte no Século 21"
    está disponível em DVD.
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    Um livro complementar
    também está disponível.
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    ou ligue para PBS Home Video
    no 1-800-PLAY-PBS.
Title:
Ai Weiwei in "Change" - Season 6 - "Art in the Twenty-First Century" | Art21
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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
18:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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