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A linguagem secreta das árvores — Camille Defrenne e Suzanne Simard

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    A maior parte da floresta
    vive na sombra de gigantes
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    formados pelas copas mais altas.
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    São as árvores mais antigas,
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    com centenas de filhos
    e milhares de netos.
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    Confraternizam com as vizinhas,
    partilham a comida, os nutrientes
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    e a sabedoria conquistada
    durante a sua longa vida.
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    Fazem tudo isto enraizadas no solo,
    sem poder falar, ou movimentar-se.
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    O segredo para o seu êxito reside
    sob o solo da floresta,
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    onde grandes sistemas de raízes
    sustentam os enormes troncos por cima.
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    Em parceria com essas raízes,
    há fungos simbióticos, as micorrizas.
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    Estes fungos têm inúmeras ramificações,
    do tipo hifas,
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    que, em conjunto, formam o micélio.
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    O micélio espalha-se por uma área
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    muito maior do que o sistema
    de raízes da árvore
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    e liga as raízes de diversas árvores.
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    Estas ligações formam redes de micorrizas.
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    Através das redes de micorrizas
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    os fungos passam recursos e moléculas
    de sinalização entre a árvores.
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    Sabemos que as árvores mais velhas
    têm as maiores redes de microrrizas
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    com o maior número de ligações
    às outras árvores,
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    mas estas ligações são
    extremamente difíceis de detetar.
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    Isso porque há cerca de cem espécies
    de fungos microrrízicos
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    e uma árvore individual
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    pode ser colonizada
    por dezenas de diversos fungos,
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    cada um dos quais se relaciona
    com um conjunto especial de outras árvores
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    que, por sua vez, tem um conjunto
    especial de associações de fungos.
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    Para ter uma ideia de como as substâncias
    fluem por estas redes.
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    vamos ampliar os açúcares,
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    enquanto viajam duma árvore adulta
    para um rebento vizinho.
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    O percurso do açúcar começa
    bem acima do solo,
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    nas folhas das copas
    das árvores mais altas.
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    As folhas usam
    a abundante luz solar lá em cima
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    para criar açúcares
    através da fotossíntese.
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    Este combustível essencial
    viaja pela árvore
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    até à base do tronco
    sob a forma de seiva bruta.
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    A partir daí, o açúcar
    viaja até às raízes.
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    Os fungos micorrízicos encontram
    as pontas das raízes
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    e envolvem as células exteriores
    das raízes ou penetram nelas,
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    consoante o tipo de fungos.
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    Os fungos não produzem açúcares,
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    mas precisam deles como combustível,
    tal como as árvores.
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    Mas podem recolher nutrientes do solo
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    mais eficazmente
    do que as raízes das árvores
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    — e passam esses nutrientes
    para as raízes das árvores.
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    Geralmente, as substâncias fluem
    do local onde são mais abundantes
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    para o local onde são menos abundantes
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    ou seja, da fonte para o solo.
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    Isso significa que os açúcares fluem
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    das raízes das árvores
    para as hifas dos fungos.
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    Quando os açúcares entram nos fungos,
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    viajam ao longo das hifas
    através dos poros entre as células
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    ou através de hifas ocas
    especiais para transporte.
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    Os fungos absorvem parte dos açúcares,
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    mas outra parte continua a viajar
    e entra nas raízes duma árvore vizinha,
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    num rebento que cresce na sombra
    e tem menos oportunidade
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    de fotossintetizar açúcares.
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    Mas porque é que os fungos transportam
    recursos de árvore para árvore?
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    Isto é um dos mistérios
    das redes de micorrizas.
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    Faz sentido para os fungos trocar
    nutrientes do solo e açúcar com uma árvore
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    — ambas as partes beneficiam.
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    Os fungos também beneficiam,
    de forma menos óbvia,
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    de fazer parte duma rede entre árvores,
    mas a forma exata não é muito clara.
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    Talvez que os fungos beneficiem
    de ter ligações
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    com o maior número de árvores possível
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    e maximizam as suas ligações
    movimentando moléculas entre árvores.
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    Ou talvez as plantas reduzam
    as suas contribuições para os fungos
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    se os fungos não facilitarem
    as trocas entre árvores.
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    Sejam quais forem as razões,
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    estes fungos passam quantidades incríveis
    de informações entre as árvores.
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    Através das micorrizas, as árvores
    podem dizer quando chegam os nutrientes
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    ou as moléculas sinalizadoras
    de um membro da sua espécie ou não.
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    Até podem dizer quando as informações
    provêm de uma árvore familiar,
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    como um rebento ou árvore-mãe.
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    As árvores também partilham informações
    sobre acontecimentos como uma seca
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    ou ataques de insetos,
    através das redes de fungos,
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    fazendo com que as vizinhas aumentem
    a produção de enzimas protetores
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    para evitar ameaças.
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    A saúde da floresta reside
    nestas complexas comunicações e trocas.
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    Com todas estas interligações profundas,
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    o que causa impacto numa espécie
    causa impacto nas outras.
Title:
A linguagem secreta das árvores — Camille Defrenne e Suzanne Simard
Speaker:
Camille Defrenne e Suzanne Simard
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-secret-language-of-trees-camille-defrenne-and-suzanne-simard

A maior parte da floresta vive na sombra de gigantes formados pelas copas mais altas. São as árvores mais antigas, com centenas de filhos e milhares de netos. Confraternizam com as vizinhas, partilham a comida, os nutrientes e a sabedoria conquistada durante a sua longa vida, apesar de enraizadas no solo. Como é que fazem isso? Camille Defrenne e Suzanne Simard exploram o enorme sistema de raízes e a complexa comunicação das árvores.

Lição de Camille Defrenne e Suzanne Simard, realização de Avi Ofer

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:18
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The secret language of trees
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for The secret language of trees
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The secret language of trees
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