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A apresentação dramática a seguir
é um trabalho de ficção.
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Foi inspirado por eventos recentes
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em Newfoundland, e em
outro lugar do Canadá,
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mas não é uma reconstituição
de quaisquer acontecimentos reais.
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Os personagens, locais e diálogos
desse drama não pretendem...
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representar as verdadeiras
personalidades, ações ou palavras
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de qualquer pessoa
viva ou morta.
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Os Meninos de São Vicente
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Tradução: Virtualnet.
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Pode entrar, filho.
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Entre.
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Entre e feche a porta.
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Aquele livro que lhe dei, Kevin.
Já terminou de ler?
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Ainda não terminei, padre Mike.
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-O que achou, você gostou?
-Ah, sim, "gostou" bastante.
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Gostei, Kevin. Eu "gostei"
bastante, não, "gostou".
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Sabe, quando a gente
vai se confessar?
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Sebe, conta-se tudo.
Bem, eu queria saber...
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se os padres
também se confessam?
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Claro que sim, meu filho.
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Nos confessamos e pedimos
ao Senhor o seu perdão.
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Rezamos Ave Maria
como qualquer um.
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Era uma noite muito,
muito escura.
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E não havia muito vento, só o
suficiente para balançar as folhas.
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Sabe como fazer o som
de balançar as folhas? Tente.
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Isso mesmo.
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Então o padre Jim
não tinha medo de ninguém.
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Mas houve alguma coisa naquela
noite que o deixou apreensivo.
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Quando ele tinha vindo,
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ele viu um luz no meio da ponte
que tinha que atravessar.
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E quanto mais se aproximava
a luz brilhava ainda mais.
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Quando o padre Jim colocou
o pé naquela ponte,
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ele tremia muito, porque
a luz vinha direto para ele.
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E ficou suspensa no ar,
e chegava mais perto.
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Então ele se moveu para o lado,
e a luz se moveu também.
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Ele se moveu para o outro lado,
e a luz se moveu também.
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Então a luz veio
de encontro a ele.
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E o padre Jim, o mesmo padre Jim
que não tinha medo de nada...
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estava tão assustado
que fugiu da ponte
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e se escondeu embaixo dela.
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Ora, vejam, o que é isso?
Alguém veio me ajudar?
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Venha, garoto.
Não me ajudará ficando aí.
-
Preciso que segure
essa ferramenta para mim.
-
Venha.
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Não adiantava nada ter vindo aqui
se já tivessem feito o trabalho.
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Mas já que estamos aqui,
vamos fazer isso juntos.
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Aqui está.
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Suba aqui.
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É, senão não vai alcançar.
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Agora...
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Segure firme.
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Não pode deixar escorregar.
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O que está fazendo aqui sozinho?
Qual é seu nome?
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Kevin. Kevin Reevey.
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Bem, e...
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-E o quê?
-O que está fazendo aqui sozinho?
-
Nada.
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Nada? Isso não é resposta
para a minha pergunta.
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-Não tem medo do escuro?
-Não, eu gosto de ficar aqui.
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O que achou disso?
-
-Ficou bom?
-Sim, senhor.
-
Obrigado, senhor.
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Apareça mais vezes.
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E antes do sol se por...
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não havia mais luz.
-
Era o demônio, padre?
-
Sim, filho.
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Mas vocês sabem
o que o protegeu, não é?
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Todos vocês agora:
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O que protegeu o padre Jim
naquela noite, embaixo da ponte?
-
-O Rosário.
-Isso mesmo, foi o Rosário.
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Em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. Amém.
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Ótimo.
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Já ouviu falar daquela da
ovelha e do rebanho perdido?
-
Muito bem, Sr. Finn, prefiro
saber da porta quebrada.
-
Não, padre, acho que
prefere aquela da ovelha.
-
Precisei chamar ajuda, e a
parte dele será de 150 dólares.
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O senhor me disse que poderia
consertar qualquer coisa.
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Bem, existe coisas da vida que
não podem ser consertadas...
-
-e isso é uma dessas coisas.
-Vejo que é um filósofo.
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É, eu sou mesmo, padre Lavim.
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Agora havia um pobre rapaz
que queria consertar
-
o seu pobre coração partido.
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Eu prometi um pequeno show,
senhores, para ser apresentado
-
depois do jantar
do centésimo aniversário.
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E agora, padre Glackin,
eu quero que cuide disso.
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Já não chega
o que eu tenho que fazer, não é?
-
Isso já está decidido.
Não quero mais falar sobre isso.
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Agora, quanto ao time de hóquei,
eu estou querendo...
-
colocar o Mike no centro.
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NAVIOS
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Agora é a sua vez.
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Muito bem, já chega.
Apagar as luzes. Vamos!
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Todos coloquem os seus pijamas.
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-Só um minuto, padre.
-Por favor, padre.
-
Só esse, por favor. Coloquem
seus brinquedos bem aqui.
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-Já vou.
-Vamos!
-
-Rápido.
-Vem, me ajuda.
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Vamos logo!
O padre está chamando.
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Saiam do banheiro agora.
Já fizeram o necessário.
-
Muito bem,
agora coloquem os pijamas.
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Ajoelhem-se para que
possamos rezar.
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Kevin.
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O padre Lavin quer que você
vá até a sala dele, por favor.
-
Mas eu estou cansado, padre,
e eu já me troquei para dormir.
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Não pode esperar até amanhã?
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O que eu disse? Eu disse que o
padre Lavin quer vê-lo pela manhã?
-
-Não, senhor.
-Não, não foi isso que eu disse.
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Então vá agora.
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Coloque aqui.
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Você lavou suas orelhas?
-
Bom dia, cavalheiros.
-
Mãos para frente.
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Ótimo, ótimo, ótimo.
-
Ótimo, ótimo.
-
Se lavasse as mãos
isso não aconteceria.
-
Ótimo, ótimo, ótimo.
-
Philip.
-
Ótimo.
-
Ótimo, ótimo.
-
Ótimo.
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Essa camisa vai para a lavanderia,
coloque outra.
-
Ótimo, ótimo.
Está ótimo.
-
Está ótimo.
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E quanto a você, meu jovem?
-
Será que essa sua cabeça de melão
está funcionando bem ultimamente
-
para saber onde coloca os pés?
-
Não tenho certeza, padre.
Deixa eu ver.
-
Eu quis dizer,
como se calçar, meu filho.
-
Volte pra fila.
-
Arrume essa camisa.
-
Ótimo, ótimo...
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Agora podem ir,
e pelo amor de Deus...
-
meçam suas palavras lá fora.
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Lembrem-se que carregam
o bom nome de São Vincent.
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A senhora tem alguma roupa
para o orfanato?
-
Estamos arrecadando roupas
para o São Vicente.
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Esperem um minuto,
eu vou ver o que tenho.
-
O que achou?
-
-Onde conseguiu isso?
-Eu mesmo fiz.
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Kevin, você tem que aprender a
se virar sozinho nesse mundo cruel.
-
Veja.
-
-Muito bem, aqui está.
-Obrigado.
-
Obrigado, senhor.
Quase me esqueci,
-
a senhora não teria algum trocado
para o nosso Natal?
-
Bem, vejamos, eu tenho quase certeza
que tenho uns trocados para você.
-
-Isto aqui dá, garoto?
-Está ótimo,
-
muito obrigado, senhora.
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De nada, garotos.
-
Gostaria que meus netos
fossem educados como vocês.
-
Obrigado novamente.
Temos que ir. Tchau.
-
Entendeu tudo agora, Kevin?
-
Eu já tenho o bastante, sabia.
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Sabe, quando for se confessar
vai falar sobre isso?
-
Não. Isso não tem
nada a ver com os padres.
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Kevin, não confie neles.
-
Toquem o alarme.
Temos uma garota no orfanato.
-
Olha, isto é para mulheres,
e isto é para os homens.
-
Deixa eu vê.
Boxeador, eu vou ser boxeador.
-
Que nada, vou lutar com você,
acabo com você.
-
É isso aí, tá certo.
Quem vai lutar comigo?
-
Vamos.
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Vem aqui, Steven.
-
Ei, Steven. Eu nunca vi você
batendo no seu irmão.
-
Venha, vamos,
eu te mostro como fazer.
-
Kevin, é para você ir
a sala do padre Lavin agora.
-
Agora?
-
Vamos!
-
Isso, isso.
Bate, bate!
-
Grande Steven,
muito bem.
-
Vamos lá, Steven!
-
Eu sou campeão.
-
Kevin Reevey?
-
Por favor, não,
me deixe em paz!
-
Não me leva pra lá, por favor.
-
Não temos outro lugar
para te levar, garoto.
-
Kevin.
-
Pode esperar na sala, por favor?
-
Tira o chapéu.
-
Obrigado por trazê-lo de volta.
Está frio lá fora.
-
Ele realmente não queria voltar.
Isso eu posso garantir.
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-Ele nos chutou bastante.
-Sem dúvida.
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Uma coisa que esses
garotos têm em comum
-
é uma insaciável
necessidade de atenção.
-
-Boa noite.
-Boa noite.
-
Venha.
-
Para começar...
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Vamos retirar o casaco.
-
Venha aqui.
-
Kevin...
-
Tudo bem.
-
Tudo bem, Kevin.
Está em casa agora, filho.
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A mamãe te ama.
-
A cabecinha, cadê?
Meu querido.
-
A mamãe te ama.
-
Minha mãe morreu
e não vai voltar.
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-O quê?
-Você não é minha mãe.
-
-O quê?
-Você não é minha mãe.
-
Você não é minha mãe.
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Você prefere se comportar
como os outros meninos...
-
então será punido
como os outros meninos.
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Vamos, levantem-se!
Levantem-se todos!
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Vamos lá, andando.
Vamos lá, vamos lá!
-
O sol já está brilhando.
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Eu não disse para se levantarem?
Acho que disse para se levantarem.
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Vamos, andem depressa!
Vamos! Vamos, vamos, levante-se!
-
Vamos, andando.
Levante-se agora!
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O sol já se levantou há horas!
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Vamos, você. Eu disse,
levante-se, vamos!
-
Levante essa carcaça.
Vamos, ande!
-
Vamos, andem, andem, vamos!
-
Eu disse agora!
-
Tudo bem, Kevin.
-
Pode ficar na cama hoje.
-
Tudo bem.
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Muito bem, vamos andando, andando.
Vamos escovar os dentes.
-
Apresse-se.
Vai, vai!
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-Quem criou o mundo?
-Deus.
-
Quem é Deus?
-
O criador e Senhor absoluto do
céu, da terra e todas as coisas.
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Quantos deuses existem?
-
Só existe um Deus e recompensará
os bons e punirá os maus.
-
Onde está Deus?
-
Deus está em todo lugar,
-
mas está principalmente no céu
com os anjos e santos.
-
Acho que podem fazer melhor do
que isso, meninos. Onde está Deus?
-
Deus está em todo lugar,
-
mas está principalmente no céu
com os anjos e santos.
-
Muito bem.
Agora vejamos...
-
-Jimmy.
-Sim.
-
O que é o céu?
-
O reino da glória de Deus
e também dos anjos e santos.
-
Muito bem.
-
Vamos, cara, você precisa comer.
Para ficar mais forte.
-
Eu vou deixar aqui embaixo.
-
Eu tenho que ir. Até logo.
-
-Tudo bem, Mike?
-Tudo bem, filho. E você?
-
Estou bem, e ficarei melhor se não
disser para ninguém que me viu aqui.
-
Eles nunca arrancarão isso de mim.
-
Eu não estive aqui.
Você entendeu bem?
-
Eles podem até
tirar as minhas unhas,
-
que não te coloco numa fria.
-
-Que tal, garoto?
-Obrigadão, Mike.
-
Eu tenho que ir.
-
Não está se sentindo bem, Kevin?
-
Vamos, diga alguma coisa.
O que há de errado com você?
-
Vamos, sorria.
Quero ver você sorrindo, Kevin.
-
O que aconteceu com você?
-
Estou lhe dizendo, padre.
Parece que ele não está bem.
-
Um dia de cama é tudo
o que o garoto precisa, Sr. Finn.
-
Santo Deus, padre.
Você já o viu?
-
Acho que precisa
colocar gelo ou algo assim.
-
Por que não vai lá
e veja por si mesmo?
-
-Acho que o menino precisa de...
-Espere um pouco, Sr. Finn.
-
Há quanto tempo está aqui?
Duas semanas?
-
Os garotos são bem fortes.
Se recuperam rápido.
-
Eu não quero
me meter, padre,
-
mas aquele garoto
precisa de um médico.
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E o que, em nome de Deus
-
aquele garoto fez para
apanhar daquele jeito?
-
Me diga quem você pensa que é?
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Como sabe que o garoto apanhou?
Como sabe?
-
Você é médico, não.
Você é o zelador, Sr. Finn.
-
Esse é o seu trabalho aqui.
-
Agora vá fazer o seu trabalho
e me deixe fazer o meu,
-
ou eu terei que procurar
outro zelador.
-
Não, eu não vou ir embora.
-
Você vem comigo, rapaz.
Você vai, querendo ou não.
-
Porque você não está bem.
-
-Então, qual é o problema, meu jovem?
-Ele apanhou, doutor.
-
Esse é o problema.
-
Vamos, Kevin.
Diga o que aconteceu.
-
Muito bem, vou examinar o garoto.
Quer esperar lá fora?
-
Eu estou aqui fora, Kevin, certo.
-
Oi, Kevin.
-
Vamos ver.
-
Posso ajudá-lo, padre?
-
Acho que sim, eu sou padre Lavin,
do orfanato São Vicente.
-
Acho que um dos nossos garotos
foi trazido para cá, Kevin Reevey.
-
Ele está com o médico.
-
Siga em frente,
segunda porta à sua esquerda.
-
-Obrigado.
-As ordens.
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Você é um idiota.
Um maldito idiota.
-
-O que pensa que está fazendo?
-O garoto tinha que vir ao médico.
-
Você nem imagina a encrenca
em que está, não é?
-
Eu poderia acusá-lo por raptar
uma criança. Maldito idiota.
-
-Não precisa chegar a esse extremo.
-Não preciso chegar a esse extremo?
-
Eu posso fazer
o que bem quiser e você
-
não é bem vindo
no São Vicente, Sr. Finn.
-
O quê?
-
Está despedido,
seu idiota intrometido.
-
A sua cara me deixa enojado.
-
Você trouxe dor e caos para a nossa
casa e os meninos o odeiam por isso.
-
Isso não é verdade,
e você sabe disso.
-
Você é um louco maldito.
É isso que você é.
-
Vai sair daqui!
-
Não deixe ver a sua cara
novamente o mandarei prendê-lo.
-
Você pode me chamar
de um grande imbecil
-
e pode também me chamar de idiota.
-
Mas me deixe dizer
uma coisa agora, padre.
-
Esses garotos gostam de mim
-
e por você eles não sentem nada.
-
Pode levá-lo com o senhor.
-
Pobre criança.
-
Padre, eu não tenho ideia
de quem fez isso.
-
Mas acho que você tem
um problema para resolver.
-
-Ele não disse quem foi?
-Não, ele não me disse nada.
-
Talvez o senhor consiga
descobrir algo mais do garoto.
-
Mas ele está aterrorizado.
Disso eu estou convencido.
-
Não tenho ideia.
-
Sem dúvida foi um dos
garotos mais velhos.
-
Eles podem ser muito cruéis
com os mais novos.
-
A enfermeira vai lhe dar alguns
formulários para assinar
-
e eu trarei
o garoto em um minuto.
-
Ótimo. Obrigado.
-
Kevin...
-
Venha aqui.
-
Isto é por ter sido
um bom menino.
-
Alguns dias de descanso
e você ficará novo em folha.
-
Pegue.
-
-Então?
-Obrigado, padre.
-
De nada.
-
Kevin, se eu bati em você...
-
Foi só para ajudá-lo a aprender
o que é certo ou o que é errado.
-
Eu sempre estarei aqui
para protegê-lo.
-
Você é muito especial para mim.
-
Você entendeu?
-
Vamos pegar algo para comer.
-
Você tem pouco
tempo para dormir.
-
Eu também, na verdade.
-
Feche os olhos,
e mantenha a luz fora.
-
É hora de dormir.
Os outros estão dormindo.
-
-Por favor, padre...
-Acordará cedo pela manhã.
-
Agora é hora de dormir.
-
Vamos agora, Steven...
-
Vamos, feche
os seus olhos e durma.
-
Tenha bons sonhos.
-
E agora eu quero que
você durma bem tranquilo.
-
Você está bem?
Ele mexeu com você? Ele mexeu?!
-
-Tire suas mãos de mim!
-Volte para o seu lugar, Lunny.
-
Conhece as regras.
-
Lunny, volte aqui.
Volte já aqui!
-
O que estão olhando?
-
O que estão olhando?
-
Não tenho lugar
para estacionar nos fundos...
-
Aquele pervertido do Glackin foi
atrás do meu irmão novamente.
-
Se ele mexer com ele mais uma vez,
eu arrancarei os dentes dele
-
e vou enfiar goela abaixo.
-
Meça suas palavras, meu jovem.
-
Malcriação.
Ameaça a um padre.
-
Desrespeito a Deus,
e Deus sabe lá mais o quê.
-
Dez em cada mão, padre.
-
Sem lágrimas, Sr. Lunny?
-
Talvez ainda não tenha
aprendido a lição.
-
Dê suas mãos novamente, por favor.
-
-Quem fez isso em você, Lunny?
-Glynn.
-
Juro que vou matar
um desses desgraçados.
-
Coloque suas mãos aqui
que eu vou pôr gelo.
-
Agora vai gelar a tirar o inchaço.
-
Bando de pervertidos malditos.
-
Certo, agora cubra as mãos.
-
Bem, agora vai me contar
o que está acontecendo por aqui.
-
Stevie. Glackin anda atrás dele.
-
Eu tentei fazer alguma coisa,
e veja só.
-
Escute, eu fui despedido por ter levado
o Kevin para o hospital. E agora isso.
-
Eu quero que você me diga exatamente
porque você os chamou de pervertidos.
-
Ficam atrás da gente,
especialmente à noite.
-
-Na nossa cama. Você sabe?
-Não, eu não sei.
-
Oh, meu Deus do Céu.
-
-Está querendo me dizer isso mesmo?
-Eu não aguento mais, Mike.
-
Eu não aguento.
-
Meu Deus, Brian...
-
-Sim, senhor. Posso ajudá-lo?
-Quem é o responsável aqui?
-
-Talvez eu possa ajudá-lo?
-Você é a responsável?
-
-Não, mas eu provavelmente...
-Então não pode me ajudar.
-
Senhor, se me disser o que
o senhor quer, talvez eu possa...
-
Escute, querida.
É com o comissário ou diretor,
-
ou com qualquer nome que tenha,
não me interessa como o chamam,
-
é com ele que eu quero falar.
-
Meu nome é Mike Finn, eu fui
zelador do orfanato São Vicente.
-
E você vai chamá-lo
para mim agora!
-
Porque eu preciso muito
falar com ele.
-
Nós temos alguns procedimentos
para investigações, Sr. Finn.
-
E isto não é conosco.
-
O que diabos
você está falando?
-
Estou lhe falando que eles
espancam os garotos de lá...
-
e ficam bolinando
à noite na cama.
-
Tudo o que quero saber é
o que vai fazer quanto a isso?
-
O que estou
querendo dizer, Sr. Finn,
-
que não poderemos fazer nada
se não for ao distrito policial
-
preencher o formulário
de reclamações.
-
Uma vez preenchido o formulário,
-
será examinado
pela pessoa encarregada.
-
Nada poderá ser feito se eu
não preencher o formulário.
-
É isso que você está me dizendo?
-
Não podemos pegar
o seu depoimento sobre coisas
-
que o senhor não viu
pessoalmente, Sr. Finn.
-
Espalhar boatos sobre uma das mais
conceituadas instituições da cidade.
-
Sinto muito, tenho que insistir
que cumpra às regras.
-
Sr. Finn.
Para onde está indo?
-
Eu vou lhe dizer aonde eu não vou.
-
Não vou no seu belo distrito para
preencher o maldito formulário.
-
Não, senhor!
-
Mas eu disse para ela.
Eu disse assim:
-
Senhorita, para que
está me dando isso?
-
Aqui está.
-
O novo orfanato São Vicente.
-
Coloque-o aqui, por favor.
-
É. Vamos ver.
-
E quanto isso
vai custar para mim?
-
Bem, Sr. Ministro, as reformas
foram orçadas em 450 mil.
-
E a quadra em meio milhão.
-
Então a concessão do governo
terá que nos dar 1 Milhão de dólares.
-
Só isso?
-
O São Vicente sempre teve
um dos melhores times da cidade.
-
Agora que terão finalmente
sua própria quadra,
-
-eles serão invencíveis.
-Ah, claro que são.
-
E falando nisso, cuja passagem
para o céu está garantida...
-
todos sabemos que nosso
estimado chefe Kennedy...
-
tem uma alma imaculada.
Não bebeu nada ainda hoje.
-
-Vamos.
-Não mesmo, dê uma bebida pra ele.
-
Ah, sim. Por favor.
-
O chefe Kennedy é um
cidadão respeitável que começou
-
a treinar com os nossos padres.
-
E tenho as contusões
para provar.
-
Muito bem, chefe.
Vamos fazer um brinde.
-
Cavalheiros, ao padre Lavin,
pelos seus planos de reforma.
-
Saúde, graças a Deus.
Saúde, saúde.
-
Ajudem o orfanato.
Comprem o ingresso.
-
-Aleluia!
-Comprem seus ingressos.
-
Venham e comprem um ingresso.
Ajudem os garotos do São Vicente.
-
Venham, Feliz Natal.
Você pode ganhar um peru.
-
Venham, venham. Feliz Natal.
-
Feliz Natal. Venham todos.
Comprem o ingresso.
-
Ajudem o orfanato. Venham todos.
Como tem passado, senhora?
-
Como vai?
-
-Muito bem, todos já foram?
-Obrigado.
-
Vamos lá pessoal. Ainda não.
Todos eles foram?
-
É, já foram quase todos.
-
Muito bem, Primeiro Ministro,
gire a roda, por favor.
-
Vem. Gira aí.
-
Aqui vamos nós.
-
Quando vai parar?
-
Ninguém sabe.
-
Número...
-
Número um.
-
-Número um.
-É o um.
-
Muito bem.
-
É o número um!
-
ENTRADA
-
Ora, se não é o
detetive Noseworthy,
-
da poderosa polícia
Newfoundland.
-
-Como está, Mike?
-É, indo como posso.
-
-Entre e tome uma bebida.
-Foi para isso que me chamou?
-
Para beber com você?
-
Escuta, Marty.
Eu sei que não é católico.
-
Mas, Jesus, Maria e José e aqueles
bastardos são velhos amigos
-
e alguma coisa tem que
ser feita quanto a isso
-
sendo uma Igreja ou não.
-
-Você viu alguma coisa lá?
-Se eu vi alguma coisa?
-
Eu vi as mãos de
um rapaz tão vermelhas
-
que pareciam carne de hambúrguer.
-
Brian Lunny, fale com ele.
Ele vai te contar muita coisa.
-
Agora, o garoto que levou
para o hospital, Kevin Reevey...
-
-Qual era o nome do médico?
-Tem outra coisa...
-
O padre Lavin me despediu simplesmente
porque eu levei o garoto para o hospital.
-
O médico, Mike.
Lembra o nome dele?
-
Eu sei lá.
Me botou para fora da sala.
-
Me olhou como se tivesse
feito alguma coisa.
-
Aí aquele grande poderoso
cara do governo
-
me pede para preencher
formulários.
-
Você tem que saber ler e escrever
para saber o que é certo?
-
Meu Deus,
não podemos usar isso.
-
Parecemos um bando
de refugiados.
-
Ou prisioneiros de guerra.
-
Eu vou te dizer uma coisa.
-
Estão planejando dar uma festa.
-
Pode imaginar,
cem anos de bons trabalhos?
-
Eu juro e prometo proteger qualquer
coisa viva que Deus colocou na Terra.
-
Eu protegerei
borboletas, flores,
-
crianças ricas e pobres.
-
Eu protegerei o caranguejo.
-
Olha, e eu prometo proteger também
todas as coisas vivas e mortas.
-
É isso mesmo.
-
Eu prometo também
proteger os ossos do meu pai
-
que Deus o tenha
em bom lugar.
-
Eu juro, eu juro, eu juro.
-
Espere aqui.
Se você ver algo ou ouvir...
-
acione esse botão,
aí sabemos. Fique olhando.
-
Este é o vinho.
Seu idiota.
-
Onde estão as garrafas?
-
Vamos, vai logo.
-
Fica calmo. Tá legal.
Vou pegar todas.
-
Depressa.
-
Vamos.
-
Venha.
-
Você faz a oração,
padre MacLaverty.
-
Nos abençoe, ó Senhor por essa
refeição vinda de sua bondade
-
que estamos para receber
através de Cristo nosso Senhor.
-
Amém.
-
E nos perdoe, Senhor,
por cosas erradas que fizermos
-
e seja piedoso
no caminho que escolhemos.
-
Nós aqui nesta mesa
pedimos o seu perdão. Amém.
-
Pra que tudo isso?
-
Deveria aceitar, padre. Que
agora mudamos a nossa oração
-
de agradecimento
ou será que tem...
-
algum pecado em sua alma que
queira nos contar na mesa do café?
-
Só estava divagando.
-
Vamos lá, Lunny.
Seu bobão, esvazia logo.
-
O que você acha que meu irmão é?
Uma grande esponja, é?
-
Está bebendo demais
pelo que pagou.
-
Isso mesmo, rapazes.
-
Me dá o dinheiro.
Isso é vinho.
-
Se quiserem mais,
é só pedir, tá legal?
-
-É. É isso aí.
-Eu quero mais.
-
Isso mesmo, pessoal.
Alguém quer mais?
-
Vamos lá, moçada, ninguém
quer mais? Vamos, bebam.
-
Veja, o globo
é simplesmente uma bola.
-
Uma bola com o desenho do mundo.
Muito bem.
-
No desenho do globo
em seus livros...
-
sublinhe a linha que está
em volta do meio da Terra.
-
Muito bem.
-
-Todo mundo já achou?
-Sim!
-
Kevin Reevey,
venha a minha sala.
-
Kevin Reevey.
-
Vamos, Kevin.
Vamos depressa.
-
Agora.
-
Esta linha é chamada Equador,
e ela divide a Terra no meio.
-
A parte superior é chamada...
-
Tem um policial
na minha sala...
-
que quer falar
com você sobre o hospital.
-
Tudo o que disser...
-
eu ficarei sabendo.
-
Você entendeu?
-
Kevin Reevey?
-
Brian?
-
Posso falar com você
em particular, por favor?
-
Venha.
Tudo bem.
-
O que ele perguntou?
-
Ele me disse que faço parte
de uma investigação policial
-
e que não devo contar nada
para ninguém o que conversamos.
-
E eu perguntei o que
ele disse e o que você falou?
-
Ele me disse que se por acaso alguém
tentar tocar em mim é para avisá-lo.
-
Então, vai querer tocar em mim?
Vai querer me bater, é?
-
É isso que vai fazer?
Porque eu não vou contar nada!
-
O que fizeram
em você foi um crime, Kevin.
-
Quem quer que seja
deve ir para a cadeia.
-
-Cadeia?
-É.
-
Se me contar quem fez isso.
-
Bateram em você
por que fugiu do orfanato?
-
Quem te disse isso?
-
Falei com os policiais
que trouxeram você para cá, Kevin.
-
Certo.
-
E a última coisa que viram...
-
foi o padre Lavin pedindo para
você esperar na sala dele.
-
No dia seguinte,
você foi levado para o hospital.
-
Posso ir agora?
-
Tudo bem, Kevin.
E pode ficar calmo agora, certo?
-
As coisas vão ficar bem.
-
Obrigado, Kevin.
Pode ir agora.
-
Volte direto para a classe
agora, Kevin, sem parar.
-
Se tiver mais perguntas,
entrarei em contato.
-
Detetive, se tiver acontecido
alguma coisa com esses garotos
-
eu acho que deveria saber.
-
Como eu disse antes.
Estou seguindo alguns indícios
-
e sinto não poder ir além.
-
Espero que consiga o que quer
e que isso fique por aqui...
-
eu sinto, mas não quero esse
tipo de coisa acontecendo aqui.
-
Se quer saber,
eu concordo com você.
-
Este não é lugar para se conduzir
uma investigação policial.
-
Estou dizendo.
Foi o que o tira disse.
-
Eles irão todos para a cadeia,
se, ouçam bem...
-
se vocês todos contarem
o que acontece por aqui.
-
Eu sei lá. Não devia
ter dado os nossos nomes.
-
O Lavin vai arrancar
a nossa pele.
-
Franguinho, franguinho.
-
Posso olhar?
-
Obrigado.
-
Kevin teve uma vida dura
antes de vir para o orfanato.
-
Ele foi trazido alcoolizado
e tinha brigado.
-
Então aconteceu o pior,
que destruiu a vida dele.
-
Ver os pais sendo levados mortos.
-
Bem, o médico que examinou Kevin,
-
preencheu um relatório
de suspeita de abuso.
-
Sim, eu sei.
-
-E o que fará quanto a isso?
-Já estamos vendo isso.
-
Tudo o que diz respeito ao
orfanato foi levado ao diretor.
-
Esta não é a primeira vez, sabe.
-
Os relatórios têm a ver
com espancamento?
-
Espancamento e...
-
Vão para cima e não
ouvimos mais falar deles.
-
Já tiveram algum relatório
de...
-
padres bolinando os garotos?
-
Houve alguns boatos, sim.
-
Escute, sou a assistente social
responsável
-
pelos meninos do orfanato
e não posso entrar lá para vê-los.
-
O padre Lavin diz que isso
quebraria a rotina deles.
-
Verdade?
-
Não há nada que eu possa fazer.
-
Você já tentou ir a Igreja Católica
de Newfoundland?
-
Este Lunny Brian fez graves
acusações, padre.
-
Sabe alguma coisa sobre isso?
-
Eu não acredito em nada disso.
-
Mas acredito que ele seja um jovem
delinquente, atrevido e ressentido.
-
E se for verdade?
-
Como faremos?
-
Então Glackin
terá que responder por isso.
-
Mas eu lhe digo que ele simplesmente
inventou essa história
-
sobre o jovem padre só para
esconder sua própria criminalidade.
-
Acho que não sabe de tudo
o que está acontecendo por aqui.
-
Esta é uma cópia
do relatório da testemunha.
-
Que o departamento de polícia
gentilmente nos enviou.
-
Peter, já pensou no que acontecerá
se a investigação policial for a fundo?
-
Estão falando isso por aí, e
todo tipo de boatos aparecerão.
-
Estou recebendo telefonemas.
-
Agora a polícia quer interrogar
mais garotos e fora do orfanato.
-
-Entendeu?
-Eu cuidarei disso.
-
Não é o suficiente, Peter.
-
O Monsenhor irá cuidar
disso em meu nome.
-
Nós o manteremos informado.
-
Tenha uma boa noite, Peter.
Tenho certeza que irá precisar disso.
-
Eminência.
-
Por favor, sente-se, Peter.
-
Eu gostaria de ler algumas palavras
desse relatório do garoto.
-
"Eu apanhei muitas vezes
do padre Glynn.
-
Ele agride muitos garotos
e fica bolinando os menores.
-
Eu o vi alisando as partes íntimas
de Mike Sproule.
-
O padre Glackin fica atrás
de meu irmãozinho Stevie."
-
Todos de pé, agora!
Vamos todos de pé!
-
Eu quero ver todos de pé!
Vamos, vamos, rápido!
-
Levante-se, acorde.
Você também, levanta.
-
Todos para o ginásio.
Não quero conversa.
-
Não precisa pôr sapatos,
nada, nem roupa!
-
Eu quero que todos
vão para o ginásio, agora!
-
Atenção.
Há boatos...
-
que estão vindo...
-
de certas pessoas.
-
Aquele que está
espalhando esses boatos
-
é um traidor do orfanato...
-
está traindo a vocês...
-
e traindo a Deus.
-
O que acontece...
-
dentro das paredes
desse orfanato...
-
devem ficar dentro
das paredes do orfanato.
-
Essa é uma regra sagrada.
-
E é mais sagrada do que todas
as regras que vocês aprenderam!
-
Entenderam isso?
-
Há pessoas lá fora que querem
ver esse orfanato fechado.
-
E estes...
-
estes boatos,
devem parar agora.
-
Portanto se os demônios
lá de fora...
-
acreditarem nessas
fantasias monstruosas
-
irão parar de dar dinheiro
-
Eles não doarão mais dinheiro,
mais roupas...
-
e vocês serão forçados
a ir para as ruas...
-
porque não tem para
onde ir, só tem a sarjeta.
-
Se eu souber...
-
ou se eu ouvir alguém...
-
espalhando essas
mentiras monstruosas
-
para alguém fora daqui,
eu asseguro que...
-
por Deus...
-
por Deus...
-
por Deus,
será duramente punido.
-
Bem. Mike.
E quanto ao padre Glynn?
-
-Ele já mexeu com você?
-Sim.
-
E o que ele fez?
-
Ele me levou para o meu quarto
e me colocou no joelho dele e me bateu.
-
E depois?
-
Aí ele passou a mão em mim,
no meu traseiro.
-
E o que mais?
-
E às vezes
no meio das minha pernas.
-
E o que ele fez
nas suas parte íntimas?
-
Passou a mão.
-
O que mais ele fez?
-
Algumas vezes me levava
para a cama dele
-
e me colocava em cima dele,
passava o pipi dele no meu corpo.
-
-Ele fez isso muitas vezes?
-Sim.
-
E quanto ao padre Mac?
-
Não, ele nunca faz nada disso.
-
Às vezes eu acordo no
meio da noite e ele está...
-
na cama comigo, me alisando
e tentando, você sabe?
-
Ele tenta,
tenta colocar no meu bumbum.
-
Mais alguma coisa
sobre o Glackin?
-
-Você tem certeza?
-Sim, senhor.
-
Ele deitou na minha cama
e ficou encostado em mim.
-
Então eu sabia que era ele,
eu podia ver a sua cara.
-
Algumas vezes ele queria que eu
olhasse para ele quando fazia isso.
-
-E o padre Glynn?
-Sim.
-
-Padre MacLaverty?
-Não, padre Mac não.
-
E quanto ao padre Nichol?
-
Sim, ele tem uma bengala.
-
-E bate em você com ela?
-Bate sempre.
-
-No seu rosto também?
-Sim.
-
E o padre White?
-
Não em mim,
nos outros sim.
-
-E quanto ao padre Loomy?
-Não.
-
E quanto ao padre Lavin?
-
Não.
-
Sabe que não precisa ter medo.
-
-Vamos falar agora dos outros.
-Não, isso não está certo.
-
Não pode dizer que falei sobre ele.
-
Nunca o vi fazenda nada.
-
Eu nunca disse nada
sobre o padre Lavin, certo?
-
Tudo bem, eu entendo.
Vamos falar dos outros, certo?
-
Agora vamos falar sobre
o padre MacLaverty.
-
Escuta aqui,
o padre Mac é o número um.
-
Ele, o padre Power e o
padre Quinlan são os melhores.
-
Eles sempre são bons
para a gente.
-
Então, nenhum deles
mexeu com você? É isso mesmo?
-
Nem Glynn? Nem Glackin?
-
Isso mesmo. Eu falaria se tivessem
tentado alguma coisa comigo.
-
-Tem certeza?
-Sim, tenho certeza.
-
Eu já te disse,
eu não deixaria.
-
E inacreditável.
Eu nunca vi uma coisa dessas.
-
Provas, eu quero
ver as provas.
-
Provas? Eu tenho o suficiente
para prendê-lo agora.
-
Agora espere um instante.
Não vá com tanta sede ao pote.
-
Acho que já sabe o suficiente.
-
Quero um relatório do que já tem.
-
Mas como lhe dar um relatório se
ainda não terminei as investigações.
-
Tenho que interrogar
todos os garotos.
-
Só vieram garotos
de um ou dois dormitórios.
-
Existem outros.
Tem também o padre Lavin.
-
Estou convencido que os
meninos foram ameaçados por ele.
-
Isso é tudo o que eu vou ouvir.
-
Para se prender é preciso
de uma investigação.
-
Isso é uma coisa delicada.
-
Não quer que pareça
que a força policial
-
esteja querendo
crucificar católicos, não é?
-
Você é católico. Acha que
estou querendo crucificá-lo?
-
Não se faça de engraçado.
Não adiante conversar com você.
-
Me dê um relatório
sobre tudo isso que conseguiu.
-
O serviço social e a justiça estão
esperando por isso e eu também estou.
-
Enquanto isso eu quero uma
cópia do relato da testemunha.
-
-Glackin, Glackin...
-Já chega, meninos.
-
Já chega. Vamos.
-
Vão para suas camas.
É hora de rezar.
-
Cadê o padre Glackin, senhor?
-
O padre Glackin está afastado
desse cargo.
-
Eu vou substituí-lo
temporariamente.
-
Meninos, meninos.
Já chega.
-
Posso garantir
que foi tudo resolvido.
-
Esses homens são doentes.
-
Precisam de cuidados médicos e
de tratamento num retiro espiritual.
-
Eles têm conhecimento de
que quebraram seus juramentos.
-
Esse é o primeiro passo
até uma completa recuperação.
-
Bom dia, senhores.
E muito obrigado.
-
-Giancarlo.
-Monsenhor.
-
Isso aqui fede.
-
Eles deveriam ser
acusados criminalmente.
-
Mas a sentença já foi dada.
-
Ainda veremos darem 1 milhão de
dólares a um bando de pervertidos.
-
Eles deveriam estar
na cadeia, Ed.
-
Esta é a sua dispensa oficial
do São Vicente.
-
Terá que se apresentar
para a assistente
-
do bem estar no Harvey Road.
-
E quero te ver fora daqui
antes do dia acabar.
-
Sairia daqui de qualquer jeito.
-
E não vou me apresentar para
assistente nenhuma.
-
Eu vou arrumar um emprego e vou
tirar o meu irmão desse lugar maldito.
-
A única marca que deixará
será suas impressões digitais
-
quando for roubar.
-
É mesmo?
Onde quer que eu vá
-
eu vou contar sobre os seus
pervertidos e que fazem aqui.
-
Ah, não. Não vai.
-
Eu sei que tem uma boca grande,
-
e que tem que aprender
a deixá-la fechada, tapada.
-
Seu irmão mais novo ficará
conosco por muitos anos
-
e se eu souber que
está falando coisas por aí...
-
sabe o que vai acontecer?
-
Seu desgraçado maldito.
-
Mal posso esperar
para ir para Toronto.
-
Não fique tão entusiasmado, mano.
Vai demorar um pouco.
-
É, eu sei, mas um dia
eu vou, não é?
-
É claro. Acha que eu
te deixaria nesse lugar maldito?
-
Não mesmo. Assim que
eu me arrumar, você sai.
-
Você ficará bem,
só fique longe deles, só isso.
-
Eu sei cuidar de mim.
-
Eu chuto os cretinos se chegarem
perto de mim, eu sei o que fazer.
-
É, você é um
cara durão, Steve.
-
-Quanto você tem de dinheiro?
-Eu não sei. Deixa que eu me viro.
-
Toma, pega aqui, mano.
Você vai precisar.
-
-Não seja bobo. Guarda isso.
-Tem mais onde eu peguei esse.
-
Se cuida, tá?
-
Certo, aqui estamos.
O discurso terminou
-
e vocês voltam para
os seus lugares atrás da sala.
-
Agora, eu estarei aqui
na frente, do lado, certo.
-
Não se esqueçam que estão
segurando um cheque de um milhão,
-
então segurem-no com orgulho.
Isso mesmo.
-
Agora fiquem olhando
para mim. Prontos?
-
Agora.
-
Devagar.
-
Devagar, isso mesmo.
-
Quero que todos o vejam, certo.
-
Venham para frente até aqui
perto do palco, isso mesmo.
-
Cuidado com o degrau.
Certo, agora...
-
vocês se viram
para tirarmos uma boa foto.
-
Isso mesmo, isso mesmo.
-
Com licença, padre.
-
Só mais uma coisa, padre, será
dado um presente ao ministro.
-
Que ótima ideia.
Ora, ora, ora.
-
Vejamos agora. Precisamos de um
garoto para entregar o presente.
-
-Eu, eu...
-Calma.
-
-Que tal o Kevin?
-Excelente ideia.
-
Certo, Kevin...
-
Padre, se importaria
de representar o ministro?
-
Claro que não.
-
Certo, você fica ali.
Um pouco mais à frente, aí.
-
Está bem, certo.
Bem ali.
-
Agora, Kevin.
Você vem vindo.
-
O presente do ministro
está em suas mãos.
-
Você vai em frente e entrega
o presente para o ministro.
-
Isso mesmo.
-
Agora o Primeiro Ministro
dá a mão para Kevin.
-
Kevin, dê a mão.
-
Kevin?
-
Isso mesmo.
A foto ficará ótima.
-
Agora você volta para seu lugar.
Padre, por favor, traga o Erik.
-
Kevin, volte para o seu lugar.
-
Você vem até o começo
do palco. Isso mesmo, pare aí.
-
Agora o arcebispo se levantará,
virá para frente
-
e você lhe dará o cheque
de um milhão de dólares.
-
Agora ele poderá lhe fazer algumas
perguntas no teste de catecismo.
-
Eddie, que é Deus?
-
O criador e senhor soberano do céu,
da Terra e de todas as coisas.
-
Mike, o que é o céu?
-
O reino da glória de Deus
e de seus anjos e santos.
-
Exatamente.
-
Então você volta
para o palco, certo.
-
Fica parado aí, certo.
-
Agora mais na frente,
um pouquinho mais para a frente.
-
Aí, ótimo.
-
Muito bem.
Alguma coisa errada?
-
Acho que ele vem
atrás de mim de novo.
-
-Quem?
-O padre Lavin.
-
Quer me falar sobre isso?
-
E o que disse?
Disse alguma coisa para ele?
-
Eu disse que ele
não era a minha mãe.
-
O que ele fez depois disso?
-
Ele disse alguma coisa?
-
Ele me pegou
e me jogou contra a parede.
-
Ele bateu em você?
-
Com as mãos?
-
Com um cinto.
-
De que lado do cinto?
-
O da fivela.
-
O padre Lavin faz isso também
com os outros garotos?
-
-Alguém que saiba?
-Não.
-
Ele disse que
sou o menino dele.
-
Essas coisa estão
acontecendo há muito tempo?
-
Lembra a primeira vez
que isso aconteceu?
-
Ótimo.
-
Eu tenho que voltar
pro orfanato?
-
É, tem sim.
-
Quando seus pais morreram,
o tribunal
-
o colocou sob
a custódia dos padres.
-
Mas isso vai acabar, Kevin.
-
Vou por um fim
nessa coisa toda, eu prometo.
-
Não posso te dar a família
de volta, mas confia em mim.
-
Isso vai acabar.
-
Tem a minha palavra.
-
Tá bom?
-
-Você vai voltar pra me ver?
-Eu te prometi. Vamos.
-
Sim, por sinal,
ele está aqui agora.
-
Sim, eu ligarei, obrigado.
Até mais.
-
Eu não sei de tudo
que acontece por aqui,
-
mas eu vou saber,
pode contar com isso.
-
Eu quero deixar bem claro
para que entenda
-
que você e os outros
que estão aqui...
-
são assunto de investigação policial
de acusações criminais muito sérias.
-
Tais como?
-
Atentado ao pudor, agressão
física, tentativa de estupro.
-
-Podemos começar com isso?
-Não seja ridículo, detetive.
-
Agora me escute bem.
-
Eu trouxe o garoto para cá
pessoalmente para me certificar
-
que nada aconteceria a ele.
Acabou!
-
Este garoto está
sob a minha proteção agora.
-
Veio aqui para me ameaçar.
-
Não tem autoridade
para estar aqui.
-
Você sabe disso e eu sei disso.
-
Então é melhor sair
daqui agora, rápido, senhor.
-
Para eu poder consertar
o mal que fez a ele.
-
-Você entendeu?
-Eu entendi.
-
Bem, eu vou te dizer uma coisa.
-
Tenho que preparar
alguns relatórios
-
e aí eu voltarei aqui com todas
as autoridades que preciso.
-
Eu não estou brincando, Lavin.
-
Se tocar naquele garoto
antes de eu voltar aqui...
-
faço você engolir
esse Jesus pelo pescoço.
-
E a sua vara.
-
-Vocês viram o Kevin?
-Não, padre.
-
Nem eu.
-
Pilantrinhas mentirosos.
-
Não irão para o reino de Deus.
Vocês me ouviram?
-
Vocês me ouviram?
O castigo de vocês será eterno!
-
Saiam, saiam!
-
Kevin?
-
Seu moleque...
-
seu moleque idiota.
-
Moleque, moleque idiota.
Por quê?
-
Por quê? Por quê?
-
Por quê?
-
Por favor, padre. Não me bate, não
me bate. Eu farei tudo o que quiser.
-
Por favor, mãe.
Eu serei bonzinho.
-
Por favor, mãe.
-
Eu te amo.
-
Peter.
-
Em nome de Deus,
o que está fazendo?
-
Venha aqui, filho.
-
Solte o menino.
Venha aqui.
-
Venha aqui.
Solte-o agora!
-
Vá para o seu quarto, Kevin.
Vão, meninos.
-
Tudo bem?
-
Você é doente
e pervertido, Peter.
-
É uma desgraça para a Ordem.
-
Pela autoridade dada a mim
como superintendente.
-
Você não se atreva
a falar em autoridade.
-
Você não tem mais nada a ver
com essas crianças. Nada!
-
Ei! Cuidado com os tacos agora.
Cuidado com os tacos.
-
Vamos lá.
-
Com cuidado, com cuidado.
Vamos lá.
-
Que tacada!
-
Que tacada, hein?!
-
Com licença, senhor.
-
Geancarlo, prazer em vê-lo.
-
Como vai?
-
Mary, segure todas as ligações.
-
Ele o está esperando aqui.
-
Escutem o que eu tento
para dizer.
-
Virão à semana que vem me pagar.
Eles vão me tirar desse orfanato.
-
Vocês vão ver.
Eles vêm me buscar.
-
É claro que não.
-
Meu nome é padre Davitt.
-
Eu serei o novo
superintendente.
-
Esses são o padre Bilton
e o padre Graham.
-
Que cuidarão
dos deveres dos quadros,
-
substituindo os padres
Glackin e Glynn...
-
que foram transferidos.
-
Esta instituição foi colocada
em grande perigo.
-
E será a minha a missão trazer de
volta o bom nome do São Vicente...
-
e posso assegurar a todos
que eu pretendo fazer isso.
-
Não haverá mais visitas
de policiais.
-
É hora de esquecer
o passado aqui...
-
em vossa casa,
e será tratada...
-
com a reverência
que sua história merece.
-
Cavalheiros,
em minha sala, por favor.
-
Vamos, comam rapazes.
Não temos o dia todo.
-
É, acho que me colocaram
a corda no pescoço.
-
Você terá que reescrever
essa história.
-
Não posso enviar uma coisa dessas.
-
Vai retirar tudo que se refere
a acusações sexuais. Fui claro?
-
Escute, chefe.
Eu não inventei tudo isso.
-
São relatórios feitos pelos meninos.
-
Você recebe ordens,
eu recebo ordens.
-
Este caso está encerrado.
-
Ah, não. Eu não acredito.
-
Ordens vindas diretas
do departamento de justiça.
-
Não haverá prisões.
-
Parece que os padres envolvidos
passaram por um tratamento.
-
E quanto aos meninos?
-
Noseworthy...
-
Eu quero um relatório limpo para
o arquivo e você vai fazê-lo agora.
-
Ou então vai voltar para
as ruas e sem trabalho. Fui claro?
-
Eu disse ao garotinho
que não o incomodaram mais.
-
E o que eu digo para ele agora?
-
Que a Santa Madre Igreja e
um bando de políticos corruptos
-
estão se lixando para ele?
-
E quanto aos outros
padres que não sabemos
-
por que você encerrou
essa investigação
-
justamente quando
estava começando?
-
Você está perto de ser
acusado de insubordinação.
-
Está muito perto.
-
Isso serve para todos.
-
Se eu ouvir mais
uma palavra sobre esse caso,
-
essa pessoa
será levada ao tribunal.
-
Todos temos cicatrizes,
de uma maneira ou outra.
-
Eu só rezo para as nossas serem
menos visíveis que as outras.
-
Mas todos nós as temos.
-
E sua compreensão quanto
aos nossos problemas foi...
-
Bem, tudo o que
eu posso dizer é que...
-
eu estou profundamente
agradecido.
-
Chega de falar.
Outro drinque.
-
Eu quero dormir, padre.
-
Sim, você vai dormir
agora, Steven.
-
Não faz isso, padre.
-
Eu não gosto.
-
Você vai dormir agora.
-
Por favor, Primeiro Ministro.
Kevin, este é o Primeiro Ministro.
-
Um singelo presente dos
meninos de São Vicente.
-
Venham.
Venham.
-
100 ANOS DE GLÓRIA
-
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