Como construir a nossa confiança - e incentivá-la nos outros
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0:01 - 0:03Quando eu era criança,
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0:03 - 0:06havia sempre um livro pousado
na mesa de apoio na sala de estar, -
0:06 - 0:08a alguns passos da porta de entrada.
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0:08 - 0:10A sala de estar é uma primeira impressão.
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0:10 - 0:12A nossa tinha uma carpete branca
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0:12 - 0:16e uma coleção dos objetos
mais preciosos para a minha mãe. -
0:17 - 0:22Aquela divisão representava
os sacrifícios de gerações anteriores -
0:22 - 0:24que, por pobreza ou política,
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0:24 - 0:27não tinham condições de ter
uma coleção de objetos de valor -
0:27 - 0:30e, muito menos, uma casa
razoável para os guardar. -
0:30 - 0:33Aquela sala tinha de estar perfeita.
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0:33 - 0:37Mas todos os dias eu arriscava-me
a desorganizar aquela sala perfeita -
0:37 - 0:39só para ver aquele livro.
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0:40 - 0:43Na capa havia uma mulher
chamada Septima Clark. -
0:44 - 0:48Estava num perfil perfeito,
com o rosto voltado para o céu. -
0:48 - 0:51Tinha trancinhas grisalhas perfeitas
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0:51 - 0:53em ambos os lados da cabeça
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0:53 - 0:57e o orgulho e a sabedoria
emanavam da sua pele escura. -
0:58 - 1:00Septima Clark foi uma ativista
e uma educadora. -
1:00 - 1:04uma mulher que me inspirou
na construção da minha carreira. -
1:05 - 1:08Mas, mais do que as palavras
por ela proferidas, -
1:08 - 1:10aquele retrato de Septima Clark
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1:10 - 1:13definia a confiança para mim
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1:13 - 1:15mesmo antes de eu conhecer essa palavra.
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1:16 - 1:17Pode parecer simples,
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1:17 - 1:22mas a confiança é algo
a que não damos grande importância. -
1:22 - 1:25Tratamo-la como ser bom ter
em vez de ser essencial ter. -
1:25 - 1:29Atribuímos mais valor
ao conhecimento e aos recursos -
1:29 - 1:33do que à confiança que consideramos
ser uma capacidade menor. -
1:33 - 1:36Mas, segundo quase todas as medidas,
temos mais conhecimentos -
1:36 - 1:39e mais recursos agora
do que alguma vez na história, -
1:39 - 1:44e mesmo assim abunda a injustiça
e persistem os desafios. -
1:45 - 1:48Se o conhecimento e os recursos
fossem tudo o que precisamos, -
1:48 - 1:50já não estaríamos aqui.
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1:50 - 1:53E acredito que a confiança
é uma das coisas mais importantes -
1:53 - 1:55que está a faltar na equação.
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1:55 - 1:58Sou obcecada pela confiança.
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1:58 - 2:00tem sido o percurso
mais importante da minha vida, -
2:00 - 2:03um percurso em que,
para ser honesta, ainda me encontro. -
2:03 - 2:09A confiança é a chama necessária
antes de tudo o que se segue. -
2:09 - 2:13A confiança é a diferença
entre estar inspirado -
2:13 - 2:15e realmente começar algo,
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2:15 - 2:19entre tentar e fazer até estar pronto.
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2:19 - 2:23A confiança ajuda-nos a continuar,
mesmo quando falhamos. -
2:24 - 2:29O nome do livro em cima daquela mesinha
era "I Dream A World" -
2:29 - 2:33e hoje eu sonho com um mundo
onde uma confiança revolucionária -
2:34 - 2:38ajudará a realizar
os nossos sonhos mais ambiciosos. -
2:39 - 2:42Esse é exatamente o mundo
que gostava de criar na minha sala de aula -
2:42 - 2:44quando era professora,
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2:44 - 2:47um mundo como o de Willy Wonka,
de pura imaginação, -
2:47 - 2:49mas torná-lo académico.
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2:49 - 2:52Todos os meus alunos
eram negros ou mestiços. -
2:52 - 2:56Todos estavam a crescer
numa situação de baixos rendimentos. -
2:56 - 2:59Alguns deles eram imigrantes,
alguns tinham deficiências, -
2:59 - 3:02mas todos eles eram as últimas pessoas
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3:02 - 3:05que este mundo convida a ser confiantes.
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3:06 - 3:09Por isso, era tão importante
que a minha sala de aula fosse um local -
3:09 - 3:13onde os meus alunos podiam exercitar
o músculo da confiança, -
3:13 - 3:16onde podiam aprender a enfrentar
cada dia, com a confiança necessária -
3:16 - 3:20para conceber o mundo
à imagem dos seus sonhos. -
3:20 - 3:25Afinal de contas, o que são habilitações
académicas sem a confiança para as usar, -
3:25 - 3:28para sair e mudar o mundo?
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3:28 - 3:32Agora é o momento de vos falar
de dois dos meus alunos, Jamal e Regina. -
3:32 - 3:36Eu mudei-lhes os nomes,
mas as histórias deles permanecem iguais. -
3:36 - 3:39Jamal era brilhante,
mas pouco concentrado. -
3:39 - 3:42Contorcia-se na cadeira
durante trabalhos individuais, -
3:42 - 3:46e nunca conseguia estar sossegado
por mais de três ou quatro minutos. -
3:46 - 3:49Alunos como Jamal
podem desorientar professores recentes -
3:49 - 3:53porque não sabem bem
como apoiar jovens como ele. -
3:54 - 3:56Eu fiz uma abordagem direta.
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3:56 - 3:58Negociei com Jamal.
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3:58 - 4:00Se se concentrasse no trabalho,
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4:00 - 4:03podia fazê-lo em qualquer lugar
na sala de aula, -
4:03 - 4:05no tapete da sala de aula,
atrás da minha secretária, -
4:05 - 4:10dentro do seu cacifo na sala
que acabou por ser o seu local preferido. -
4:10 - 4:13O tema menos apreciado
de Jamal era a escrita -
4:13 - 4:17e nunca queria ler o que tinha escrito
em voz alta para a turma, -
4:17 - 4:19mas ainda assim estávamos
a fazer progressos. -
4:19 - 4:23Um dia, decidi realizar
uma eleição presidencial 2008, a fingir, -
4:23 - 4:25na minha sala de aula.
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4:25 - 4:28Os meus alunos do 3.º ano tiveram
de pesquisar e escrever um discurso -
4:28 - 4:30para o seu candidato escolhido:
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4:30 - 4:33Barack Obama, Hillary Clinton
ou John McCain. -
4:33 - 4:35Os favoritos eram óbvios
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4:35 - 4:38mas um aluno escolheu John McCain.
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4:38 - 4:40Foi o Jamal.
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4:41 - 4:45O Jamal finalmente decidiu ler
em voz alta, o que tinha escrito. -
4:45 - 4:49Claro que Jamal nos surpreendeu
a todos com o seu brilhantismo. -
4:49 - 4:53Tal como o pai de Jamal,
John McCain era um veterano -
4:53 - 4:56e, tal como o pai de Jamal o protegia,
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4:56 - 5:00Jamal acreditava que John McCain
iria proteger todo o pais. -
5:00 - 5:03Ele não era o meu candidato preferido,
mas não importava, -
5:03 - 5:06porque toda a turma irrompeu em aplausos.
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5:07 - 5:10Um aplauso de pé
para o nosso bravo amigo Jamal -
5:10 - 5:13que, finalmente, mostrou
o seu lado mais confiante -
5:13 - 5:16pela primeira vez nesse ano.
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5:16 - 5:18Depois havia a Regina.
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5:19 - 5:21A Regina era igualmente
brilhante, mas ativa. -
5:21 - 5:24Inevitavelmente terminava
o seu trabalho mais cedo -
5:24 - 5:28e depois dedicava-se
a distrair os outros alunos. -
5:28 - 5:29(Risos)
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5:29 - 5:32Andando, falando, passando bilhetinhos
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5:32 - 5:34que os professores detestam,
mas que os miúdos adoram. -
5:34 - 5:37Vocês estão com cara
de quem passou muitos deles. -
5:37 - 5:38(Risos)
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5:38 - 5:41Apesar das elevadas expetativas
para a nossa turma, -
5:41 - 5:44eu falhava demasiadas vezes
nos meus instintos básicos -
5:44 - 5:48e escolhia o comodismo
em vez da confiança. -
5:48 - 5:52A Regina era um grão de areia
no meu sistema pretendido. -
5:52 - 5:54Um bom professor corrige
um comportamento incorreto -
5:54 - 5:57e continua a ser admirado pelo aluno.
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5:57 - 5:58Mas certo dia
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5:58 - 6:01decidi controlar.
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6:01 - 6:03Perdi a paciência
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6:03 - 6:05e a minha atitude
não comunicou a Regina -
6:05 - 6:08que ela estava a ser uma distração.
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6:08 - 6:13A minha atitude comunicou a Regina
que ela própria era uma distração. -
6:14 - 6:16Vi a luz apagar-se nos olhos dela,
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6:16 - 6:20aquela luz que irradiava alegria
na nossa sala de aula. -
6:20 - 6:22Eu tinha acabado de extingui-la.
-
6:22 - 6:25Toda a turma ficou irritada
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6:25 - 6:28e não conseguimos recuperar
durante o resto do dia. -
6:28 - 6:31Penso nesse dia frequentemente
-
6:31 - 6:35e rezei para não ter
causado um dano irreparável, -
6:35 - 6:41porque, como uma mulher que já fora
uma menina como a Regina, -
6:41 - 6:45eu sei que podia ter começado
a matar a confiança dela -
6:45 - 6:47para sempre.
-
6:47 - 6:50A falta de confiança
afunda-nos profundamente -
6:50 - 6:52e pesa em cima de nós,
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6:52 - 6:57destruindo-nos entre uma enxurrada
de não posso, não faço, impossível. -
6:57 - 7:00Sem confiança, ficamos presos
-
7:00 - 7:03e quando ficamos presos,
não conseguimos arrancar. -
7:04 - 7:07Em vez de ficarmos atolados
no que pode interferir, -
7:07 - 7:10a confiança convida-nos
a funcionar com certeza. -
7:11 - 7:13Quando temos a certeza de poder ganhar
-
7:13 - 7:17funcionamos de forma diferente
do que quando só esperamos conseguir. -
7:17 - 7:19Isto pode ser uma ajuda.
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7:19 - 7:20Se não tivermos confiança suficiente,
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7:20 - 7:23pode ser porque necessitamos
de reajustar o nosso objetivo. -
7:23 - 7:25Se temos demasiada confiança,
-
7:25 - 7:29pode ser porque
não estamos conscientes da realidade. -
7:29 - 7:32Nem todos têm falta de confiança.
-
7:32 - 7:36Nesta sociedade, é mais fácil
algumas pessoas ganharem confiança -
7:36 - 7:40porque se encaixam no nosso
estereótipo favorito de líder. -
7:41 - 7:43Premiamos a confiança nalgumas pessoas
-
7:43 - 7:46e punimos a confiança noutras
-
7:46 - 7:48e, entretanto, há demasiadas pessoas
-
7:48 - 7:52a caminhar por ai,
todos os dias, sem a terem. -
7:52 - 7:54Para alguns de nós,
-
7:54 - 7:57a confiança é uma escolha revolucionária,
-
7:58 - 8:00e seria a nossa maior vergonha
-
8:00 - 8:03ver as nossas melhores ideias por realizar
-
8:03 - 8:06e os nossos maiores
sonhos por concretizar, -
8:06 - 8:09só porque nos faltou
o motor da confiança. -
8:10 - 8:12Isso não é um risco
que estou disposta a correr. -
8:13 - 8:15Então, como desvendar
o código da confiança? -
8:15 - 8:19Na minha estimativa são necessárias,
pelo menos, três coisas: -
8:19 - 8:22permissão, comunidade e curiosidade.
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8:23 - 8:25A permissão dá vida à confiança.
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8:25 - 8:27A comunidade cuida dela
-
8:27 - 8:29e a curiosidade dá-lhe certeza.
-
8:30 - 8:32No ensino, temos algo a dizer,
-
8:32 - 8:34que não podemos ser
aquilo que não conseguimos ver. -
8:34 - 8:37Quando eu era criança,
não conseguia mostrar confiança -
8:37 - 8:39até que alguém me mostrou.
-
8:39 - 8:41A minha família fazia tudo em conjunto,
-
8:41 - 8:44incluindo as coisas vulgares,
como comprar um carro novo. -
8:44 - 8:46Sempre que o fazíamos,
-
8:46 - 8:50via os meus pais a portarem-se
exatamente da mesma forma. -
8:50 - 8:51Entrávamos no stand,
-
8:51 - 8:54o meu pai sentava-se
-
8:54 - 8:56enquanto a minha mãe escolhia.
-
8:56 - 8:59Quando a minha mãe encontrava
um carro de que gostava, -
8:59 - 9:01entravam e falavam com o vendedor.
-
9:01 - 9:03Inevitavelmente, o vendedor
-
9:03 - 9:07virava sempre a atenção
e o corpo para o meu pai, -
9:08 - 9:10assumindo que era ele
que controlava a situação -
9:10 - 9:13e, consequentemente, a negociação.
-
9:13 - 9:17"Reverendo Packnett," diziam,
"Como o metemos hoje neste carro? " -
9:18 - 9:22O meu pai, inevitavelmente,
respondia da mesma forma. -
9:22 - 9:26Devagar e silenciosamente,
apontava para a minha mãe -
9:27 - 9:29e depois voltava a pôr as mãos no regaço.
-
9:29 - 9:31Devia ser um choque completo
-
9:31 - 9:34negociar finanças com uma senhora
negra nos seus 80 anos, -
9:34 - 9:35mas fosse o que fosse,
-
9:35 - 9:38eu observava a minha mãe
a regatear com os vendedores -
9:38 - 9:41até basicamente lhe
darem o carro de graça. -
9:41 - 9:42(Risos)
-
9:42 - 9:44Ela nunca mostrava um sorriso.
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9:45 - 9:47Não tinha medo de lhes virar as costas.
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9:48 - 9:52A minha mãe pensava estar a fazer
um bom negócio num monovolume, -
9:53 - 9:55mas o que estava a fazer
-
9:55 - 9:59era a dar-me permissão
para desafiar as expetativas -
9:59 - 10:04e mostrar-me confiante na minha perícia,
sem me importar com quem duvidava de mim. -
10:04 - 10:07Para haver confiança é preciso permissão
-
10:07 - 10:11e a comunidade é o local perfeito
para mostrar confiança. -
10:12 - 10:15Este ano fui ao Quénia,
para conhecer o poder feminino -
10:15 - 10:16na comunidade das mulheres Massai.
-
10:16 - 10:19Lá conheci um grupo de raparigas
-
10:19 - 10:20chamadas Equipa Leoa,
-
10:20 - 10:25um dos primeiros grupos de guardas
florestais femininos no Quénia. -
10:25 - 10:28Estas oito corajosas raparigas
estavam a fazer história -
10:28 - 10:29apesar de adolescentes.
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10:30 - 10:33Perguntei a Purity,
a mais faladora de todas: -
10:34 - 10:36"Alguma vez tiveste medo?"
-
10:36 - 10:40Juro, quero tatuar a resposta dela
por todo o meu corpo. -
10:40 - 10:42Ela disse: "Claro que tenho,
-
10:43 - 10:45"mas chamo as minhas irmãs.
-
10:45 - 10:48"Elas lembram-me que seremos
melhores do que os homens -
10:48 - 10:51"e que não falharemos."
-
10:51 - 10:55A confiança da Purity para perseguir leões
e apanhar caçadores furtivos -
10:55 - 10:59não residia na sua capacidade atlética
nem apenas da sua fé. -
10:59 - 11:03A confiança dela era
apoiada pela irmandade, -
11:03 - 11:05pela comunidade.
-
11:05 - 11:07O que ela estava a dizer era:
-
11:07 - 11:10"Se eu alguma vez tiver dúvidas,
preciso que estejas ali, -
11:11 - 11:13"para restaurar a minha esperança
-
11:13 - 11:16"e para reconstruir a minha certeza.
-
11:16 - 11:20"Na comunidade, eu posso encontrar
a minha confiança -
11:20 - 11:23"e a tua curiosidade pode confirmá-la".
-
11:24 - 11:26No início da minha carreira,
liderei um evento de grande escala -
11:26 - 11:29que não correu exatamente como planeado.
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11:29 - 11:31Estou a mentir-vos. Foi terrível.
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11:31 - 11:34Quando descrevi o evento
à minha superiora, -
11:34 - 11:36eu sabia que ela iria percorrer a lista
-
11:36 - 11:39de todos os erros que já fizera,
-
11:39 - 11:40talvez desde o meu nascimento.
-
11:40 - 11:44Mas, em vez disso,
ela fez-me uma pergunta: -
11:44 - 11:47"Qual foi a tua intenção?"
-
11:48 - 11:50Fiquei surpreendida, mas aliviada.
-
11:50 - 11:54Ela sabia que já estava
e sentir-me suficientemente culpada -
11:54 - 11:58e aquela pergunta convidou-me
a aprender com os meus erros, -
11:58 - 12:01em vez de danificar
a minha confiança já tão frágil. -
12:02 - 12:04A curiosidade convida as pessoas
-
12:04 - 12:07a serem responsáveis
pela sua aprendizagem. -
12:07 - 12:11Essa interação ajudou-me
a abordar o meu projeto seguinte, -
12:11 - 12:14com expetativa de sucesso.
-
12:15 - 12:18A permissão, a comunidade, a curiosidade:
-
12:19 - 12:22tudo isso são as coisas
de que vamos precisar -
12:22 - 12:24para alimentar a confiança
-
12:24 - 12:28de que precisamos para resolver
os nossos maiores problemas -
12:28 - 12:30e construir o mundo com que sonhamos,
-
12:30 - 12:35um mundo onde acaba a desigualdade
e a justiça é real, -
12:35 - 12:39um mundo onde podemos ser livres
por fora e livres por dentro, -
12:39 - 12:43porque sabemos que nenhum de nós é livre
enquanto não formos todos livres. -
12:43 - 12:46Um mundo que não se intimide
com a confiança -
12:46 - 12:48quando ela se revela como uma mulher
-
12:48 - 12:49ou numa pele de cor
-
12:49 - 12:53ou em qualquer coisa para além
dos nossos estereótipos de chefia. -
12:54 - 12:56Um mundo que sabe
que esse tipo de confiança -
12:56 - 13:01é exatamente a chave de que precisamos
para desbloquear o futuro que queremos. -
13:02 - 13:05Eu tenho confiança
para acreditar que esse mundo -
13:05 - 13:07vai de facto acontecer,
-
13:07 - 13:10e que somos nós quem o pode criar.
-
13:11 - 13:12Muito obrigada.
-
13:12 - 13:15(Aplausos)
- Title:
- Como construir a nossa confiança - e incentivá-la nos outros
- Speaker:
- Brittany Packnett
- Description:
-
"A confiança é a chama necessária antes de tudo que se segue," diz a educadora e ativista Brittany Packnett. Numa palestra inspiradora, ela partilha três formas de descodificar o código da autoconfiança - e o seu sonho para um mundo em que uma forma de autoconfiança revolucionária ajude a realizar os nossos sonhos mais ambiciosos.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:30
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