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Kevin Stone: O futuro biológico das próteses de articulações.

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    Permitam que eu comece logo com minha história.
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    Então eu rompi a cartilagem do menisco de minha articulação do joelho
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    jogando futebol na universidade.
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    Então eu continuei até romper meu LCA [Ligamento Cruzado Anterior], o ligamento no meu joelho,
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    e assim desenvolvi um joelho artrítico.
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    E tenho certeza de que muitos de vocês neste auditório têm a mesma história.
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    E, por falar nisso, casei-me com uma mulher
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    que tem exatamente a mesma história.
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    Assim isso me motivou a me tornar um cirurgião ortopédico
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    e descobrir se eu não seria capaz de focar soluções para esses problemas
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    que me mantivessem praticando esportes, e não me limitassem.
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    E com isso, permitam que eu mostre logo um breve vídeo
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    para colocar vocês no estado de espírito do que estamos tentando explicar.
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    Narrador: Todos nós estamos conscientes do risco do câncer,
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    mas existe uma outra doença
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    que está destinada a afetar muitos mais de nós, a artrite.
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    O câncer pode matar vocês, mas quando vocês observam os números,
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    a artrite arruina mais vidas.
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    Supondo que vocês vivam vidas longas, há uma chance de 50 por cento
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    de que vocês desenvolverão artrite.
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    E não é o envelhecimento que causa a artrite.
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    Lesões comuns podem levar a décadas de sofrimento,
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    até que nossas juntas literalmente se desgastem até travarem.
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    Desesperados por uma solução, nós nos voltamos à engenharia
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    para projetar componentes artificiais
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    para repor as partes desgastadas de nossos corpos.
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    Mas em meio à falação moderna
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    ao redor das promessas de um corpo biônico,
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    não deveríamos parar e perguntar se existe um meio melhor, mais natural?
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    Vamos considerar um caminho alternativo.
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    Como seria se todas as reposições de que nossos corpos precisam
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    já existissem na natureza,
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    ou em nossas próprias células tronco?
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    Este é o campo das reposições biológicas,
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    em que substituímos partes desgastadas por outras novas, naturais.
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    Kevin Stone: E então a missão é:
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    como tratar essas coisas biologicamente?
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    E vamos falar sobre duas coisas, a que fiz para minha esposa,
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    e a que fiz para centenas de outros pacientes.
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    Primeira coisa, para minha esposa,
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    e a coisa mais comum que ouço de meus pacientes,
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    particularmente no grupo de 40 a 80 anos de idade, o grupo de 70 anos de idade,
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    é que eles chegam e dizem,
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    "Ei, Doutor, será que não existe um simples amortecedor de impactos que você pode colocar no meu joelho?
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    Eu não estou disposto a fazer substituição da articulação."
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    E então para ela eu coloquei um menisco humano de doador alográfico
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    exatamente naquele espaço da junta.
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    E isso substitui aquilo.
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    E então para aquele ligamento instável,
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    colocamos um ligamento de doador humano
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    para estabilizar o joelho.
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    E então, para o dano da artrite na superfície,
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    fazemos um enxerto de pasta de células tronco,
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    que desenvolvemos em 1991,
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    para recompor a superfície da cartilagem articular
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    e devolver a ela uma superfície lisa ali.
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    E então, aqui está o joelho ruim da minha mulher à esquerda,
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    e ela simplesmente fazendo cross-country na neve agora
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    quatro meses depois em Aspen, e se dando muito bem.
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    E isso funciona, não só para minha mulher, mas certamente para outros pacientes.
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    A garota no vídeo, Jen Hudak,
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    acabou de vencer o Superpipe em Aspen
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    apens nove meses depois de ter destruído o joelho dela,
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    como vocês podem ver na outra imagem --
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    e recebendo um enxerto de pasta naquele joelho.
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    E assim nós conseguimos reconstruir essas superfícies biologicamente.
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    Assim, com todo esse sucesso,
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    porque isso não é bom o suficiente, vocês podem perguntar.
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    Bem, a razão é porque não existem doadores suficientes.
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    Não há um número suficiente de jovens saudáveis
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    caindo de suas motocicletas
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    e doando seus tecidos para nós.
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    E o tecido é muito caro.
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    E assim isso não vai ser uma solução
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    que nos permita a aplicação global do tecido biológico.
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    Mas a solução é tecido animal
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    porque é abundante, é barato.
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    Podemos obtê-lo de tecidos jovens, saudáveis,
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    mas a barreira é a imunologia.
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    E a barreira específica
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    é um epítopo específico
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    chamado galactosil, ou epítopo gal.
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    Então, se formos transplantar tecidos animais para pessoas,
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    vamos precisar encontrar um jeito de nos livrarmos daquele epítopo.
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    Assim, minha história de trabalho com tecidos animais
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    começa em 1984.
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    E comecei primeiramente
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    com o tendão de Aquiles da vaca,
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    em que tirávamos o tendão de Aquiles da vaca,
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    que é colágeno tipo I,
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    remover os antígenos dele
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    mediante degradação com uma lavagem com ácido e detergente
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    e moldando-o em um molde de regeneração.
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    Então nós pegávamos aquele molde de regeneração
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    e o inseríamos no lugar da cartilagem do menisco que estava faltando
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    para que ela se reconstruisse no joelho do paciente.
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    E agora fizemos esse procedimento,
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    e foi feito ao redor do mundo em mais de 4.000 casos,
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    assim, é um método aprovado pelo FDA e aceito mundialmente
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    para recompor o menisco.
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    E isso é ótimo quando podemos degradar o tecido.
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    Mas o que acontece com o ligamento, quando precisamos de um ligamento intacto?
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    Não posso moê-lo em um liquidificador.
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    Então, nesse caso,
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    precisamos projetar -- e projetamos com Uri Galili e Tom Turek --
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    um removedor de enzimas
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    para lavar, ou remover,
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    aqueles epítopos de galactosil
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    com um enzima específico.
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    E chamamos essa técnica de "remoção de gal".
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    O que fazemos é humanizar o tecido.
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    É através da remoção do gal que aquele tecido
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    é humanizado por nós,
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    e então podemos recolocá-lo
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    no joelho de um paciente.
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    E nós fizemos isso. Agora, pegamos ligamento de porco --
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    jovem, saudável, grande tecido,
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    colocamos em 10 pacientes, num experimento aprovado pela FDA --
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    e então um de nossos pacientes participou
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    de três campeonatos [de esqui] "Canadian Masters Downhill" --
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    com seu "lig-porco", como ele o chama. Então sabemos que isso pode funcionar.
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    E está pendente um teste clínico amplo desse tecido.
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    E então, qual é o próximo passo?
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    Que tal chegarmos a uma reposição biológica total do joelho,
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    não apenas as partes?
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    Como vamos revolucionar as reposições artificiais de articulações?
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    Bem, eis aqui como vamos fazer isso.
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    Então o que vamos fazer é pegar
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    uma cartilagem de articulação
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    de um porco jovem e saudável,
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    remover os antígenos dele,
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    carregá-lo com as células-tronco de vocês,
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    e então colocá-lo de volta naquela
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    superfície artrítica do seu joelho,
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    pregá-lo lá, conseguir que vocês recuperem aquela superfície
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    e então criar uma nova superfície biológica para seu joelho.
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    Então, essa é nossa abordagem biológica neste momento.
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    Vamos reconstruir o joelho de vocês com as partes.
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    Vamos refazer a superfície com uma superfície completamente nova.
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    Mas temos outras vantagens provenientes do reino animal.
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    Existe um benefício de 400 milhões de anos
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    de ambulação.
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    Podemos colher esses benefícios.
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    Podemos usar tecidos mais espessos, mais jovens, melhores
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    do que você teria em seu joelho lesionado,
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    ou que você teria com 40, 50 ou 60 anos.
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    Podemos fazer isso como procedimento ambulatorial.
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    Podemos remover esse tecido de modo bem econômico.
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    E assim é como podemos conseguir reposições biológicas de joelho
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    para aplicar globalmente.
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    E assim, sejam bem-vindos à super-biologia.
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    Não é hardware.
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    Não é software.
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    É bioware.
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    É a versão 2.0 de vocês.
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    E então, com isso, chegando a --
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    (Risos)
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    chegando a um teatro de operação próximo de vocês em breve, creio eu.
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    Muitíssimo obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
Kevin Stone: O futuro biológico das próteses de articulações.
Speaker:
Kevin Stone
Description:

A Artrite e as lesões desgastam milhões de articulações mas poucas delas recebem o melhor remédio -- tecido biológico real. Kevin Stone mostra um tratamento capaz de contornar os altos custos e escassez de doadores de transplantes humanos-para-humanos com uma utilização inovadora de tecido animal.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:31
Durval Castro added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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