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PROBLEMA the film *NEW Higher Quality*

  • 0:39 - 0:43
    NUM GRANDE DIA DO SÉCULO XXI
  • 0:50 - 0:54
    OCORREU UM ENCONTRO
    DE SERES HUMANOS NUNCA VISTO
  • 1:04 - 1:06
    100 PERGUNTAS
  • 1:12 - 1:14
    112 PARTICIPANTES
  • 1:22 - 1:24
    11200 OPINIÕES
  • 1:32 - 1:34
    UM CÍRCULO
  • 2:07 - 2:10
    Para mim, hoje,
    a pergunta mais importante é
  • 2:11 - 2:15
    como podemos sentar
    para conversar?
  • 2:16 - 2:20
    Não apenas uma ou duas pessoas,
    mas todos nós neste planeta.
  • 2:20 - 2:25
    Para começarmos a fazer as perguntas
    sobre o que importa.
  • 2:25 - 2:28
    -Para mim, o que importa...
    -Está distorcendo a verdade...
  • 2:28 - 2:30
    sobre as mudanças climáticas?
  • 2:30 - 2:34
    Por que a África é menos
    desenvolvida do que o Oeste?
  • 2:34 - 2:36
    Gostaria de saber...
  • 2:36 - 2:39
    Qual é o ponto de equilíbrio
    entre os valores judaicos
  • 2:39 - 2:41
    e os outros valores numa democracia?
  • 2:42 - 2:44
    -Tenho algumas perguntas.
    -Por que desgostam dos Americanos?
  • 2:47 - 2:51
    Como o indivíduo se relaciona
    em grupo no século XXI?
  • 3:11 - 3:14
    Este lugar tem muita história.
  • 3:15 - 3:17
    Aqui, costumavam queimar os livros
  • 3:18 - 3:22
    de quem diz as coisas
    que outras pessoas preferem ignorar.
  • 3:22 - 3:26
    E é por isso que viemos
    para August-Bebelplatz em Berlim,
  • 3:28 - 3:32
    onde se queimavam livros,
    queimando pensamentos.
  • 3:33 - 3:36
    A livre expressão foi queimada aqui.
  • 3:47 - 3:52
    MESA DAS VOZES LIVRES,
    BEBELPLATZ, BERLIM
  • 4:31 - 4:35
    È maravilhoso ver tantas caras
    bonitas em volta desta mesa.
  • 4:35 - 4:39
    Temos um longo dia pela frente,
    então vamos iniciar já o programa.
  • 4:40 - 4:43
    Hoje, perguntamos e começamos
  • 4:43 - 4:46
    a ver respostas a 100 perguntas
  • 4:46 - 4:51
    escolhidas entre milhares,
    doadas por pessoas do mundo inteiro.
  • 4:51 - 4:55
    Faremos estas perguntas
    no decorrer das próximas nove horas.
  • 4:55 - 4:59
    Em oito sessões
    de cerca de 45 minutos,
  • 4:59 - 5:02
    abrangendo oito temas
    de importância global.
  • 5:03 - 5:07
    -Chinês.
    -Daqui. Directamente daqui.
  • 5:07 - 5:09
    Você esteve no meu país?
  • 5:09 - 5:11
    Não, infelizmente não estive.
  • 5:11 - 5:15
    Juntos, nos tornamos um só
    para comemorar nossa diversidade
  • 5:15 - 5:18
    e juntar múltiplos pontos de vista.
  • 5:18 - 5:23
    -Obrigada por estar aqui conosco.
    -Na Mesa das Vozes Livres.
  • 5:53 - 5:57
    -Primeira pergunta.
    -Origem anônima, EUA.
  • 5:58 - 6:02
    "Qual é a mais importante história
    menos relatada hoje?"
  • 6:09 - 6:11
    Pode começar com sua resposta.
  • 6:16 - 6:19
    O que hoje deveria ser relatado
  • 6:19 - 6:22
    e realmente não é
  • 6:23 - 6:26
    é o quando custa a vida.
  • 6:27 - 6:30
    O preço da vida neste planeta.
  • 6:30 - 6:33
    Vivemos, de crise em crise,
  • 6:33 - 6:37
    e relatamos apenas
    uma porção da história.
  • 6:37 - 6:39
    Quando as armas da luta se calam,
  • 6:40 - 6:44
    nos esquecemos daquele país,
  • 6:44 - 6:46
    daquela região
    que sofreu com o conflito.
  • 6:47 - 6:52
    E passamos a relatar outra história,
    e quando fazemos isso...
  • 6:52 - 6:55
    Bom, eu começaria com o Darfur,
  • 6:57 - 7:01
    com a exterminação de populações,
  • 7:01 - 7:05
    só porque são de outra religião
    ou outra raça.
  • 7:07 - 7:10
    E o mundo não tem interesse neles,
  • 7:11 - 7:14
    porque eles não têm recursos
    como o petróleo.
  • 7:15 - 7:17
    Acho que hoje,
    a história menos relatada
  • 7:18 - 7:22
    é a verdade
    por trás do terrorismo global.
  • 7:23 - 7:26
    Não temos nenhuma ideia
  • 7:26 - 7:28
    da verdade por trás dele.
  • 7:30 - 7:31
    Quem está vivo? E quem morreu?
  • 7:32 - 7:36
    Quem o está propagando?
    Quem o está desbravando?
  • 7:36 - 7:39
    Quem está usando o terrorismo
  • 7:39 - 7:41
    a seu favor.
  • 7:42 - 7:47
    As crianças que foram escravizadas.
  • 7:48 - 7:51
    O tráfego humano.
  • 7:54 - 7:58
    Os milhões de pessoas
    atravessando fronteiras ilegalmente
  • 7:58 - 8:01
    em busca de uma vida melhor.
  • 8:03 - 8:07
    Acho que hoje,
    a mais importante dessas histórias
  • 8:07 - 8:11
    é a da jovem que morreu
  • 8:11 - 8:14
    há dez minutos de malária.
  • 8:15 - 8:18
    Ela morreu sem necessidade,
  • 8:18 - 8:24
    porque as drogas que poderiam matar
    o parasita da malária existem,
  • 8:24 - 8:26
    e são baratas.
  • 8:26 - 8:29
    Mas ela não obteve estas drogas.
  • 8:29 - 8:31
    E ela morreu,
  • 8:31 - 8:34
    e outra criança acaba de morrer,
  • 8:34 - 8:37
    e esta história não é relatada.
  • 8:39 - 8:41
    Acho que não há
  • 8:41 - 8:44
    uma história não relatada
    mais importante de hoje.
  • 8:45 - 8:49
    Há muitas histórias não relatadas
    no mundo.
  • 8:50 - 8:52
    E as coisas boas
    que acontecem no mundo.
  • 8:52 - 8:57
    Não ouvimos falar delas.
    Há coisas maravilhosas acontecendo.
  • 8:57 - 9:00
    Sempre ouvimos apenas más notícias.
  • 9:00 - 9:03
    A morte, a destruição, guerras,
  • 9:04 - 9:07
    assassinatos, homicídios, estupros.
  • 9:07 - 9:10
    Problemas.
    Os jornais, se você torce,
  • 9:10 - 9:13
    pode... tem-se a impressão
    que pode sair sangue.
  • 9:22 - 9:24
    Obrigada.
  • 9:33 - 9:37
    Pergunta 12, de Judy Twedt,
  • 9:37 - 9:40
    24 anos, Denver, EUA.
  • 9:41 - 9:44
    "Deveríamos ter o direito
    de escolher onde moramos?"
  • 9:45 - 9:47
    Esta é uma pergunta interessante.
  • 9:48 - 9:49
    Gostei.
  • 9:49 - 9:51
    A gente nasce.
  • 9:51 - 9:54
    A gente nasce
    num ponto do planeta Terra,
  • 9:54 - 9:56
    e se a gente não quer ficar ali,
  • 9:56 - 9:58
    vai para outro lugar.
  • 9:59 - 10:02
    Mas quando a gente vai para outro
    lugar, a gente é discriminado.
  • 10:02 - 10:06
    Cheguei há dois dias, e no dia 11
    tenho que partir de novo,
  • 10:06 - 10:08
    porque meu visto
    é válido por apenas quatro dias.
  • 10:09 - 10:11
    Sendo colombiano,
  • 10:11 - 10:13
    sendo um cidadão do mundo,
  • 10:14 - 10:18
    não tenho o direito
    de entrar neste paraíso,
  • 10:19 - 10:23
    o paraíso do Primeiro Mundo,
    exceto por quatro dias.
  • 10:24 - 10:27
    Acredito que deveríamos ter
    o direito de escolher onde morar.
  • 10:28 - 10:30
    Vivemos num mundo
    onde o capital pode mover-se,
  • 10:30 - 10:32
    onde bens podem mover-se.
  • 10:32 - 10:35
    Porque tanta histeria
    sobre a circulação de pessoas?
  • 10:36 - 10:39
    Uma vez, por exemplo,
    eu queria ir a Dubai,
  • 10:39 - 10:41
    mas como eu tenho
  • 10:41 - 10:46
    um passaporte
    da Convenção de Genebra de 1951,
  • 10:46 - 10:48
    não me foi permitido.
  • 10:49 - 10:53
    E a razão que me deram para isso
  • 10:53 - 10:56
    foi que eu não pertencia
    a lugar algum.
  • 10:57 - 11:00
    Todo mundo quer viver num lugar
    onde não haja guerra.
  • 11:00 - 11:02
    Todo mundo quer ter
    uma existência harmoniosa.
  • 11:02 - 11:05
    Algumas pessoas podem comprar isso
    e outras não.
  • 11:06 - 11:09
    Algumas pessoas podem reivindicar
    este direito
  • 11:09 - 11:12
    e outras não estão numa posição
    para fazer isso.
  • 11:12 - 11:17
    Sim, todos deveríamos ter o direito
    de viver onde queremos,
  • 11:17 - 11:20
    mas todos deveríamos
    poder pagar por isso.
  • 11:21 - 11:24
    Às vezes você precisa se mudar
    para conseguir sustentar a família.
  • 11:25 - 11:28
    Se estiver atravessando fronteiras,
    e não for reconhecido por um estado,
  • 11:28 - 11:32
    quer dizer que você é ilegal
    sob a definição do estado?
  • 11:33 - 11:36
    Acho que um ser humano, não pode
    dizer que outro ser humano é ilegal.
  • 11:37 - 11:39
    As pessoas que se mudam, o fazem
  • 11:39 - 11:41
    porque estão desesperadas.
  • 11:41 - 11:43
    Elas tomam riscos enormes.
  • 11:43 - 11:47
    Olhe para as pessoas
    chegando nas Ilhas Canárias.
  • 11:47 - 11:49
    Todas as semanas,
    em barcos improvisados,
  • 11:49 - 11:52
    elas chegam em centenas na praia.
  • 11:53 - 11:55
    Elas estão totalmente desesperadas.
  • 11:55 - 11:58
    Senão, não teriam ido embora.
  • 11:58 - 12:02
    Isso não é uma escolha.
    Não é escolher onde vou morar.
  • 12:02 - 12:06
    Você não escolhe de se arriscar, com
    nove chances sobre dez de se afogar,
  • 12:07 - 12:10
    ou ser assassinado
    antes de realmente chegar.
  • 12:10 - 12:11
    Isso não é uma escolha!
  • 12:13 - 12:16
    Você também poderia perguntar,
    não deveríamos ter...
  • 12:17 - 12:21
    o direito de ficar onde estamos?
  • 12:21 - 12:27
    Esta è uma pergunta muito urgente
    para muitas pessoas neste planeta.
  • 12:27 - 12:32
    O povo tibetano,
    como eu, sendo tibetana,
  • 12:34 - 12:37
    nós não temos este direito.
  • 12:38 - 12:39
    Sim, podemos morar no nosso país,
  • 12:40 - 12:44
    mas não podemos necessariamente
    fazer o que queremos.
  • 12:45 - 12:48
    O dia em que a lei
  • 12:48 - 12:52
    ditar de fato a possibilidade
  • 12:52 - 12:57
    de conceder este direito a todos,
    sem restrição,
  • 12:57 - 13:01
    neste dia
    a humanidade terá feito mais
  • 13:01 - 13:03
    do que passar uma fronteira.
  • 13:03 - 13:07
    Ela terá atingido
    um grau de evolução,
  • 13:07 - 13:10
    que é desejável
  • 13:10 - 13:13
    para todas as culturas e nações.
  • 13:14 - 13:15
    É importante...
  • 13:18 - 13:20
    que possamos viver onde quisermos.
  • 13:21 - 13:24
    Todo mundo precisa de um ninho.
  • 13:24 - 13:27
    Até os pássaros
    precisam de um ninho.
  • 13:27 - 13:30
    Os seres humanos
    precisam de suas casas.
  • 14:14 - 14:17
    Pergunta 19, de Claire Mackintosh,
  • 14:17 - 14:20
    25 anos, Brisbane, Austrália.
  • 14:21 - 14:25
    "Qual é a dignidade básica
    que cada ser humano merece,"
  • 14:25 - 14:28
    "e por que deixamos
    tantas pessoas viverem sem esta?"
  • 14:30 - 14:33
    A dignidade básica
    é a dignidade humana,
  • 14:33 - 14:39
    seu orgulho, para que possa manter
    sua cabeça erguida, e não baixá-la.
  • 14:39 - 14:41
    Eles não devem ter medo.
  • 14:41 - 14:44
    Talvez morem num vilarejo distante.
  • 14:44 - 14:48
    Num lugar de um país
    em desenvolvimento. E daí?
  • 14:48 - 14:50
    Eles deveriam manter a postura...
  • 14:51 - 14:53
    Deixamos tantas pessoas viverem assim,
  • 14:53 - 14:57
    para que outras pessoas
    façam o que fazem.
  • 14:58 - 15:00
    Pegar terras.
  • 15:01 - 15:03
    Soltar bombas.
  • 15:04 - 15:05
    Pegar água.
  • 15:08 - 15:10
    Controlar mentes.
  • 15:10 - 15:14
    Tudo para nós mesmos
    e nada para os outros
  • 15:14 - 15:19
    parece ter sido,
    em cada era do mundo,
  • 15:19 - 15:23
    a máxima vil
    dos mestres da humanidade.
  • 15:23 - 15:27
    Tudo para nós mesmos
    e nada para os outros.
  • 15:28 - 15:32
    Foi Adam Smith que disse isso,
    Adam Smith, o pai do capitalismo.
  • 15:32 - 15:34
    Ele sabia que era a tendência.
  • 15:34 - 15:37
    Tudo para nós mesmos
    e nada para os outros.
  • 15:38 - 15:41
    A Declaração Universal
    dos Direitos Humanos
  • 15:41 - 15:46
    é o que deveria estar disponível
  • 15:47 - 15:49
    para as pessoas no mundo inteiro.
  • 15:50 - 15:56
    Não deveríamos aceitar que
    estes direitos básicos sejam negados,
  • 15:56 - 16:01
    o direito humano básico
    de viver uma vida decente,
  • 16:01 - 16:04
    de ter acesso
  • 16:04 - 16:08
    a comida, abrigo e educação.
  • 16:08 - 16:12
    É inaceitável
    que no mundo de hoje,
  • 16:12 - 16:14
    haja crianças morrendo de fome.
  • 16:14 - 16:17
    É inaceitável
    que no mundo de hoje,
  • 16:17 - 16:20
    haja crianças sem abrigo.
  • 16:23 - 16:27
    Para me preparar para esta pergunta,
    usei a Internet, Wikipédia,
  • 16:28 - 16:33
    e li novamente a Declaração Universal
    dos Direitos Humanos da ONU,
  • 16:33 - 16:35
    que me fez chorar.
  • 16:36 - 16:40
    Simplesmente chorei. É tão bonita.
  • 16:41 - 16:43
    Vamos colocá-la
    em todos os passaportes.
  • 16:46 - 16:49
    Meu pai foi exterminado com 37 anos
  • 16:49 - 16:51
    e minha mãe com a mesma idade.
  • 16:51 - 16:53
    Minhas irmãs foram exterminadas
  • 16:53 - 16:57
    com 14 anos, 6, 12, e 16.
  • 16:58 - 17:01
    Eu sobrevivi, e a vida
    se tornou muito preciosa para mim.
  • 17:01 - 17:06
    E penso que também é preciosa
    para cada ser humano neste planeta.
  • 17:06 - 17:11
    E ainda assim ela é, muitas vezes,
    retirada por razões erradas.
  • 17:11 - 17:16
    Ensinamos às crianças que nossas vidas
    são mais valiosas do que as alheias.
  • 17:16 - 17:20
    Estranhos,
    pessoas com outra cor de pele,
  • 17:20 - 17:24
    pessoas que têm menos do que temos,
    pessoas que não falam nossa língua.
  • 17:25 - 17:26
    Pessoas...
  • 17:27 - 17:29
    Os outros. As outras pessoas.
  • 17:31 - 17:34
    O que muitas vezes acontece
    é que essas pessoas
  • 17:34 - 17:36
    são realmente vistas
    como "eles" e não "nós",
  • 17:37 - 17:41
    e não se presta muita atenção,
    não nos preocupamos
  • 17:41 - 17:44
    com os direitos básicos
    e a dignidade dessas pessoas.
  • 17:44 - 17:49
    Mas acho que você tem que pensar
    no significado de "nós" na pergunta.
  • 17:49 - 17:52
    Quem somos "nós" e quem são "eles"?
  • 17:52 - 17:56
    Bebês, quando choram,
    não se pode distinguir
  • 17:56 - 18:01
    se é um menino, uma menina,
    qual a sua nacionalidade,
  • 18:01 - 18:05
    ou qual a religião de sua mãe.
  • 18:05 - 18:07
    É apenas voz.
  • 18:08 - 18:13
    Não se esqueça. É apenas um som.
    Temos de recordar isso.
  • 18:13 - 18:17
    Suponho que se as pessoas realmente
    se considerassem como irmãos,
  • 18:17 - 18:20
    e pudessem imaginar
    que cada pessoa lá fora
  • 18:20 - 18:23
    fosse seu filho ou parente,
    seria muito diferente.
  • 18:23 - 18:25
    Se realmente pudéssemos
    abrir tanto nossos corações.
  • 18:30 - 18:32
    Todo mundo pode ganhar
  • 18:34 - 18:36
    dignidade humana para si mesmo.
  • 18:38 - 18:41
    Porém antes disso,
    deve-se deixar para trás
  • 18:41 - 18:45
    a opressão auto-imposta
    de políticas, ideologia, religião,
  • 18:45 - 18:48
    e conservadorismo nacionalista.
  • 18:51 - 18:52
    Eu venho...
  • 18:54 - 18:56
    eu venho da selva,
  • 18:56 - 19:01
    onde passei a maior parte
    da minha vida, com tribos,
  • 19:02 - 19:04
    e onde...
  • 19:05 - 19:07
    a questão da liberdade
  • 19:10 - 19:15
    é bem maior do que a liberdade
    que temos aqui.
  • 19:16 - 19:19
    Não conheci
    seres mais livres do que eles,
  • 19:19 - 19:21
    do que os povos indígenas.
  • 19:23 - 19:25
    Não, não conheci.
  • 19:26 - 19:29
    Você acredita que este projeto
    possa mudar algo?
  • 19:29 - 19:34
    Eu sabia desde o momento
    em que este murmúrio começou,
  • 19:35 - 19:37
    com este balbuceio de vozes.
  • 19:37 - 19:39
    Senti um tremor na minha coluna,
  • 19:39 - 19:43
    e compreendi que algo sairá disso.
  • 19:43 - 19:47
    Me lembrou um pouco "Asas do Desejo".
  • 19:47 - 19:50
    Com estes anjos
    que ouvem todas estas vozes.
  • 19:51 - 19:54
    É um tipo parecido de murmúrio
    o tempo todo.
  • 19:55 - 19:58
    Eu podia ouvir este mesmo murmúrio
    aqui, só que era real.
  • 19:58 - 20:01
    Todas estas pessoas
    pensavam de fato em voz alta.
  • 20:05 - 20:09
    Oh, ei! Você viu a Bianca?
    Acho que ela está para lá.
  • 20:10 - 20:11
    Aí está ela.
  • 20:12 - 20:14
    Acho que ela chegou tarde.
  • 20:15 - 20:17
    Você pode me fazer um grande favor?
  • 20:17 - 20:22
    Não mexa quando estou falando,
    porque isto imediatamente...
  • 20:22 - 20:26
    você poderia fazer isso antes
    ou depois, quando eu paro de falar,
  • 20:27 - 20:30
    porque se fizer quando estou falando,
    minha concentração...
  • 20:30 - 20:33
    -O faço quando recebo anotações.
    -Claro.
  • 21:04 - 21:06
    Pergunta 28, de Andrew,
  • 21:08 - 21:11
    22 anos, Frankfurt, Alemanha.
  • 21:11 - 21:15
    "E se todos os Chineses
    quiserem um carro?"
  • 21:16 - 21:18
    Comece por favor.
  • 21:21 - 21:24
    Esta pergunta é um pouco racista.
  • 21:27 - 21:28
    Por que não?
  • 21:32 - 21:34
    Precisamos todos de um carro.
  • 21:35 - 21:38
    Por que você só fala dos Chineses?
  • 21:38 - 21:43
    Se você for aos EUA,
    toda família tem mais de três carros.
  • 21:45 - 21:47
    Por que os Chineses?
    Queremos todos um carro.
  • 21:47 - 21:51
    Italianos, Franceses e Alemães
    que não têm um carro, querem um.
  • 21:52 - 21:54
    E se todos os Indianos
    quiserem um carro?
  • 21:54 - 21:57
    E se todos os Africanos
    quiserem um carro?
  • 21:57 - 22:01
    Se todos os Chineses
    quisessem ter um carro,
  • 22:02 - 22:05
    e assumindo
    que eles fossem querer dirigir
  • 22:05 - 22:08
    os maiores, mais velozes
    e mais potentes carros,
  • 22:08 - 22:11
    os céus acima de nós escureceriam.
  • 22:12 - 22:15
    Estradas insuficientes,
    muitos acidentes,
  • 22:16 - 22:18
    falta de lugar para estacionar,
  • 22:19 - 22:21
    poluição demais.
  • 22:21 - 22:24
    E se todos os Chineses
    quiserem um carro?
  • 22:24 - 22:26
    Então todos os Alemães
  • 22:26 - 22:29
    têm que trabalhar
    na indústria automotiva
  • 22:29 - 22:33
    para produzir carros para os Chineses
    até que todo alemão esteja exausto.
  • 22:33 - 22:35
    È uma história impossível.
  • 22:36 - 22:38
    O carro de hoje, no mundo rico,
  • 22:40 - 22:43
    usa de 2 a 3 por cento da energia
    no tanque
  • 22:43 - 22:46
    para realmente mover o motorista.
  • 22:47 - 22:50
    O resto é perdido
    ao mover o peso do quadro,
  • 22:50 - 22:54
    e o peso do motor,
    perdido em calor e fricção.
  • 22:54 - 22:58
    Inventamos um enorme conjunto
    super sofisticado
  • 22:58 - 23:00
    de veículos muito mal projetados.
  • 23:00 - 23:04
    Apenas para levar uma pessoa
    de um lugar para outro.
  • 23:04 - 23:08
    Os preços do petróleo vão seguir
    aumentando dramaticamente.
  • 23:09 - 23:13
    E o caos econômico no Oeste,
    no máximo,
  • 23:14 - 23:18
    ou, no mínimo, a deprimente
    e inevitável constatação
  • 23:18 - 23:20
    de que algo deve ser feito
  • 23:20 - 23:23
    sobre o consumo excessivo
    de combustíveis fósseis
  • 23:23 - 23:28
    nos Estados Unidos
    e outros países do Oeste
  • 23:28 - 23:31
    estará impresso
    na consciência das pessoas.
  • 23:31 - 23:33
    A China, por muito tempo,
  • 23:33 - 23:36
    foi uma nação de bicicletas.
  • 23:36 - 23:38
    Os fabricantes de carros chineses,
  • 23:38 - 23:41
    vendo o impacto ecológico
    dos carros,
  • 23:41 - 23:44
    estão trabalhando duro
    para projetar carros elétricos.
  • 23:44 - 23:47
    A China tem uma enorme oportunidade,
  • 23:47 - 23:49
    e responsabilidade
  • 23:50 - 23:56
    de industrializá-lo, de uma forma
    que funcione para seu povo,
  • 23:56 - 23:58
    e para o seu meio-ambiente,
  • 23:59 - 24:02
    e para o mundo.
  • 24:02 - 24:06
    O que está por trás da pergunta
    não é tanto o povo chinês,
  • 24:06 - 24:11
    mas uma metáfora para uma situação,
    que é claramente insustentável.
  • 24:11 - 24:13
    Não podemos pedir que eles façam
  • 24:13 - 24:16
    o que não estamos prontos a fazer
    nós mesmos.
  • 24:16 - 24:20
    O que devemos fazer
    é aprender com nossos erros,
  • 24:20 - 24:25
    com a maneira em que temos vivido,
    e a forma irracional e irresponsável
  • 24:25 - 24:27
    em que temos levado nossa vida.
  • 24:28 - 24:33
    O problema não é
    quantas pessoas querem um carro,
  • 24:33 - 24:36
    mas o fato que a porta
    para os desejos humanos
  • 24:37 - 24:40
    tenha sido aberta sem limite.
  • 24:40 - 24:43
    Como fechar novamente esta porta
  • 24:44 - 24:48
    depois de abri-la para nossos desejos
    infinitos e possessivos?
  • 24:57 - 25:00
    -Tudo bem?
    -Tudo bem.
  • 25:01 - 25:05
    -Como vai?
    -Bem. Um pouco exausto.
  • 25:06 - 25:08
    -É demais?
    -Sim.
  • 25:11 - 25:14
    É tão legal estar aqui
    fazendo isso.
  • 25:14 - 25:18
    -É?
    -Os Nazistas queimaram os livros aqui.
  • 25:19 - 25:24
    Ah, agora entendi. É por isso
    que há aquela pilha de livros ali.
  • 25:25 - 25:27
    Meu Deus, não tinha me dado conta...
  • 25:29 - 25:33
    Willem.
    Quantas perguntas faltam?
  • 25:33 - 25:36
    -Depois de todas essas perguntas.
    -Você quer saber?
  • 25:38 - 25:43
    Estou falando tanto
    sobre todos os problemas.
  • 25:44 - 25:47
    Estou mandando brasa!
  • 25:49 - 25:52
    -Estou indo bem?
    -Pergunta 33...
  • 25:52 - 25:56
    da novelista de Nova Iorque,
  • 25:56 - 26:00
    Siri Hustvedt, que pergunta...
  • 26:00 - 26:05
    Estou muito curiosa para saber,
    para descobrir,
  • 26:05 - 26:08
    como a cultura consumista
  • 26:08 - 26:11
    realmente influencia
  • 26:12 - 26:16
    as personalidades,
    os modos de vida das pessoas,
  • 26:16 - 26:18
    a forma de pensar,
  • 26:18 - 26:21
    dentro deles,
    numa determinada cultura.
  • 26:21 - 26:24
    Como se torna parte de nós,
  • 26:25 - 26:29
    e o que significa conseguir resistir
  • 26:29 - 26:33
    a esta cultura visual e verbal,
    me parece que...
  • 26:33 - 26:35
    "Me parece
    que está sempre diminuindo"
  • 26:35 - 26:38
    "e simplificando a realidade
    em algo"
  • 26:38 - 26:41
    "que pode ser facilmente
    comprado e vendido."
  • 26:49 - 26:51
    Eu acho...
  • 27:04 - 27:06
    Cultura consumista...
  • 27:07 - 27:09
    Funciona para continuar criando
  • 27:10 - 27:15
    um desejo na sociedade,
    na comunidade,
  • 27:15 - 27:20
    de que há algo novo,
    algo melhor, mais útil...
  • 27:20 - 27:22
    O homem não precisa de nada.
  • 27:23 - 27:27
    Precisa apenas de si mesmo.
  • 27:27 - 27:29
    Ele precisa de amor.
  • 27:31 - 27:33
    Há cafeteiras suficientes
    no mundo.
  • 27:33 - 27:37
    Estamos rodeados de bastantes
    aparelhos. Há cadeiras suficientes.
  • 27:37 - 27:40
    Use uma das várias centenas
    que já estão ali,
  • 27:40 - 27:46
    e use sua energia extra para fazer
    coisas que são mesmo importantes.
  • 27:46 - 27:51
    Isso tudo faz parte
    de uma cultura de prostituição.
  • 27:51 - 27:53
    Nossos valores foram prostituídos,
  • 27:54 - 27:57
    e a humanidade não passa de
    uma grande máquina de prostituição.
  • 27:58 - 28:00
    Criamos monstros,
  • 28:02 - 28:04
    monstros do desenvolvimento agrícola.
  • 28:05 - 28:10
    As vacas do McDonald's são mortas
    sem nenhuma cerimônia de matança.
  • 28:11 - 28:16
    Não há honra, ou agradecimento
    ao animal por nos fornecer alimento.
  • 28:17 - 28:20
    E quando não há cerimônia,
    a comida que comemos se torna má.
  • 28:21 - 28:23
    E adivinhe o quê?
  • 28:23 - 28:25
    Onde se come McDonald's
  • 28:26 - 28:27
    as pessoas ficam doentes.
  • 28:29 - 28:32
    O que você esperava?
    Não há cerimônia.
  • 28:32 - 28:35
    Os povos mais poderosos
    na face do planeta
  • 28:36 - 28:40
    são os que podem afetar
    o maior número de mentes, que...
  • 28:42 - 28:46
    que podem influenciar
    o comportamento humano,
  • 28:47 - 28:49
    e os movimentos sociais,
  • 28:49 - 28:52
    e o modo como as sociedades se vêem,
  • 28:53 - 28:57
    o modo como andam e falam,
    as coisas que comem, que bebem, etc.
  • 28:58 - 28:59
    Tudo o que importa é a economia.
  • 29:00 - 29:03
    É um modelo que está nos destruindo.
  • 29:03 - 29:06
    É um modelo que está nos consumindo.
  • 29:07 - 29:09
    O que realmente temos que observar
  • 29:10 - 29:14
    é o próprio mercado livre,
  • 29:16 - 29:20
    e procurar uma forma de incluir
  • 29:20 - 29:22
    todo o aspecto ético.
  • 29:23 - 29:27
    Riqueza para compartilhar, cuidar,
  • 29:28 - 29:31
    e viver feliz consigo
    e com os outros.
  • 29:31 - 29:35
    E a melhor e mais profunda riqueza
    é saber como ajudar os outros.
  • 30:42 - 30:44
    Pergunta 37
  • 30:44 - 30:49
    de Tom Henze,
    30 anos, Berlim, Alemanha.
  • 30:50 - 30:56
    "Será que nossa riqueza é dependente
    da pobreza do Terceiro Mundo?"
  • 30:57 - 31:01
    A expressão "Terceiro Mundo"
    é realmente arrogante.
  • 31:01 - 31:04
    Não é um Terceiro Mundo,
    é apenas um mundo
  • 31:04 - 31:09
    que se desenvolveu
    de forma diferente ou não tão rápida.
  • 31:09 - 31:13
    Mas não é o Terceiro Mundo.
    O que é o Primeiro Mundo então?
  • 31:13 - 31:16
    Qual é mesmo a definição
    do Terceiro Mundo?
  • 31:16 - 31:20
    Há um Primeiro Mundo,
    um Segundo e um Terceiro Mundo?
  • 31:21 - 31:23
    Não.
  • 31:24 - 31:25
    Um mundo...
  • 31:27 - 31:30
    Não indo tão bem...
    Com humanos estragando tudo...
  • 31:32 - 31:37
    Enfim, se nossa riqueza depende
    da pobreza do Terceiro Mundo,
  • 31:38 - 31:41
    então temos um problema,
    um grande problema...
  • 31:41 - 31:43
    Começaram primeiro tirando o ouro.
  • 31:43 - 31:45
    O ouro que, para os povos indígenas,
  • 31:45 - 31:48
    não tinha o mesmo valor
    que para os capitalistas.
  • 31:49 - 31:53
    A África
    tem sido o berço da humanidade,
  • 31:53 - 31:56
    e estou segura do que digo,
    que a África
  • 31:57 - 32:00
    também vai ser
    o leito de morte do capitalismo.
  • 32:06 - 32:08
    África espoliada.
  • 32:10 - 32:13
    África, terrível África.
  • 32:13 - 32:18
    É impossível falar da África
    sem sentir uma certa...
  • 32:19 - 32:22
    um certo aperto no coração.
  • 32:23 - 32:26
    As pessoas bem alimentadas
    não compreendem
  • 32:28 - 32:30
    o que é ter fome.
  • 32:31 - 32:33
    Um líder Nigeriano disse:
  • 32:33 - 32:37
    "Se não quiserem dividir sua riqueza,
    dividiremos nossa pobreza com vocês."
  • 32:37 - 32:41
    Se quiserem a paz mundial,
    falemos de distribuição justa.
  • 32:43 - 32:47
    Também temos que entender
    que todos os recursos
  • 32:48 - 32:54
    são divididos entre todos e são,
    antes de tudo, para os necessitados.
  • 32:55 - 33:00
    A verdadeira posse é a posse
    por necessidade, vinda da necessidade.
  • 33:00 - 33:05
    Quando preciso de um copo d'água,
    ele é meu por direito de necessidade.
  • 33:05 - 33:07
    Justo... "Justo" não é uma palavra
  • 33:07 - 33:11
    que se ouve muito em economia.
  • 33:12 - 33:15
    Há uma conexão
    que devemos fazer
  • 33:16 - 33:20
    entre a pobreza das pessoas,
  • 33:20 - 33:26
    a riqueza da terra,
    e devemos observar
  • 33:27 - 33:30
    para onde esta riqueza está indo.
  • 33:30 - 33:35
    Acho que a globalização
    deveria realmente tratar
  • 33:35 - 33:40
    de formar famílias globais,
    afastando-se do que chamo
  • 33:40 - 33:44
    de uma forma de espécie juvenil
    de concorrência hostil,
  • 33:44 - 33:48
    e caminhando para uma forma
    mais madura de cooperação.
  • 33:48 - 33:52
    Isto aconteceu com muitas espécies
    no decorrer da evolução
  • 33:52 - 33:56
    e agora é nossa vez,
    como seres humanos, de fazer isso.
  • 33:56 - 33:58
    O digo de forma bem simples.
  • 33:58 - 34:02
    Adotemos a generosidade do divino,
  • 34:02 - 34:04
    que é o poder de doar,
  • 34:04 - 34:06
    pois toda vida nos é dada.
  • 34:06 - 34:09
    E os que fazem isso
    estão "per doando".
  • 34:09 - 34:12
    E se sua vida
    é focada em receber,
  • 34:12 - 34:15
    você está se juntando
    à cultura do "a pagar".
  • 34:15 - 34:20
    Você pode escolher fazer parte
    do "a pagar" e ser apagado,
  • 34:20 - 34:24
    ou do "per doar" e ser perdoado.
  • 34:26 - 34:29
    Gosto disso! Isso é genial.
  • 34:29 - 34:33
    -Ele falou por mim, meu vizinho.
    -Repita. Repita.
  • 34:33 - 34:37
    Sim. Pode sentar na minha cadeira
    e dizê-lo por mim?
  • 34:40 - 34:44
    Eu gostaria que tivéssemos
    mais interação neste processo.
  • 34:44 - 34:48
    Eu ganho mais vida
    quando compartilho com alguém.
  • 34:48 - 34:54
    Meu cérebro não, meu cérebro não...
    Digo, isso! Falar com você...
  • 34:54 - 34:55
    Falar com você!
  • 34:58 - 35:00
    -Oi, querido.
    -Oi! Tudo bem?
  • 35:00 - 35:02
    Você está se divertindo?
  • 35:03 - 35:05
    -Você está se divertindo?
    -Sim.
  • 35:06 - 35:09
    Porque você é tão esperto.
    Você é mesmo um gênio.
  • 35:10 - 35:12
    As respostas estão sempre
    na ponta da sua língua.
  • 35:13 - 35:16
    -Não sei, não sei.
    -Não sei!
  • 35:17 - 35:19
    Fazemos parte
    de um grande experimento.
  • 35:19 - 35:21
    Não se trata das perguntas.
    Trata-se de nós.
  • 35:29 - 35:30
    Continue.
  • 35:31 - 35:33
    Obrigada.
  • 35:34 - 35:38
    Enquanto vocês respondiam
    àquela última pergunta,
  • 35:38 - 35:43
    caminhei pelo círculo e pude ver
    suas caras, ouvir suas vozes,
  • 35:44 - 35:46
    ver suas expressões.
  • 35:47 - 35:50
    E foi muito emocionante
    poder ver
  • 35:50 - 35:53
    tudo o que vi quando caminhava
    em volta do grupo.
  • 35:53 - 35:56
    Temos aqui um grupo tão variado!
  • 35:56 - 35:58
    Temos nossas próprias Nações Unidas!
  • 35:58 - 36:02
    Vi gente da África,
    da Ásia, Austrália,
  • 36:02 - 36:05
    da Europa e das Américas.
  • 36:05 - 36:09
    É lindo estarmos todos aqui,
    investindo no futuro.
  • 36:13 - 36:14
    Pergunta 41.
  • 36:15 - 36:21
    De Adrienn Meszaros,
    30 anos, Budapeste, Hungria.
  • 36:22 - 36:25
    "Existe uma versão moderna
    de colonialismo?"
  • 36:26 - 36:27
    Sim.
  • 36:29 - 36:32
    Existe uma versão moderna
    de colonialismo.
  • 36:32 - 36:34
    E se chama dívida.
  • 36:35 - 36:36
    Chama-se dívida,
  • 36:36 - 36:41
    seguida
    das políticas de ajuste estrutural
  • 36:41 - 36:45
    impostas pelo Banco Mundial
    e o Fundo Monetário Internacional.
  • 36:46 - 36:49
    Grande parte deste dinheiro,
    que vai aos países em desenvolvimento,
  • 36:49 - 36:53
    é usado para controlar a soberania
    de nossos próprios governos,
  • 36:53 - 36:55
    de nosso próprio povo...
  • 36:55 - 36:58
    O Banco e o Fundo dizem:
    se você for pagar sua dívida,
  • 36:59 - 37:01
    o que há de se fazer,
  • 37:01 - 37:04
    você tem que aumentar
    as taxas de juro...
  • 37:04 - 37:09
    Isso torna difícil os empréstimos
    e o emprego de gente pelas empresas.
  • 37:09 - 37:12
    Deve-se privatizar tudo
    o que se tem à vista,
  • 37:12 - 37:14
    e isso dá grandes oportunidades
  • 37:14 - 37:16
    a empresas estrangeiras
    e elites locais
  • 37:17 - 37:20
    de comprar todas as empresas
    que antes eram públicas.
  • 37:21 - 37:24
    Os Estados Unidos da América
    foram eles mesmos construídos
  • 37:25 - 37:29
    com a dizimação de um povo inteiro.
  • 37:29 - 37:32
    A Europa foi construída
  • 37:33 - 37:36
    sugando o Congo,
  • 37:37 - 37:42
    sugando o ouro e os diamantes
    da África do Sul.
  • 37:42 - 37:45
    A escravidão se tratava
    da exploração das matérias primas.
  • 37:46 - 37:47
    Hoje se trata do petróleo.
  • 37:47 - 37:52
    Hoje se trata dos diamantes,
    minerais e matérias primas.
  • 37:52 - 37:54
    Os países...
  • 37:55 - 37:57
    os países latino-americanos,
  • 37:58 - 38:03
    continuam sofrendo a exploração,
  • 38:03 - 38:05
    a exploração de seus recursos.
  • 38:05 - 38:08
    Todas estas políticas
    tem sido muito benéficas
  • 38:09 - 38:12
    para uma minúscula minoria
    de pessoas nestes países.
  • 38:13 - 38:16
    Como vampiros.
    São vampiros!
  • 38:16 - 38:22
    Usam a energia,
    a força e as vidas dos outros,
  • 38:22 - 38:25
    para obter sua própria
    prosperidade econômica.
  • 38:25 - 38:29
    É o colonialismo econômico moderno
    baseado na globalização,
  • 38:29 - 38:32
    mas sua estrutura
    é quase exatamente a mesma
  • 38:33 - 38:36
    que tem sido por 400 ou 500 anos.
  • 38:36 - 38:40
    É melhor do que o colonialismo,
    porque não precisa de um exército.
  • 38:40 - 38:43
    Não precisa de uma administração.
  • 38:43 - 38:48
    Não tem nenhum custo,
    o estado, os poderes intervindo...
  • 38:49 - 38:53
    "Somos crianças de um mundo
    que tem o bastante para todos."
  • 38:53 - 38:56
    "Mas tantos continuam a ter fome,
    e tão poucos são bem alimentados."
  • 38:57 - 38:59
    "Um vai comer, o outro sofre."
  • 38:59 - 39:01
    "Sempre foi assim."
  • 39:01 - 39:05
    "As outras nações devem ser pobres,
    para que as ricas sejam ricas."
  • 39:05 - 39:07
    E isto é realmente um sistema ideal,
  • 39:08 - 39:11
    porque não é muito visível.
  • 39:12 - 39:14
    Já o colonialismo é visível.
  • 39:14 - 39:17
    As pessoas acham isso podre,
    vendo fotos tiradas...
  • 39:17 - 39:22
    Mas a dívida é invisível,
    funciona bem e é até mais eficiente.
  • 39:22 - 39:27
    Não gosto de ficar sentada aqui,
    sendo americana, falando disso,
  • 39:27 - 39:31
    mas isto é o lado negro
    do mundo real em que vivemos.
  • 39:31 - 39:35
    É muito real.
    Tem causado muita miséria,
  • 39:35 - 39:39
    e temos que saber o que
    está acontecendo no nosso mundo
  • 39:40 - 39:41
    para poder mudar as coisas.
  • 39:42 - 39:46
    Deve haver
    formas democráticas de se viver
  • 39:46 - 39:48
    e formas de organização
  • 39:49 - 39:52
    que podem evitar todas as formas
  • 39:53 - 39:56
    imperiais e coloniais de subjugação.
  • 39:57 - 40:00
    Esta é a grande pergunta
    do século XXI.
  • 40:16 - 40:21
    Pergunta 45, de Katharina,
    24 anos, Alemanha.
  • 40:22 - 40:27
    "Por que ainda acreditamos mais
    em nacionalidade do que humanidade?"
  • 40:31 - 40:33
    É pelo condicionamento da mente
    que somos
  • 40:34 - 40:36
    treinados, treinados, treinados
    o tempo todo,
  • 40:36 - 40:40
    que formamos parte
    de uma identidade nacional.
  • 40:41 - 40:44
    É assim que o vemos.
  • 40:45 - 40:47
    E, no seio de uma nação,
    há uma nova triagem
  • 40:48 - 40:51
    que leva a menores
    e menores identidades...
  • 40:51 - 40:53
    E então temos medo.
  • 40:55 - 41:01
    Fomos colocados num sistema
    para nos protegermos.
  • 41:02 - 41:04
    Somos tão inseguros.
  • 41:05 - 41:09
    Não sabemos quem está ao nosso favor,
    e quem não está,
  • 41:09 - 41:11
    e isto destruiu a humanidade.
  • 41:12 - 41:14
    Vou lhe dar um exemplo.
  • 41:14 - 41:18
    Agora no Iraque, meu país,
  • 41:19 - 41:21
    a maioria das pessoas
    se grudam
  • 41:23 - 41:25
    e confiam
  • 41:26 - 41:28
    apenas em seu próprio povo,
  • 41:29 - 41:34
    ou em seus vizinhos,
    ou em outras pessoas de sua cidade.
  • 41:35 - 41:38
    Antes, não perguntávamos
    quem era tal pessoa,
  • 41:38 - 41:41
    de onde vinha, de que cidade,
  • 41:41 - 41:43
    de que tribo ou família.
  • 41:44 - 41:49
    Éramos simpáticos, e só.
  • 41:49 - 41:54
    É a segurança,
    a segurança psicológica,
  • 41:54 - 41:58
    que permite que as pessoas sintam
    e expandam a noção de identidade,
  • 41:58 - 42:02
    que permite
    que elas respeitem a diferença.
  • 42:02 - 42:06
    É quando as pessoas sentem medo,
    sentindo-se assustadas e isoladas
  • 42:06 - 42:08
    que a intolerância cresce.
  • 42:08 - 42:12
    E hoje nos estados nações,
    as pessoas estão sendo manipuladas
  • 42:12 - 42:14
    a través da mídia em massa
  • 42:14 - 42:18
    para aprenderem a detestar os outros,
    sem sequer tê-los conhecido.
  • 42:19 - 42:22
    Vivemos num mundo,
    onde fomos condicionados
  • 42:22 - 42:26
    a ser tribais, nativistas,
  • 42:27 - 42:29
    nacionalistas.
  • 42:30 - 42:32
    Claro que é importante compreender
  • 42:32 - 42:35
    que o nacionalismo é, na verdade,
    um fanatismo.
  • 42:36 - 42:38
    Eu acredito que em cada um de nós
  • 42:40 - 42:42
    há um ditador racista.
  • 42:43 - 42:45
    Estou convencido disso.
  • 42:46 - 42:49
    Porque estamos mais próximos
    da família do que do clã,
  • 42:51 - 42:55
    mais próximos do clã
    do que da tribo,
  • 42:55 - 42:58
    mais próximos da tribo
    do que da nação,
  • 42:59 - 43:03
    mais próximos da nação
    do que da humanidade.
  • 43:04 - 43:07
    Não acredito em nacionalidade
    de jeito nenhum,
  • 43:07 - 43:09
    e acho que mais e mais pessoas
    no século XXI,
  • 43:10 - 43:14
    filhos de um mundo de possibilidades,
    filhos do futuro,
  • 43:14 - 43:18
    moram no corredor
    entre nações, culturas e categorias,
  • 43:18 - 43:20
    fora das definições tradicionais.
  • 43:20 - 43:22
    Nossas afiliações não são a nações,
  • 43:23 - 43:26
    ou à ordem tradicional,
    mas a algo além disso.
  • 43:26 - 43:30
    Acredito que, até um certo ponto,
  • 43:30 - 43:35
    o conceito de nacionalidade
    está começando a se desgastar
  • 43:35 - 43:41
    no que nos tornamos em um tipo de povo
    genuinamente transnacional.
  • 43:43 - 43:47
    As vezes o pior inimigo
  • 43:48 - 43:50
    é nossa própria percepção.
  • 43:51 - 43:53
    Obrigada.
  • 44:54 - 44:58
    Pergunta 48 de Glen,
    Cidade do Cabo, África do Sul.
  • 44:59 - 45:03
    "Como impedimos que nossos governos
    entrem em guerra?"
  • 45:04 - 45:08
    Venho de uma terra
    onde nunca houve guerra,
  • 45:08 - 45:11
    então não sei nada sobre a guerra,
  • 45:11 - 45:15
    mas eu sei do sofrimento que vocês
    tem vivenciado.
  • 45:15 - 45:18
    Eu? Eu venho da terra da paz.
  • 45:18 - 45:22
    Onde nada além da paz
    tem existido.
  • 45:23 - 45:26
    Onde ninguém tem medo de ser baleado.
  • 45:26 - 45:29
    Onde ninguém aponta para você.
  • 45:31 - 45:33
    Onde não há briga pela terra.
  • 45:34 - 45:38
    Nós vamos pra guerra: você, eu, nós.
  • 45:38 - 45:42
    Os governos não vão pra guerra.
    Os governos nos mandam pra guerra.
  • 45:43 - 45:44
    Nós pagamos o preço,
  • 45:45 - 45:48
    e o preço que pagamos
    não é apenas físico.
  • 45:51 - 45:54
    É também o preço psíquico que pagamos.
  • 45:57 - 46:01
    Perdemos nosso ancoramento moral.
    Nos perdemos.
  • 46:01 - 46:06
    É realmente uma pena.
  • 46:06 - 46:08
    As grandes potências
    deveriam se envergonhar
  • 46:08 - 46:12
    do que estão fazendo
    com a civilização. Matando-a?
  • 46:12 - 46:15
    Sou uma sobrevivente
    da guerra na Bósnia.
  • 46:15 - 46:17
    Durante três anos e meio
    da minha infância,
  • 46:17 - 46:22
    milhões de bombas explodiram
    na minha cidade, e...
  • 46:23 - 46:27
    ouvir uma bomba explodir
    é uma experiência
  • 46:27 - 46:31
    que não pode ser
    explicada ou descrita,
  • 46:31 - 46:33
    porque isso se sente no corpo.
  • 46:33 - 46:36
    Lembro
    de meu corpo inteiro reagindo
  • 46:36 - 46:39
    a tanto barulho e destruição.
  • 46:40 - 46:43
    Meu coração batia a cada vez,
    milhões de vezes.
  • 46:44 - 46:47
    Havia vezes em que parecia que
    meu coração não ia mais aguentar,
  • 46:48 - 46:51
    como se fosse explodir
    em milhões de pedaços.
  • 46:55 - 46:59
    Somos apenas dano colateral.
    Não estamos falando de números.
  • 46:59 - 47:03
    Não estamos falando de vidas
    ou famílias destruídas.
  • 47:04 - 47:07
    Estamos falando em danos colaterais.
    É algo entorpecente.
  • 47:08 - 47:10
    Porque não vemos um rosto.
    É algo distante.
  • 47:11 - 47:13
    O processo político perdeu o contato
  • 47:14 - 47:17
    com a realidade de que na guerra,
    trata-se apenas de economia.
  • 47:18 - 47:21
    É incompreensível
    que, dia após dia,
  • 47:21 - 47:23
    as potências mundiais
  • 47:23 - 47:27
    gastem tanto dinheiro
    para a morte.
  • 47:27 - 47:30
    Perdemos a conexão com...
  • 47:32 - 47:35
    nossa responsabilidade
    pelo que nossos governos fazem.
  • 47:35 - 47:38
    E nos perdemos na nossa impotência,
  • 47:38 - 47:41
    e achamos que podemos mudar tudo
    em alguns instantes.
  • 47:41 - 47:44
    As pessoas marcharam contra a guerra
    e não funcionou,
  • 47:44 - 47:47
    então todos voltam
    a viver suas vidas novamente,
  • 47:47 - 47:51
    enquanto o que os fez ir à rua virou
  • 47:51 - 47:54
    um pesadelo ainda maior
    do que o que eles poderiam imaginar.
  • 47:55 - 47:56
    Por que era então tão terrível
  • 47:57 - 48:00
    e nem tão terrível agora,
    que ninguém está nas ruas?
  • 48:00 - 48:04
    Como parar o governo
    é uma pergunta muito difícil.
  • 48:04 - 48:08
    A única maneira de fazê-lo
    seria derrotando o governo,
  • 48:08 - 48:10
    com uma revolução.
  • 48:10 - 48:15
    Mas hoje a noção de revolução
    é tão arcaica, tão fora de moda.
  • 48:15 - 48:17
    Já não pensamos deste modo,
  • 48:17 - 48:20
    mas esta é única maneira
    de derrotar um governo.
  • 48:22 - 48:24
    O passo mais importante
  • 48:25 - 48:28
    que todas as mulheres do mundo
    podem dar
  • 48:28 - 48:30
    é não deixar que seus filhos
  • 48:32 - 48:36
    sejam tornados em soldados,
    sejam tornados em assassinos.
  • 48:37 - 48:42
    Venho de uma região
    onde todos começaram a se odiar,
  • 48:43 - 48:46
    e a se matar ferozmente
  • 48:46 - 48:49
    como se outros já não fossem humanos.
  • 48:50 - 48:54
    Temos estes desastres em que,
    num espaço de tempo muito curto,
  • 48:54 - 48:58
    uma imensa porção de poder
    destrutivo pode ser suportada.
  • 48:58 - 49:02
    Os governos que fazem isso
    devem ser substituídos.
  • 49:02 - 49:06
    Os líderes individualmente
    responsáveis por estas ações
  • 49:07 - 49:09
    devem ser entregues à justiça.
  • 49:10 - 49:13
    Vimos uma maravilhosa tendência
    nos últimos vinte anos
  • 49:13 - 49:16
    com o General Pinochet
    e alguns outros,
  • 49:17 - 49:22
    cujas ações levaram
    a genocídios, desaparições, mortes,
  • 49:23 - 49:26
    sendo levados
    a cortes de justiça mundiais.
  • 49:26 - 49:29
    Então devemos caminhar
    para um mundo onde todo líder
  • 49:29 - 49:32
    é feito responsável do mesmo jeito,
  • 49:32 - 49:36
    com o sentimento
    que suas ações serão julgadas.
  • 49:39 - 49:44
    Como ser humano sinto que...
    O que é a guerra de hoje?
  • 49:45 - 49:48
    Estamos nos matando, e isto é algo
  • 49:49 - 49:52
    que está tirando a paz
    de muitas pessoas.
  • 50:29 - 50:31
    Pergunta 56.
  • 50:32 - 50:35
    De Moise Marabout, 23 anos,
  • 50:36 - 50:38
    Agadèz, Níger.
  • 50:38 - 50:41
    "Por que ainda não há paz
    no Oriente Médio?"
  • 50:44 - 50:48
    Esta pergunta está extremamente,
    extremamente, extremamente,
  • 50:48 - 50:52
    extremamente perto do meu coração,
    sendo que sou israelita.
  • 50:52 - 50:55
    Posso apenas dizer
    que, da maneira em que o vejo,
  • 50:56 - 50:59
    não há paz no Oriente Médio,
  • 51:00 - 51:04
    por causa da vaidade de Israel.
  • 51:04 - 51:06
    Enquanto a justiça não for feita,
  • 51:07 - 51:08
    não teremos paz.
  • 51:09 - 51:11
    A paz não é uma pausa entre conflitos,
  • 51:11 - 51:15
    mas um estado contínuo em que
    podemos viver com certos esforços.
  • 51:16 - 51:19
    A única paz agora
  • 51:19 - 51:23
    é uma paz falsa,
  • 51:23 - 51:27
    uma paz baseada
    sobre a falta de confiança.
  • 51:27 - 51:29
    O petróleo.
  • 51:31 - 51:36
    Acredito que a razão seja
    que existem fanáticos dos dois lados.
  • 51:36 - 51:38
    Dos dois lados.
  • 51:39 - 51:43
    Não se pode ignorar que estamos
    profundamente assustados como um povo,
  • 51:44 - 51:46
    mas em vez de tentar nos curar
  • 51:46 - 51:50
    reconhecendo
    que devemos usar compaixão,
  • 51:50 - 51:53
    amor e perdão,
  • 51:54 - 51:58
    e entrar em diálogo olho no olho,
  • 51:58 - 52:02
    continuamos a nos esconder
    atrás da nossa suposta razão,
  • 52:02 - 52:04
    mas ninguém tem razão.
  • 52:04 - 52:07
    Como se pudéssemos fazer qualquer
    coisa, por causa do que nos fizeram.
  • 52:08 - 52:12
    Acredito que Palestinos e Israelitas
    querem poder coexistir juntos.
  • 52:13 - 52:16
    Todo o argumento
    de que estávamos aqui primeiro,
  • 52:16 - 52:19
    de que eles estavam aqui primeiro,
    é irrelevante.
  • 52:19 - 52:23
    Somos todos visitantes neste planeta.
  • 52:23 - 52:26
    Somos todos estranhos
    caminhando numa terra emprestada.
  • 52:27 - 52:32
    Quando os Palestinos e Israelitas
    viverem juntos com respeito próprio,
  • 52:32 - 52:36
    com respeito um ao outro
    e solidariedade,
  • 52:36 - 52:40
    isto ecoará no mundo inteiro.
  • 52:40 - 52:44
    Será o fim das batalhas estúpidas
  • 52:44 - 52:48
    do estado decidindo entre a cultura
    do Ocidente e dos Muçulmanos.
  • 52:48 - 52:52
    É tanta mentira. Em Israel
    e na Palestina podemos provar
  • 52:52 - 52:56
    que juntos podemos formar
    a cultura mais linda que se pode ter.
  • 52:57 - 52:59
    Sei que sôo como um sonhador...
  • 52:59 - 53:03
    No meu país, na minha comunidade,
    costumamos dizer...
  • 53:13 - 53:14
    o que significa:
  • 53:14 - 53:19
    "Onde brigam dois toros,
    em geral é a grama que sofre."
  • 53:46 - 53:50
    Pergunta 61 de Wolfgang Jost,
  • 53:50 - 53:53
    23 anos Berlim, Alemanha...
  • 53:55 - 53:57
    "Por que a bomba nuclear iraniana é"
  • 53:58 - 54:03
    "considerada ser mais perigosa do que
    a americana, israelita ou francesa?"
  • 54:05 - 54:10
    Não façamos esta pergunta
    nos EUA, na França ou em Israel.
  • 54:10 - 54:12
    Mas façamos esta pergunta
  • 54:12 - 54:16
    na Argélia ou no Iraque,
  • 54:17 - 54:21
    no Líbano ou na Palestina...
  • 54:24 - 54:26
    Ou até no Japão!
  • 54:26 - 54:29
    7 de agosto de 1945.
  • 54:30 - 54:34
    Os Americanos
    soltaram uma bomba em Hiroshima.
  • 54:36 - 54:41
    Centenas de milhares de pessoas
    morreram, colegiais, civis,
  • 54:42 - 54:47
    e isso continuou durante anos,
  • 54:47 - 54:51
    por causa
    das consequências atômicas.
  • 54:53 - 54:58
    Quem tem realmente usado
    essas bombas, na prática?
  • 54:59 - 55:02
    Até agora, só os EUA.
  • 55:02 - 55:07
    O Irã promete,
    se compromete a destruir Israel.
  • 55:07 - 55:12
    E se o Irã tivesse
    uma bomba nuclear, sem dúvida,
  • 55:12 - 55:14
    cumpriria sua promessa.
  • 55:15 - 55:18
    Israel? As bombas de Israel?
  • 55:18 - 55:20
    De onde vêm?
  • 55:22 - 55:23
    Nós fazemos estas.
  • 55:25 - 55:28
    Nós as vendemos a Israel.
  • 55:29 - 55:34
    As bombas americanas, israelitas
    e francesas deveriam ser removidas.
  • 55:34 - 55:37
    A França e os EUA têm
    a obrigação jurídica de fazê-lo
  • 55:38 - 55:40
    de acordo com o Tratado
    de Não-Proliferação Nuclear.
  • 55:41 - 55:44
    E Israel
    tem um interesse de segurança
  • 55:46 - 55:50
    em resolver de verdade os conflitos
    na sua região por meios não-violentos.
  • 55:51 - 55:54
    Enquanto uns tiverem armas nucleares,
    outros vão as querer.
  • 55:54 - 55:57
    Enquanto as quiserem,
    eles as terão.
  • 55:57 - 56:00
    E enquanto elas existirem,
    é inevitável
  • 56:00 - 56:03
    que seja por acidente ou projeto,
    elas serão utilizadas.
  • 56:03 - 56:07
    Qualquer utilização é catastrófica,
    portanto elas devem ser abolidas.
  • 56:08 - 56:12
    Por que temos que ter
    uma bomba nuclear?
  • 56:14 - 56:17
    Não deveríamos...
    Se devêssemos recomeçar tudo de novo,
  • 56:17 - 56:22
    ninguém diria que foi uma boa ideia
    construir as bombas nucleares.
  • 56:24 - 56:25
    Loucura!
  • 56:27 - 56:31
    Quem seríamos se não vivêssemos
    à sombra da bomba atômica?
  • 56:32 - 56:34
    Seríamos pessoas bem diferentes.
  • 56:34 - 56:40
    Será que viveríamos com
    este sentimento de medo, manipulado
  • 56:41 - 56:43
    tão facilmente por forças exteriores?
  • 56:45 - 56:50
    Será que ainda permitiríamos
    que haja o nível de violência atual?
  • 56:50 - 56:52
    Acho que não.
  • 56:52 - 56:56
    Acho que poderíamos
    ter encontrado excelentes maneiras
  • 56:56 - 56:59
    de lidar com conflitos
    que não seriam violentas.
  • 57:01 - 57:06
    E acho sim
    que quem somos no século XXI
  • 57:07 - 57:09
    foi profundamente afetado
  • 57:09 - 57:14
    pelos avanços tecnológicos
    em armamento.
  • 57:15 - 57:18
    Acho que não compreendemos plenamente
  • 57:18 - 57:22
    o que o uso da bomba atômica
    fez com a nossa humanidade,
  • 57:22 - 57:25
    o que fez com os cidadãos americanos.
  • 57:26 - 57:29
    Acho que isto contribui para...
  • 57:33 - 57:35
    o grau de violência
    na nossa própria natureza interna.
  • 57:35 - 57:39
    Contribui para o grau de depressão,
  • 57:40 - 57:42
    o grau de dependências,
  • 57:43 - 57:46
    a desconexão e a negação...
  • 57:47 - 57:51
    Acho que o mundo
    seria muito diferente,
  • 57:51 - 57:52
    muito diferente,
  • 57:52 - 57:55
    provavelmente
    mais atencioso e generoso...
  • 58:15 - 58:17
    Obrigada.
  • 58:17 - 58:20
    A pergunta 62 é
  • 58:20 - 58:23
    do autor e ativista Arundhati Roy.
  • 58:24 - 58:29
    "Entre a resistência não-violenta
    e a luta armada, para onde vamos?"
  • 58:29 - 58:32
    "O que traz resultados?"
    "Qual a coisa certa a fazer?"
  • 58:32 - 58:38
    "Ou será que precisamos
    de biodiversidade de resistência?"
  • 58:39 - 58:44
    Arundhati, se você pudesse
    sentar aqui e ouvir este murmúrio...
  • 58:48 - 58:49
    e ver todos estes rostos.
  • 58:52 - 58:55
    Gosto do termo
    "biodiversidade de resistência".
  • 58:56 - 58:57
    É uma excelente pergunta
  • 58:57 - 59:01
    e não sei se somos as pessoas certas
    para responder a ela.
  • 59:02 - 59:06
    Eu preferiria dizer que prefiro
    a resistência não-violenta.
  • 59:06 - 59:09
    E quem dera
    que esta resistência funcionasse.
  • 59:10 - 59:13
    Mas não somos nós quem escolhemos
    a resistência dos oprimidos.
  • 59:14 - 59:18
    Certamente precisamos
    de várias formas de resistência.
  • 59:18 - 59:21
    A luta armada
    deve ser a última alternativa,
  • 59:21 - 59:26
    e devemos ser
    muito, muito conscientes disso
  • 59:26 - 59:28
    e muitas vezes suspeitar.
  • 59:28 - 59:31
    E há também situações
    em que a luta armada
  • 59:32 - 59:33
    se torna necessária.
  • 59:33 - 59:35
    Na maioria das vezes
    devemos implementar
  • 59:35 - 59:39
    todas as formas
    de resistência não-violenta e luta,
  • 59:39 - 59:42
    entendendo
    que a não-violência deve ser ativa,
  • 59:42 - 59:46
    deve ser vital e vibrante,
  • 59:46 - 59:50
    é algo que exige
    sacrifício e sofrimento,
  • 59:50 - 59:54
    algo que nos permite acentuar
    o que há de melhor em nós
  • 59:54 - 59:56
    e o que há de melhor nos outros.
  • 59:57 - 60:00
    A luta pela mudança
  • 60:01 - 60:05
    em cada lugar onde ela teve sucesso
  • 60:05 - 60:09
    empregou o que você chama
    de "biodiversidade" de táticas.
  • 60:09 - 60:11
    Desde a resistência não-violenta
  • 60:13 - 60:16
    à organização política,
    à elaboração de discurso
  • 60:17 - 60:19
    e à luta armada.
  • 60:19 - 60:23
    A legítima luta armada,
    baseada nos princípios estabelecidos
  • 60:23 - 60:26
    pelo Congresso Nacional Africano
    e por Che Guevara,
  • 60:26 - 60:29
    para distinguir
    entre o mero terrorismo,
  • 60:29 - 60:33
    a violência gratuita
    com perdas desnecessárias,
  • 60:33 - 60:38
    e a luta armada que é empreendida
    para mobilizar e proteger
  • 60:38 - 60:40
    uma maioria oprimida.
  • 60:41 - 60:43
    Como organizador,
    seja qual for a decisão que eu tome
  • 60:43 - 60:46
    e seja qual for o movimento
    que eu inicie, devo me perguntar:
  • 60:46 - 60:50
    Posso viver com o impacto
    da tática que vou usar?
  • 60:50 - 60:54
    Nunca foi o caso,
    quando há mudanças,
  • 60:54 - 60:56
    dos outros não serem afetados.
  • 60:57 - 61:01
    Sempre há as vítimas
    de uma mudança.
  • 61:01 - 61:04
    Se pergunte:
    O quanto você está prestes a dar?
  • 61:05 - 61:07
    O quanto você
    está convencido do seu objetivo?
  • 61:09 - 61:11
    E então você pode escolher as armas.
  • 61:13 - 61:16
    Poderia ser uma caneta, um revólver,
  • 61:17 - 61:22
    uma câmera, um pedaço de papel,
    poderia ser uma faca,
  • 61:23 - 61:25
    poderia ser sua vida.
  • 61:25 - 61:29
    Podemos alcançar muitas coisas
    com a resistência não-violenta.
  • 61:30 - 61:35
    Mas será que não existem vezes
    em que a luta armada é justificada?
  • 61:35 - 61:37
    Podemos justificar revoluções?
  • 61:39 - 61:44
    Concentrar-se na resistência
    seria errado.
  • 61:44 - 61:47
    Não podemos nos concentrar
    apenas na resistência.
  • 61:47 - 61:51
    Temos que criar "atração".
  • 61:51 - 61:56
    Temos que criar um novo paradigma
    que seja atraente.
  • 61:56 - 62:01
    Imagine se todos florescessem
    com sua própria beleza...
  • 62:02 - 62:07
    Todos sentados nesta mesa
    florescendo com sua própria beleza.
  • 62:07 - 62:10
    Sim, Arundhati,
  • 62:11 - 62:14
    precisamos de biodiversidade na Terra.
  • 62:14 - 62:17
    É a língua de todo mundo,
    a cultura de todo mundo,
  • 62:17 - 62:20
    a compreensão espiritual
    de todo mundo.
  • 62:20 - 62:23
    Neste exato momento,
    você pode ver a minha volta
  • 62:23 - 62:26
    um círculo que representa
    uma comunidade global
  • 62:27 - 62:31
    onde há diversidade,
    diversidade de pensamento,
  • 62:31 - 62:34
    diversidade de idéias,
    diversidade de conceitos.
  • 62:34 - 62:36
    Há alguém aí nos escutando?
  • 62:37 - 62:39
    Em qualquer momento?
  • 62:40 - 62:43
    Provavelmente
    vá ser catapultado no mundo
  • 62:43 - 62:45
    como um disco.
  • 62:46 - 62:48
    Genial.
  • 62:49 - 62:52
    Sim? Ficou legal?
    Que bom!
  • 62:53 - 62:55
    Você pode retirar sua cabeça?
  • 62:56 - 63:00
    Assim você pode realmente sentir
    o que está acontecendo a seu redor,
  • 63:00 - 63:02
    notar o que está acontecendo
    a sua volta.
  • 63:02 - 63:05
    Ou você anda está em sua mente,
    pensando?
  • 63:07 - 63:10
    -A câmera, nossa amiga.
    -Galera!
  • 63:11 - 63:14
    Seja o que for que eu disser,
    se houver algo interessante
  • 63:14 - 63:17
    pode usá-lo,
    mas apague o resto por favor...
  • 63:18 - 63:21
    Você também foi ao centro.
    Como foi o centro?
  • 63:21 - 63:25
    Foi ótimo. É incrível.
    Você pode clicar nos diferentes...
  • 63:27 - 63:28
    Pode ir para qualquer câmera.
  • 64:03 - 64:04
    Pergunta 75.
  • 64:05 - 64:09
    De Sara Francis,
    35 anos, Dublin, Irlanda.
  • 64:10 - 64:13
    "O que significa coragem agora?"
  • 64:13 - 64:18
    "Coragem é algo
    que aprecio tanto numa pessoa."
  • 64:18 - 64:22
    "Saúdo as pessoas que têm coragem."
  • 64:22 - 64:25
    "A coragem te ajuda a continuar,
    levando sua vida no dia-a-dia."
  • 64:26 - 64:30
    "A coragem é algo...
    Passo a passo, você cresce!"
  • 64:31 - 64:34
    É preciso coragem para ser um
    ser humano. É preciso dela para ser!
  • 64:35 - 64:40
    A solidão é coragem.
    Herméticos. Neutralidade total.
  • 64:40 - 64:46
    Duvidar de si mesmo é ter coragem.
  • 64:46 - 64:48
    A coragem é tantas coisas.
  • 64:48 - 64:51
    Coragem é a coragem
    de Aung San Suu Kyi,
  • 64:52 - 64:54
    que está sendo retida
  • 64:55 - 64:58
    incomunicável
    e sob prisão domiciliar.
  • 64:59 - 65:02
    Coragem é a coragem
  • 65:02 - 65:06
    dos jovens estudantes
    em Tiananmen Square.
  • 65:06 - 65:11
    Arriscamos nossas vidas
    de várias maneiras diferentes.
  • 65:11 - 65:14
    Nunca realmente arrisquei a minha,
    então não saberia dizer.
  • 65:14 - 65:17
    Nunca vivi situações
    verdadeiramente perigosas
  • 65:17 - 65:20
    como fizeram tantas pessoas
    em volta desta mesa.
  • 65:21 - 65:23
    Simplesmente,
    estar disposto a morrer.
  • 65:23 - 65:25
    Sim, estar disposto a morrer.
  • 65:25 - 65:28
    Ter a coragem
    de correr o risco de morrer,
  • 65:28 - 65:31
    defender quem sou
    e o que estou fazendo.
  • 65:33 - 65:35
    Enfim, quero dizer,
    estamos sentados numa praça,
  • 65:35 - 65:40
    onde a aventura do Nazismo
  • 65:40 - 65:45
    se apoderou deste lindo país
    que é a Alemanha,
  • 65:45 - 65:48
    e distorceu as leis da justiça
  • 65:48 - 65:51
    do jeito mais rude e abominável.
  • 65:52 - 65:56
    Imagine a coragem das pessoas
    que infringiram as leis do estado
  • 65:56 - 65:59
    para honrar a lei superior
  • 65:59 - 66:03
    de se importar com a vida humana.
  • 66:05 - 66:09
    Você não sabe que os campos
    de trabalho forçado na China
  • 66:09 - 66:11
    são parecidos
    com os gulags soviéticos,
  • 66:11 - 66:14
    ou os campos de concentração alemães.
  • 66:14 - 66:18
    Cerca de 40 ou 50 milhões de pessoas
    perderam suas vidas ali.
  • 66:19 - 66:21
    Eu passei 19 anos lá,
  • 66:22 - 66:25
    antes de conseguir chegar aos EUA.
  • 66:25 - 66:28
    Eu não queria falar disso,
  • 66:28 - 66:30
    mas acabei falando,
  • 66:32 - 66:34
    porque temos apenas uma vida.
  • 66:35 - 66:38
    O que seria da Argentina,
    sem a coragem
  • 66:38 - 66:40
    das mães da Plaza de Mayo,
  • 66:40 - 66:43
    que enfrentaram
    os ditadores e o terrorismo
  • 66:43 - 66:46
    dos Generais Videla, Massera e Agosti,
  • 66:46 - 66:50
    que fizeram desaparecer milhares
    de pessoas, jogando-as no mar.
  • 66:51 - 66:52
    O que seria de nós
  • 66:53 - 66:55
    sem a lição de coragem
    destas mães,
  • 66:55 - 66:59
    que ficaram de pé na frente
    da Casa de Gobierno toda quinta
  • 66:59 - 67:03
    com os retratos
    de seus filhos desaparecidos?
  • 67:03 - 67:05
    Coragem significa compreender
  • 67:05 - 67:09
    que estes poderes não são invencíveis,
  • 67:09 - 67:12
    como está sendo demonstrado
    por pessoas no mundo,
  • 67:12 - 67:15
    que, com coragem e indignação,
  • 67:16 - 67:20
    conseguiram expulsar transnacionais
    de seus países,
  • 67:20 - 67:22
    conseguiram golpear
  • 67:22 - 67:25
    e derrubar governos.
  • 67:26 - 67:28
    Coragem tem tudo a ver com...
  • 67:29 - 67:32
    olhar o futuro na cara,
  • 67:33 - 67:36
    sempre reconhecendo
    o elemento do desconhecido,
  • 67:37 - 67:41
    mas acreditando que sacrificando-se,
  • 67:42 - 67:43
    sofrendo,
  • 67:43 - 67:48
    arriscando-se
    e permitindo-se ser vulnerável,
  • 67:48 - 67:51
    uma pessoa
    ainda pode fazer uma diferença.
  • 67:52 - 67:54
    Deveríamos guardar isto em mente
  • 67:54 - 67:57
    e isto deveria nos tornar
    mais radicais e motivados,
  • 67:58 - 68:00
    já que não arriscamos nossas vidas,
  • 68:00 - 68:02
    só um pouco de encrenca,
  • 68:03 - 68:06
    um pouco de ostracismo,
    um pouco do nosso bem-estar.
  • 68:07 - 68:10
    A coragem não deve servir apenas
    para mudar este mundo.
  • 68:10 - 68:13
    Deve também garantir
  • 68:13 - 68:16
    que o mundo atual
    não mude quem eu sou.
  • 69:17 - 69:19
    Pergunta 78.
  • 69:20 - 69:24
    De Nancy Clemons, 57 anos,
    Cameron, Missouri, EUA...
  • 69:24 - 69:29
    "O que posso fazer e transmitir
    para impedir o aquecimento global?"
  • 69:30 - 69:34
    "O que posso fazer e transmitir
    para impedir o aquecimento global?"
  • 69:34 - 69:35
    Por favor comece.
  • 69:43 - 69:46
    Esta é uma grande pergunta.
  • 69:48 - 69:52
    As gerações futuras simplesmente
    não vão conseguir entender
  • 69:53 - 69:57
    nosso delírio de destruição.
  • 69:59 - 70:02
    Não há nada que possamos fazer
    para impedir o aquecimento global.
  • 70:02 - 70:06
    O gelo vai continuar derretendo.
  • 70:06 - 70:11
    E agora a pergunta é:
    Quem vai viver?
  • 70:11 - 70:15
    Quem vai levar uma vida
    que vala a pena ser vivida?
  • 70:15 - 70:18
    Sabemos que muitas pessoas
    vão perecer.
  • 70:19 - 70:23
    Sabemos que muitas outras
    mal vão sobreviver sem vida.
  • 70:24 - 70:27
    Poucas terão uma vida
    que vala a pena ser vivida.
  • 70:28 - 70:32
    Rezo para o Todo Poderoso
    e peço de novo e rezo de novo
  • 70:32 - 70:37
    para que você e eu possamos ter
    uma vida que mereça ser vivida.
  • 70:37 - 70:40
    Porque não importa
    o que você e eu façamos hoje
  • 70:40 - 70:42
    não há como voltar para trás.
  • 70:43 - 70:46
    O gelo vai continuar derretendo
    até que não exista mais.
  • 70:48 - 70:52
    Na verdade, não podemos mais
    impedir o aquecimento global.
  • 70:53 - 70:56
    Como biólogo da evolução,
    acredito firmemente
  • 70:56 - 70:58
    que já não podemos impedi-lo.
  • 70:58 - 71:01
    Podemos, porém, desacerelá-lo.
  • 71:02 - 71:06
    O aquecimento global não é
    pura ciência. Trata-se de experiência.
  • 71:06 - 71:10
    A ciência nos dará os fatos,
    os dados e poderá nos levar a agir.
  • 71:10 - 71:13
    Mas como nos movemos para agir
    é uma pergunta
  • 71:14 - 71:16
    mais do coração do que da cabeça.
  • 71:16 - 71:18
    Somos todos parte do problema,
  • 71:19 - 71:22
    mas também podemos
    ser parte da solução.
  • 71:22 - 71:26
    Eu poderia contribuir
    se parasse de dirigir meu carro.
  • 71:28 - 71:33
    O uso de combustíveis biológicos e até
    em larga escala dos eólicos e solares,
  • 71:33 - 71:36
    provavelmente
    não seria suficiente para manter
  • 71:36 - 71:39
    um sistema industrial na escala atual.
  • 71:40 - 71:42
    Então a resposta está diminuindo.
  • 71:42 - 71:47
    Neste momento, centenas de comunidades
    estão começando a dar esse passo.
  • 71:48 - 71:51
    Estão engajadas
    no que é chamado de "power down".
  • 71:51 - 71:54
    Estão observando como podem,
    sendo uma comunidade,
  • 71:55 - 72:00
    dar passos agora mesmo
    para localizar suas economias.
  • 72:00 - 72:05
    Compreendem que, se o preço do
    petróleo aumentar ou houver escassez,
  • 72:05 - 72:08
    poderão encontrar
    as prateleiras do supermercado vazias.
  • 72:08 - 72:11
    Que não poderão aquecer suas casas,
  • 72:11 - 72:13
    que não poderão viajar.
  • 72:16 - 72:20
    Devemos falar sobre como controlar
  • 72:22 - 72:24
    nosso desejo barato.
  • 72:25 - 72:28
    Acho que algo que podemos
    todos fazer, no mundo inteiro.
  • 72:28 - 72:33
    é envergonhar e ridicularizar
    as pessoas que estão poluindo.
  • 72:39 - 72:42
    Não haverá
    nenhum estado de emergência.
  • 72:42 - 72:44
    Temos estado por milhares de anos
  • 72:44 - 72:46
    num estado de emergência.
  • 72:47 - 72:50
    Induzimos-nos a pensar
  • 72:50 - 72:52
    que estes problemas são a criação
  • 72:52 - 72:55
    da nossa nação, do nosso governo,
    da nossa religião ou raça,
  • 72:55 - 72:57
    mas não é o caso.
  • 72:58 - 73:00
    O problema reside
  • 73:00 - 73:02
    na consciência de cada indivíduo.
  • 73:04 - 73:08
    Não acredito na raça humana.
    Não, não acredito nela.
  • 73:09 - 73:12
    E o digo, tenho vergonha
    de pertencer a esta raça.
  • 73:23 - 73:27
    E ao mesmo tempo,
    ela me fascina.
  • 73:29 - 73:31
    A bela e a fera.
  • 74:28 - 74:30
    A Pergunta 83
  • 74:30 - 74:34
    é do fotógrafo Sebastião Salgado
  • 74:35 - 74:39
    de Aimorés, Minas Gerais, Brasil...
  • 74:40 - 74:44
    "Pode uma pessoa ser perceptiva
    o suficiente para ver nosso planeta"
  • 74:44 - 74:48
    "de um jeito que lhe diga
    que ela também faz parte da natureza?"
  • 74:50 - 74:53
    Começamos todos a ver, de forma
    cada vez mais clara, o dano causado.
  • 74:53 - 74:56
    O vemos à porta de nossa casa.
  • 74:56 - 75:00
    Vemos e sentimos as mudanças
    climáticas, as secas e enchentes,
  • 75:00 - 75:02
    as tempestades e o calor.
  • 75:03 - 75:05
    Respiramos o mau ar.
  • 75:06 - 75:08
    Sofremos de alergias.
  • 75:09 - 75:11
    Sentimos falta do sabor da comida.
  • 75:11 - 75:13
    Assistimos a morte da floresta,
  • 75:14 - 75:18
    a ameaça e a desaparição
    de animais e plantas.
  • 75:19 - 75:21
    E mais e mais pessoas compreendem
  • 75:22 - 75:26
    que o planeta não nos pertence,
  • 75:27 - 75:31
    mas que nós pertencemos à Terra.
  • 75:33 - 75:35
    Desde o século XX,
  • 75:36 - 75:42
    quando o homem foi capaz de fugir
    da gravidade e ir para o espaço,
  • 75:42 - 75:46
    tivemos fotos,
    lindas fotos de nosso planeta,
  • 75:46 - 75:51
    aquele pequeno globo azulado
    flutuante pelo universo.
  • 75:51 - 75:55
    Quando olha para aquelas fotos,
    você vira quase sentimental e pensa:
  • 75:56 - 76:00
    Eu moro neste planeta,
    eu faço parte deste planeta.
  • 76:00 - 76:03
    Vá para um campo de noite e deite-se
  • 76:04 - 76:06
    e olhe para as estrelas.
  • 76:06 - 76:10
    Pretenda que a gravidade
    o mantém colado ao fundo do planeta,
  • 76:10 - 76:12
    porque como se sabe
    que lado é para cima?
  • 76:13 - 76:17
    A razão pela qual as crianças
    adoram os animais
  • 76:17 - 76:20
    é porque nós evoluímos
    junto com o resto da criação.
  • 76:21 - 76:26
    Vivemos perto da natureza
    por quase toda nossa evolução.
  • 76:26 - 76:31
    esta breve interrupção
    da vida moderna, isolada da Terra,
  • 76:31 - 76:35
    desligada dos outros animais
    e cortada uma da outra
  • 76:35 - 76:37
    só aconteceu,
  • 76:37 - 76:40
    porque também nos desligamos
    de nós mesmos,
  • 76:40 - 76:43
    de nossos próprios corações,
    de nossos próprios corpos.
  • 76:43 - 76:47
    A natureza faz os materiais
    mais sofisticados do planeta
  • 76:47 - 76:49
    a partir de carboidratos.
  • 76:49 - 76:51
    Nós também podemos
    aprender a fazer isso.
  • 76:51 - 76:55
    Mas nos ensinamos
    a ser superior à natureza.
  • 76:55 - 77:00
    Não olhamos para seus quatro bilhões
    e meio de anos de experiência
  • 77:00 - 77:02
    em tecnologias incríveis.
  • 77:03 - 77:04
    Pegue um ninho de vespas.
  • 77:04 - 77:08
    É um edifício
    que é pendurado por uma única linha
  • 77:08 - 77:11
    feita de um material tão leve
    que ele pode suportar
  • 77:11 - 77:15
    trezentas vezes
    seu próprio peso em habitantes.
  • 77:15 - 77:18
    Podemos aprender
    a fazer prédios assim?
  • 77:18 - 77:23
    Podemos edificar aranhas-céu
    de cima a baixo como cresce um junco,
  • 77:23 - 77:28
    construindo novas células na base
    e empurrando-se para cima?
  • 77:28 - 77:30
    Temos tanto a aprender da natureza.
  • 77:31 - 77:34
    É por livre e espontânea escolha,
  • 77:35 - 77:38
    com nossos esforços pessoais,
  • 77:38 - 77:41
    que atingiremos
    um equilíbrio com a natureza
  • 77:41 - 77:44
    e formaremos parte da natureza.
  • 77:44 - 77:46
    Então sentiremos
  • 77:46 - 77:48
    a eternidade, perfeição e harmonia
  • 77:49 - 77:52
    que está em todo lugar na natureza
  • 77:52 - 77:57
    exceto dentro de nós.
  • 77:57 - 78:00
    Tudo que comemos,
    tudo que vestimos,
  • 78:00 - 78:04
    todas nossas casas, todos
    os nossos objetos vêm da Terra viva.
  • 78:04 - 78:09
    Aprender como viver desta Terra
    de forma sustentável
  • 78:10 - 78:12
    não é utópico, não é um sonho.
  • 78:12 - 78:17
    O que fica entre nós
    e esta possibilidade
  • 78:17 - 78:19
    é a ideia
    que isso não se pode fazer,
  • 78:20 - 78:23
    a ideia que eles são poderosos demais,
  • 78:23 - 78:25
    que corporações não podem mudar,
  • 78:25 - 78:29
    a ideia que as pessoas
    não querem mudar,
  • 78:29 - 78:34
    a ideia que tudo isso vem
    da ganância inerente do humano,
  • 78:34 - 78:36
    que vem da superpopulação.
  • 78:37 - 78:38
    O planeta está cheio demais,
  • 78:39 - 78:42
    portanto não se pode sustentar
    as pessoas.
  • 78:42 - 78:46
    Estes são todos mitos
    que devem ser reavaliados,
  • 78:46 - 78:49
    suposições
    que precisam ser repensadas.
  • 79:39 - 79:42
    Pergunta 96 vem de Miraj Khaled,
  • 79:43 - 79:46
    30 anos, de Dhaka, Bangladesh.
  • 79:46 - 79:49
    "Qual a religião de Deus?",
    ela pergunta...
  • 79:49 - 79:52
    "Qual a religião de Deus?"
    Comece por favor.
  • 79:53 - 79:56
    Adorei a pergunta quando a vi,
  • 79:56 - 79:59
    porque acho que é muito perceptiva.
  • 80:00 - 80:02
    Que Deus?
  • 80:04 - 80:06
    Que Religião?
  • 80:06 - 80:08
    Que Deus? O Deus de quem?
  • 80:10 - 80:13
    Não importa como vejamos esse tema,
  • 80:14 - 80:17
    devemos respeitar como os outros
  • 80:17 - 80:20
    vêem a palavra "Deus".
  • 80:21 - 80:24
    Deus é a uma forma de definir
  • 80:24 - 80:26
    certos arquétipos,
  • 80:26 - 80:31
    certas expectativas
  • 80:31 - 80:34
    e objetivos.
  • 80:35 - 80:37
    Deus simplesmente é.
  • 80:38 - 80:42
    Deus é espírito. Deus não é religião.
    Deus não tem uma religião.
  • 80:43 - 80:45
    Deus não existe.
  • 80:46 - 80:48
    A religião de meu Deus
  • 80:49 - 80:52
    é refletida
    em cada canto do mundo,
  • 80:52 - 80:56
    em cada... folha,
  • 80:56 - 80:59
    em cada grão de sujeira,
  • 80:59 - 81:02
    em cada... flor.
  • 81:04 - 81:07
    Não, não acredito
    que Deus tenha uma religião.
  • 81:07 - 81:12
    Acho que a religião
    é um fenômeno profundamente humano.
  • 81:13 - 81:15
    Quando questionamos
    se Deus tem uma religião,
  • 81:15 - 81:17
    pode ter certeza
  • 81:17 - 81:20
    que estamos falando
    de uma construção humana,
  • 81:20 - 81:22
    de uma criação humana.
  • 81:23 - 81:27
    O que projetamos nele.
  • 81:27 - 81:29
    Eu sou do amor.
  • 81:29 - 81:31
    Eu sou do Universo.
  • 81:31 - 81:33
    Eu sou Deus em ação.
  • 81:33 - 81:36
    Não há um Deus.
  • 81:36 - 81:39
    Deus é um símbolo para algo
  • 81:39 - 81:42
    que não podemos
    expressar com palavras.
  • 81:42 - 81:46
    E também é por isso
    que não há uma religião pra Ele.
  • 81:46 - 81:50
    Temos que compreender que Deus
  • 81:50 - 81:53
    não é desconhecido apenas para nós.
  • 81:53 - 81:56
    É algo que também vai
    além do nosso conhecimento,
  • 81:57 - 82:00
    que não pode ser conhecido.
  • 82:00 - 82:03
    É como se perguntássemos,
  • 82:04 - 82:07
    qual é a cor de um círculo?
  • 82:08 - 82:11
    É vermelho, verde ou azul?
  • 82:11 - 82:15
    Não é nem azul nem vermelho nem verde.
  • 82:15 - 82:17
    E também não é incolor.
  • 82:17 - 82:22
    A Pergunta sobre a cor do círculo
    é absurda,
  • 82:22 - 82:24
    porque um círculo não tem uma cor.
  • 82:24 - 82:27
    Muitas pessoas
    não estão dispostas a ver isso.
  • 82:27 - 82:30
    Tiram uma caneta do bolso,
  • 82:30 - 82:32
    desenham um círculo
    num pedaço de papel
  • 82:33 - 82:35
    e dizem: "Olha, este círculo é azul."
  • 82:36 - 82:40
    Sim, o círculo
    que eles desenharam é azul,
  • 82:40 - 82:43
    mas a cor vem da minha caneta,
  • 82:43 - 82:45
    e não do círculo.
  • 82:46 - 82:49
    A cor da caneta é a religião
  • 82:49 - 82:52
    com a qual expressamos a divindade,
  • 82:53 - 82:56
    mas não podemos
    desenhar o círculo nós mesmos.
  • 82:56 - 82:59
    É algo que não tem nada a ver
    com cores.
  • 82:59 - 83:01
    Há tantas religiões
  • 83:01 - 83:04
    quanto há cores com as quais
    posso desenhar um círculo.
  • 83:07 - 83:09
    Gostei muito dessa.
  • 83:11 - 83:14
    Acredito em Deus,
    mas tudo o que sei sobre Deus
  • 83:14 - 83:16
    é que há um Deus e não sou eu.
  • 83:16 - 83:18
    É tudo o que sei até agora.
  • 83:18 - 83:20
    Você não acha que Deus
    também está dentro de você?
  • 83:21 - 83:23
    Ah é claro. Com certeza.
  • 83:23 - 83:26
    A maior parte da minha ligação
    com a espiritualidade é...
  • 83:27 - 83:29
    Estou me recuperando
    do vício em heroína.
  • 83:29 - 83:31
    Ainda não me encontrei com Deus.
  • 83:32 - 83:35
    Se um dia eu cruzar com Ele,
  • 83:36 - 83:39
    lhe farei as perguntas.
  • 84:25 - 84:28
    -Obrigada.
    -Obrigada a você.
  • 84:28 - 84:30
    -É a última.
    -Pergunta...
  • 84:35 - 84:36
    -100!
    -100.
  • 84:42 - 84:45
    -É a última.
    -Achei que não fôssemos chegar lá!
  • 84:58 - 85:00
    OK, última pergunta. Vamos lá.
  • 85:01 - 85:07
    De Keith Dierkx, 48 anos,
    Piedmont, California, EUA.
  • 85:07 - 85:10
    "Quais são os mitos
    que devemos criar"
  • 85:10 - 85:12
    "para mudar o mundo para melhor?"
  • 85:13 - 85:17
    As histórias sobre a criação existem
    em toda cultura da história humana,
  • 85:17 - 85:21
    e eram em geral contadas
    por um tipo de sacerdócio.
  • 85:21 - 85:24
    Mas agora é a ciência
    que conta a história da criação.
  • 85:24 - 85:27
    Foi elevada
    ao estatuto de sacerdócio
  • 85:27 - 85:30
    que pode contar
    a grande história à cultura.
  • 85:30 - 85:32
    Que história nos está contando?
  • 85:33 - 85:36
    Que vivemos num universo
    sem propósito e sem vida
  • 85:36 - 85:38
    dilapidado por entropia.
  • 85:38 - 85:42
    Uau! Que divertida
    essa história da criação!
  • 85:42 - 85:46
    E depois acrescentamos
    que a evolução neste planeta
  • 85:46 - 85:48
    mostra que os mais adequados
    são os que sobrevivem,
  • 85:49 - 85:53
    trata-se de uma competição sem fim
    em meio à escassez,
  • 85:53 - 85:56
    e que você deve pegar o que pode
    enquanto pode
  • 85:56 - 85:58
    antes dos outros.
  • 85:58 - 86:01
    Essa história da criação
    é totalmente deprimente,
  • 86:01 - 86:04
    um universo dilapidado sem sentido,
  • 86:04 - 86:08
    você está preso numa luta sem fim,
    em meio à escassez.
  • 86:08 - 86:13
    É uma história horrível que não
    se encaixa com os fatos científicos.
  • 86:13 - 86:16
    Toda força na natureza tem seu oposto.
  • 86:16 - 86:19
    Quando há entropia,
    deve haver sintropia.
  • 86:19 - 86:23
    Na evolução há muita cooperação.
  • 86:24 - 86:27
    Na verdade, acho que há
    uma ótima história para se contar
  • 86:27 - 86:30
    sobre o ciclo de maturação
    das espécies em evolução,
  • 86:30 - 86:33
    primeiro com a juventude e atração
  • 86:33 - 86:36
    que leva à multiplicação
    e à ocupação de todo o território,
  • 86:36 - 86:40
    eliminando competidores
    e agindo como capitalistas.
  • 86:40 - 86:44
    E depois descobre-se, pouco a pouco,
    as vantagens da cooperação.
  • 86:44 - 86:50
    E dessa maneira, constrói-se
    empresas cooperativas cada vez maiores
  • 86:50 - 86:53
    e observa-se uma melhora na economia,
  • 86:53 - 86:56
    que se torna mais eficiente,
    com trabalho para todos,
  • 86:56 - 86:59
    e obtém-se a evolução
    das florestas tropicais,
  • 86:59 - 87:02
    e corpos humanos feitos
    com cem trilhões de células,
  • 87:02 - 87:06
    funcionando em total cooperação
    apesar da grande diversidade.
  • 87:06 - 87:10
    Essa é a história que devemos contar
    no mundo, uma nova ótima história
  • 87:10 - 87:14
    da espécie humana,
    o crescimento da família global,
  • 87:15 - 87:19
    criando economias vencedoras
    e um mundo melhor para todos.
  • 87:19 - 87:23
    Os seres humanos são apreciadores,
  • 87:24 - 87:28
    não apenas observadores
    mas apreciadores, participantes
  • 87:28 - 87:31
    e até co-criadores
    do processo cósmico.
  • 87:31 - 87:37
    O mundo inteiro
    está profundamente entrelaçado.
  • 87:37 - 87:42
    Todos os organismos vivos,
    todas as partes do universo.
  • 87:42 - 87:44
    Todo o universo está vivo,
  • 87:44 - 87:47
    os elétrons e os prótons e tudo.
  • 87:48 - 87:49
    São todos organismos.
  • 87:49 - 87:54
    Todos têm uma história e estão
    tão profundamente emaranhados,
  • 87:55 - 87:59
    intimamente interconectados,
    que não podem ser separados.
  • 87:59 - 88:04
    E a qualquer momento,
    esse universo emaranhado
  • 88:04 - 88:08
    está criando e se recriando
    mais uma vez.
  • 88:08 - 88:11
    Acho que isso é a evolução do cosmos,
  • 88:11 - 88:17
    a evolução de tudo que faz parte dele
    dos átomos, aos humanos, às galáxias.
  • 88:17 - 88:20
    Isso é o objetivo.
    Isso é a ambição.
  • 88:21 - 88:24
    Isso é o objetivo final
    da criatividade divina.
  • 88:25 - 88:29
    É até onde podemos compreendê-lo
    como seres humanos.
  • 88:31 - 88:33
    Acredito
  • 88:34 - 88:38
    numa dose de humildade,
  • 88:39 - 88:42
    e numa dose de humanidade,
  • 88:44 - 88:46
    e numa declaração de beleza
  • 88:47 - 88:49
    como antídoto
    para todas as brutalidades,
  • 88:49 - 88:51
    e crueldades do mundo.
  • 88:52 - 88:54
    Acredito
  • 88:54 - 88:56
    que o sagrado constitui a natureza,
  • 88:57 - 88:59
    não só o sobrenatural,
  • 88:59 - 89:01
    mas também a beleza da natureza.
  • 89:02 - 89:03
    Acredito
  • 89:04 - 89:06
    que os seres humanos
    sejam animais metafísicos,
  • 89:06 - 89:09
    e que sempre o serão
    por serem imortais.
  • 89:09 - 89:12
    O humano é o único animal
    que sabe que deve morrer.
  • 89:12 - 89:14
    Essa é a origem do mistério,
  • 89:14 - 89:17
    do mistério sem fim
    da existência humana.
  • 89:18 - 89:23
    Teria a ver com o casamento da mente,
  • 89:24 - 89:28
    da alma,
    dessa pequena cobertura corporal
  • 89:29 - 89:31
    que deve representar o corpo.
  • 89:32 - 89:35
    O matrimônio de tudo isso,
  • 89:35 - 89:39
    se for realmente isso,
  • 89:39 - 89:41
    pode ser propulsado pela positividade.
  • 89:42 - 89:44
    E se a positividade
  • 89:44 - 89:48
    conseguir então
    dar nascimento àquele matrimônio...
  • 89:48 - 89:52
    todos os problemas da Terra
    terão acabado.
  • 89:52 - 89:54
    Se a mente humana tiver lugar
  • 89:54 - 89:59
    para respirar, viver, pulsar, fluir...
  • 90:19 - 90:24
    Quem vai escutar isso tudo?
  • 90:24 - 90:29
    Porque somos cento e doze,
    são cem perguntas.
  • 90:29 - 90:33
    Isso dá 11,200. Digamos...
  • 90:34 - 90:38
    apenas dois minutos a cada vez.
    São 22,000 minutos.
  • 90:38 - 90:40
    Sabe quanto isso dá?
  • 90:41 - 90:44
    São trezentos dias.
  • 90:47 - 90:49
    OK, acabamos.
  • 90:49 - 90:51
    Acabou?
  • 97:44 - 97:48
    Copyright © 2011 TITELBILD, Berlin
    Legendas: A. Mota, M. Guellati
Title:
PROBLEMA the film *NEW Higher Quality*
Description:

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