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Hans Rosling: Deixe meus dados mudarem sua mentalidade

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    Eu vou falar sobre a mentalidade de vocês.
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    Será que a mentalidade de vocês bate com meus dados?
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    (Risadas)
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    Se não, um de nós precisa se atualizar, correto?
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    Quando eu falo aos meus alunos sobre os problemas globais,
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    e eu os escuto na hora do cafezinho,
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    eles sempre falam sobre "nós" e "eles".
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    E quando eles voltam para a sala
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    eu pergunto: O que vocês querem dizer com "nós" e "eles"?
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    Muito fácil, eles dizem. É o mundo ocidental e o mundo em desenvolvimento.
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    "Nós aprendemos isso na escola".
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    E qual a definição então? "A definição?"
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    "Todo mundo sabe", eles dizem.
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    Mas então vocês sabem, eu os pressiono.
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    Assim uma garota diz, sabiamente, "É muito fácil.
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    O mundo ocidental é vida longa em família pequena.
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    O mundo em desenvolvimento é vida curta em família grande."
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    E eu gosto dessa definição porque me deixa
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    transferir a mentalidade deles
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    para os meus dados.
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    E aqui vocês têm os dados.
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    Então podem ver o que temos neste eixo aqui
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    é o tamanho da família. Um, dois, três, quatro, cinco
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    filhos por mãe neste eixo.
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    E aqui, expectativa de vida,
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    30, 40, 50 anos.
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    Exatamente o conceito dos alunos sobre o mundo.
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    E realmente tem a ver com o quarto do casal.
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    Mesmo quando homem e mulher decidem ter uma família pequena,
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    e cuidar dos filhos, e quanto tempo eles irão viver.
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    Isso tem a ver com banheiro e cozinha. Sabe, se você tem sabão, água e comida,
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    você pode ter uma vida longa.
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    E os alunos estavam certos. O mundo não era assim --
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    O mundo era feito disto, de um conjunto de países aqui,
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    que tinham famílias grandes e vida curta. O mundo em desenvolvimento.
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    E nós temos um conjunto de países aqui em cima
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    que era o mundo ocidental.
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    Eles tinham famílias pequenas e vida longa.
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    E vocês verão aqui
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    algo fantástico que aconteceu no mundo durante a minha vida.
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    E então os países em desenvolvimento aplicaram
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    sabão e água, vacinação.
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    E todo o mundo em desenvolvimento fez planejamento familiar.
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    E parcialmente por conta dos EUA que ajudaram
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    com consultoria técnica e investimentos.
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    E vocês estão vendo todo mundo ir para famílias com dois filhos,
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    e para uma vida de 60 a 70 anos.
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    Mas alguns países permaneceram nesta área aqui.
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    E podem ver que ainda temos o Afeganistão aqui embaixo.
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    Nós temos Libéria. Nós temos o Congo.
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    Assim temos países vivendo ali.
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    Então o problema que eu tinha
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    é que a visão do mundo que meus alunos tinham
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    correspondia a realidade do mundo
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    no ano em que seus professores nasceram.
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    (Risadas)
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    (Aplausos)
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    E nós, na verdade, quando mostramos isto pelo o mundo.
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    Estava na Conferência Global sobre Saúde, em Washington, na semana passada,
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    e pude ver que mesmo as pessoas ativas
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    nos EUA tinham o conceito errado.
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    Que eles não perceberam o avanço
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    do México ali, e da China, em relação aos EUA.
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    Vejam quando eu movimento para frente.
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    Lá vamos nós.
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    Eles entenderam. Lá está o México.
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    Estão pareados com os EUA nessas duas dimensões sociais.
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    Menos de 5% dos especialistas
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    em saúde global tinham essa visão.
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    Essa grande nação, México,
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    Tem o problema de que armas vêm do norte,
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    através da fronteira. Então eles tinham que parar isso.
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    Porque eles têm essa estranha relação com os EUA, sabe.
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    Mas se eu trocasse este eixo aqui, olhe,
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    e ao invés disso, aqui, eu colocasse renda per capita.
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    Renda per capita. Eu posso colocar isso aqui.
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    E então nós veremos
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    uma imagem completamente diferente.
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    A propósito, Estou ensinando a vocês
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    como usar nosso site, Gapminder World.
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    Por que eu estou corrigindo isto?
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    Porque esse é um software livre na internet.
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    E agora quando eu finalmente acertei,
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    Eu posso voltar 200 anos na história.
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    E eu posso achar os Estados Unidos lá em cima.
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    E eu posso deixar os outros países aparecendo.
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    E agora eu tenho renda per capita neste eixo.
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    E nos EUA era pouco mais de 2 mil dólares, nessa época.
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    E a expectativa de vida era 35 a 40 anos,
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    semelhante ao Afeganistão hoje.
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    E o que aconteceu no mundo, Eu vou mostrar agora.
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    Isto é, ao invés de estudar história
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    por um ano na universidade.
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    Vocês podem me assistir por um minuto agora e verão a coisa toda.
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    (Risadas)
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    Podem ver como as bolhas marrons, que representam a Europa ocidental,
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    e as amarelas, que são os Estados Unidos,
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    eles ficaram mais e mais ricos e também
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    começaram a ficar mais e mais saudáveis.
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    E isto agora é 100 anos atrás
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    onde o resto do mundo fica para trás.
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    Vamos indo. E isto foi a gripe.
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    É por isso que temos tanto medo de resfriado, certo?
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    Isso ainda é lembrado. A queda na expectativa de vida.
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    E então vamos subindo. E até antes
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    de começar a independência.
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    Olhem aqui, temos a China ali,
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    temos a Índia ali,
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    e isso é o que aconteceu.
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    Você notam ali, que temos o México ali em cima.
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    O México não está tão parecido com os Estados Unidos.
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    Mas eles estão bem perto.
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    E especialmente é interessante ver
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    a China e os Estados Unidos,
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    durante 200 anos.
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    É que eu tenho meu filho mais velho trabalhando no Google,
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    depois que o Google adquiriu este software.
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    Porque na verdade trabalho infantil. Meu filho e a esposa se fecharam
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    por muitos anos e desenvolveram isso.
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    Com meu filho mais novo, que estudou chinês em Pequim.
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    Então eles vieram com as duas perspectivas que eu tenho.
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    E meu filho, o mais novo, que estudou em Pequim,
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    na China, ele tinha uma perspectiva de longo prazo.
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    De forma que meu filho mais velho, que trabalha no Google,
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    ele desenvolveria por trimestre, ou por semestre.
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    Ou, como o Google é generoso, ele tem mais um ou dois anos.
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    Mas na China eles observam geração após geração
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    porque eles lembram
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    do período muito embaraçoso, por 100 anos,
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    onde eles retroagiram.
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    E então eles lembrariam a primeira parte
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    do último século, que foi realmente ruim.
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    E nós iríamos por esse tão chamado grande salto.
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    Mas isso foi em 1963.
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    Mao Tse-Tung eventualmente trouxe saúde para China.
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    E então ele morreu. E Deng Xiaoping iniciou
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    esse movimento adiante incrível.
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    E não é estranho ver que os Estados Unidos
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    primeiro desenvolveram a economia, e depois gradualmente ficaram ricos.
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    Enquanto a China ficou saudável muito antes.
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    Porque eles aplicaram o conhecimento de educação, nutrição,
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    e também se beneficiaram da penicilina.
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    e vacinas, e planejamento familiar.
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    E a Ásia teria desenvolvimento social
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    antes de ter desenvolvimento econômico.
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    Pra mim, como professor de saúde pública,
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    não é estranho que todos esses países cresçam tão rápido agora.
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    Porque o que vocês vêem aqui, e aqui
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    é o mundo plano de Thomas Friedman.
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    Não é?
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    Não é realmente tão plano.
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    Mas são países de renda média.
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    e por isso é que eu sugiro para os meus alunos,
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    pararem de usar o conceito "mundo em desenvolvimento".
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    Porque afinal, falar sobre mundo em desenvolvimento
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    é como ter dois capítulos na história dos Estados Unidos.
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    O último capítulo é sobre o presente, e o presidente Obama.
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    E o outro é sobre o passado.
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    Onde se cobre tudo desde Washington
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    até Eisenhower.
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    Pois de Washington até Eisenhower,
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    é que nós encontramos o mundo em desenvolvimento.
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    Na verdade nós iríamos de Mayfower
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    até Eisenhower,
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    e isto seria reunido em um mundo em desenvolvimento.
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    Que é a razão do crescimento impressionante de suas cidades.
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    As quais têm grandes empreendedores,
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    mas também tem os países em colapso,
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    Então como poderíamos ter uma noção melhor disso?
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    Bem, uma forma é tentar ver se podemos
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    olhar a distribuição de renda.
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    Esta é a distribuição de renda das pessoas no mundo,
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    a partir de 1 dólar. É onde você tem algo para comer.
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    Estas pessoas vão dormir famintas.
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    E este é o número de pessoas.
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    Aqui são os 10 dólares, onde você pode ter um sistema de saúde
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    público ou privado. Aqui é onde você pode
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    ter um plano de saúde familiar e escola para seus filhos.
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    E estes são países da OCDE.
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    Verde, América Latina, Europa Oriental.
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    Esta é a Ásia Oriental. E no azul claro está a Ásia Meridional.
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    E assim é como o mundo mudou.
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    Ele mudou deste jeito.
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    Vocês podem ver como ele cresceu? E como centenas de milhões
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    e bilhões estão saindo da pobreza na Ásia?
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    E ele vai até aqui.
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    E agora eu vou às projeções.
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    Mas eu tenho que parar na porta do Lehman Brothers ali. Pois...
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    (Risadas)
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    Pois ali as projeções não são válidas por muito tempo.
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    Provavelmente o mundo fará isto.
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    E então continuará adiante assim.
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    Cedo ou tarde isto é o que vai acontecer.
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    E nós temos um mundo que não pode ser encarado de forma dividida.
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    Nós temos os países de renda alta aqui,
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    com os Estados Unidos liderando.
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    Temos as economias emergentes no centro,
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    que fornecem muita ajuda financeira.
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    E temos os países de baixa renda aqui.
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    Sim, isso é de fato de onde vem o dinheiro.
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    Eles têm economizado, sabe, por toda última década.
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    E aqui temos os países de baixa renda
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    onde estão os empreendedores.
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    E aqui temos os países em guerra,
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    como Afeganistão, Somália, parte do Congo, Darfur.
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    Temos tudo isso ao mesmo tempo.
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    Por isso é tão complicado descrever o que acontece
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    no mundo em desenvolvimento.
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    Porque é tão diferente, o que acontece lá.
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    E é por isso que eu sugiro
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    um jeito ligeiramente diferente de chamá-los.
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    E tem diferenças imensas dentro dos países também.
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    Eu ouvi que os departamentos aqui são por regiões.
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    Aqui você tem África abaixo do Saara, Ásia Meridional,
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    Ásia Oriental, países Árabes,
  • 9:54 - 9:56
    Europa Oriental, América Latina, e OCDE.
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    E nesse eixo GDP.
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    A nesse outro, saúde, sobrevivência infantil.
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    E não é uma surpresa
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    que África, ao sul do Saara, está embaixo.
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    Mas quando eu separo
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    os países em bolhas,
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    o tamanho das bolhas aqui é a população.
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    Então vemos que Serra Leoa e Ilhas Maurício são completamente diferentes.
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    Existem algumas diferenças dentro da África ao sul do Saara.
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    E eu posso separar os outros. Aqui a Ásia Meridional,
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    e o mundo Árabe.
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    Agora todos os departamentos diferentes.
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    Europa Oriental, América Latina, e países da OCDE.
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    E aqui estamos nós. Temos um mundo contínuo.
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    Não podemos separar em duas partes.
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    Mayflower aqui embaixo. Washington aqui,
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    países em construção.
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    Lincoln aqui, avançando.
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    Eisenhower trazendo modernidade para os países.
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    E então os Estados Unidos hoje, aqui em cima.
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    E temos países nesse mesmo caminho.
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    Agora uma coisa importante
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    para entender como o mundo mudou.
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    Nesse ponto eu decidi fazer uma colocação.
  • 10:59 - 11:01
    (Risos)
  • 11:01 - 11:04
    E é meu dever, em nome do resto do mundo,
  • 11:04 - 11:08
    agradecer aos cidadãos americanos,
  • 11:08 - 11:10
    pela pesquisa demográfica de saúde.
  • 11:10 - 11:13
    Muitos não têm conhecimento -- não é uma piada.
  • 11:13 - 11:15
    Isso é muito sério.
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    Isso é feito pelo patrocínio contínuo dos Estados Unidos
  • 11:19 - 11:22
    durante 25 anos através da excelente metodologia
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    de medição de mortalidade infantil
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    para que possamos ter uma ideia do que acontece no mundo.
  • 11:27 - 11:34
    (Aplausos)
  • 11:34 - 11:37
    E isso é a melhor parte do governo americano
  • 11:37 - 11:40
    sem burocracia, fornecendo fatos,
  • 11:40 - 11:42
    que são úteis para a sociedade.
  • 11:42 - 11:45
    E fornecem gratuitamente,
  • 11:45 - 11:48
    na internet, para o mundo usar. Muito obrigado.
  • 11:48 - 11:50
    Ao contrário do Banco Mundial,
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    que compilou dados com o dinheiro do governo,
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    dinheiro de impostos, e então os vende para ter um pouco mais de lucro,
  • 11:56 - 11:59
    de uma forma muito ineficiente, do jeitinho Guttenberg.
  • 11:59 - 12:05
    (Aplausos)
  • 12:05 - 12:07
    Mas as pessoas que fazem isso no Banco Mundial
  • 12:07 - 12:09
    estão entre as melhores do mundo.
  • 12:09 - 12:11
    E são profissionais extremamente gabaritados.
  • 12:11 - 12:15
    Nós gostaríamos apenas de ter nossas agências internacionais
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    tão evoluídas quanto eles para lidar com o mundo de forma moderna.
  • 12:18 - 12:21
    E quando se trata de dados gratuitos e transparentes,
  • 12:21 - 12:24
    O EUA é um dos melhores.
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    E isso não vem da boca de um professor de saúde pública sueco.
  • 12:27 - 12:30
    (Risadas)
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    E eu não sou pago para vir aqui, não.
  • 12:33 - 12:35
    Eu gostaria de mostrar o que acontece com os dados,
  • 12:35 - 12:37
    o que podemos mostrar com eles.
  • 12:37 - 12:39
    Olhem aqui. Esse é o mundo.
  • 12:39 - 12:41
    Com renda aqui embaixo, e mortalidade infantil.
  • 12:41 - 12:43
    E o que aconteceu no mundo?
  • 12:43 - 12:46
    Desde 1950, durante os últimos 50 anos
  • 12:46 - 12:49
    tivemos uma queda na mortalidade infantil.
  • 12:49 - 12:51
    E isso é possível devido a pesquisa demográfica sobre saúde.
  • 12:51 - 12:53
    E nós tínhamos um aumento na renda.
  • 12:53 - 12:55
    E a cor azul indica os antigos países em desenvolvimento
  • 12:55 - 13:00
    misturados com o antigo mundo ocidental industrializado.
  • 13:00 - 13:03
    E temos uma continuidade. Mas ainda temos, é claro,
  • 13:03 - 13:06
    o Congo, aqui em cima. Ainda temos os países pobres
  • 13:06 - 13:10
    como sempre tivemos, na história.
  • 13:10 - 13:13
    E que são o bilhão inferior, onde temos ouvido, hoje,
  • 13:13 - 13:16
    sob uma ótica completamente nova.
  • 13:16 - 13:19
    E quão rápido isso aconteceu?
  • 13:19 - 13:21
    Pela Meta de Desenvolvimento para o Milênio 4 (MDM 4).
  • 13:21 - 13:23
    Os Estados Unidos não têm sido tão ansiosos
  • 13:23 - 13:26
    para usar o MDM 4.
  • 13:26 - 13:29
    Mas vocês têm sido o principal patrocinador que nos permite medir isso.
  • 13:29 - 13:32
    Porque essa é a única forma com que podemos medir a mortalidade infantil.
  • 13:32 - 13:35
    E podemos dizer que ela deveria cair 4% ao ano.
  • 13:35 - 13:37
    Vamos ver o que a Suécia fez.
  • 13:37 - 13:40
    Nós costumamos nos orgulhar do progresso social acelerado.
  • 13:40 - 13:42
    É onde nós estávamos, em 1900.
  • 13:42 - 13:44
    Em 1900, a Suécia estava ali.
  • 13:44 - 13:46
    Com a mesma taxa de mortalidade infantil de Bangladesh em 1990.
  • 13:46 - 13:48
    Embora eles tivessem uma renda menor.
  • 13:48 - 13:51
    Eles iniciaram muito bem. Usaram bem a ajuda financeira.
  • 13:51 - 13:53
    Eles vacinaram as crianças. Eles melhoraram a qualidade da água.
  • 13:53 - 13:55
    E eles reduziram a mortalidade infantil,
  • 13:55 - 13:58
    numa taxa incrível de 4,7% ao ano. Eles venceram a Suécia.
  • 13:58 - 14:02
    Eu mostrei a Suécia no mesmo período de 16 anos.
  • 14:02 - 14:04
    Segunda rodada: Suécia em 1916,
  • 14:04 - 14:06
    contra Egito em 1990.
  • 14:06 - 14:09
    Aqui vamos nós. Novamente EUA é parte da causa aqui.
  • 14:09 - 14:13
    Eles melhoraram a água. Eles deram comida aos pobres.
  • 14:13 - 14:15
    E eles erradicaram a malária.
  • 14:15 - 14:18
    5,5%. Eles foram além da meta de desenvolvimento do milênio.
  • 14:18 - 14:21
    E a terceira chance para Suécia, contra o Brasil.
  • 14:21 - 14:25
    E o Brasil aqui teve um crescimento social incrível
  • 14:25 - 14:27
    nos últimos 16 anos.
  • 14:27 - 14:29
    E eles foram melhores que a Suécia.
  • 14:29 - 14:31
    Isso significa que o mundo está convergindo.
  • 14:31 - 14:33
    Os países de renda média,
  • 14:33 - 14:35
    a economia emergente, eles estão alcançando os outros.
  • 14:35 - 14:37
    Eles estão se deslocando para as cidades,
  • 14:37 - 14:39
    onde eles terão uma assistência melhor.
  • 14:39 - 14:42
    O que a Suécia fez nesse tempo foi protestar.
  • 14:42 - 14:44
    Eles dizem, "Isso não é justo.
  • 14:44 - 14:46
    porque esses países tiveram vacinas e antibióticos
  • 14:46 - 14:48
    que não estavam disponíveis para a Suécia.
  • 14:48 - 14:50
    Temos que fazer uma competição em tempo real."
  • 14:50 - 14:53
    OK. Eu escolho Cingapura, no ano que eu nasci.
  • 14:53 - 14:55
    Cingapura tinha o dobro da taxa de mortalidade da Suécia.
  • 14:55 - 14:57
    E é o país mais tropical do mundo.
  • 14:57 - 14:59
    Um pantanal no equador.
  • 14:59 - 15:02
    E lá vamos nós. Precisou de algum tempo para se tornar independente.
  • 15:02 - 15:04
    Mas então começaram a melhorar a economia.
  • 15:04 - 15:06
    E eles fizeram o investimento social. Eles baniram a malária.
  • 15:06 - 15:08
    Eles tinham um sistema de saúde magnífico
  • 15:08 - 15:10
    que superou o dos EUA e da Suécia.
  • 15:10 - 15:13
    Nunca pensamos que eles poderiam superar a Suécia.
  • 15:13 - 15:21
    (Aplausos)
  • 15:21 - 15:24
    Todos esses países verdes alcançaram as metas de desenvolvimento do milênio.
  • 15:24 - 15:26
    Esses amarelos quase chegaram lá.
  • 15:26 - 15:29
    Esses vermelhos não conseguiram, e a política tem que ser melhorada.
  • 15:29 - 15:32
    Não é uma extrapolação simples.
  • 15:32 - 15:34
    Nós realmente temos que encontrar uma forma
  • 15:34 - 15:36
    de apoiar melhor esses países.
  • 15:36 - 15:39
    Temos que respeitar os países de renda média
  • 15:39 - 15:41
    no que eles estão fazendo.
  • 15:41 - 15:44
    E temos que nos basear em fatos ao olhar para o mundo.
  • 15:44 - 15:47
    Aqui dólares por pessoa. Aqui o HIV nos países.
  • 15:47 - 15:49
    Em azul a África.
  • 15:49 - 15:52
    O tamanho das bolhas representa a quantidade de infectados por HIV.
  • 15:52 - 15:54
    Vemos a tragédia na África do Sul ali.
  • 15:54 - 15:57
    Onde 20% da população adulta está infectada.
  • 15:57 - 16:00
    E apesar deles terem uma renda bem alta
  • 16:00 - 16:03
    têm um número grande de infectados por HIV.
  • 16:03 - 16:06
    Mas também existem países africanos aqui embaixo.
  • 16:06 - 16:10
    Não existe nada comparado à epidemia de HIV na África.
  • 16:10 - 16:13
    Existem cerca de 5 a 10 países na África
  • 16:13 - 16:16
    que têm o mesmo nível que a Suécia e os EUA.
  • 16:16 - 16:18
    E existem outros com níveis extremamente altos.
  • 16:18 - 16:21
    E eu vou mostrar a vocês o que aconteceu
  • 16:21 - 16:25
    em um dos melhores países, com a economia mais vibrante
  • 16:25 - 16:28
    da África, com boa governança, que é Botsuana.
  • 16:28 - 16:30
    Eles têm um alto nível. E está decrescendo.
  • 16:30 - 16:32
    Mas agora não está caindo.
  • 16:32 - 16:34
    Porque lá, com ajuda do PEPFAR
  • 16:34 - 16:37
    estão trabalhando com tratamento. E as pessoas não estão morrendo.
  • 16:37 - 16:40
    E podem ver que não é fácil,
  • 16:40 - 16:43
    que é a guerra que causou isto.
  • 16:43 - 16:45
    Porque aqui, no Congo, existe guerra.
  • 16:45 - 16:48
    E aqui, na Zâmbia, existe paz.
  • 16:48 - 16:51
    E não é a economia. Países mais ricos têm taxa um pouco elevada.
  • 16:51 - 16:53
    E se separarmos a Tanzânia e sua renda.
  • 16:53 - 16:55
    Os 20% mais ricos na Tanzânia
  • 16:55 - 16:57
    têm mais HIV que os mais pobres.
  • 16:57 - 17:00
    E é bem diferente dentro do país.
  • 17:00 - 17:02
    Olhem as cidades do Quênia. Elas são muito diferentes.
  • 17:02 - 17:05
    E esta é a situação.
  • 17:05 - 17:08
    Não é pobreza total. É uma situação especial.
  • 17:08 - 17:11
    Provavelmente parceiros sexuais simultâneos
  • 17:11 - 17:14
    em uma parte da população heterossexual.
  • 17:14 - 17:16
    em alguns países, ou algumas partes dos países,
  • 17:16 - 17:18
    na parte ocidental e sul da África.
  • 17:18 - 17:21
    África, não torne isso uma questão racial.
  • 17:21 - 17:25
    Trate como uma questão local e faça prevenção em cada lugar,
  • 17:25 - 17:27
    de forma que possa ser feito ali.
  • 17:27 - 17:30
    Para que possa ter um fim.
  • 17:30 - 17:33
    Existe todo tipo de sofrimento
  • 17:33 - 17:36
    para o 1 bilhão de miseráveis, que não conhecemos.
  • 17:36 - 17:38
    Aqueles que vivem longe de celulares,
  • 17:38 - 17:40
    aqueles que nunca viram um computador,
  • 17:40 - 17:43
    aqueles que não têm eletricidade em casa.
  • 17:43 - 17:45
    Essa é uma doença chamada Konzo. Passei 20 anos
  • 17:45 - 17:47
    na África estudando e entendendo.
  • 17:47 - 17:52
    É causada pelo consumo, por famintos, de mandioca intoxicada.
  • 17:52 - 17:56
    É parecida com a pelagra no Mississipi, nos anos 30.
  • 17:56 - 17:59
    É similar a outras doenças nutricionais.
  • 17:59 - 18:01
    E nunca afetará uma pessoa rica.
  • 18:01 - 18:04
    E nós vemos isso aqui em Moçambique.
  • 18:04 - 18:07
    Esta é a epidemia em Moçambique. Esta é uma epidemia no norte da Tanzânia.
  • 18:07 - 18:09
    Vocês nunca ouviram falar dessa doença.
  • 18:09 - 18:11
    Mas foram muitos mais que o ebola
  • 18:11 - 18:13
    os afetados por esta doença.
  • 18:13 - 18:15
    Causa calafrios por todo o mundo.
  • 18:15 - 18:17
    E nos últimos dois anos
  • 18:17 - 18:19
    2 mil pessoas foram deformadas
  • 18:19 - 18:21
    no sul da região de Bandunda.
  • 18:21 - 18:23
    Que costumava ter comércio ilegal de diamantes.
  • 18:23 - 18:26
    A partir da UNITA que dominou a área em Angola.
  • 18:26 - 18:28
    Que agora desapareceu.
  • 18:28 - 18:30
    E agora eles têm um grande problema econômico.
  • 18:30 - 18:33
    E uma semana atrás, pela primeira vez,
  • 18:33 - 18:36
    haviam 4 linhas na internet.
  • 18:36 - 18:39
    Não confunda o progresso das economias emergentes,
  • 18:39 - 18:42
    com a grande capacidade
  • 18:42 - 18:44
    das pessoas nos países de renda média,
  • 18:44 - 18:46
    e países pacíficos de baixa renda.
  • 18:46 - 18:48
    Ainda existe mistério em 1 bilhão.
  • 18:48 - 18:50
    E temos que ter mais conceitos
  • 18:50 - 18:53
    do que apenas países em desenvolvimento e mundo em desenvolvimento.
  • 18:53 - 18:56
    Precisamos de uma nova mentalidade. O mundo está convergindo.
  • 18:56 - 18:59
    Mas, mas, mas. Não no bilhão de baixo.
  • 18:59 - 19:02
    Eles continuam tão pobres como sempre foram.
  • 19:02 - 19:07
    Isso não é sustentável. E não será resolvido com uma superpotência.
  • 19:07 - 19:09
    Mas vocês continuarão
  • 19:09 - 19:12
    a ser uma das mais importantes superpotências.
  • 19:12 - 19:15
    E a mais esperançosa superpotência, nesse momento.
  • 19:15 - 19:17
    E essa instituição
  • 19:17 - 19:19
    terá um papel crucial,
  • 19:19 - 19:21
    Não para os Estados Unidos, mas para o mundo.
  • 19:21 - 19:24
    Vocês têm um nome muito ruim,
  • 19:24 - 19:26
    Departamento de Estado que não é o departamento de Estado.
  • 19:26 - 19:28
    E sim o "Departamento de Mundo".
  • 19:28 - 19:30
    E temos uma grande esperança em vocês. Muito obrigado.
  • 19:30 - 19:35
    (Aplausos)
Title:
Hans Rosling: Deixe meus dados mudarem sua mentalidade
Speaker:
Hans Rosling
Description:

Falando no Departamento de Estado Americano neste verão, Hans Rosling usa o seu fascinante software de bolhas de dados para destruir os mitos sobre o mundo em desenvolvimento. Busca novas análises na China e no mundo depois do pacote de ajuda, misturadas à apresentação clássica.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:37
Vagner Pagotti added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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