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Explicação do paradoxo dos gémeos de Einstein — Amber Stuver

  • 0:06 - 0:08
    No seu vigésimo aniversário,
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    duas gémeas astronautas
    voluntariam-se para uma experiência.
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    A Terra permanecerá no planeta Terra,
    enquanto a Stella viajará numa nave espacial.
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    A nave da Stella viajará
    a 86,6% da velocidade da luz
  • 0:19 - 0:22
    para visitar uma estrela
    a 10 anos-luz de distância,
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    voltando para a Terra à mesma velocidade.
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    Enquanto se preparam para se separar,
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    as gémeas imaginam o que acontecerá
    quando se reunirem.
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    Dado que um ano-luz é exatamente
    a distância que a luz viaja num ano,
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    a viagem da Stella deverá demorar 23 anos.
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    Porém, como tinham estudado
    a relatividade restrita,
  • 0:38 - 0:40
    as gémeas sabem
    que não é assim tão simples.
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    Em primeiro lugar, quanto mais rápido
    um objeto se move no espaço,
  • 0:44 - 0:48
    mais lentamente se move no tempo,
    quando comparado com um observador imóvel.
  • 0:49 - 0:53
    Esta relação pode ser quantificada através
    de uma coisa chamada o fator de Lorentz,
  • 0:53 - 0:55
    que é definido por esta equação.
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    Segundo, o comprimento de
    um objeto em movimento,
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    medido por um observador em repouso,
    contrair-se-á pelo mesmo fator.
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    A 86,6% da velocidade da luz,
    o fator de Lorentz é 2,
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    ou seja, o tempo passa duas vezes
    mais lentamente a bordo da nave espacial.
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    Obviamente, a Stella não se irá aperceber
    da desaceleração do tempo.
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    Isto porque todos os processos
    da nave, com base no tempo,
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    irão desacelerar também:
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    os relógios e dispositivos elétricos;
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    as atividades biológicas da Stella,
    incluindo o seu ritmo de envelhecimento,
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    e a sua perceção do próprio tempo.
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    As únicas pessoas capazes de notar que
    na nave espacial, em movimento,
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    o tempo passa mais lentamente para Stella
  • 1:30 - 1:34
    seriam observadores numa posição
    de inércia, sem aceleração,
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    como a gémea Terra, no planeta Terra.
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    Assim, a gémea Terra conclui que,
    quando se encontrarem na Terra,
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    ela será mais velha do que a Stella.
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    Contudo, esta é apenas uma perspetiva.
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    Uma vez que o movimento é relativo,
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    a Stella contra-argumenta
    que é igualmente válido dizer
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    que a sua nave se mantém imóvel
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    enquanto o Universo, incluindo
    a Terra, se move à volta dela.
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    E, nesse caso, o tempo passará duas vezes
    mais lentamente para a Terra,
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    acabando por fazer da Stella
    a gémea mais velha.
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    Mas não podem ser ambas
    mais velhas uma que a outra,
  • 2:04 - 2:06
    então qual delas terá razão?
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    Esta contradição aparente é conhecida
    como "O Paradoxo dos Gémeos".
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    Mas não é realmente um paradoxo,
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    é apenas um exemplo de como a relatividade
    restrita pode ser mal compreendida.
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    A fim de testar as suas teorias,
    em tempo real,
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    as gémeas combinam mandar
    um feixe de luz uma à outra
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    sempre que, para elas, passar um ano.
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    Ao contrário dos outros objetos,
    a velocidade da luz é sempre constante,
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    independentemente
    da posição do observador.
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    Um feixe de luz enviado da Terra
    será medido com a mesma velocidade
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    que um feixe de luz
    enviado da nave espacial,
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    qualquer que seja o caminho
    que a luz esteja a fazer.
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    Assim, quando uma das gémeas
    observar um feixe de luz,
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    medir-se-á quanto tempo demorou
    a passar um ano para a outra gémea,
  • 2:47 - 2:50
    mais quanto tempo demorou a luz
    a viajar entre elas.
  • 2:50 - 2:53
    Podemos ver o que se passa
    através de um gráfico.
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    O eixo X marca a distância da Terra
    e o Y marca a passagem do tempo.
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    Na perspetiva da gémea Terra,
    a trajetória é apenas uma linha vertical,
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    com uma distância igual a zero
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    e cada marca na linha é equivalente
    à passagem de um ano, segundo ela.
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    A trajetória da Stella
    partirá da mesma origem
  • 3:10 - 3:13
    até a um ponto à distância de 11,5 anos,
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    e a 10 anos-luz de distância da Terra,
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    antes de convergir de novo
    para a distância zero
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    e ao fim de 23 anos, no tempo.
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    Na marca do primeiro ano,
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    a gémea Terra enviará um raio de luz
    da Terra para a nave da Stella.
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    Como a luz leva um ano
    para viajar um ano-luz,
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    o seu caminho será uma reta
    diagonal de 45 graus.
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    E como a Stella se está a afastar,
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    na altura em que a luz lhe chega,
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    terão passado 7 anos para a Terra
    e 4 anos para a Stella.
  • 3:41 - 3:45
    No momento em que a Stella observa
    o segundo raio emitido pela Terra,
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    ela já estará já a fazer
    o caminho de volta.
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    Mas agora, como a Stella está
    a mover-se em direção à fonte de luz,
  • 3:51 - 3:53
    a luz demorará menos tempo
    a chegar até ela,
  • 3:53 - 3:56
    e ela verá os feixes de luz
    com maior frequência.
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    Assim, a Stella observa
    a Terra a envelhecer lentamente
  • 3:58 - 4:00
    na primeira metade da sua viagem
  • 4:00 - 4:03
    e a envelhecer rapidamente
    na metade do regresso.
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    Entretanto, a Stella tem a impressão
    de que a Terra, a estrela de destino,
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    e o universo inteiro
    estão-se a mover ao seu redor.
  • 4:09 - 4:11
    E devido à contração do comprimento,
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    a Stella observa a distância entre elas
    a reduzir-se por um fator de 2.
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    Isto significa que cada metade da viagem
    demorará apenas 6 anos
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    na perspetiva da Stella.
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    Quando ela envia o primeiro sinal de luz
    já terão passado dois anos para a irmã.
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    A Stella emitirá mais quatro feixes de luz
    na sua viagem de ida,
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    cada um mais longínquo.
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    Quado a irmã Terra observar o primeiro
    feixe da viagem de regresso da Stella,
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    terão passado mais de 21 anos.
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    Durante o resto da viagem
    de regresso da Stella,
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    a irmã Terra irá receber
    múltiplos feixes de luz, por ano.
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    Assim, a Terra observará a Stella
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    a envelhecer lentamente
    durante 90% dos 23 anos,
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    e a envelhecer rapidamente
    nos últimos 10%.
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    Esta assimetria é a razão pela qual
    este paradoxo não é realmente um paradoxo.
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    Embora cada gémea veja o tempo a passar,
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    a acelerar e a abrandar,
    em relação uma à outra,
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    a Stella vê uma separação equilibrada
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    enquanto a Terra vê a Stella a envelhecer
    lentamente a maior parte do tempo.
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    Isto é consistente com as medições feitas
    por cada gémea durante a viagem espacial,
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    que leva 23 anos na Terra,
    mas apenas 11,5 anos na nave espacial.
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    Quando as gémeas se reencontrarem,
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    a Terra terá 43 anos,
    enquanto a Stella terá 31.
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    O erro da Stella
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    era a sua suposição de que ambas
    eram observadoras inertes.
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    Para ser um observador inerte, é preciso
    manter uma velocidade e direção constantes
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    em relação ao resto do universo.
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    A gémea Terra esteve sempre em repouso,
    a sua velocidade foi um zero constante.
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    Mas quando a Stella alterou a direção
    na sua viagem de regresso,
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    mudou a posição de referência
    com que iniciara.
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    A Terra e a Stella têm agora uma melhor
    perceção de como o espaço-tempo funciona.
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    E, sendo gémeas com 11 anos de diferença,
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    são o perfeito exemplo
    da relatividade restrita.
Title:
Explicação do paradoxo dos gémeos de Einstein — Amber Stuver
Speaker:
Amber Stuver
Description:

Vejam a lição completa em: https://ed.ted.com/lessons/einstein-s-twin-paradox-explained-amber-l-stuver

No seu 20.º aniversário, duas astronautas gémeas idênticas oferecem-se como voluntárias para uma experiência. A Terra permanecerá no planeta Terra, enquanto a Stella embarcará numa nave espacial. A nave da Stella viajará para visitar uma estrela a 10 anos-luz de distância e, de seguida, regressará à Terra. Quando se preparavam para separar, as gémeas perguntaram-se o que aconteceria quando se reencontrassem. Quem vai ser a mais velha? Amber Stuver investiga o "Paradoxo dos Gémeos".

Lição de Amber L. Stuver, realização de Aim Creative Studios.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
06:00

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