< Return to Video

Bodhicitta: The Mind of Love & Enlightenment | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

  • 0:02 - 0:06
    Na tradição budista, falamos de um certo tipo de mente.
  • 0:08 - 0:12
    Chama-se "mente de principiante".
  • 0:13 - 0:17
    A mente de principiante é uma mente muito bela,
  • 0:19 - 0:21
    uma fonte de energia,
  • 0:22 - 0:24
    a disposição para praticar,
  • 0:25 - 0:32
    para alcançar a liberdade, a libertação e a iluminação,
  • 0:33 - 0:36
    e para servir os outros.
  • 0:36 - 0:43
    Essa é uma fonte de energia tremenda que nos torna muito vivos, muito dinâmicos.
  • 0:44 - 0:48
    E com essa fonte de energia, chamada mente de principiante,
  • 0:48 - 0:51
    não temos medo dos obstáculos.
  • 0:54 - 0:57
    Estamos prontos para os ultrapassar,
  • 0:57 - 1:00
    para superar todo o tipo de obstáculos
  • 1:01 - 1:03
    para realizar o nosso sonho,
  • 1:03 - 1:05
    a nossa intenção,
  • 1:05 - 1:06
    a nossa aspiração.
  • 1:06 - 1:11
    Essa é a disposição para atingir a iluminação,
  • 1:11 - 1:16
    para nos libertarmos a fim de servir outros seres vivos.
  • 1:17 - 1:23
    Siddhartha Gautama, quando saiu de casa aos 29 anos,
  • 1:24 - 1:28
    tinha uma aspiração muito forte de praticar.
  • 1:28 - 1:33
    Aos 35 anos, atingiu a iluminação.
  • 1:35 - 1:43
    E foi então capaz de começar a servir a humanidade e os outros seres vivos.
  • 1:45 - 1:51
    E nós, que somos amigos do Buda, que somos seus discípulos,
  • 1:52 - 1:56
    também queremos ter esse tipo de aspiração.
  • 1:57 - 2:01
    Também queremos ter esse tipo de disposição.
  • 2:02 - 2:06
    Também queremos ter esse tipo de energia, para que sejamos suficientemente fortes para continuar
  • 2:06 - 2:13
    com a nossa prática, para nos libertarmos e para servir os outros.
  • 2:13 - 2:19
    E é por isso que o nosso retiro tem o título “Cultivar a Mente do Amor.”
  • 2:19 - 2:23
    A mente do amor é a mente de principiante.
  • 2:23 - 2:25
    É muito bela, muito forte.
  • 2:25 - 2:30
    E como praticantes, temos de nutrir essa mente
  • 2:30 - 2:33
    para que ela perdure por muito tempo.
  • 2:33 - 2:40
    Porque quando conseguimos manter essa mente viva, estaremos sempre cheios de energia
  • 2:41 - 2:46
    para continuar a prática,
  • 2:46 - 2:51
    independentemente de quão difícil seja a situação.
  • 2:55 - 3:03
    Por isso, durante este retiro, muitos de nós permitimos que a mente do amor,
  • 3:04 - 3:06
    a mente da iluminação,
  • 3:08 - 3:12
    surgisse no nosso coração.
  • 3:14 - 3:25
    E se soubermos como alimentar, como manter essa mente do amor,
  • 3:25 - 3:30
    a mente da iluminação, o “bodhicitta,” viva,
  • 3:30 - 3:37
    então teremos energia suficiente para continuar a nossa prática e servir os outros.
  • 3:38 - 3:44
    Sabemos que há muito sofrimento no mundo.
  • 3:45 - 3:47
    E por vezes sentimos que não podemos fazer nada.
  • 3:47 - 3:53
    Mas com o bodhicitta, a mente do amor, a mente da iluminação,
  • 3:53 - 3:55
    não nos deixamos desencorajar.
  • 3:55 - 3:58
    Seremos capazes de continuar
  • 3:58 - 4:02
    para aliviar o sofrimento em nós próprios
  • 4:02 - 4:07
    e ajudar a aliviar o sofrimento na sociedade e no mundo.
  • 4:09 - 4:19
    A palestra do Dharma de hoje será um pouco difícil para quem está a participar pela primeira vez,
  • 4:19 - 4:25
    mas se assististe ao primeiro, segundo, terceiro ou quarto dia deste retiro,
  • 4:25 - 4:30
    será uma palestra fácil.
  • 4:32 - 4:36
    É apenas uma continuação das outras palestras.
  • 4:38 - 4:45
    Talvez, se tiveres o CD das outras palestras,
  • 4:45 - 4:50
    isso nos ajude a compreender profundamente a palestra de hoje,
  • 4:50 - 4:54
    que é, em grande parte, a essência do ensinamento do Buda,
  • 4:55 - 5:01
    apresentada de forma breve.
  • 5:03 - 5:07
    No budismo, falamos de dois tipos de verdade:
  • 5:07 - 5:11
    a verdade convencional e a verdade última.
  • 5:12 - 5:15
    E ambos os tipos de verdade são úteis.
  • 5:18 - 5:20
    Também na ciência,
  • 5:20 - 5:23
    existem dois tipos de verdade.
  • 5:24 - 5:29
    Há a ciência clássica, representada por Newton.
  • 5:30 - 5:34
    É equivalente à verdade convencional no budismo.
  • 5:35 - 5:39
    E há a física moderna, com a física quântica,
  • 5:40 - 5:42
    a mecânica quântica.
  • 5:42 - 5:48
    Tem uma forma muito diferente de ver a realidade, de compreender a realidade.
  • 5:51 - 6:00
    E também nos ajuda a compreender a verdadeira natureza da realidade.
  • 6:01 - 6:05
    E, para aceder à segunda verdade,
  • 6:06 - 6:12
    temos de ser capazes de libertar-nos daquilo que aprendemos com a verdade convencional.
  • 6:13 - 6:16
    Aquilo que aprendemos com Newton,
  • 6:17 - 6:21
    temos de deixar ir para podermos compreender verdadeiramente
  • 6:21 - 6:26
    a mecânica quântica, e assim por diante.
  • 6:27 - 6:30
    Isto é o mesmo que acontece com o ensinamento budista.
  • 6:31 - 6:37
    Existe a verdade convencional, onde falamos de nascimento e morte,
  • 6:37 - 6:46
    Buda e seres vivos, iluminação e ilusão,
  • 6:46 - 6:49
    sofrimento e felicidade.
  • 6:51 - 7:02
    Mas quando chegamos à verdade última, todas estas ideias sobre nascimento e morte,
  • 7:02 - 7:06
    início e fim, dentro/fora,
  • 7:06 - 7:10
    sofrimento e felicidade, temos de as ultrapassar
  • 7:10 - 7:19
    para as deixar para trás antes de podermos compreender a verdade absoluta, última.
  • 7:19 - 7:25
    E esse tipo de visão é o mais elevado.
  • 7:27 - 7:34
    Quando somos capazes de tocar a realidade última, podemos chamar-lhe Deus.
  • 7:34 - 7:42
    Mas no Budismo, não usamos a palavra “Deus”; usamos a palavra “talidade”, a realidade última.
  • 7:43 - 7:46
    Quando tocamos a realidade última, libertamo-nos de todas as noções,
  • 7:46 - 7:55
    incluindo a noção de ser e não-ser, dentro/fora,
  • 7:56 - 8:00
    sujeito e objeto.
  • 8:01 - 8:07
    Na neurociência, as pessoas ainda
  • 8:08 - 8:11
    lutam um pouco com
  • 8:11 - 8:17
    a consciência e o mundo da realidade.
  • 8:18 - 8:24
    Segundo essa perspetiva, a consciência é algo subjetivo “aqui dentro”,
  • 8:25 - 8:33
    e a realidade é algo “lá fora”.
  • 8:34 - 8:43
    Então, como pode a consciência interior
  • 8:44 - 8:49
    alcançar e compreender a realidade exterior?
  • 8:51 - 8:55
    E a ciência começou a descobrir a verdade,
  • 8:55 - 9:02
    que não se pode ser um observador a olhar de fora para o objeto observado.
  • 9:02 - 9:09
    Para compreender verdadeiramente, é necessário deixar de ser um observador externo.
  • 9:09 - 9:13
    É necessário tornar-se um participante.
  • 9:13 - 9:17
    E os cientistas já começaram a falar sobre isso.
  • 9:19 - 9:23
    Assim, para que a verdadeira compreensão seja possível,
  • 9:23 - 9:29
    é preciso remover a fronteira
  • 9:31 - 9:37
    entre o observador e o objeto observado,
  • 9:38 - 9:42
    seja esse objeto um eletrão, ou um átomo,
  • 9:42 - 9:44
    ou qualquer outra coisa.
  • 9:44 - 9:50
    Mas se pensas que és um observador completamente fora do objeto que observas,
  • 9:50 - 9:56
    não há esperança de o compreenderes verdadeiramente.
  • 9:56 - 10:02
    Deves tentar ser um participante, e não apenas um observador externo.
  • 10:02 - 10:06
    A ciência moderna já começou a reconhecer isso.
  • 10:13 - 10:19
    A visão que o Buda obteve aos pés da Árvore da Iluminação
  • 10:19 - 10:27
    é o tipo de visão que o ajudou a libertar-se de todo o medo, raiva e desespero.
  • 10:29 - 10:35
    E essa visão tem de ser adquirida diretamente, e não através de explicações.
  • 10:35 - 10:42
    Porque ao explicar, estamos a oferecer noções e conceitos.
  • 10:42 - 10:47
    Mas noções e conceitos nunca podem ser a realidade.
  • 10:47 - 10:55
    Suponhamos que há alguém que nunca provou um fruto chamado kiwi,
  • 10:56 - 11:03
    e tu tentas dizer-lhe qual é o sabor do kiwi.
  • 11:04 - 11:08
    Por mais noções e conceitos que tenhas,
  • 11:08 - 11:13
    é impossível que ele compreenda o verdadeiro sabor do kiwi.
  • 11:14 - 11:18
    A verdadeira visão é assim.
  • 11:19 - 11:23
    Prajna, a visão profunda, é assim.
  • 11:23 - 11:25
    Podemos falar sobre visão,
  • 11:26 - 11:30
    mas estamos a usar noções e conceitos.
  • 11:30 - 11:36
    Podemos usar bem essas noções e conceitos para praticar a observação profunda.
  • 11:36 - 11:41
    A observação profunda é meditação, e podemos alcançar a visão por nós próprios.
  • 11:41 - 11:46
    A visão profunda não pode ser dada por outra pessoa.
  • 11:47 - 11:55
    Se não comeres o kiwi, não consegues compreender, não consegues experienciar
  • 11:55 - 12:00
    o verdadeiro sabor do kiwi. Ficas apenas com uma noção.
  • 12:04 - 12:11
    Esse tipo de visão, por vezes, é chamado de Visão Correta no Budismo.
  • 12:11 - 12:16
    E a Visão Correta é um dos oito elementos do Caminho Nobre,
  • 12:17 - 12:18
    apresentado pelo Buda.
  • 12:19 - 12:25
    Existe um caminho que conduz à libertação e à verdadeira felicidade.
  • 12:25 - 12:29
    Chama-se o Nobre Caminho Óctuplo.
  • 12:30 - 12:37
    E já aprendemos sobre a Atenção Correta, que é um dos elementos,
  • 12:37 - 12:42
    a Concentração Correta, que é outro elemento do caminho.
  • 12:42 - 12:44
    E quando falamos de Visão Correta,
  • 12:44 - 12:52
    esse é outro elemento do caminho. Depois temos o Pensamento Correto,
  • 12:52 - 12:58
    a Fala Correta, a Ação Correta, o Esforço Correto, como aprendemos,
  • 12:58 - 13:01
    e o Meio de Vida Correto.
  • 13:03 - 13:09
    E os Cinco Treinamentos da Atenção Plena, que muitos de nós recebemos hoje, esta manhã,
  • 13:09 - 13:12
    são uma expressão muito concreta desse caminho.
  • 13:13 - 13:19
    O caminho da Visão Correta, Pensamento Correto, Fala Correta, Ação Correta,
  • 13:20 - 13:29
    Meio de Vida Correto, Esforço Correto, Atenção Correta e Concentração.
Title:
Bodhicitta: The Mind of Love & Enlightenment | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
Description:

more » « less
Video Language:
English
Duration:
13:33

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions