"Design" orgânico, inspirado pela Natureza
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0:00 - 0:03Chamo-me Lovegrove.
Só conheço nove Lovegroves, -
0:03 - 0:05dois dos quais são os meus pais.
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0:05 - 0:10São primos direitos e vocês sabem
o que acontece quando... -
0:10 - 0:11(Risos)
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0:11 - 0:14Portanto, tenho um lado
terrivelmente extravagante -
0:14 - 0:17que estou sempre a combater.
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0:17 - 0:20Para tentar aguentar-me hoje,
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0:20 - 0:23disciplinei-me com uma palestra
de 18 minutos. -
0:23 - 0:24Estive a aguentar
para não ir urinar. -
0:24 - 0:27Pensei que, se aguentasse bastante tempo,
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0:27 - 0:29isso ajudar-me-ia
a falar apenas 18 minutos. -
0:29 - 0:31(Risos)
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0:33 - 0:36Sou conhecido como o Capitão Orgânico.
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0:38 - 0:41É uma posição filosófica
e também uma posição estética. -
0:42 - 0:46Mas hoje quero falar-vos
sobre o amor da forma -
0:46 - 0:51e como a forma pode tocar
a alma e a emoção duma pessoa. -
0:52 - 0:57Ainda há pouco tempo,
há uns milhares de anos, -
0:57 - 0:59vivíamos em grutas
-
0:59 - 1:03e acho que não perdemos
esse sistema de código. -
1:03 - 1:06Reagimos muito bem à forma.
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1:06 - 1:09Mas eu estou interessado
em criar uma forma inteligente. -
1:09 - 1:11Não estou nada interessado no blobismo
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1:11 - 1:13nem em nenhuma
dessas porcarias superficiais -
1:13 - 1:16que vemos surgir como "design".
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1:16 - 1:19Penso que essas coisas — esse consumismo
artificialmente induzido — -
1:19 - 1:20é atroz.
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1:20 - 1:22O meu mundo é o mundo de pessoas
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1:22 - 1:27como Amory Lovins,
Janine Benyus, James Watson. -
1:27 - 1:30Estou nesse mundo, mas trabalho
puramente por instinto. -
1:30 - 1:32Não sou cientista.
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1:32 - 1:34Talvez pudesse ter sido,
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1:34 - 1:36mas trabalho neste mundo
confiando nos meus instintos. -
1:36 - 1:43Portanto, sou um tradutor
do século XXI de tecnologia -
1:43 - 1:46de produtos que usamos todos os dias
-
1:46 - 1:48e com que nos relacionamos
bela e naturalmente. -
1:48 - 1:50Devemos produzir coisas.
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1:50 - 1:55Devíamos produzir embalagens para ideias
que elevam as perceções das pessoas -
1:55 - 2:00e o respeito pelas coisas
que desenterramos da terra -
2:00 - 2:02e traduzimos em produtos para uso diário.
-
2:03 - 2:04Assim, a garrafa de água.
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2:04 - 2:07Começo com este conceito
a que chamo o ADN. -
2:07 - 2:09ADN: Arte, "Design", Natureza.
-
2:09 - 2:11São as três coisas
que condicionam o meu mundo. -
2:11 - 2:14Este é um desenho de Leonardo da Vinci,
-
2:14 - 2:17há 500 anos, antes da fotografia.
-
2:17 - 2:22Mostra como a observação,
a curiosidade e o instinto -
2:22 - 2:24se conjugam para criar uma arte espantosa.
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2:25 - 2:27O "design" industrial
é a forma de arte do século XXI. -
2:28 - 2:31Pessoas como Leonardo — não houve muitas —
-
2:31 - 2:35tinham esta curiosidade
espantosamente instintiva. -
2:35 - 2:37Eu trabalho numa posição semelhante.
-
2:37 - 2:39Não quero parecer pretencioso
quando digo isto, -
2:39 - 2:43mas este é o meu desenho
feito num quadro digital há uns anos -
2:43 - 2:45— bem no século XXI, 500 anos depois.
-
2:45 - 2:48É a minha impressão da água.
-
2:48 - 2:51O impressionismo é a forma de arte
mais valiosa do planeta, como sabemos: -
2:51 - 2:54Cem milhões de dólares,
facilmente, para um Monet. -
2:54 - 2:56Agora uso um processo totalmente novo.
-
2:56 - 2:59Há uns anos, reinventei o meu processo
de acompanhar pessoas como -
2:59 - 3:02Greg Lynn, Tom Main,
Zaha Hadid, Rem Koolhaas, -
3:02 - 3:05todas elas pessoas que acho
serem perseverantes e pioneiras -
3:05 - 3:09em ideias fantásticas
de como criar formas. -
3:09 - 3:11Tudo isto é criado digitalmente.
-
3:11 - 3:14Aqui vemos a maquinagem,
a fresagem de um bloco de acrílico. -
3:14 - 3:16É o que mostro ao cliente e digo:
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3:16 - 3:18"É isto que eu quero fazer".
-
3:18 - 3:20Nessa altura,
não sei se isso será possível. -
3:20 - 3:25É sedutor, mas sinto nos ossos
que é possível. -
3:27 - 3:27E avançamos.
-
3:27 - 3:30Observamos as ferramentas.
Observamos como é fabricado. -
3:30 - 3:33Estas são as coisas invisíveis
que nunca vemos na vida. -
3:33 - 3:35Este é o ruído de fundo
de um "design" industrial. -
3:35 - 3:39É como um Anish Kapoor a fluir
por um Richard Serra. -
3:39 - 3:42A meus olhos, é mais valioso
do que o produto. -
3:42 - 3:43Não tenho nenhum.
-
3:43 - 3:45Quando tiver dinheiro,
mando fazer um para mim. -
3:45 - 3:47Este é o produto final.
-
3:47 - 3:49Quando mo enviaram,
julguei que tinha falhado. -
3:49 - 3:52Não sentia nada. Tem que sentir a nada.
-
3:52 - 3:56Foi só quando coloquei a água que percebi
que tinha posto uma pele na água. -
3:56 - 3:59É um ícone da própria água
-
3:59 - 4:02e eleva a perceção das pessoas
quanto ao "design" contemporâneo. -
4:02 - 4:03Cada garrafa é diferente,
-
4:03 - 4:06e, portanto, o nível da água
dá-nos uma forma diferente. -
4:06 - 4:09Tem um individualismo de massa
a partir dum único produto. -
4:09 - 4:10Cabe na mão.
-
4:10 - 4:12Cabe em mãos artríticas.
Cabe em mãos de criança. -
4:12 - 4:15Torna forte o produto, o mosaico.
-
4:15 - 4:17É um "millefiori" de ideias.
-
4:17 - 4:20No futuro, terão este aspeto,
-
4:20 - 4:22porque precisamos de nos afastar
deste tipo de polímeros -
4:22 - 4:25e usá-los para equipamento médico
-
4:25 - 4:27e talvez coisas mais importantes na vida.
-
4:27 - 4:29Biopolímeros, essas ideias novas
para materiais, -
4:29 - 4:32entrarão em cena
provavelmente dentro de dez anos. -
4:32 - 4:33Não parece nada fixe, pois não?
-
4:33 - 4:36Mas aguento bem isso, não tenho problemas.
-
4:36 - 4:39Eu crio para essa situação, biopolímeros.
-
4:39 - 4:41É o futuro.
-
4:41 - 4:43Fiz este vídeo na Cidade do Cabo
no ano passado. -
4:43 - 4:45Este é o lado extravagante a aparecer.
-
4:45 - 4:48Sinto um interesse especial
-
4:48 - 4:50por coisas destas
que espantam e maravilham. -
4:50 - 4:53Não sei se me deixe
cair de joelhos e chore. -
4:53 - 4:54Não sei o que pensar.
-
4:54 - 5:00Mas sei que a Natureza melhora
-
5:00 - 5:05com cada propósito sempre maior
em relação ao passado. -
5:05 - 5:08Essa estranheza é uma consequência
do pensamento inovativo. -
5:08 - 5:11Quando olho para estas coisas,
parecem-me muito normais. -
5:12 - 5:14Elas evoluíram durante muitos anos
-
5:14 - 5:16mas agora dão-me três semanas
para desenhar um telefone. -
5:16 - 5:19Como diabo faço um telefone
em três semanas, -
5:19 - 5:20quando temos coisas
-
5:20 - 5:22que levaram centenas de milhões
de anos a evoluir? -
5:22 - 5:23Como condensamos isso?
-
5:23 - 5:25Acontece por instinto.
-
5:25 - 5:28Não falo de desenhar telefones
que tenham este aspeto -
5:28 - 5:30e não pretendo desenhar
arquitetura como aquela. -
5:30 - 5:33Só me interessam
padrões de crescimento naturais -
5:33 - 5:37e as formas belas
que só a Natureza consegue criar. -
5:37 - 5:40Como isso flui através de mim
e como sai cá para fora, -
5:40 - 5:41é o que estou a tentar entender.
-
5:41 - 5:44Isto é um exame dum antebraço humano.
-
5:44 - 5:47Depois é explodido
através de prototipagem rápida -
5:47 - 5:49para revelar a estrutura celular.
-
5:49 - 5:51Tenho-os no meu gabinete.
-
5:51 - 5:54O meu gabinete é uma mistura
do Museu Nacional de História -
5:54 - 5:56com um laboratório espacial da NASA.
-
5:56 - 5:58É um sítio estranho,
um tanto extravagante. -
5:58 - 6:00Isto é um dos meus espécimes.
-
6:00 - 6:07O osso é feito duma mistura
de minerais inorgânicos e de polímeros. -
6:08 - 6:11Estudei culinária na escola,
durante quatro anos -
6:11 - 6:14e, nessa experiência,
a que eu chamava "ciência doméstica", -
6:14 - 6:16havia um pouco de batota barata
-
6:16 - 6:18para eu obter uma qualificação em ciência.
-
6:18 - 6:20(Risos)
-
6:20 - 6:22Na verdade, punha marijuana
em tudo o que cozinhava. -
6:22 - 6:24(Risos)
-
6:24 - 6:26E tinha acesso às raparigas mais giras.
-
6:26 - 6:27Foi fabuloso!
-
6:27 - 6:29Os rapazes da equipa de râguebi
não percebiam. -
6:29 - 6:31Isto é um suspiro.
-
6:31 - 6:32Isto é outra receita que tenho.
-
6:32 - 6:35Na minha opinião, um suspiro é feito
tal e qual como um osso. -
6:35 - 6:39É feito de polissacarídeos e proteínas.
-
6:39 - 6:41Se lhes deitarmos água, dissolve-se.
-
6:41 - 6:44Poderemos, no futuro,
fabricar a partir de alimentos? -
6:45 - 6:47Não é má ideia. Não sei.
-
6:47 - 6:49Tenho que falar com Janine
e outras pessoas sobre isso, -
6:49 - 6:51mas creio, instintivamente,
-
6:51 - 6:55que aquele suspiro pode vir
a ser qualquer coisa, um carro, não sei. -
6:55 - 6:58Também me interesso
por padrões de crescimento: -
6:58 - 7:02a forma desenfreada
como a Natureza cria coisas -
7:02 - 7:05para que não nos sintamos
minimamente restringidos pela forma. -
7:05 - 7:08Estas formas interligadas
inspiram tudo o que faço, -
7:08 - 7:11embora eu possa acabar por fazer
uma coisa incrivelmente simples. -
7:12 - 7:15Isto é um pormenor duma cadeira
de magnésio que desenhei. -
7:15 - 7:18Mostra essa interlocução de elementos
-
7:18 - 7:22e a beleza do tipo de engenharia
e do pensamento biológico, -
7:22 - 7:24apresentado quase
como a estrutura de um osso. -
7:24 - 7:27Cada um destes elementos
pode ser pendurado na parede -
7:27 - 7:29como um objeto de arte.
-
7:29 - 7:31Isto é a primeira cadeira
do mundo feita de magnésio. -
7:31 - 7:34Custa 1,7 milhões de dólares a fabricar.
-
7:34 - 7:36Chama-se "Go", para a Bernhardt, EUA.
-
7:36 - 7:40Apareceu na revista Time, em 2001,
-
7:40 - 7:43como a nova linguagem do século XXI.
-
7:43 - 7:47Para alguém que cresceu no País de Gales,
numa pequena aldeia, é o máximo. -
7:47 - 7:50Mostra como se faz uma forma holística,
como a indústria de automóveis, -
7:50 - 7:52e depois partimos o que queremos.
-
7:52 - 7:54Isto é uma forma de trabalhar
absolutamente bela. -
7:54 - 7:56É uma forma de trabalhar divina.
-
7:56 - 7:59É orgânica e é essencial.
-
7:59 - 8:01É um "design" isento de gorduras.
-
8:01 - 8:04Quando olhamos para ele,
vemos seres humanos, -
8:05 - 8:06Quando isto mudar para os polímeros,
-
8:06 - 8:10podemos mudar a elasticidade,
a fluidez da forma. -
8:10 - 8:14É uma ideia para uma cadeira de polímero,
de uma só peça, injetada a gás. -
8:14 - 8:18A Natureza cava buracos nas coisas.
Liberta a forma. -
8:18 - 8:20Retira tudo o que é estranho.
-
8:20 - 8:24É o que eu faço.
Faço coisas orgânicas que são essenciais. -
8:24 - 8:26E também têm um ar divertido.
-
8:26 - 8:28Mas eu não pretendo
fazer coisas divertidas -
8:28 - 8:30porque acho que isso é uma vergonha.
-
8:30 - 8:32Pretendo olhar para formas naturais.
-
8:32 - 8:35Se levarmos mais longe
a ideia da tecnologia fractal, -
8:35 - 8:36agarramos numa membrana,
-
8:36 - 8:39amachucamo-la constantemente,
como a Natureza faz -
8:39 - 8:41— isto podia ser o assento duma cadeira;
-
8:41 - 8:43podia ser a sola dum sapato desportivo;
-
8:43 - 8:45podia ser um carro
transformando-se em assentos -
8:45 - 8:48Uau. Vamos a isso.
Isto é o tipo de coisas. -
8:48 - 8:50Isto é o que existe na Natureza.
-
8:50 - 8:54A observação agora permite-nos
transportar esse processo natural -
8:54 - 8:57para o processo de "design"
todos os dias. -
8:57 - 8:58É isso que eu faço.
-
8:58 - 9:00Isto é uma exposição
que está agora em Tóquio. -
9:00 - 9:04Chama-se "Superliquidez".
É a minha investigação escultural. -
9:04 - 9:06É como Henri Moore no século XXI.
-
9:06 - 9:08Quando vemos um Henry Moore,
-
9:08 - 9:10continuamos a ficar
com os cabelos em pé. -
9:10 - 9:13Há qualquer ligação espiritual espantosa.
-
9:13 - 9:16Se ele fosse um "designer" de carros,
andávamos todos a guiar um. -
9:16 - 9:19Na sua época, foi o maior
pagador de impostos da Grã-Bretanha. -
9:20 - 9:22É este o poder do "design" orgânico.
-
9:22 - 9:28Contribui enormemente
para o nosso sentido de ser, -
9:28 - 9:30o nosso sentido
de relacionamento com coisas, -
9:30 - 9:32a nossa sensualidade
-
9:32 - 9:37e o lado sócio-erótico,
que é muito importante. -
9:37 - 9:39Este é o meu desenho.
É todo o meu processo. -
9:39 - 9:41Estes vendem-se como obras de arte.
-
9:41 - 9:43São impressões muito grandes.
-
9:43 - 9:46Mas é assim que eu chego àquele objeto.
-
9:46 - 9:49Ironicamente, aquele objeto
foi feito pelo processo Killarney -
9:49 - 9:52que é um processo novinho em folha
para o século XXI -
9:52 - 9:55— estou a ouvir o Greg Lynn
a rir às gargalhadas ao ouvir isto. -
9:55 - 9:56Depois conto-vos.
-
9:56 - 10:02Quando olho para estas imagens de dados,
vejo coisas novas. -
10:02 - 10:04É autoinspirado.
-
10:04 - 10:06Estruturas diatómicas, radiolários,
-
10:06 - 10:08coisas que não podíamos ver e agora vemos.
-
10:08 - 10:10Estes também não têm núcleo.
-
10:10 - 10:12Praticamente, são feitos de nada.
-
10:12 - 10:14São feitos de silica.
-
10:14 - 10:16Porque não estruturas
a partir de carros como estes? -
10:16 - 10:21Coral — todas estas forças naturais,
libertam-se do que não precisam -
10:21 - 10:24e apresentam uma beleza máxima.
-
10:24 - 10:28Temos que estar naquele reino.
Quero fazer coisas como aquelas. -
10:28 - 10:31Isto é uma cadeira que vai aparecer
no mercado em setembro. -
10:31 - 10:34É para uma empresa
chamada Moroso, em Itália. -
10:34 - 10:36É uma cadeira de polímero injetado a gás.
-
10:36 - 10:39Estes buracos que aqui vemos
são versões muito filtradas, -
10:39 - 10:42muito diluídas da extremidade
das estruturas diatómicas. -
10:42 - 10:45Acompanham o fluxo do polímero.
-
10:45 - 10:48Vai aparecer agora uma imagem
que mostra a coisa toda. -
10:48 - 10:52É ótimo haver empresas em Itália
que sustentam esta forma de sonhar. -
10:52 - 10:54Reparem nas sombras,
aquilo passa pelo meio, -
10:54 - 10:57talvez sejam mais importantes
do que o produto, -
10:57 - 10:58mas é o mínimo necessário.
-
10:58 - 11:01Os buracos nas costas deixam-nos respirar.
-
11:01 - 11:03Liberta-se dos materiais desnecessários
-
11:03 - 11:05e também aumenta a flexão
-
11:05 - 11:09— na altura até me apeteceu dar
uns passos de dança. -
11:09 - 11:12Isto é um trabalho atual
que estou a fazer. -
11:12 - 11:15Ando à procura de estruturas
de superfície única e como elas fluem, -
11:15 - 11:17como se derramam e fluem.
-
11:17 - 11:18Baseia-se nas tipologias de móveis,
-
11:18 - 11:22mas não é essa a motivação final.
-
11:22 - 11:27É feita de aluminum,
em oposição ao alumínio, -
11:27 - 11:30cresceu na minha cabeça e depois cresceu
-
11:30 - 11:34em termos do processo inteiro
por que eu passei. -
11:34 - 11:37Isto é há duas semanas na CCP em Coventry,
-
11:37 - 11:39que fabrica peças para Bentleys e outros.
-
11:39 - 11:41Está a ser construída enquanto falamos,
-
11:41 - 11:44e vai estar na exposição no próximo ano
na Phillips, em Nova Iorque. -
11:44 - 11:47Tenho uma grande exposição
com a Phillips Auctioneers. -
11:47 - 11:50Quando vejo estas animações,
meu Deus, fico siderado. -
11:50 - 11:52Isto é o que se passa
no meu estúdio todos os dias. -
11:52 - 11:54Entro — viajo, volto.
-
11:54 - 11:58— uns tipos quaisquer meteram isto
no computador, oh, céus! -
11:58 - 12:01Tento criar esta energia de invenção
todos os dias no meu estúdio. -
12:01 - 12:06Este tipo de sensação, carregada
de sentido, de caldo efervescente, -
12:06 - 12:09que provoca ideias.
-
12:09 - 12:12Produtos de superfície única.
O mobiliário é um bom exemplo. -
12:12 - 12:15Como se criam pernas
a partir duma superfície? -
12:15 - 12:17Gostava de um dia construir isto,
-
12:17 - 12:19mas talvez também gostasse de o construir
-
12:19 - 12:22de farinha, açúcar,
polímero, lascas de madeira -
12:22 - 12:23— sei lá — de cabelo humano.
-
12:23 - 12:27Gostava de experimentar isso.
Não sei. Se ao menos tivesse tempo. -
12:27 - 12:29Cá está o lado extravagante a aparecer.
-
12:29 - 12:31Há muitas empresas que não percebem isso.
-
12:31 - 12:33Há três semanas,
estive com a Sony em Tóquio. -
12:33 - 12:35Disseram: "Dê-nos o sonho.
-
12:35 - 12:36"O nosso sonho? Vencer a Apple!"
-
12:36 - 12:39Eu disse: "Não copiem a Apple,
isso de certeza". -
12:39 - 12:40"Metam-se nos biopolímeros".
-
12:40 - 12:43Ficaram a olhar para mim
como se fosse transparente. -
12:43 - 12:45Que pena. Paciência.
-
12:45 - 12:47(Risos)
-
12:47 - 12:49Não. É verdade.
Que se lixem. Que se lixem. -
12:49 - 12:51(Risos)
-
12:51 - 12:53Eu apenas proponho; eles não lhe pegam.
-
12:53 - 12:55Tenho esta imagem há 20 anos.
-
12:55 - 12:58Há 20 anos que tenho esta imagem
duma gota de água sobre uma cama quente. -
12:58 - 13:00Para mim é a imagem de um carro.
-
13:00 - 13:02É o carro do futuro. É uma gota de água.
-
13:02 - 13:05Tenho andado a insistir tanto nisto
que nem acredito. -
13:05 - 13:06Os carros estão todos errados.
-
13:06 - 13:08Vou mostrar-vos
uma coisa extravagante. -
13:08 - 13:11Riram-se em todo o lado
em que mostrei isto. -
13:11 - 13:13Só não se riram em Moscovo.
-
13:13 - 13:15Os carros deles são feitos
com 30 mil componentes. -
13:15 - 13:20Não é ridículo?
Não podemos fazê-los com 300? -
13:21 - 13:24É uma sertã de nylon de carbono,
formada no vácuo. -
13:24 - 13:25Tudo integrado holisticamente.
-
13:25 - 13:27Abre e fecha como uma caixa de pão.
-
13:27 - 13:29Não tem motor.
-
13:29 - 13:31Tem um painel solar atrás
e tem baterias nas rodas. -
13:31 - 13:33Estão equipados como o Fórmula Um.
-
13:33 - 13:35Tiram-se da parede.
Ligamos. Toca a arrancar. -
13:35 - 13:39Um carro de três rodas:
lento, feminino, transparente, -
13:39 - 13:41vemos as pessoas lá dentro.
-
13:41 - 13:42Guiamos de modo diferente.
-
13:42 - 13:44(Risos)
-
13:44 - 13:45Estão a ver aquela coisa, estão?
-
13:45 - 13:48Não está anestesiado, separado da vida.
-
13:48 - 13:50Tem um buraco na frente
e há uma razão para isso. -
13:51 - 13:54É um carro de cidade. Guiamos. Saímos.
-
13:54 - 13:56Guiamos até uma manga de abastecimento.
-
13:56 - 13:59Saímos. Ela eleva-nos.
-
13:59 - 14:01Apresenta o painel solar ao sol
-
14:01 - 14:03e à noite é um candeeiro da rua.
-
14:03 - 14:07(Risos e Aplausos)
-
14:07 - 14:10É o que acontece quando
somos inspirados por um candeeiro, -
14:10 - 14:11e depois pelo carro.
-
14:11 - 14:14Vejo estas lâmpadas
com estas embalagens de hidrogénio -
14:14 - 14:18a flutuar em volta do terreno,
guiadas por inteligência artificial. -
14:19 - 14:20Quando mostrei isto na África do Sul,
-
14:20 - 14:21toda a gente dizia:
-
14:21 - 14:24"Sim, pois, um carro num pau. Como este".
-
14:24 - 14:25Imaginam? Um carro num pau!
-
14:25 - 14:27(Risos)
-
14:27 - 14:29Se o pusermos ao lado
da arquitetura contemporânea, -
14:29 - 14:31para mim é muito natural.
-
14:31 - 14:33É o que eu faço com o meu mobiliário.
-
14:33 - 14:36Nunca mais vou pôr mobiliário
de Charles Eames em edifícios. -
14:36 - 14:38Tento criar mobiliário
que encaixe na arquitetura. -
14:38 - 14:41Tento construir sistemas de transporte.
-
14:41 - 14:42Trabalho em aviões para a Airbus.
-
14:42 - 14:45Faço este tipo de coisas,
tentando impor estas casas de sonho -
14:45 - 14:48inspiradas pela Natureza.
-
14:48 - 14:50Vou terminar com duas coisas.
-
14:50 - 14:52Isto é a estereolitografia duma escada.
-
14:52 - 14:57É um pouco uma dedicatória
a James, James Watson. -
14:57 - 14:58Construí isto para o meu estúdio.
-
14:58 - 15:02Custou-me 250 mil dólares construir isto.
-
15:02 - 15:06Há muita gente a comprar um Aston Martin.
Eu construí aquilo. -
15:06 - 15:09Estes são os dados que lhe correspondem.
Incrivelmente complexo. -
15:09 - 15:10Levou cerca de dois anos,
-
15:10 - 15:13porque estou à procura de
um "design" isento de gorduras. -
15:13 - 15:17Coisas esguias, eficazes.
Produtos saudáveis. -
15:17 - 15:19É feito de compósitos.
-
15:19 - 15:23É um elemento único que roda
para criar um elemento holístico -
15:23 - 15:25e é um corrimão de fibra de carbono
-
15:25 - 15:27que só tem apoio em dois sítios.
-
15:27 - 15:30Os materiais modernos
permitem-nos fazer coisas modernas. -
15:30 - 15:32Isto é uma foto no estúdio.
-
15:32 - 15:34É este o aspeto que tem
praticamente todos os dias. -
15:34 - 15:37Não queríamos
ter medo das alturas, ao descer. -
15:37 - 15:41Praticamente não tem corrimão.
Não obedece a nenhuma norma. -
15:41 - 15:43(Risos)
-
15:44 - 15:45Quem se rala?
-
15:45 - 15:46(Risos)
-
15:46 - 15:49Tem um corrimão interior
que lhe dá a força. -
15:49 - 15:51É uma integração holística.
-
15:51 - 15:52É o meu estúdio. É subterrâneo.
-
15:52 - 15:54Fica em Notting Hill, ao pé do lixo
-
15:54 - 15:56— as prostitutas e coisas dessas.
-
15:56 - 15:59É ao pé do estúdio original
de David Hockney. -
15:59 - 16:01Tem um sistema de iluminação
que muda durante o dia. -
16:01 - 16:04Foram todos almoçar.
A porta está aberta. -
16:04 - 16:07Voltam já porque quase sempre chove
e preferem estar cá dentro. -
16:07 - 16:08Este é o meu estúdio.
-
16:08 - 16:11Uma caveira de elefante
da Universidade de Oxford, 1988. -
16:11 - 16:14Comprei-a no ano passado.
São difíceis de arranjar. -
16:14 - 16:16Se alguém quiser vender-me
um esqueleto de baleia, -
16:16 - 16:17vou pô-lo no meu estúdio.
-
16:17 - 16:20Agora vou só intervir um pouco
-
16:20 - 16:22com algumas das coisas
que vão ver no vídeo. -
16:22 - 16:26É um video caseiro,
fi-lo eu mesmo às três da manhã, -
16:26 - 16:28só para vos mostrar
como é o meu mundo real. -
16:28 - 16:29Vocês nunca viram isto:
-
16:29 - 16:32arquitetos ou "designers"
a mostrar o seu mundo real. -
16:32 - 16:34Isto chama-se um "Plasnet".
-
16:34 - 16:38É uma nova cadeira de bio-policarbonato
que estou a fazer em Itália. -
16:38 - 16:41A primeira bicicleta de bambu
do mundo, com guiador dobrável. -
16:41 - 16:42Vamos todos andar numa delas.
-
16:42 - 16:45Quando a China comprar
todos esses horríveis carros, -
16:45 - 16:47nós devemos estar a andar
em coisas destas. -
16:47 - 16:49Para contrabalançar.
-
16:49 - 16:52Como digo, é um cruzamento
entre um museu de História Natural -
16:52 - 16:54e um laboratório da NASA.
-
16:54 - 16:56Está cheio de protótipos e de objetos.
-
16:56 - 17:01É autoinspirador. Quer dizer,
nas raras vezes que lá estou, sinto-me bem. -
17:02 - 17:03Há muitos miúdos que aparecem,
-
17:03 - 17:05montes e montes de miúdos.
-
17:05 - 17:10Sou um contágio para todos esses filhos
de banqueiros de investimentos, esses c... -
17:11 - 17:12Desculpem.
-
17:12 - 17:14(Risos)
-
17:14 - 17:17Isto é uma semente solar.
É um conceito para nova arquitetura. -
17:17 - 17:18Aquela coisa ali em cima
-
17:18 - 17:22é a primeira lâmpada de jardim do mundo
a energia solar, a primeira fabricada, -
17:22 - 17:24— Giles Revell deve vir
hoje aqui falar disso — -
17:24 - 17:27uma foto espantosa de coisas
que vocês não podem ver. -
17:27 - 17:31O primeiro modelo escultural que eu fiz
para aquela coisa em Tóquio. -
17:33 - 17:34Montes de coisas.
-
17:34 - 17:37Uma pequena cadeira de folhas
— aquilo dourado chama-se "Folha". -
17:37 - 17:38É feita de Kevlar®.
-
17:38 - 17:41Na parede está o meu livro
intitulado "Supernatural" -
17:41 - 17:43que me recorda o que fiz,
porque eu esqueço-me. -
17:43 - 17:46Há um tijolo arejado
que fiz em Limoges no ano passado, -
17:46 - 17:49em Conceitos para a
Nova Cerâmica na Arquitetura. -
17:52 - 17:55Gayne Obervell,
a trabalhar às três da manhã -
17:55 - 17:57— e eu não pago horas extra.
-
17:57 - 18:03As horas extra são a paixão do "design",
por isso é pegar ou largar. -
18:03 - 18:05(Risos)
-
18:05 - 18:06Não. É verdade.
-
18:06 - 18:09Pessoas como Tom e Greg
— viajamos como diabo — aceitamos todos. -
18:09 - 18:10Não sei como o fazemos.
-
18:11 - 18:13Na próxima semana estou
na Electrolux na Suécia, -
18:13 - 18:16depois em Pequim na sexta.
Havemos de conseguir. -
18:16 - 18:18Quando vejo as fotografias de Ed, penso:
-
18:18 - 18:20"Que diabo vou fazer à China?"
-
18:21 - 18:22É verdade.
-
18:22 - 18:24Porque há uma alma nesta coisa toda.
-
18:24 - 18:28Precisamos de ter um novo instinto
para o século XXI. -
18:28 - 18:30Precisamos de combinar estas coisas todas.
-
18:30 - 18:33Se todas as pessoas
que têm falado este tempo todo -
18:33 - 18:37trabalhassem juntas num carro,
seria uma maravilha total. -
18:38 - 18:41Isto é um novo sistema de luz-X
que estou a fazer no Japão. -
18:43 - 18:46Há sapatos tuareg do Norte de África.
-
18:46 - 18:48Há uma máscara kifwebe.
-
18:48 - 18:50Estas são as minhas esculturas.
-
18:50 - 18:53Uma forma de gelatina de cobre.
-
18:53 - 18:56Parece um concurso de perguntas
ou coisa assim, não parece? -
18:58 - 19:00Isto está a acabar.
-
19:01 - 19:04Obrigado, James,
pela tua grande inspiração. -
19:09 - 19:11Muito obrigado.
-
19:11 - 19:13(Aplausos)
- Title:
- "Design" orgânico, inspirado pela Natureza
- Speaker:
- Ross Lovegrove
- Description:
-
O "designer" Ross Lovegrove expõe a sua filosofia de "design" "isento de gorduras" e oferece uma visão de vários dos seus produtos extraordinários, incluindo a garrafa de água Ty Nant e a cadeira Go.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:13
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Organic design, inspired by nature | |
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Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for Organic design, inspired by nature | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Organic design, inspired by nature | |
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