Os nove mitos da psicologia: desmentidos
-
0:01 - 0:04Vocês conhecem o QI,
o seu quociente de inteligência, -
0:04 - 0:06mas e o seu Q-Psi?
-
0:06 - 0:08Quanto vocês sabem sobre o que os motiva?
-
0:08 - 0:10E será que conseguem prever
o comportamento das pessoas -
0:10 - 0:12ou mesmo o de vocês?
-
0:12 - 0:15Quanto do que vocês pensam saber
sobre psicologia está errado? -
0:15 - 0:19Vamos descobrir, revendo
os grandes mitos da psicologia. -
0:19 - 0:22Vocês já devem ter ouvido falar
que, no que se refere à mente, -
0:22 - 0:25é como se os homens fossem de Marte
e as mulheres de Vênus. -
0:25 - 0:27Mas qual é a real diferença
entre eles e elas? -
0:27 - 0:31Para descobrir, vamos observar algo
em que homens e mulheres diferem entre si -
0:31 - 0:35e pôr algumas diferenças psicológicas
entre eles e elas na mesma escala. -
0:35 - 0:37Algo em que homens
e mulheres são diferentes -
0:37 - 0:39é a distância a que jogam uma bola.
-
0:39 - 0:41Observando os resultados dos homens,
-
0:41 - 0:43vemos o que chamamos
de curva de distribuição normal. -
0:43 - 0:46Alguns conseguem jogar a bola
bem longe, outros nem tanto, -
0:46 - 0:48mas a maioria atinge uma distância média.
-
0:48 - 0:50As mulheres têm a mesma
curva de distribuição, -
0:50 - 0:52mas existe uma grande diferença.
-
0:52 - 0:54Em geral, o homem comum
joga a bola mais longe -
0:54 - 0:57do que 98% de todas as mulheres.
-
0:57 - 0:59Vejamos então algumas diferenças
psicológicas entre os sexos -
1:00 - 1:02quando colocadas
na mesma escala padronizada. -
1:02 - 1:04Os psicólogos dizem
-
1:04 - 1:07que os homens são melhores
em percepção espacial - -
1:07 - 1:09ler mapas, por exemplo - o que é verdade.
-
1:09 - 1:12Vamos ver qual é o tamanho
dessa diferença. -
1:12 - 1:15É mínima: as linhas estão tão próximas
que quase se sobrepõem. -
1:15 - 1:19Na verdade, a mulher comum se sai melhor
do que 33% dos homens, -
1:19 - 1:21e, claro, se fosse 50%,
-
1:21 - 1:23ambos os sexos
seriam exatamente iguais. -
1:23 - 1:27Vale ressaltar que essa diferença
e a próxima que eu vou mostrar -
1:27 - 1:29são as maiores diferenças
psicológicas entre os sexos -
1:29 - 1:31já descobertas na psicologia.
-
1:31 - 1:32Vamos para a próxima.
-
1:32 - 1:34Os psicólogos dizem
-
1:34 - 1:36que as mulheres são melhores
em língua e gramática. -
1:36 - 1:39Este é o desempenho num teste
de gramática padronizado. -
1:39 - 1:41Vemos as mulheres. Vemos os homens.
-
1:41 - 1:44As mulheres continuam melhores na média,
mas as linhas estão tão próximas -
1:44 - 1:48que 33% dos homens são melhores
do que a mulher comum, -
1:48 - 1:49e, de novo, se fosse 50%,
-
1:49 - 1:52isto representaria
uma igualdade entre os sexos. -
1:52 - 1:54Então não é bem um caso
entre Marte e Vênus. -
1:54 - 1:57É mais um caso entre Mars e Snickers:
-
1:57 - 2:02basicamente são iguais,
mas um tem mais noz que o outro. -
2:02 - 2:04Eu não vou dizer qual.
-
2:04 - 2:06Bom, agora que já aquecemos,
-
2:06 - 2:09vou analisá-los com o famoso
teste de Rorschach. -
2:09 - 2:12Vocês podem estar vendo dois ursos,
duas pessoas ou algo assim, não sei. -
2:12 - 2:14Mas o que eles estão fazendo?
-
2:14 - 2:17Levantem a mão se vocês acham
que eles estão dizendo: "Oi". -
2:17 - 2:19Quase ninguém. Tudo bem.
-
2:19 - 2:21Se vocês acham que eles
estão se cumprimentando. -
2:21 - 2:23Tudo bem. E se estiverem brigando?
-
2:23 - 2:25Algumas pessoas ali.
-
2:25 - 2:28Se acham que eles estão dizendo: "Oi"
ou se cumprimentando, -
2:28 - 2:30que dizer vocês são pessoas amigáveis.
-
2:30 - 2:31Se acham que eles estão brigando,
-
2:31 - 2:33então vocês são pessoas más e agressivas.
-
2:33 - 2:35Ou são cordiais,
ou agressivos, basicamente. -
2:35 - 2:37E este aqui?
-
2:37 - 2:40Quando eu contar até três,
digam o que estão vendo. -
2:40 - 2:44Um, dois, três.
(Gritos da plateia) -
2:44 - 2:45Ouvi hamster. Quem disse hamster?
-
2:45 - 2:47Bem preocupante.
-
2:47 - 2:48Um cara ali disse hamster.
-
2:48 - 2:52Bem, vocês deveriam ter visto
um tipo de animal de duas patas aqui -
2:52 - 2:54e a imagem dele espelhada ali.
-
2:54 - 2:56Se não viram, então significa
-
2:56 - 2:59que vocês têm dificuldade
em processar situações complexas -
2:59 - 3:02quando há muita coisa acontecendo.
-
3:02 - 3:04Exceto, é claro,
que isso não quer dizer nada. -
3:04 - 3:06O teste de Rorschach
não tem validade alguma -
3:06 - 3:09para diagnosticar
a personalidade das pessoas -
3:09 - 3:11e não é mais utilizado
pelos psicólogos hoje em dia. -
3:11 - 3:13Na verdade, um estudo recente
-
3:13 - 3:16descobriu que quando se tenta
diagnosticar a personalidade -
3:16 - 3:19através do teste de Rorschach,
foi detectada esquizofrênia -
3:19 - 3:23em pelo menos um sexto dos participantes
aparentemente saudáveis. -
3:23 - 3:26Então se vocês não se saíram bem nele,
-
3:26 - 3:29talvez vocês não sejam
alguém do tipo visual. -
3:29 - 3:31Vamos fazer outro teste para descobrir.
-
3:31 - 3:35Quando estão preparando um bolo
vocês preferem...levantem a mão... -
3:35 - 3:38um livro de receitas com fotos?
-
3:38 - 3:40Sim. Algumas pessoas...
-
3:40 - 3:42Que um amigo vá lhes dizendo o que fazer?
-
3:42 - 3:45Ou ir tentando para ver se acertam?
-
3:45 - 3:47Algumas pessoas ali.
-
3:47 - 3:48Certo, se vocês disseram A,
-
3:48 - 3:50significa que vocês são do tipo visual,
-
3:50 - 3:54que aprendem melhor quando a informação
é apresentada visualmente. -
3:54 - 3:57Se vocês disseram B,
então são do tipo auditivo, -
3:57 - 4:00que aprendem melhor quando a informação
é apresentada por meio do som. -
4:00 - 4:03E, se vocês disseram C,
significa que são do tipo cinestésico, -
4:03 - 4:06vocês aprendem melhor
quando têm que usar as mãos. -
4:06 - 4:08Porém, como vocês devem estar imaginando,
-
4:08 - 4:11isso não quer dizer nada,
já que tudo não passa de um mito. -
4:11 - 4:15Estilos de aprendizagem são falsos,
não há provas científicas que os apoiem. -
4:15 - 4:19Sabemos disso porque em estudos
experimentais rigorosamente controlados, -
4:19 - 4:21quando alunos recebem
material para aprender -
4:21 - 4:24tanto em seu estilo preferido
quanto num estilo oposto, -
4:24 - 4:27não faz diferença em relação à quantidade
de informação que eles irão reter. -
4:27 - 4:29E se vocês pensarem
um pouco sobre isso, -
4:29 - 4:31fica óbvio que é verdade.
-
4:31 - 4:34É óbvio que o melhor
formato de apresentação -
4:34 - 4:37não depende de vocês,
mas do que vocês estão tentando aprender. -
4:37 - 4:39Vocês aprenderiam a dirigir um carro,
-
4:39 - 4:42apenas ouvindo alguém
dizendo o que fazer, -
4:42 - 4:44sem uma experiência cinestésica?
-
4:44 - 4:45Vocês resolveriam equações
-
4:45 - 4:48que alguém está dizendo, sem anotá-las?
-
4:48 - 4:51Vocês estudariam
para a prova de arquitetura -
4:51 - 4:53através da dança,
já que você é do tipo cinestésico? -
4:53 - 4:56Não. Vocês precisam associar
o que tem que ser aprendido -
4:56 - 5:00com o formato de apresentação
e não com vocês. -
5:00 - 5:02Eu sei que muitos de vocês
são alunos nota 10 -
5:02 - 5:04e que logo terão o resultado das provas.
-
5:04 - 5:07E se vocês não conseguirem
o resultado esperado, -
5:07 - 5:09não culpem o seu estilo de aprendizagem,
-
5:09 - 5:13mas algo que vocês podem pensar
em querer culpar são os seus genes. -
5:13 - 5:17Isso tem a ver com um estudo recente
da University College London -
5:17 - 5:19que descobriu que 58% da variação
-
5:19 - 5:22entre diferentes estudantes
e o resultado de suas provas -
5:22 - 5:24deve-se a fatores genéticos.
-
5:24 - 5:27Isso parece ser bem concreto,
então, como podemos prová-lo? -
5:27 - 5:31Bem, quando queremos entender
as contribuições relacionadas -
5:31 - 5:33aos genes e ao meio ambiente,
-
5:33 - 5:35o que podemos fazer
é um estudo com gêmeos. -
5:35 - 5:39Gêmeos idênticos compartilham
100% de seu meio ambiente -
5:39 - 5:41e 100% de seus genes,
-
5:41 - 5:44porém, gêmeos não idênticos
dividem 100% de seu meio ambiente, -
5:44 - 5:48mas como qualquer irmão,
compartilham apenas 50% de seus genes. -
5:48 - 5:52Então ao comparar a semelhança
entre os resultados das provas -
5:52 - 5:54de gêmeos idênticos e não idênticos
-
5:54 - 5:55e fazer alguns cálculos,
-
5:55 - 5:59podemos ter uma ideia de quanto a variação
e o desempenho se devem ao meio ambiente -
5:59 - 6:01e quanto está relacionado aos genes.
-
6:01 - 6:05Vemos que 58% estão relacionado aos genes.
-
6:05 - 6:09Isso não é para diminuir o trabalho duro
que vocês e os professores fazem. -
6:09 - 6:12Se vocês não conseguirem
o resultado esperado nas provas, -
6:12 - 6:17sempre poderão culpar seus pais
ou, pelo menos, os genes deles. -
6:17 - 6:19Uma coisa que vocês não devem culpar
-
6:19 - 6:21é o lado do cérebro que predomina
-
6:21 - 6:23porque, de novo, isto é um mito.
-
6:23 - 6:26O mito diz que o lado esquerdo
do cérebro é lógico, -
6:26 - 6:27é bom com equações,
-
6:27 - 6:32e o lado direito é mais criativo,
se dá melhor com a música. -
6:32 - 6:34Mas, de novo, isto é um mito
porque quase tudo que vocês fazem -
6:34 - 6:37envolve uma interação entre os dois lados,
-
6:37 - 6:41mesmo algo bem comum
como uma simples conversa. -
6:41 - 6:44Talvez uma das razões
para este mito ter sobrevivido -
6:44 - 6:46é que há uma ponta de verdade nele.
-
6:46 - 6:48Uma versão do mito
-
6:48 - 6:51é que os canhotos
são mais criativos que os destros, -
6:51 - 6:55o que até faz sentido,
já que o cérebro controla o lado oposto. -
6:55 - 6:56Então nos canhotos,
-
6:56 - 6:58o lado direito do cérebro
é um pouco mais ativo -
6:58 - 7:00que o lado esquerdo,
-
7:00 - 7:03e a ideia é de que o lado direito
é mais criativo. -
7:03 - 7:04Não é verdade absoluta
-
7:04 - 7:07que os canhotos sejam
mais criativos que os destros. -
7:07 - 7:10O fato é que os ambidestros
-
7:10 - 7:12ou pessoas que usam
as duas mãos para diferentes tarefas, -
7:12 - 7:16são mais criativos que as outras pessoas,
-
7:16 - 7:18porque ser ambidestro significa
-
7:18 - 7:21ter ambos os lados do cérebro
interagindo muito entre si, -
7:21 - 7:24o que parece estar relacionado
à criação de pensamento flexível. -
7:24 - 7:26O mito do canhoto criativo
-
7:26 - 7:28vem do fato de que ser ambidestro
-
7:28 - 7:31é mais comum entre canhotos
do que destros. -
7:31 - 7:34esta é a única certeza
com relação ao canhoto criativo, -
7:34 - 7:36nada além disso.
-
7:36 - 7:38Outro mito que vocês já devem ter ouvido
-
7:38 - 7:41é que nós usamos
apenas 10% de nossos cérebros. -
7:41 - 7:42Novamente, isto é um mito.
-
7:42 - 7:45Quase tudo que nós fazemos,
mesmo a coisa mais simples, -
7:45 - 7:47usa quase todo o nosso cérebro.
-
7:48 - 7:51É claro que é verdade
-
7:51 - 7:55que a maioria de nós não usa
o poder do cérebro como deveria. -
7:55 - 7:58Então o que podemos fazer
para estimular nosso poder cerebral? -
7:58 - 8:00Talvez devêssemoss ouvir
um pouco de Mozart. -
8:00 - 8:03Já ouviram falar do efeito Mozart?
-
8:03 - 8:06A ideia é que ouvir Mozart
lhes deixa mais espertos -
8:06 - 8:08e melhora o seu desempenho
em testes de QI. -
8:08 - 8:10De novo, o que é interessante neste mito
-
8:10 - 8:14é que apesar de ser só um mito,
em parte ele é verdadeiro. -
8:14 - 8:16O estudo original descobriu
-
8:16 - 8:19que os participantes que ouviram
Mozart por alguns minutos -
8:19 - 8:22se saíram melhor
num teste de QI feito em seguida -
8:22 - 8:25do que os participantes
que simplesmente ficaram em silêncio. -
8:25 - 8:29Mas um estudo seguinte pegou
algumas pessoas que gostavam de Mozart -
8:29 - 8:30e outro grupo de pessoas
-
8:30 - 8:33que eram fãs dos livros de terror
de Stephen King. -
8:33 - 8:37E eles então tocavam músicas
ou contavam as histórias. -
8:37 - 8:39Quem preferia Mozart às histórias
-
8:39 - 8:42teve uma melhora do QI
ao ouvir Mozart mas não às histórias, -
8:42 - 8:44mas quem preferia as histórias a Mozart
-
8:44 - 8:48teve uma melhora do QI ao ouvir
as histórias de Stephen King -
8:48 - 8:49do que ao ouvir Mozart.
-
8:49 - 8:52O fato é que ouvir algo
de que vocês gostam -
8:52 - 8:55lhes estimula um pouco
e melhora temporariamente o QI -
8:55 - 8:57para fazer algumas tarefas.
-
8:57 - 8:59Não há nenhuma comprovação
de que ouvir Mozart, -
8:59 - 9:01ou ler Stephen King,
-
9:01 - 9:05vai deixar você
mais inteligente em longo prazo. -
9:05 - 9:07Outra versão do mito de Mozart
-
9:07 - 9:12é que ouvi-lo lhes deixa mais
inteligentes e também mais saudáveis. -
9:12 - 9:14Infelizmente, isso não parece ser verdade
-
9:14 - 9:17para alguém que ouvisse Mozart
quase todos os dias, -
9:17 - 9:19o próprio Mozart,
-
9:19 - 9:22que sofria de gonorreia, varíola, artrite,
-
9:22 - 9:27e, o que a maioria acha
que o matou, sífilis. -
9:27 - 9:30Isto sugere que Mozart
deveria ter sido mais cauteloso -
9:30 - 9:33na escolha de seus parceiros sexuais.
-
9:33 - 9:35Mas como é que escolhemos um parceiro?
-
9:35 - 9:40Um mito que às vezes
é divulgado por sociólogos -
9:40 - 9:43diz que nossas preferências
são um produto da nossa cultura, -
9:43 - 9:45que são culturalmente específicos.
-
9:45 - 9:47Mas os dados não confirmam isso.
-
9:47 - 9:52Um famoso estudo fez uma pesquisa
com 37 culturas diferentes pelo mundo, -
9:52 - 9:53de americanos a zulus,
-
9:53 - 9:55sobre o que eles buscavam em um parceiro.
-
9:55 - 9:58E, praticamente em toda cultura,
-
9:58 - 10:02os homens são mais ligados
à atração física -
10:02 - 10:03do que as mulheres,
-
10:03 - 10:05e também em toda cultura,
-
10:05 - 10:09as mulheres valorizam mais a ambição
e o poder de ganho que os homens. -
10:09 - 10:11Em todas as culturas
-
10:11 - 10:13os homens preferiam
mulheres mais jovens que eles; -
10:13 - 10:16na média, eu acho que eram 2,66 anos.
-
10:16 - 10:18E também em todas as culturas
-
10:18 - 10:20as mulheres preferiam
homens mais velhos que elas, -
10:20 - 10:23uma média de 3,42 anos.
-
10:23 - 10:27É por por isso que temos aqui:
"Todo mundo precisa de um Sugar Daddy." -
10:27 - 10:29Mudando de tentar encontrar um parceiro,
-
10:29 - 10:31vamos para tentar uma cesta no basquete,
-
10:31 - 10:33um gol no futebol, em qualquer esporte.
-
10:33 - 10:37O mito fala de atletas
com a "mão boa", diriam os americanos, -
10:37 - 10:40ou em "boa fase",
como falamos na Inglaterra, -
10:40 - 10:42quando eles simplesmente não erram,
como este cara aqui. -
10:42 - 10:45Acontece que se vocês analisarem
-
10:45 - 10:48o padrão de erros
e acertos estatisticamente, -
10:48 - 10:50na maioria das vezes, ele é aleatório.
-
10:50 - 10:53O cérebro cria padrões
de aleatoriadade. -
10:53 - 10:54Se vocês jogam uma moeda,
-
10:54 - 10:58obterão resultados randômicos
de cara e coroa, -
10:58 - 11:01e já que o cérebro gosta de ver
padrões inexistentes, -
11:01 - 11:03vemos esses resultados,
atribuímos significados a eles, -
11:03 - 11:06e dizemos: "É, ele está em forma hoje".
-
11:06 - 11:08No entanto, vocês conseguiriam
o mesmo resultado -
11:08 - 11:11se jogassem aleatoriamente.
-
11:11 - 11:15Porém, a única exceção
é a cobrança de pênaltis. -
11:15 - 11:18Um estudo recente
sobre as cobranças de pênaltis no futebol -
11:18 - 11:22mostra que jogadores que representam
países com um histórico ruim nos pênaltis -
11:22 - 11:25como, por exemplo, a Inglaterra,
-
11:25 - 11:29tendem a ser mais rápidos para chutar
do que os países com um histórico bom -
11:29 - 11:32e, como se suspeitava,
eles estão mais propensos ao erro. -
11:32 - 11:34O que levanta a questão
-
11:34 - 11:37de se há algum jeito de melhorar
o desempenho das pessoas. -
11:37 - 11:39E algo que vocês podem pensar em fazer
-
11:39 - 11:42é punir as pessoas pelos seus erros
e ver se assim elas melhoram. -
11:42 - 11:46Esta ideia de que o efeito da punição
pode melhorar o desempenho -
11:46 - 11:48foi o que todos pensavam
estar sendo testado -
11:48 - 11:51na experiência de aprendizagem
e punição de Milgram -
11:51 - 11:54que é conhecida
pelos estudantes de psicologia. -
11:54 - 11:56Os participantes foram instruídos para dar
-
11:56 - 12:00o que eles acreditavam ser
choques elétricos fatais em outro colega -
12:00 - 12:02quando eles errassem uma pergunta,
-
12:02 - 12:05só porque alguém num jaleco branco
disse para fazer isto. -
12:05 - 12:07Mas esta história
é um mito por três motivos. -
12:07 - 12:12Primeiro e mais importante,
o jaleco não era branco, mas cinza. -
12:12 - 12:16Segundo, os participantes foram
avisados antes do estudo -
12:16 - 12:19e lembrados toda vez
que levantavam uma questão -
12:19 - 12:22que embora os choques fossem dolorosos,
eles não eram fatais -
12:22 - 12:25e, portanto, não causariam
nenhum tipo de dano. -
12:25 - 12:27E enfim, os participantes
não davam os choques -
12:27 - 12:29só porque alguém
com jaleco disse para dar. -
12:29 - 12:32Quando entrevistados depois do estudo,
-
12:32 - 12:34todos os participantes afirmavam acreditar
-
12:34 - 12:38que o estudo de aprendizagem e punição
servia a um propósito científico -
12:38 - 12:40que traria um ganho
duradouro para a ciência, -
12:40 - 12:46apesar do desconforto momentâneo
causado a todos. -
12:47 - 12:50Certo, eu estou falando há uns 12 minutos,
-
12:50 - 12:52e vocês provavelmente
estavam sentados aí me ouvindo, -
12:52 - 12:55analisando a minha fala,
e linguagem corporal -
12:55 - 12:58e tentando descobrir se devem levar
em consideração o que eu estou falando, -
12:58 - 13:01se estou dizendo a verdade
ou se eu estou mentindo, -
13:01 - 13:03mas provavelmente vocês fracassaram.
-
13:03 - 13:05Mesmo pensando poder pegar um mentiroso
-
13:05 - 13:07pela linguagem corporal e padrão de fala,
-
13:07 - 13:10inúmeros testes psicológicos
mostraram através dos anos -
13:10 - 13:13que todos nós,
incluindo policiais e detetives, -
13:13 - 13:16temos as mesmas chances de detectar
um mentiroso pela linguagem corporal -
13:16 - 13:18e padrão de fala.
-
13:18 - 13:20Interessante é que há uma exceção:
-
13:20 - 13:22pessoas que procuram na TV
por parentes desaparecidos. -
13:22 - 13:25É bem fácil perceber quando
os parentes estão desaparecidos -
13:25 - 13:28e quando eles foram mortos
por aqueles que os procuram. -
13:28 - 13:32Os que fingem procurar tendem
a tremer as mãos, desviar o olhar, -
13:32 - 13:33e cometer falhas em seu discurso,
-
13:33 - 13:35enquanto os que realmente procuram
-
13:35 - 13:38demonstram esperança
de que a pessoa retornará -
13:38 - 13:40e evitam linguagem agressiva.
-
13:40 - 13:44Então eles diriam: "Foi tirado de nós."
ao invés de "assassinado". -
13:44 - 13:47Já está quase na hora
de terminar esta palestra, -
13:47 - 13:50mas antes, eu vou falar em 30 segundos
-
13:50 - 13:53o mito mais abrangente da psicologia:
-
13:53 - 13:58O mito diz que a psicologia é apenas
uma coleção de teorias interessantes, -
13:58 - 14:01todas dizem algo útil
e têm alguma coisa a oferecer. -
14:01 - 14:04O que eu espero ter mostrado
nos últimos minutos -
14:04 - 14:05é que isto não é verdade.
-
14:05 - 14:09Nós precisamos avaliar
as teorias psicológicas -
14:09 - 14:10observando que prognósticos elas fazem,
-
14:10 - 14:13se ouvir Mozart deixa
você mais inteligente, -
14:13 - 14:18que se aprende melhor ao ter a informação
apresentada do seu modo preferido -
14:18 - 14:22ou o que for, são previsões
que podem ser testadas empiricamente, -
14:22 - 14:23e a única maneira de progredirmos
-
14:23 - 14:28é testá-las em relação aos dados
em estudos rigorosamente controlados. -
14:28 - 14:31E só assim, é que nós esperamos descobrir
-
14:31 - 14:34quais destas teorias
são bem fundamentadas, -
14:34 - 14:37e quais, como as que contei
a vocês hoje, são mitos. -
14:37 - 14:38Obrigado.
-
14:38 - 14:42(Aplausos)
- Title:
- Os nove mitos da psicologia: desmentidos
- Speaker:
- Ben Ambridge
- Description:
-
Quanto do que você pensa sobre o seu cérebro está, na verdade, errado? Nesta breve apresentação de ciência não comprovada, Ben Ambridge percorre nove ideias populares, comprovadamente erradas, sobre a psicologia e desvenda algumas verdades surpreendentes sobre como nossos cérebros realmente funcionam.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:55
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva approved Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked | |
![]() |
Ruy Lopes Pereira edited Portuguese, Brazilian subtitles for 9 myths about psychology, debunked |