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Caligrafia: A Arte Consciente do Mestre Zen Thích Nhất Hạnh
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Fazer caligrafia, para Thầy,
é uma prática de meditação.
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Cada sessão de caligrafia
começa com o chá.
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Nunca escrevo caligrafia sem
tomar uma chávena de chá primeiro.
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Sempre misturo...
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chá com tinta.
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Portanto, quando olhas profundamente
para a tinta,
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vês o chá dentro dela.
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E quando seguro o pincel,
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começo a inspirar.
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E para fazer o círculo, começo aqui,
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e inspiro conscientemente.
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Assim, podes ver a minha inspiração
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neste círculo.
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Há calma, há concentração,
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há atenção plena e há amor.
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Irmão Pháp Hữu:
Quando praticamos caligrafia,
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o nosso professor explica
que é uma expressão de atenção plena.
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Estamos na Cabana Sentados em Silêncio
(Upper Hamlet, Plum Village, França).
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É aqui que Thầy, o nosso professor,
Mestre Zen Thích Nhất Hạnh,
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fazia muitas das suas caligrafias,
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ou podemos chamar-lhe
a sabedoria da prática do nosso professor,
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bem como
a sabedoria da visão do nosso professor.
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A caligrafia é uma das formas
de expressar a arte,
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e também é uma prática
muito bonita de atenção plena.
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Por exemplo, quando o nosso professor escreve:
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"Cheguei. Estou em casa."
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No momento de escrever,
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também estamos a praticar esse Dharma:
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"Cheguei. Estou em casa."
em cada pincelada.
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A caligrafia é uma arte,
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e algo que Thầy me disse é que
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sempre que pratica,
gosta de praticar o não-eu, o não-self.
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Às vezes, quando Thầy faz um círculo,
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ele convida o seu professor
a fazer o círculo com ele,
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ou convida o Buda
a fazer o círculo com ele.
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Assim, nessa prática,
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o nosso professor está a contemplar a continuidade:
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"Eu sou a continuidade do meu professor."
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"Eu sou a continuidade do Buda."
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E se eles praticarem juntos a caligrafia,
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então o círculo, a caligrafia,
será feita de uma forma muito mais bonita.
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Thích Nhất Hạnh: O "eu"
é feito de elementos "não-eu",
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e é por isso que,
quando praticas caligrafia,
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podes tocar a visão do não-eu,
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do inter-ser,
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porque não podes existir sozinho.
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Tens de inter-ser com todo o cosmos.
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E é por isso que
a caligrafia pode ser uma prática profunda.
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E enquanto fazes caligrafia,
ganhas concentração,
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ganhas atenção plena,
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ganhas a visão.
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E a visão do inter-ser,
a visão do não-eu,
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tem o poder de nos libertar
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do medo, da raiva, do sofrimento,
da separação
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e da discriminação.
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"Vượt thời gian" - Além do tempo
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Thích Nhất Hạnh:
Compreendes este verso?
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Ouvindo o Dharma
na dimensão última,
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vejo as folhas de outono a cair,
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ocupando todo o céu.
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Vejo a lua de outono
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em cada caminho,
nos velhos caminhos,
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mas o Dharma não é nem cheio
nem vazio.