Cosima Dannoritzer - Comprar, tirar, comprar - documental
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0:27 - 0:30Ele é Marcos, de Barcelona.
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0:30 - 0:33Porém poderia ser qualquer um,
em qualquer outra parte. -
0:35 - 0:40Vai se encontrar com algo que ocorre todos
os dias, em diversos escritórios e lares do mundo. -
1:00 - 1:04Uma peça da impressora falhou... e o
fabricante Ihe recomenda levá-la a uma autorizada. -
1:07 - 1:10Meu técnico
fez um diagnóstico prévio -
1:10 - 1:12porém isso custa
15 euros mais impostos -
1:13 - 1:16Será difícil encontrar as peças
para poder consertá-la -
1:16 - 1:19Realmente, consertá-la não
lhe vai sair muito barato... -
1:19 - 1:22Consertá-la custará
uns 110 ou 120 euros. -
1:22 - 1:23Têm impressoras a partir de 39 euros
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1:23 - 1:27Eu te aconselharia
a olhar impressoras novas. -
1:27 - 1:29Sem dúvida
eu compraria uma nova. -
1:30 - 1:35Não é casualidade que os três vendedores
sugiram comprar uma nova impressora. -
1:36 - 1:41Caso aceite, Marcos será uma nova
vítima da "obsolescência programada"... -
1:41 - 1:45o motor secreto de
nossa sociedade de consumo. -
1:48 - 1:50Nosso papel
parece limitar-se -
1:50 - 1:54a pedir empréstimos e comprar
coisas que não necessitamos. -
1:55 - 1:59Nossa sociedade está dominada
por uma economia de crescimento -
1:59 - 2:03cuja lógica não é crescer
para satisfazer as necessidades, -
2:03 - 2:05senão crescer por crescer.
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2:07 - 2:12Se as pessoas não compram, a economia não cresce.
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2:14 - 2:16Obsolescência Programada
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2:16 - 2:19o desejo do consumidor
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2:19 - 2:25de possuir algo um pouco mais novo,
um pouco antes do necessário. -
2:27 - 2:28Neste documentário,
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2:28 - 2:34revelaremos como a obsolescência programada
definiu nossas vidas desde os anos 20 -
2:34 - 2:37quando os fabricantes começaram a diminuir
a vida útil dos produtos -
2:37 - 2:39para aumentar as vendas
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2:39 - 2:44Assim que reduziram
a vida útil a 1.000 horas. -
2:47 - 2:49Descobriremos que designers e engenheiros
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2:49 - 2:52se viram forçados a adotar novos
valores e objetivos. -
2:53 - 2:58Tiveram que começar de novo
para criar algo mais frágil. -
2:58 - 3:01Está calculado!
Termina de pagar algo, -
3:01 - 3:03e já não serve.
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3:03 - 3:05Usar e jogar fora!
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3:07 - 3:09Conheceremos uma nova geração
de consumidores -
3:09 - 3:13que está indo na direção
contrária dos fabricantes. -
3:14 - 3:18É viável uma economia sem
Obsolescência Programada? -
3:18 - 3:21E sem seu impacto sobre o meio-ambiente?
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3:21 - 3:23A posteridade não nos perdoará.
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3:23 - 3:28Descobrirão o estilo
de vida desperdiçador -
3:28 - 3:30dos países avançados...
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3:37 - 3:41Comprar, jogar fora, comprar:
A história secreta da Obsolescência Programada. -
3:43 - 3:46Bem-vindos a Livermore, Califórnia,
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3:46 - 3:48lar da lâmpada
mais antiga do mundo. -
3:50 - 3:51Sou Lynn Owens,
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3:51 - 3:54presidente do Comitê da Lâmpada.
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3:56 - 4:00Em 1972 descobrimos
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4:00 - 4:04que uma lâmpada
do corpo de bombeiros -
4:04 - 4:07era uma lâmpada importante.
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4:14 - 4:19A lâmpada de Livermore está funcionando
ininterruptamente desde 1901. -
4:19 - 4:20No atual momento,
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4:20 - 4:24já se compraram duas webcams,
e a lâmpada já vai para a terceira webcam. -
4:32 - 4:35em 2001, quando a lâmpada chegou
a um século, -
4:35 - 4:40Livermore organizou uma grande festa de
aniversário, ao estilo americano. -
4:41 - 4:45Esperávamos umas 200 pessoas,
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4:45 - 4:49mas no fim
vieram umas 800 ou 900. -
4:53 - 4:58Imagina cantar feliz
aniversário para uma lâmpada? -
4:58 - 5:00Bem... Nós também não,
mas cantaram. -
5:14 - 5:16A origem da lâmpada...
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5:16 - 5:19Fabricaram-na
em Shelby, Ohio, -
5:19 - 5:22em cerca de 1895.
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5:22 - 5:25...montaram-na estas
interessantes damas -
5:25 - 5:28e alguns cavalheiros,
acionistas da Companhia. -
5:29 - 5:32O filamento é uma invenção
de Adolphe Chaillet. -
5:32 - 5:35Inventou esse filamento
para que durasse. -
5:42 - 5:44Por que dura tanto?
Não sei. -
5:44 - 5:48O segredo de como fez se foi com ele
para o túmulo. -
5:48 - 5:51A fórmula para um filamento de longa duração
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5:51 - 5:54não é o único mistério na história das lâmpadas.
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5:54 - 5:56Um segredo muito maior é
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5:56 - 5:58como e porquê este humilde produto
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5:58 - 6:02se tornou na primeira vítima da
Obsolescência Programada. -
6:04 - 6:07O dia de Natal de 1924
foi um dia especial. -
6:08 - 6:12Em genebra, vários
cavalheiros bem vestidos se reuniram -
6:12 - 6:14com um plano secreto.
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6:14 - 6:19Criaram o primeiro
cartel mundial -
6:20 - 6:24para controlar
a produção de lâmpadas -
6:24 - 6:29e dividirem o bolo
do mercado mundial. -
6:29 - 6:31O cartel se chamou Phoebus.
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6:33 - 6:37Phoebus incluía os principais fabricantes
de lâmpadas da Europa e dos EUA, -
6:38 - 6:41inclusive de longínquas colónias na
Ásia e na África. -
6:43 - 6:48O objetivo era intercambiar patentes,
controlar a produção -
6:48 - 6:51e, sobretudo,
controlar o consumidor. -
6:51 - 6:57Queriam que as pessoas
comprassem lâmpadas com regularidade. -
6:57 - 7:01Se as lâmpadas durassem muito,
era uma desvantagem económica. -
7:02 - 7:07No início, a meta dos fabricantes era
uma longa duração para suas lâmpadas. -
7:08 - 7:11Em 21 de outubro de 1871,
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7:11 - 7:16numerosos experimentos
deram como resultado -
7:16 - 7:19uma pequena lâmpada
de enorme resistência, -
7:19 - 7:24com um filamento
de grande estabilidade. -
7:25 - 7:29Em 1881, Edison pós à venda
sua primeira lâmpada. -
7:29 - 7:32Durava 1.500 horas.
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7:33 - 7:37Em 1924, quando
se fundou o cartel Phoebus, -
7:37 - 7:41se anunciava com
orgulho 2.500 horas de vida útil -
7:41 - 7:44e os fabricantes destacavam
a longevidade de suas lâmpadas. -
7:45 - 7:51De modo que em Phoebus pensaram
em limitar a vida útil das lâmpadas -
7:51 - 7:53a 1.000 horas.
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7:57 - 8:00Em 1925 se criou
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8:00 - 8:03O "Comitê das
1.000 Horas de Vida" -
8:03 - 8:11para reduzir tecnicamente
a vida útil das lâmpadas. -
8:13 - 8:15Mais de 80 anos depois,
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8:15 - 8:18Helmut Hegel, um historiador de Berlim,
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8:18 - 8:20encontra provas das atividades do comitê,
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8:20 - 8:24ocultas nos documentos internos dos
integrantes do cartel. -
8:25 - 8:26Empresas como Philips, na Holanda,
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8:27 - 8:28Osram, na Alemanha,
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8:28 - 8:30E lâmpadas Teta na Espanha.
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8:31 - 8:34Aqui temos
um documento do cartel. -
8:34 - 8:39"A vida média das lâmpadas
de iluminação geral -
8:39 - 8:41não deve ser garantida ou oferecida
-
8:41 - 8:44por outro valor
que não seja 1.000 horas". -
8:49 - 8:50Pressionados pelo cartel,
-
8:51 - 8:55os fabricantes realizaram experimentos para
criar uma lâmpada mais frágil, -
8:55 - 8:57para cumprir com
a nova norma das 1.000 horas. -
9:09 - 9:11A fabricação estava
rigorosamente controlada -
9:12 - 9:14para que a norma fosse cumprida.
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9:16 - 9:19Montaram-se estantes
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9:19 - 9:23com muitos bocais para lâmpadas
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9:23 - 9:30nos quais se rosqueavam
mostras de cada série produzida. -
9:30 - 9:33Companhias como Osram
registravam meticulosamente -
9:33 - 9:36a duração
dessas lâmpadas. -
9:39 - 9:42Phoebus criou uma complicada burocracia
para impor suas regras: -
9:44 - 9:48Os fabricantes eram multados severamente caso
se desviassem dos objetivos acordados. -
9:54 - 9:58Aqui temos
a tabela de multas de 1929 -
9:58 - 10:02que mostra quantos francos suíços
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10:02 - 10:06deviam pagar os membros do cartel
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10:06 - 10:10se suas lâmpadas durassem,
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10:10 - 10:13por exemplo, mais de 1.500 horas.
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10:20 - 10:22A medida em que a Obsolescência programada
surtia efeito, -
10:23 - 10:24a vida útil começou a cair
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10:25 - 10:28em apenas dois anos,
passou de 2.500 horas... -
10:28 - 10:30a menos de 1.500.
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10:33 - 10:37Nos anos 40, o cartel já havia conseguido
seu objetivo. -
10:38 - 10:41uma lâmpada comum durava 1.000 horas.
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10:43 - 10:46Entendo que isto
fosse tentador em 1932. -
10:46 - 10:50Na época, a sustentabilidade
era menos importante -
10:50 - 10:53porque não viam que o planeta
-
10:53 - 10:56tivesse recursos finitos.
-
10:56 - 10:59Viam-no dentro
uma perspectiva de abundância. -
11:02 - 11:05Ironicamente, a lâmpada,
que sempre foi um símbolo -
11:05 - 11:07de ideias e de inovação,
-
11:07 - 11:12é um dos primeiros exemplos
de obsolescência programada. -
11:16 - 11:17Nas décadas seguintes,
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11:17 - 11:20foram patenteadas dezenas de novas lâmpadas,
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11:20 - 11:22inclusive uma que durava 100.000 horas.
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11:24 - 11:27Porém, nenhuma chegou a ser comercializada.
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11:28 - 11:31Oficialmente, Phoebus nunca existiu,
-
11:31 - 11:34porém, seu rastro nunca desapareceu.
-
11:34 - 11:39Sua estratégia era
ir mudando de nome. -
11:39 - 11:42Se chamou
"Cartel Internacional de Eletricidade", -
11:42 - 11:45E depois tornaram a mudá-lo.
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11:45 - 11:50O importante é que essa ideia,
como instituição, continua existindo. -
11:56 - 11:57Em Barcelona,
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11:57 - 12:02Marcos ignorou o conselho dos vendedores de
trocar a impressora. -
12:02 - 12:04Está decidido a consertá-la,
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12:04 - 12:09e encontrou alguém na internet que descobriu
o que acontece com sua impressora. -
12:12 - 12:15O segredo sujo
das impressoras a jato de tinta. -
12:15 - 12:20Tentei imprimir e dizia "algumas peças devem
ser trocadas". -
12:20 - 12:23Decidi consertá-la eu mesmo.
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12:24 - 12:26Olá, Marcos,
recebi sua mensagem. -
12:26 - 12:30Marcos entrou em contato
com o autor do vídeo. -
12:30 - 12:32Há uma esponja
no fundo da impressora -
12:32 - 12:36onde se acumula
a tinta descartada. -
12:36 - 12:40As impressoras limpam
constantemente os bicos -
12:40 - 12:42jorrando jatos de tinta
-
12:42 - 12:44que caem sobre a esponja.
-
12:44 - 12:49depois de um
número prefixado de jatos, -
12:49 - 12:53a impressora decide
que está cheia e deixa de funcionar. -
12:53 - 12:57Justificam que não querem
manchar a sua mesa de tinta. -
12:57 - 13:02Porém, o problema real é que as desenham
para que deixem de funcionar. -
13:13 - 13:16A obsolescência Programada
surgiu ao mesmo tempo -
13:16 - 13:19que a produção em massa,
e a sociedade de consumo. -
13:20 - 13:24O problema dos produtos
feitos para durarem menos -
13:24 - 13:28é um padrão que começou
com a revolução industrial. -
13:28 - 13:33Das novas máquinas
saíam mercadorias muito mais baratas -
13:33 - 13:35e isso era fantástico
para os consumidores. -
13:35 - 13:37Porém, havia tanta produção
-
13:37 - 13:41que as pessoas já não podiam seguir
o ritmo das máquinas. -
13:42 - 13:47Em 1928, uma influente revista de
publicidade advertia: -
13:47 - 13:51"um artigo que não se desgasta é uma
tragédia para os negócios"! -
13:54 - 13:56De fato, com a produção em massa,
-
13:56 - 13:59baixaram os preços, e os produtos
ficaram mais acessíveis. -
13:59 - 14:03As pessoas começaram a comprar mais por
diversão que por necessidade. -
14:03 - 14:04A economia acelerou!
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14:25 - 14:31Em 1929, a crise de Wall Street freiou
drasticamente o consumo -
14:31 - 14:35e levou os EUA a uma recessão económica.
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14:36 - 14:39A parada alcançou
proporções apavorantes. -
14:39 - 14:43Em 1933, o desemprego
chegou a 25 por cento. -
14:44 - 14:49As filas já não eram para comprar, mas para
pedir trabalho e comida. -
14:53 - 14:57De Nova lorque, chegou uma proposta radical
para reativar a economia. -
15:00 - 15:03Bernard London,
um proeminente investidor imobiliário, -
15:03 - 15:08sugeriu sair da depressão tornando obrigatória
a obsolescência programada. -
15:08 - 15:12Era a primeira vez que o conceito
aparecia por escrito. -
15:13 - 15:17London pleiteava que todos os produtos
tivessem uma vida limitada, -
15:17 - 15:19com uma data de validade,
-
15:19 - 15:23depois da qual seriam considerados
legalmente "mortos". -
15:23 - 15:27Os consumidores os devolveriam a uma agência
do governo para serem destruídos. -
15:30 - 15:33Tentava-se equilibrar
capital e trabalho. -
15:33 - 15:36Assim, sempre haveria mercado
para novos produtos, -
15:36 - 15:38sempre faria falta
mão de obra -
15:38 - 15:41e o capital
teria recompensa. -
15:43 - 15:47Bernard London acreditava que com a
obsolescência programada obrigatória -
15:47 - 15:50as fábricas continuariam produzindo
-
15:50 - 15:52as pessoas continuariam consumindo
-
15:52 - 15:53e haveria trabalho para todos.
-
15:59 - 16:04Giles Slade está em Nova lorque para saber mais
sobre a pessoa que há por trás da ideia. -
16:05 - 16:09Pergunta se com a obsolescência, Bernard London
pretendia maximizar os benefícios, -
16:10 - 16:12ou melhor, ajudar aos desempregados.
-
16:15 - 16:20Dorothea Veitner conheceu Bernard London
nos anos 30, -
16:20 - 16:22durante uma excursão familiar.
-
16:22 - 16:24Não me diga quem é.
-
16:25 - 16:28Que interessante!
-
16:29 - 16:32Sem dúvida
parece um intelectual. -
16:32 - 16:34Você o conheceu
em 1933... -
16:34 - 16:37Quando eu tinha 16 ou 17 anos
-
16:37 - 16:41meus pais tinham
um enorme Cadilac, -
16:41 - 16:43tão grande
quanto um zepelim. -
16:43 - 16:46Minha mãe dirigia,
meu pai ia a seu lado -
16:46 - 16:50e os London iam
no assento de trás. -
16:50 - 16:55Meu pai pediu ao Sr. London
que me explicasse sua filosofia. -
16:55 - 16:59E este homem
tão interessante me contou -
16:59 - 17:02sua ideia para
reduzir a Depressão. -
17:02 - 17:07A economia era um desastre
pior que agora. -
17:07 - 17:09Estava obcecado
com essa ideia, -
17:09 - 17:13igual que um artista
com suas pinturas. -
17:13 - 17:16Sussurrou-me no ouvido,
como se temesse -
17:16 - 17:21que fosse uma ideia
radical demais. -
17:23 - 17:26De fato, a ideia de Bernard London não
obteve interesse -
17:26 - 17:30e a obsolescência obrigatória nunca foi
posta em prática. -
17:36 - 17:3820 anos depois, nos anos 50,
-
17:39 - 17:42a obsolescência programada ressurgiu, porém,
com uma mudança crucial: -
17:43 - 17:46já não se tratava de obrigar o consumidor...
senão de servi-lo. -
17:47 - 17:49obsolescência programada:
-
17:49 - 17:52o desejo do consumidor
-
17:52 - 17:54de possuir algo
-
17:54 - 17:57um pouco mais novo,
um pouco melhor, -
17:57 - 18:00um pouco antes
do necessário. -
18:02 - 18:03esta é a voz de Brook Stevens,
-
18:03 - 18:07apóstolo da obsolescência programada na
América do pós-guerra... -
18:08 - 18:10este elegante designer industrial
-
18:10 - 18:13criou de eletrodomésticos,
até carros e trens, -
18:13 - 18:16contando sempre com a
obsolescência programada. -
18:20 - 18:21em sintonia com a época,
-
18:21 - 18:25os desenhos de Brook Stevens transmitiam
velocidade e modernidade. -
18:25 - 18:27Até sua casa era incomum.
-
18:28 - 18:31Meu pai desenhou
esta casa, na qual me criei. -
18:31 - 18:34Durante sua construção,
-
18:34 - 18:37todos acreditavam que seria
uma estação de ónibus -
18:37 - 18:40porque não parecia
uma casa tradicional. -
18:43 - 18:45Para meu pai,
o mais importante -
18:45 - 18:48ao desenhar um produto
era que tivesse caráter. -
18:48 - 18:51Odiava
os produtos insossos, -
18:51 - 18:54que não provocavam
no consumidor -
18:54 - 18:58nenhum desejo
que Ihe impulsionasse a comprar. -
19:00 - 19:03O antigo enfoque europeu
-
19:03 - 19:07era criar o melhor produto
e que durasse para sempre. -
19:07 - 19:10Comprava-se uma boa roupa
para levá-la desde seu casamento -
19:10 - 19:14até seu enterro
sem poder renová-la. -
19:14 - 19:16O enfoque americano
-
19:16 - 19:19é criar
o consumidor insatisfeito -
19:19 - 19:22com o produto
que já tenha desfrutado, -
19:22 - 19:25para que o venda
de segunda-mão -
19:25 - 19:29e para que compre o mais novo
com a imagem mais nova. -
19:31 - 19:34Brook Stevens viajou por todo EUA
-
19:34 - 19:38promovendo a obsolescência programada
em suas palestras e discursos. -
19:38 - 19:41Suas ideias se desenvolveram e
ecoaram amplamente. -
19:46 - 19:52As pessoas estão prestando mais
atenção nas aparências das coisas. -
19:52 - 19:54Prestam atenção
-
19:54 - 19:57a todo o novo,
bonito e moderno. -
20:02 - 20:03O design e o marketing
-
20:03 - 20:08seduziam ao consumidor para que desejasse
sempre o último modelo. -
20:08 - 20:10Meu pai nunca
desenhou um produto -
20:10 - 20:12para que falhasse
intencionalmente -
20:12 - 20:16ou se tornasse funcionalmente
obsoleto em pouco tempo. -
20:16 - 20:22A obsolescência programada
depende do consumidor. -
20:22 - 20:27Ninguém o obriga a ir a uma loja
e comprar um produto. -
20:27 - 20:30Vão por sua própria vontade,
-
20:30 - 20:32é sua escolha.
-
20:37 - 20:40Liberdade e felicidade através
do consumo ilimitado -
20:40 - 20:43O estilo de vida
dos americanos dos anos 50 -
20:43 - 20:46assentou as bases
da sociedade de consumo atual. -
21:02 - 21:04Sem a obsolescência programada
-
21:04 - 21:06estes lugares não existiriam.
-
21:09 - 21:12Não haveria produtos,
não haveria industria, -
21:12 - 21:15não haveria designers, arquitetos,
-
21:15 - 21:18serventes, faxineiros,
-
21:18 - 21:20agentes de segurança,
-
21:20 - 21:23todos os trabalhos
desapareceriam. -
21:23 - 21:25Cada quanto tempo
vocês trocam de celular? -
21:25 - 21:29- Cada 18 meses.
- Uma vez por ano. -
21:29 - 21:31Hoje em dia, a obsolescência programada
-
21:31 - 21:35é ensinada nas escolas
de designers e engenharia. -
21:35 - 21:38Boris Skinov dá aulas sobre
ciclos de vida do produto: -
21:38 - 21:42eufemismo moderno para
"obsolescência programada". -
21:42 - 21:45Fui às compras.
-
21:45 - 21:47Comprei algumas coisas:
-
21:47 - 21:49uma frigideira,
-
21:49 - 21:52sal, uma camisa, outra camisa...
-
21:54 - 21:55Ensina aos estudantes
-
21:55 - 21:57a desenharem para um mundo empresarial
-
21:57 - 21:59dominado por um único objetivo:
-
22:00 - 22:01compras frequentes e repetidas.
-
22:02 - 22:06Quero que me digam o
quanto vocês acreditam que durarão, -
22:06 - 22:08qual será sua vida útil.
-
22:11 - 22:15Os designers devem entender
para que empresa trabalham. -
22:15 - 22:18Com seu modelo de negócio,
a empresa determina -
22:18 - 22:22a frequência de renovação
de seus produtos. -
22:22 - 22:26Os designers
recebem essa informação -
22:26 - 22:30e devem desenhar o produto
para que se encaixe perfeitamente -
22:30 - 22:34Com a estratégia
de negócio do cliente. -
22:36 - 22:38A obsolescência programada
-
22:38 - 22:41está na raiz do considerável
crescimento económico -
22:41 - 22:45que o mundo ocidental
viveu a partir dos anos 50. -
22:48 - 22:49Desde então,
-
22:49 - 22:52o crescimento tem sido o "Santo Graal" de
nossa economia. -
22:55 - 22:58Vivemos em
uma sociedade de crescimento -
22:58 - 23:01cuja lógica não é crescer
para satisfazer às necessidades, -
23:01 - 23:05senão crescer por crescer.
Crescer infinitamente, -
23:05 - 23:08com uma produção
sem limites. -
23:08 - 23:13E, para justificá-lo,
o consumo deve crescer sem limites. -
23:14 - 23:18Serge Latouche, um destacado crítico
da sociedade de crescimento, -
23:18 - 23:21escreve frequentemente
sobre seus mecanismos. -
23:22 - 23:27Há três instrumentos
fundamentais: -
23:27 - 23:31a publicidade, a obsolescência
programada e o crédito. -
23:37 - 23:39Na última geração,
-
23:39 - 23:42nosso papel se limita
a pedir empréstimos -
23:42 - 23:45para comprar coisas
que não necessitamos. -
23:45 - 23:47Não tem sentido.
-
23:50 - 23:52Os críticos da sociedade de crescimento
-
23:52 - 23:55alertam que não é sustentável a longo prazo
-
23:55 - 23:58porque se fundamenta
numa contradição flagrante. -
23:58 - 24:01Quem acredita
que um crescimento ilimitado -
24:01 - 24:04é compatível
com um planeta limitado -
24:04 - 24:06ou está louco
-
24:06 - 24:07ou é economista.
-
24:07 - 24:11O drama é que agora
todos somos economistas. -
24:12 - 24:15Cria-se
um produto novo -
24:15 - 24:18a cada 3 minutos.
Isso é necessário? -
24:19 - 24:23Muita gente se dá conta
de que as coisas têm que mudar -
24:23 - 24:26quando os políticos
dizem que ir às compras e consumir -
24:26 - 24:30é a melhor medida
para reativar a economia. -
24:30 - 24:34Poderíamos dizer que,
com a sociedade de crescimento, -
24:34 - 24:36estamos montados
em um bólido -
24:36 - 24:40que, claramente,
ninguém mais pilota, -
24:41 - 24:43que vai à toda velocidade,
-
24:43 - 24:45e cujo destino
-
24:45 - 24:47é chocar contra um muro
-
24:47 - 24:50ou cair por um precipício.
-
25:07 - 25:10Consultando manuais de instrução,
-
25:10 - 25:12Marcos se dá conta de que os engenheiros
-
25:12 - 25:16determinam a vida útil de muitas impressoras
ao desenhá-las. -
25:25 - 25:29Conseguem-no colocando um chip dentro
da impressora. -
25:41 - 25:43Encontrei o chip.
-
25:43 - 25:46É um chip EEPROM
onde se guarda -
25:46 - 25:48um contador de impressões.
-
25:48 - 25:50Quando se chega a
um número determinado, -
25:50 - 25:53a impressora
se bloqueia, e deixa de imprimir. -
26:02 - 26:03Que acham os engenheiros
-
26:03 - 26:06quando têm que desenhar um produto
para que se quebre? -
26:06 - 26:10O dilema é refletido num clássico do cinema
britânico, de 1951, -
26:11 - 26:14onde um jovem químico inventa um fio
que não se desgasta nunca. -
26:15 - 26:18O químico crê que conseguiu um
grande progresso -
26:26 - 26:29Porém, nem todos gostam do invento.
-
26:30 - 26:33E em pouco tempo é perseguido não só
pelos donos das fábricas, -
26:33 - 26:37mas também pelos operários, que temem
ficar sem seus empregos. -
26:38 - 26:41É muito interessante,
e me lembra algo -
26:41 - 26:43que ocorreu
na indústria têxtil. -
26:46 - 26:49Em 1940, o gigante químico Dupont
-
26:49 - 26:52apresentou uma fibra
sintética revolucionária: -
26:53 - 26:54o Nylon!
-
26:58 - 27:02Para as mulheres, as meias duradouras eram
um grande progresso. -
27:03 - 27:05Mas, a alegria durou pouco.
-
27:05 - 27:07Meu pai trabalhou na Dupont
-
27:07 - 27:11antes e depois da guerra,
na divisão do nylon -
27:11 - 27:16e me contou que
quando o nylon apareceu -
27:16 - 27:19e o provavam
para fazer meias, -
27:19 - 27:22os trabalhadores de sua seção
levavam meias para casa -
27:22 - 27:26para que suas mulheres e
namoradas as provassem. -
27:26 - 27:28Meu pai as levou para minha mãe,
-
27:28 - 27:33e as primeiras Ihe encantaram
porque eram muito resistentes. -
27:38 - 27:41Os químicos da Dupont tinham motivos para
estarem orgulhosos. -
27:42 - 27:45Inclusive os homens admiravam a resistência
das meias de nylon. -
27:46 - 27:49O problema é
que duravam demais, -
27:49 - 27:53As mulheres estavam muito contentes
porque não desfiavam, -
27:53 - 27:56mas isso significava
que os fabricantes -
27:56 - 27:59não iam vender
muitas meias. -
28:02 - 28:05Dupont deu novas instruções ao pai de
Nicols Fox e seus colegas. -
28:08 - 28:12Os homens de sua seção
tiveram que começar do zero -
28:12 - 28:14para criar fibras mais fracas
-
28:14 - 28:18e chegar a algo mais frágil,
que se rompesse, -
28:18 - 28:22e assim as meias
não durariam tanto. -
28:24 - 28:29Os mesmos químicos que aplicaram todo seu
saber para criar um nylon duradouro, -
28:29 - 28:32seguiram a corrente da época e o fizeram
mais frágil. -
28:33 - 28:38Esse fio eterno desapareceu das fábricas,
tal como no cinema. -
28:38 - 28:41Queremos o controle total
desta descoberta. -
28:41 - 28:45Se quiser, pagaremos
o dobro desse contrato. -
28:45 - 28:46um quarto de milhão...
-
28:47 - 28:49- Para acabar com ele?
- Sim. -
28:50 - 28:52O que os químicos da Dupont achavam
-
28:52 - 28:55em reduzir a vida de um produto
deliberadamente? -
28:56 - 28:58Deve ter sido frustrante
para os engenheiros -
28:58 - 29:02terem que usar seus conhecimentos
para criar um produto inferior -
29:02 - 29:06depois de tanto esforço
para fazer um bom produto. -
29:06 - 29:11Mas suponho que essa é
uma visão de fora. -
29:11 - 29:14Eles só faziam seu trabalho.
-
29:14 - 29:17Fazê-lo mais forte ou mais frágil,
esse era seu trabalho. -
29:20 - 29:23Eticamente eram tempos
complicados para os engenheiros. -
29:23 - 29:26este enfrentamento
Ihes fez examinar -
29:26 - 29:29seus conceitos éticos
mais fundamentais. -
29:32 - 29:35A velha escola
acreditava que deviam fazer -
29:35 - 29:38produtos duradouros
que nunca se quebrassem. -
29:38 - 29:40Os da nova escola,
motivados pelo mercado, -
29:40 - 29:42queriam fazer produtos
-
29:42 - 29:45tão descartáveis
quanto possível. -
29:45 - 29:48O debate se resolveu
-
29:48 - 29:52quando a nova escola
ganhou a partida. -
29:56 - 29:59A obsolescência programa não afetou
só os engenheiros, -
29:59 - 30:01a frustração dos consumidores
-
30:01 - 30:04fez eco no clássico teatral
de Arthur Miller, -
30:04 - 30:06"A morte do caixeiro viajante".
-
30:06 - 30:07Como Willie Lomax,
-
30:07 - 30:10os consumidores só poderiam se queixar.
-
30:10 - 30:13Gostaria de algo que
fosse meu antes de quebrar! -
30:13 - 30:16É uma luta contínua
contra a corrente! -
30:16 - 30:19Acabo de pagar o carro
e já está nas últimas. -
30:19 - 30:23A geladeira gasta correias
como uma louca. -
30:23 - 30:25Está calculado!
-
30:25 - 30:28Termina-se de pagar algo
e já não serve. -
30:30 - 30:35Os consumidores não sabiam que do outro
lado da "Cortina de Ferro" -
30:35 - 30:37nos países do bloco do leste
-
30:37 - 30:41havia uma economia inteira sem obsolescência
programada. -
30:47 - 30:51A economia comunista não se
baseava no livre mercado, -
30:51 - 30:53mas estava planificada pelo estado.
-
30:53 - 30:58Era pouco eficiente, e sofria uma falta
de recursos crónica. -
30:58 - 31:03Nesse sistema, a obsolescência programada
não tinha nenhum sentido. -
31:07 - 31:09Na antiga Alemanha Oriental,
-
31:09 - 31:12a economia comunista mais eficiente,
-
31:12 - 31:15as normas diziam que as
geladeiras e lavadoras -
31:15 - 31:19deveriam funcionar durante
vinte e cinco anos. -
31:22 - 31:27Comprei esta geladeira
na Alemanha Oriental em 1985, -
31:27 - 31:31tem pelo menos 24 anos.
-
31:31 - 31:35Nunca tive que
mudar a lâmpada, -
31:35 - 31:38tem quase 25 anos.
-
31:41 - 31:45Em 1981, uma fábrica de Berlim Oriental
-
31:45 - 31:48começou a produzir uma
lâmpada de longa duração. -
31:48 - 31:51Apresentaram-na numa feira internacional,
-
31:51 - 31:53em busca de compradores ocidentais.
-
31:54 - 31:57Quando os fabricantes
da Alemanha Oriental -
31:57 - 32:00apresentaram
estas lâmpadas de longa duração -
32:00 - 32:02na feira de Hanover
de 1981, -
32:02 - 32:06seus colegas do Ocidente disseram:
"Vocês ficarão sem trabalho". -
32:06 - 32:10Os engenheiros da
Alemanha Oriental disseram: -
32:10 - 32:12"Não, pelo contrário.
-
32:12 - 32:14Conservaremos
nossos trabalhos -
32:14 - 32:19se economizarmos recursos
e não desperdiçarmos tungstênio. " -
32:22 - 32:25Os ocidentais repeliram a lâmpada.
-
32:26 - 32:29Em 1989, caiu o muro de Berlim.
-
32:30 - 32:35A fábrica fechou, e a lâmpada de longa
duração não foi mais fabricada. -
32:37 - 32:41Agora só pode ser vista
em exposições e museus. -
32:51 - 32:5420 anos depois da queda do muro
de Berlim, -
32:54 - 32:59o consumismo desenfreado está tanto
no leste quanto no oeste. -
33:06 - 33:08Com uma diferença: na era da internet,
-
33:08 - 33:14os consumidores estão dispostos a lutar contra
a obsolescência programada. -
33:14 - 33:17Nosso primeiro
trabalho com êxito -
33:17 - 33:19foi um curta
sobre o iPod. -
33:19 - 33:23Estava completamente duro
e comprei um iPod -
33:23 - 33:25que valia uns 400
ou 500 dólares. -
33:25 - 33:30Uns 8 ou 12 meses depois
a bateria "morreu". -
33:30 - 33:35Chamei a Apple para Ihes pedir
que trocassem a bateria -
33:35 - 33:38e sua política de então
era dizer aos clientes -
33:38 - 33:40que comprassem outro iPod.
-
33:40 - 33:42- Melhor comprar um novo.
-
33:42 - 33:44- Apple não oferece...
- Não. -
33:44 - 33:48- Apple não oferece
uma bateria para troca? - Não. -
33:48 - 33:51O chato não foi
que a bateria morresse. -
33:51 - 33:53Se acontece com meu celular Nokia,
-
33:53 - 33:55compro uma bateria nova.
-
33:55 - 33:57Inclusive quanto a meu iPhone
-
33:57 - 34:00posso trocar a bateria.
-
34:00 - 34:03Mas o iPod, tão caro,
ao terminar a bateria, -
34:03 - 34:06tem que trocar
o aparelho inteiro. -
34:09 - 34:13Meu irmão teve uma ideia
de fazer um curta sobre isso. -
34:13 - 34:16Íamos com um
estêncil e um spray -
34:16 - 34:19pintando sobre os anúncios
do iPod que víamos. -
34:19 - 34:23"A bateria não substituível do iPod
dura apenas 18 meses. " -
34:26 - 34:30Disponibilizamos o vídeo em nosso site,
www. ipodsdirtysecret. com -
34:30 - 34:33No primeiro mês teve
-
34:33 - 34:35cinco ou seis milhões
de visitas -
34:35 - 34:37e o site ficou louco.
-
34:40 - 34:44Uma advogada de São Francisco,
Elizabeth Pritzkar, -
34:44 - 34:45ouviu falar do vídeo,
-
34:45 - 34:49e resolveu processar a Apple em razão
da bateria do iPod. -
34:50 - 34:52Meio século depois do caso do Cartel,
-
34:52 - 34:56a obsolescência programada chegava de
novo aos tribunais. -
34:57 - 34:59Ao começar este litígio,
-
34:59 - 35:02o iPod estava
a dois anos no mercado, -
35:02 - 35:04e a Apple havia vendido
-
35:04 - 35:07três milhões
de iPods nos EUA. -
35:09 - 35:12Boa parte desses iPods tinham problemas
com a bateria, -
35:13 - 35:16e seus proprietários estavam dispostos
a irem aos tribunais. -
35:17 - 35:19Um deles era Andrew Westley.
-
35:21 - 35:25Dentre os consumidores
que nos chamaram -
35:25 - 35:29escolhemos representantes
para uma demanda coletiva. -
35:33 - 35:34Uma demanda coletiva
-
35:34 - 35:38é um mecanismo particular
dos Estados Unidos. -
35:38 - 35:42Um pequeno grupo de pessoas
representa a um grupo maior -
35:42 - 35:45para apresentar
uma demanda ante um tribunal. -
35:48 - 35:52Meu papel nesse caso
foi representar milhares, -
35:52 - 35:55talvez dezenas
de milhares de pessoas. -
35:55 - 35:58O caso ficou conhecido como "Westley contra Apple".
-
36:02 - 36:06Quando meus amigos ouviram
que era um caso importante -
36:06 - 36:09acreditaram que
eu estava radicalizando. -
36:09 - 36:13Eu era outro Erin Brockovich.
-
36:16 - 36:17Em dezembro de 2003,
-
36:18 - 36:20Elizabeth Pritzker apresentou a demanda
-
36:20 - 36:22perante o
Tribunal do Condado de San Mateo, -
36:22 - 36:25próximo à sede central da Apple.
-
36:29 - 36:32Pedimos a Apple
diversos documentos técnicos -
36:32 - 36:35relativos à vida útil
da bateria do iPod -
36:35 - 36:38e recebemos
muitos dados técnicos -
36:38 - 36:42sobre o processo de desenho
e de testes da bateria. -
36:42 - 36:44E assim descobrimos que
-
36:44 - 36:48a bateria de lítio do iPod
foi desenhada, -
36:48 - 36:50desde o princípio,
-
36:50 - 36:53para ter
uma vida curta. -
36:57 - 37:00A premissa
no desenvolvimento do iPod -
37:00 - 37:03foi a obsolescência programada.
-
37:05 - 37:10Depois de meses de tensão, as duas partes
chegaram a um acordo. -
37:10 - 37:13A Apple criou um serviço
de troca de baterias, -
37:13 - 37:15e prolongou a garantia para dois anos.
-
37:15 - 37:19Os querelantes receberam uma compensação.
-
37:20 - 37:24Algo que me chateia
pessoalmente -
37:24 - 37:26é que a Apple se apresenta
-
37:26 - 37:30como uma empresa
moderna, jovem e avançada. -
37:30 - 37:35Que uma empresa assim não tenha
uma política ambiental -
37:35 - 37:37que permita ao consumidor
-
37:37 - 37:41devolver os produtos
para reciclagem e eliminação -
37:41 - 37:45é contraintuitivo
e vai contra sua mensagem. -
37:53 - 37:57A obsolescência programada provoca um fluxo
constante de resíduos -
37:57 - 38:01que acabam em países do terceiro mundo,
como Gana, na África. -
38:02 - 38:05Faz oito ou nove anos
-
38:05 - 38:07me dei conta de que
chegavam a Gana -
38:07 - 38:10muitos containers
com resíduos eletrónicos. -
38:12 - 38:14Falamos de computadores
-
38:14 - 38:16e televisores estragados
-
38:16 - 38:19que ninguém quer
nos países desenvolvidos. -
38:21 - 38:23Um tratado internacional
-
38:23 - 38:26proíbe enviar resíduos
eletrónicos ao terceiro mundo -
38:27 - 38:29Porém, os comerciantes
usam um truque simples: -
38:29 - 38:32Declará-los produtos de segunda-mão.
-
38:39 - 38:42Mais de 80% dos resíduos eletrónicos
que chegam a Gana -
38:42 - 38:44não podem ser consertados,
-
38:44 - 38:48e acabam abandonados em
lixões por todo o país. -
38:48 - 38:52Estamos no lixão
de Agbogbloshie. -
38:52 - 38:55Aqui havia
um rio maravilhoso, o Odaw, -
38:55 - 38:59que serpenteava
por esta área. -
38:59 - 39:02Transbordava de vida,
havia muitos peixes. -
39:02 - 39:06eu ia à escola
próximo daqui, -
39:06 - 39:10vínhamos brincar de futebol
e passar um tempo. -
39:10 - 39:13Os pescadores
organizavam passeios em barco. -
39:13 - 39:16Agora,
tudo desapareceu. -
39:16 - 39:19E isso me faz sentir
muito triste e irritado. -
39:24 - 39:29Hoje em dia, aqui não há crianças brincando
depois das aulas -
39:29 - 39:33Em seu lugar, jovens de famílias pobres
vem buscar sucata. -
39:35 - 39:39Queimam o isolamento plástico dos cabos para
obter o metal que têm dentro. -
39:47 - 39:48As crianças menores
-
39:48 - 39:53revolvem os restos para encontrar
qualquer pedaço de metal -
39:53 - 39:54que os maiores tenham esquecido.
-
40:11 - 40:14Os que estão por trás
das remessas dizem: -
40:14 - 40:16"queremos acabar
com o abismo digital -
40:16 - 40:21entre Europa e América
e o resto da África e Gana. " -
40:21 - 40:24Porém os microcomputadores
que nos mandam -
40:24 - 40:26não funcionam.
-
40:28 - 40:30Não tem sentido
receber resíduos -
40:30 - 40:34se não pode tratá-los,
menos ainda se não são seus -
40:34 - 40:38e seu país se converte
no depósito de lixo do mundo. -
40:45 - 40:49O lixo escondido
durante tanto tempo -
40:49 - 40:52na era industrial
está chegando a nossas vidas -
40:52 - 40:54e já não podemos evitá-lo.
-
40:54 - 40:59A economia do desperdício
está chegando a seu fim -
40:59 - 41:00porque já não existem lugares
onde depositar os resíduos. -
41:01 - 41:05Com o passar do tempo
começamos a perceber -
41:05 - 41:09de que o planeta não pode
sustentar isto para sempre. -
41:09 - 41:12os recursos naturais
e energéticos -
41:12 - 41:14dos quais dispomos
são limitados. -
41:15 - 41:17A posteridade não nos
perdoará nunca. -
41:17 - 41:22Descobrirão o estilo
de vida desperdiçador -
41:22 - 41:25dos países desenvolvidos.
-
41:27 - 41:29Pessoas de todo o mundo
-
41:29 - 41:33já começaram a atuar contra a
obsolescência programada. -
41:35 - 41:38Mike Anane luta do final da cadeia.
-
41:38 - 41:41Começou recolhendo informação.
-
41:42 - 41:47Aqui guardo os resíduos
que levam etiquetas identificadoras. -
41:47 - 41:51Aqui diz Centro AMU,
em Sjaelland, Dinamarca. -
41:52 - 41:56Isto vem da Alemanha,
enviaram-no para cá para jogar fora. -
41:56 - 41:58Universidade de Westminster,
-
41:58 - 41:59Apple é uma empresa
-
41:59 - 42:01que alardeia ser ecologista
-
42:01 - 42:05porém muitos produtos Apple
acabam jogados aqui. -
42:06 - 42:10Tenho uma base de dados
com as etiquetas e os contatos -
42:10 - 42:13das empresas
às quais pertenciam -
42:13 - 42:17os resíduos
que foram jogados em Gana. -
42:19 - 42:25Mike pensa converter esta informação em provas
para uma denúncia ante um tribunal. -
42:30 - 42:33Devemos passar à ação
com medidas punitivas, -
42:33 - 42:35processar as pessoas
-
42:35 - 42:38para que não cheguem
mais resíduos em Gana. -
42:49 - 42:51Marcos está na internet de novo
-
42:51 - 42:54buscando como alongar
a vida de sua impressora. -
42:57 - 43:01Um site da Rússia parece oferecer um
software gratuito -
43:01 - 43:03para impressoras com um chip contador
-
43:04 - 43:10O programador teve a paciência de
explicar sua motivação pessoal. -
43:10 - 43:12Isto ocorre
por uma má construção -
43:12 - 43:14Esse é seu modelo de negócio.
-
43:14 - 43:18É ruim para o usuário
e para o meio-ambiente. -
43:18 - 43:22assim que encontrei a maneira
de criar um software -
43:22 - 43:27que permite resetar
o chip contador. -
43:27 - 43:30Marcos não sabe o que pode acontecer
-
43:30 - 43:33mas, de qualquer jeito,
decide baixar o software. -
43:36 - 43:37De um pequeno povoado na França,
-
43:38 - 43:40John Thackara luta contra a obsolescência
programada -
43:41 - 43:43ajudando pessoas de todo o mundo
-
43:43 - 43:45a compartilhar ideias de
negócio e de design. -
43:46 - 43:50Nos países mais pobres,
sempre se consertam as coisas. -
43:50 - 43:54A ideia de jogar um produto
só porque se quebra -
43:54 - 43:57é impensável
para alguém do Sul. -
43:59 - 44:01Na Índia tem
uma palavra, "jugaad", -
44:01 - 44:05para descrever esta tradição
de consertar as coisas, -
44:05 - 44:08sem ter em conta a complexidade.
-
44:11 - 44:15Tentamos encontrar pessoas
com projetos concretos, -
44:15 - 44:19que não só faça
afirmações abstratas -
44:19 - 44:22sobre o mal que existe
ou o que deve mudar. -
44:28 - 44:29Um deles é Warner Philips,
-
44:30 - 44:33descendente da dinastia dos
fabricantes de lâmpadas. -
44:37 - 44:40Lembro-me que
meu avó me levou -
44:40 - 44:42a uma fábrica da Philips
-
44:42 - 44:46para que visse
como se fabricavam lâmpadas, -
44:46 - 44:48que era muito, muito legal.
-
44:53 - 44:55Quase um século depois do Cartel da Lâmpada,
-
44:55 - 44:58Warner Philips segue a tradição familiar,
-
44:59 - 45:01porém com uma perspectiva diferente:
-
45:01 - 45:05fabrica uma lâmpada
led que dura 25 anos. -
45:09 - 45:14Não há um mundo ecológico
e um mundo de negócios. -
45:15 - 45:18Negócio e sustentabilidade
são um conjunto. -
45:18 - 45:20De fato, é a melhor base
para um negócio. -
45:21 - 45:23E a única forma de consegui-lo
-
45:23 - 45:26é considerar o custo real
-
45:26 - 45:28dos recursos utilizados.
-
45:28 - 45:31E considerar também
o consumo de energia, -
45:31 - 45:35incluído o consumo
indireto do transporte. -
45:35 - 45:39Se os transportadores pagassem
o custo real do transporte, -
45:39 - 45:43sem mencionar que o petróleo
é um recurso não renovável -
45:43 - 45:46e para o qual
não há substituto, -
45:46 - 45:50os custos se multiplicariam
por 20 ou por 30. -
45:51 - 45:55Se se considerar tudo isso
em cada produto fabricado, -
45:55 - 45:59os empresários de todo o mundo
teriam poderosos incentivos -
45:59 - 46:01para fazer produtos
que durassem para sempre. -
46:06 - 46:08Também se pode lutar contra a
obsolescência programada -
46:09 - 46:12reformulando a engenharia e a produção.
-
46:13 - 46:15Um conceito novo, "do berço ao berço",
-
46:17 - 46:20afirma que se as fábricas funcionassem
como a natureza -
46:20 - 46:23a própria obsolescência ficaria obsoleta.
-
46:24 - 46:28Quando falamos
de proteger o meio ambiente, -
46:28 - 46:32sempre pensamos
em cortar, renunciar, reduzir. -
46:33 - 46:36Porém na primavera
a natureza, uma cerejeira -
46:36 - 46:39nem corta, nem renuncia.
-
46:43 - 46:46O ciclo natural produz em abundância,
-
46:46 - 46:50mas flores caídas e as folhas
secas não são resíduos -
46:51 - 46:53mas nutrientes para outros organismos.
-
46:55 - 46:59A natureza não produz
resíduos, só nutrientes. -
47:02 - 47:07Baumgart crê que a indústria pode imitar
o ciclo virtuoso da natureza -
47:08 - 47:13e o demonstrou ao redesenhar o processo de
produção de uma fábrica têxtil suíça. -
47:16 - 47:20Quando reveste um sofá
com um tecido como este -
47:20 - 47:24os recortes
são tão tóxicos -
47:24 - 47:28que devem ser eliminados
com os resíduos tóxicos. -
47:31 - 47:35Baumgart descobriu que a
fábrica usava por inércia -
47:35 - 47:39centenas de tintas e produtos químicos
altamente tóxicos. -
47:40 - 47:42Para fabricar os novos tecidos,
-
47:42 - 47:47Baumgart e sua equipe reduziram a lista a
apenas 36 substâncias, -
47:48 - 47:49todas biodegradáveis.
-
47:50 - 47:54Selecionamos ingredientes
que se poderia comer. -
47:54 - 47:57Se quisesse, poderia
adicioná-los em seu muesli. -
47:59 - 48:00Numa sociedade de desperdício,
-
48:00 - 48:04um produto de vida curta
cria um problema de resíduos. -
48:04 - 48:05Se uma sociedade
produz nutrientes, -
48:05 - 48:09os produtos de vida curta
se convertem em algo novo. -
48:10 - 48:14Para os críticos mais radicais da
obsolescência programada, -
48:14 - 48:17não basta reformular
os processos produtivos: -
48:17 - 48:21querem reformular nossa economia
e nossos valores. -
48:21 - 48:25é uma verdadeira revolução,
uma revolução cultural, -
48:25 - 48:29porque é uma mudança
de paradigma e mentalidade. -
48:29 - 48:32Esta revolução se chama "decrescimento".
-
48:33 - 48:35Serge Latouche viaja
de palestra em palestra, -
48:36 - 48:40Explicando como abandonar a sociedade
de crescimento definitivamente. -
48:41 - 48:44O decrescimento é
um slogan provocador -
48:44 - 48:50que tenta romper
com o discurso eufórico -
48:50 - 48:55do crescimento viável,
infinito e sustentável. -
48:55 - 49:00Tenta demonstrar a necessidade
de uma mudança de lógica. -
49:02 - 49:04A essência do decrescimento
-
49:04 - 49:08pode ser resumida
em uma palavra: reduzir. -
49:08 - 49:12Reduzir nosso rastro ecológico,
o desperdício, -
49:12 - 49:14a superprodução
e o superconsumo. -
49:16 - 49:19Ao reduzir o consumo
e a produção, -
49:19 - 49:21podemos liberar tempo
-
49:21 - 49:25para desenvolver
outras formas de riqueza -
49:25 - 49:29que têm a vantagem
de não se esgotarem ao serem usadas, -
49:29 - 49:31como a amizade
ou o conhecimento. -
49:35 - 49:37Cada vez mais
dependemos de objetos -
49:37 - 49:39para nossa identidade
e autoestima. -
49:39 - 49:42Isso é consequência
da crise daquilo -
49:42 - 49:44que costumava nos dar identidade,
-
49:44 - 49:47como a relação
com a comunidade ou a terra. -
49:47 - 49:50Ou aquelas coisas singelas
-
49:50 - 49:53substituídas pelo
consumismo. -
49:57 - 50:01Se a felicidade dependesse
do nível de consumo, -
50:01 - 50:06deveríamos ser
absolutamente felizes, -
50:06 - 50:10porque consumimos
26 vezes mais que nos tempos de Marx. -
50:10 - 50:12Mas as pesquisas demonstram
-
50:12 - 50:15que as pessoas
não são 20 vezes mais felizes, -
50:15 - 50:18porque a felicidade
é sempre subjetiva. -
50:22 - 50:27Os críticos do decrescimento
temem que destruirá a economia -
50:27 - 50:30e nos levará de volta à Idade da Pedra.
-
50:32 - 50:34Voltar a uma sociedade sustentável,
-
50:34 - 50:39cuja marca ecológica
não seja maior que um planeta, -
50:39 - 50:43não significa voltar
à Idade da Pedra, senão voltar, -
50:43 - 50:46considerando os parâmetros
de um país como a França, -
50:46 - 50:49aos anos 60,
que não é a Idade da Pedra. -
50:52 - 50:56A sociedade do decrescimento
torna realidade a visão de Gandhi: -
50:56 - 50:59Que disse: "O mundo é
suficientemente grande -
50:59 - 51:02para satisfazer
as necessidades de todos -
51:02 - 51:04porém sempre será
demasiado pequeno -
51:04 - 51:06para a avareza
de alguns". -
51:33 - 51:37Marcos está instalando o freeware
russo em seu computador. -
51:41 - 51:46Com o novo programa, pode
zerar o chip contador da impressora. -
51:49 - 51:53A impressora se desbloqueia
imediatamente.
- Title:
- Cosima Dannoritzer - Comprar, tirar, comprar - documental
- Description:
-
"Comprar, tirar, comprar", es un documental de Cosima Dannoritzer sobre obsolescencia programada, es decir, la reducción deliberada de la vida de un producto para incrementar su consumo.
Cosima quería investigar y separar los hechos de la ficción de las varias leyendas urbanas que había oído como son: las bombillas eternas, los coches que funcionan sin gasolina, en donde la historia siempre terminaba con una conspiración, la desaparición del inventor o del aparato.
Es una coproducción de Article Z (Francia) y Media 3.14 (Barcelona), cofinanciada por varias televisiones: Arte (Francia), TVE y Televisió de Catalunya.Fue rodado en España, Francia, Alemania, Estados Unidos y Ghana (un país africano que se ha convertido en el vertedero de la 'basura electrónica' de Occidente). Comprar, tirar, comprar, hace un recorrido por la historia de una práctica empresarial que consiste en la reducción deliberada de la vida de un producto para incrementar su consumo porque, como ya publicaba en 1928 una influyente revista de publicidad norteamericana, "un artículo que no se desgasta es una tragedia para los negocios".
El documental es el resultado de tres años de investigación, hace uso de imágenes de archivo poco conocidas; aporta pruebas documentales y muestra las desastrosas consecuencias medioambientales que se derivan de esta práctica. También presenta diversos ejemplos del espíritu de resistencia que está creciendo entre los consumidores y recoge el análisis y la opinión de economistas, diseñadores e intelectuales que proponen vías alternativas para salvar economía y medio ambiente.
Cosima Dannoritzer es una realizadora y guionista alemana que ha trabajado para televisiones de Alemania, Reino Unido y España. Ha dirigido documentales como 'Si la basura pudiera hablar', un retrato de Barcelona a través de sus cubos de basura.
También ha dirigido para TVE la película 'Amnesia electrónica', en la que echa un vistazo a sus memorias personales, archivadas en formatos digitales que van cambiando, que amenazan la transferencia de esta información a las generaciones futuras.
Ver: http://encuentrosdigitales.rtve.es/2011/cosima_dannoritzer.html
- Video Language:
- Spanish
- Duration:
- 52:19
Alex Escomu edited Portuguese subtitles for Cosima Dannoritzer - Comprar, tirar, comprar - documental | ||
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Alex Escomu added a translation |