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Nutrigenômica | Dr. Sara Gottfried | TEDxMarin

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    Imagine um mundo onde você
    não conte calorias obsessivamente.
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    Imagine um mundo onde você
    não fique dividido entre comer no sofá
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    e passar horas malhando na academia.
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    Imagine um mundo onde você não passe
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    da vergonha à punição através da comida.
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    Posso lhe mostrar o caminho.
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    Essa é a promessa da nutrigenômica,
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    que é fundamentalmente
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    a forma como nosso ser interior,
    nosso DNA, se comunica com a comida.
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    [Amor] [Ódio]
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    Também é um modo de superar
    a relação de amor e ódio com a comida.
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    Vinte anos atrás tive a tal relação
    de amor e ódio com a comida.
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    Naquela época eu vivia mais para o sul.
  • 1:09 - 1:12
    Eu frequentava a Universidade
    da Califórnia, em São Francisco.
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    Eu era estagiária, e tinha 27 anos.
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    Depois de um turno de 36 horas,
    eu voltava para casa,
  • 1:22 - 1:24
    abria o congelador,
  • 1:24 - 1:27
    e pegava um pote de sorvete.
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    Alguém se identifica?
  • 1:29 - 1:31
    (Risos)
  • 1:31 - 1:33
    Esse pote de sorvete
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    podia ser um Häagen-Dazs sabor café,
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    ou um Super Fudge Chunk da Ben & Jerry.
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    E eu ficava sentada na frente da TV
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    com o pote numa mão e a colher na outra.
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    Eu comia umas colheradas
  • 1:49 - 1:52
    e assistia um pouco de TV,
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    até perceber que estava
    raspando o fundo do pote.
  • 1:58 - 1:59
    Eram muitas calorias.
  • 1:59 - 2:03
    Digamos que não era
    a melhor nutrigenômica.
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    O alimento deve afetar de forma positiva
  • 2:09 - 2:11
    a atividade do nosso DNA.
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    Deve resguardar nossa saúde.
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    Mas não era o que eu estava fazendo.
  • 2:18 - 2:23
    Porque eu costumava comer comidas
    que eram como um namorado ruim.
  • 2:23 - 2:24
    (Risos)
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    E mesmo sentindo-me mal,
  • 2:26 - 2:29
    eu continuava comendo aquelas comidas
    que não me faziam bem.
  • 2:29 - 2:33
    Se você não sabe o que comer, eu entendo.
  • 2:34 - 2:36
    Pode ser bem confuso.
  • 2:36 - 2:40
    Um dia comer ovos faz bem,
    no outro dia é a pior coisa do mundo.
  • 2:40 - 2:44
    O mesmo acontece com o café.
    A moda agora é pôr manteiga no café.
  • 2:44 - 2:45
    (Risos)
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    Sabe, quando eu era mais nova,
    as calorias eram a coisa mais importante.
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    Hoje o importante é o que essas calorias
    fazem com nossos hormônios,
  • 2:55 - 2:57
    especialmente com a insulina.
  • 2:57 - 3:00
    Se está confuso quanto à nutrição,
    entendo perfeitamente.
  • 3:00 - 3:03
    Já não basta a mídia
  • 3:03 - 3:06
    passar a mensagem errada sobre nutrição,
  • 3:06 - 3:10
    ainda temos que lidar com uma ciência
    insuficiente, com a Big Food,
  • 3:10 - 3:13
    e com os conselhos inexatos
    do nosso próprio governo
  • 3:13 - 3:14
    sobre alimentação.
  • 3:14 - 3:20
    Por isso quero falar sobre três coisas
  • 3:20 - 3:23
    que a Big Food nos ensinou
    sobre a relação com a comida,
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    e compartilhá-las com você esta noite.
  • 3:27 - 3:29
    Vou falar sobre o genoma;
  • 3:29 - 3:33
    e sobre como o alimento
    se comunica com o genoma.
  • 3:34 - 3:36
    Vamos partir da ideia
  • 3:37 - 3:42
    de que o superalimento de uma pessoa
    pode ser o veneno de outra.
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    O café.
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    É uma delícia.
  • 3:48 - 3:52
    Ele também faz parte do ritual matutino
    de milhões de pessoas.
  • 3:52 - 3:55
    E provoca um altíssimo
    grau de dependência.
  • 3:55 - 3:57
    Eis o que acontece com o café:
  • 3:57 - 4:01
    existe um gene específico que determina
  • 4:01 - 4:05
    se você metaboliza a cafeína
    de maneira rápida ou lenta.
  • 4:06 - 4:08
    Então, se você olhar
    para a pessoa ao seu lado,
  • 4:08 - 4:12
    provavelmente um de vocês
    é um metabolizador rápido,
  • 4:12 - 4:15
    e o outro é um metabolizador lento.
  • 4:15 - 4:17
    Deixe-me explicar.
  • 4:18 - 4:22
    Metabolizadores rápidos são aqueles
    que bebem uma xícara de café
  • 4:22 - 4:25
    e se sentem como uma estrela do rock.
  • 4:26 - 4:28
    Essas pessoas têm mais acuidade mental;
  • 4:28 - 4:30
    são focadas.
  • 4:31 - 4:33
    Elas têm menos chances
    de ter doenças cardíacas.
  • 4:33 - 4:37
    Elas também têm menos chances
    de contrair Alzheimer.
  • 4:38 - 4:41
    Têm todos os benefícios e nenhum risco.
  • 4:42 - 4:45
    Portanto, se você acompanha
    as pesquisas sobre o café,
  • 4:45 - 4:49
    deve ter percebido que metade
    dos estudos diz que café é bom,
  • 4:49 - 4:51
    e a outra metade diz que não é.
  • 4:51 - 4:53
    Isso porque esses estudos
    não foram divididos
  • 4:53 - 4:57
    entre aqueles que têm
    o gene rápido e o gene lento.
  • 4:58 - 5:00
    Esses são os metabolizadores rápidos.
  • 5:01 - 5:04
    Do outro lado estamos nós,
    a outra metade da população:
  • 5:04 - 5:07
    metabolizadores lentos de cafeína.
  • 5:07 - 5:09
    É dessa categoria que faço parte.
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    Se eu bebo café fico insuportável.
  • 5:13 - 5:15
    (Risos)
  • 5:15 - 5:17
    Acabei de ouvir meu marido rir.
  • 5:17 - 5:19
    (Risos)
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    Beber café leva meu cortisol às estrelas.
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    Minha taxa de morte cardíaca
    súbita é muito mais elevada
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    quando bebo café.
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    Meu fígado metaboliza a cafeína
    três vezes mais lentamente
  • 5:36 - 5:38
    que um metabolizador rápido.
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    Então, temos todos os riscos
    e nenhum dos benefícios.
  • 5:43 - 5:44
    E como podemos saber?
  • 5:45 - 5:48
    Podemos aprender por tentativa e erro;
    é o que muitos fazem.
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    Mas descobri que usar esse método
    em vez de fazer exames,
  • 5:53 - 5:57
    pode nos causar muitas noites de insônia
    até conhecermos a verdade.
  • 5:58 - 6:00
    Eu prefiro fazer exames.
  • 6:00 - 6:02
    [Genótipo Fenótipo]
  • 6:02 - 6:05
    Há duas coisas serem analisadas:
    a primeira é o nosso genótipo.
  • 6:05 - 6:06
    Por exemplo,
  • 6:06 - 6:09
    você tem o gene rápido ou o lento
    com relação à cafeína?
  • 6:09 - 6:12
    A segunda é o fenótipo.
  • 6:12 - 6:14
    O fenótipo é nosso conjunto
    de características,
  • 6:14 - 6:16
    é o que faz de mim Sara,
  • 6:17 - 6:20
    e é a interação do meu genótipo
    com o meio ambiente,
  • 6:20 - 6:22
    como o café.
  • 6:24 - 6:29
    A outra forma de interação alimento-DNA,
  • 6:29 - 6:31
    e o Big Data pode confirmá-lo,
  • 6:31 - 6:38
    é a ideia de que os genes carregam
    o revólver e a comida aperta o gatilho.
  • 6:38 - 6:43
    Sei que o revólver não é a metáfora
    perfeita nos dias de hoje,
  • 6:43 - 6:47
    mas esta é uma analogia
    realmente reveladora,
  • 6:47 - 6:50
    usada pela primeira vez
    por Francis Collins.
  • 6:50 - 6:53
    Ele foi o diretor
    do Projeto Genoma Humano,
  • 6:54 - 6:59
    que completou o primeiro mapeamento
    do genoma humano em 2003.
  • 6:59 - 7:03
    Atualmente ele é diretor do National
    Institutes of Health, NIH, de Bethesda.
  • 7:04 - 7:09
    Então, a ideia é a seguinte:
    se você conhece sua genômica,
  • 7:09 - 7:12
    também deve considerar seu meio ambiente.
  • 7:12 - 7:14
    Deixe-me dar um exemplo:
  • 7:14 - 7:18
    tenho uma paciente chamada Julie.
  • 7:18 - 7:19
    Ela tem 46 anos.
  • 7:20 - 7:24
    A mãe da Julie desenvolveu
    o mal de Alzheimer precocemente.
  • 7:24 - 7:28
    E ela estava preocupada
    de que pudesse ter o gene do Alzheimer.
  • 7:28 - 7:31
    Então ela veio até mim para fazer o exame.
  • 7:32 - 7:34
    Havia uma notícia boa e uma ruim para ela:
  • 7:34 - 7:37
    a boa notícia era
    que ela não tinha o gene.
  • 7:37 - 7:40
    O resultado do ApoE4,
  • 7:40 - 7:46
    um dos principais genes que determinam
    o risco de Alzheimer, foi negativo.
  • 7:46 - 7:52
    Por outro lado, descobrimos que
    a glicemia de jejum dela estava elevada.
  • 7:53 - 7:56
    Uma das formas de examinar
    a glicemia ao longo do tempo
  • 7:56 - 7:59
    é através do exame
    de hemoglobina glicada, HbA1c,
  • 7:59 - 8:02
    e isso é algo feito rotineiramente.
  • 8:02 - 8:05
    Também descobrimos
    que ela tinha pré-diabetes.
  • 8:05 - 8:09
    Embora não tivesse o gene do Alzheimer,
  • 8:09 - 8:13
    ela estava aumentando o risco
    de demência e Alzheimer
  • 8:13 - 8:19
    por conta da alimentação
    e de como isso aumentava a glicemia dela.
  • 8:20 - 8:23
    Ela adorava comer donuts.
  • 8:24 - 8:25
    (Risos)
  • 8:25 - 8:28
    Por isso, tivemos que mudar
    a sua alimentação.
  • 8:28 - 8:32
    Tivemos que encontrar alimentos
    que estabilizassem a glicose dela.
  • 8:32 - 8:34
    Que alimentos são esses?
  • 8:34 - 8:39
    Trata-se de como nosso DNA evoluiu
    milhões de anos atrás,
  • 8:40 - 8:44
    para que ingeríssemos alimentos
    que crescem na terra
  • 8:44 - 8:46
    e que habitam o planeta:
  • 8:46 - 8:52
    plantas, castanhas, sementes,
    frutas e verduras,
  • 8:52 - 8:58
    assim como carne de caça e frutos do mar,
    que têm propriedades anti-inflamatórias.
  • 8:58 - 9:00
    Foi isso que ela começou a comer.
  • 9:00 - 9:02
    Ela resolveu o problema com a glicose.
  • 9:02 - 9:04
    E quando restauramos nossa glicose,
  • 9:04 - 9:09
    estamos reduzindo em 60%
    o risco de termos declínio cognitivo
  • 9:09 - 9:11
    na vida.
  • 9:11 - 9:12
    É muito significativo.
  • 9:12 - 9:14
    O terceiro conceito
  • 9:14 - 9:19
    diz que não só os nossos genes
    e o ambiente é que importam.
  • 9:19 - 9:21
    O contexto também conta.
  • 9:22 - 9:28
    Nosso cérebro evoluiu com o tempo
    para explorar o ambiente
  • 9:28 - 9:31
    em busca de situações
    potencialmente perigosas,
  • 9:31 - 9:34
    que proporcionem um maior risco
    de lesão corporal.
  • 9:35 - 9:41
    E há três situações em que
    nosso cérebro dispara o alarme.
  • 9:41 - 9:43
    São elas:
  • 9:43 - 9:48
    conflito social, rejeição social
    e isolamento social.
  • 9:51 - 9:55
    Quando comecei a analisar esta área,
    conhecida como Sociogenômica,
  • 9:55 - 9:57
    me interessei muito,
  • 9:57 - 10:03
    porque um dos problemas é que quando
    nosso cérebro detecta uma dessas situações
  • 10:03 - 10:06
    capazes de provocar lesão corporal,
  • 10:06 - 10:08
    provoca inflamação.
  • 10:09 - 10:12
    Inflamação é como uma festa de faculdade
    ruim acontecendo no seu corpo.
  • 10:12 - 10:16
    É bom durante uns três dias,
  • 10:16 - 10:20
    mas depois disso, se não se extingue,
    se o incêndio continua,
  • 10:20 - 10:22
    pode causar todos os tipos de problemas.
  • 10:22 - 10:24
    Pode levar a doenças crônicas,
  • 10:24 - 10:29
    como câncer de mama, Alzheimer e diabetes.
  • 10:30 - 10:34
    Então, queremos evitar essas situações
  • 10:34 - 10:38
    que acionam o sistema imunológico,
    provocando inflamação.
  • 10:38 - 10:43
    E uma das piores situações
    é comer dentro carro.
  • 10:43 - 10:45
    (Risos)
  • 10:45 - 10:50
    Fiquei chocada ao saber que 80%
    dos norte-americanos come no carro.
  • 10:51 - 10:56
    Vinte por cento faz suas refeições
    na estrada, em alta velocidade.
  • 10:56 - 10:57
    (Risos)
  • 10:57 - 11:00
    Vinte por cento!
  • 11:01 - 11:02
    Isso é péssimo!
  • 11:02 - 11:04
    (Risos)
  • 11:04 - 11:07
    Você está isolado socialmente,
    sozinho no carro,
  • 11:08 - 11:10
    está distraído ao volante,
  • 11:10 - 11:13
    suas chances de lesão corporal
    são, de fato, bem altas.
  • 11:13 - 11:16
    É como dizer ao seu sistema imunológico:
  • 11:16 - 11:18
    "Ataca! Ataca! Ataca!"
  • 11:19 - 11:20
    Isso não é bom.
  • 11:20 - 11:23
    Precisamos de um ambiente bem mais calmo.
  • 11:24 - 11:26
    Portanto quero que você saia daqui
  • 11:26 - 11:31
    com uma prescrição sobre
    como fazer a sua próxima refeição
  • 11:31 - 11:35
    Vamos fazer isso juntos;
    vamos resumir essas três grandes ideias.
  • 11:35 - 11:39
    A primeira delas é que você deve
    levar em conta seu genótipo.
  • 11:39 - 11:41
    E isso é algo bem simples de fazer.
  • 11:41 - 11:43
    Eu uso 23andMe, Pathway;
  • 11:43 - 11:46
    há vários laboratórios acessíveis.
  • 11:46 - 11:51
    A segunda é examinar seu ambiente
    e o modo como ele interage com seu DNA,
  • 11:51 - 11:53
    através de biomarcadores.
  • 11:53 - 11:56
    Já falamos sobre o exame
    da glicemia de jejum, por exemplo.
  • 11:56 - 11:58
    E sobre o exame de hemoglobina A1c.
  • 11:58 - 12:01
    Enfim, você deve considerar o contexto,
  • 12:01 - 12:05
    e se certificar de que seu cérebro
    não acione seu sistema imunológico,
  • 12:05 - 12:08
    causando inflamação no seu corpo.
  • 12:09 - 12:11
    Agora você já sabe como fazer
    sua próxima refeição.
  • 12:12 - 12:14
    Obrigada pela atenção e bom apetite.
  • 12:14 - 12:16
    (Aplausos)
Title:
Nutrigenômica | Dr. Sara Gottfried | TEDxMarin
Description:

"Biohackear" nosso DNA através da alimentação.

Hipócrates disse: "Que seu alimento seja seu remédio". A nova ciência nos mostra que o alimento é realmente a cura definitiva, inclusive do nosso DNA.

A Dra. Sara Gottfried pratica medicina integrativa, é instrutora de ioga e escritora.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
12:30

Portuguese, Brazilian subtitles

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