< Return to Video

Our Mind, Individual & Collective | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

  • 0:04 - 0:05
    O quinto verso:
  • 0:05 - 0:10
    "Seja da nossa família ou dos nossos amigos,
    da nossa sociedade ou da nossa educação,
  • 0:10 - 0:17
    todas as sementes são, por natureza,
    tanto individuais como coletivas."
  • 0:20 - 0:25
    Aqui temos mais um par de opostos:
  • 0:25 - 0:28
    Individual e coletivo.
  • 0:28 - 0:41
    E devemos ser capazes de transcender
    essa ideia de coletivo e individual.
  • 0:42 - 0:46
    Na manifestação,
    no mundo manifestado,
  • 0:46 - 0:55
    discernimos as coisas que são coletivas
    e as coisas que são individuais.
  • 0:59 - 1:01
    O sol...
  • 1:01 - 1:05
    o sol no céu é considerado
    algo coletivo.
  • 1:05 - 1:10
    Partilhamos igualmente o sol.
  • 1:15 - 1:22
    E o quintal da minha casa
    é considerado algo individual.
  • 1:22 - 1:30
    Sou a única pessoa que pode desfrutar
    do quintal da minha casa.
  • 1:30 - 1:34
    Então, um é individual
    e o outro é coletivo.
  • 1:36 - 1:40
    Mas, se olharmos mais profundamente, veremos que...
  • 1:40 - 1:46
    o que chamamos de coletivo não é inteiramente coletivo.
  • 1:48 - 1:53
    O mesmo sol, sim.
    Mas vivemos em países diferentes...
  • 1:53 - 1:55
    Vivemos em estados diferentes.
  • 1:55 - 1:59
    Temos diferentes tipos de clima.
  • 2:00 - 2:07
    Portanto, há o individual no coletivo.
    E há o coletivo no individual.
  • 2:08 - 2:22
    A constituição, a lei,
    é descrita como algo coletivo...
  • 2:22 - 2:25
    Todos podem usufruir da mesma constituição,
  • 2:25 - 2:28
    do mesmo conjunto de leis.
  • 2:28 - 2:33
    Mas há pessoas que sabem como tirar proveito,
  • 2:33 - 2:40
    e há aquelas que não sabem
    como tirar proveito e proteger-se.
  • 2:41 - 2:49
    Assim, o coletivo e o individual...
  • 2:49 - 2:51
    interexistem.
  • 2:56 - 3:03
    Falemos de um autocarro...
  • 3:03 - 3:07
    um autocarro onde 50 pessoas se sentam.
  • 3:07 - 3:12
    O autocarro é algo coletivo...
  • 3:14 - 3:19
    ...para essas 50 pessoas.
  • 3:19 - 3:23
    E eu tenho o meu próprio corpo,
  • 3:23 - 3:26
    que é individual.
  • 3:26 - 3:35
    E, ao continuar a olhar para outras pessoas,
    posso ver os seus corpos, os seus olhos, os seus rostos,
  • 3:35 - 3:38
    as suas roupas, tudo.
  • 3:38 - 3:46
    Mesmo que uma pessoa use uns óculos
    que lhe pertencem,
  • 3:46 - 3:51
    eu já consigo ver esses óculos.
  • 3:56 - 3:59
    Então, esses óculos, embora pertencendo a ele,
  • 3:59 - 4:04
    também os posso ver, posso percebê-los.
  • 4:09 - 4:16
    E essa pessoa não sou eu, mas, pelo facto de
    poder vê-la,
  • 4:16 - 4:21
    partilho, também partilho...
  • 4:21 - 4:28
    Posso também partilhar a sua presença.
  • 4:32 - 4:41
    Assim, aquilo que essa pessoa pensa ser
    algo individual...
  • 4:42 - 4:48
    ...tem em si a natureza do coletivo.
  • 4:50 - 4:51
    E há coisas que eu não vejo,
  • 4:51 - 4:59
    como o sistema nervoso do motorista.
  • 5:00 - 5:08
    A constituição fisiológica do motorista,
    os seus nervos ópticos...
  • 5:08 - 5:11
    ...eu não os posso ver.
  • 5:11 - 5:18
    Os nervos ópticos do motorista parecem ser
    algo estritamente individual.
  • 5:20 - 5:30
    Mas, sendo ele o meu motorista, a qualidade dos seus nervos ópticos
    pode determinar a minha segurança.
  • 5:33 - 5:39
    Portanto, os nervos ópticos do motorista
    têm algo a ver comigo.
  • 5:39 - 5:41
    Assim, não são estritamente individuais.
  • 5:41 - 5:45
    São também coletivos, até certo ponto.
  • 5:45 - 5:50
    Portanto, quando olhamos profundamente para qualquer coisa
    à nossa volta ou dentro de nós,
  • 5:50 - 5:54
    podemos descobrir se algo
    é mais coletivo...
  • 5:54 - 5:56
    ou mais individual.
  • 5:56 - 6:06
    Nada é absolutamente coletivo,
    e nada é completamente individual.
  • 6:10 - 6:13
    Suponhamos que há uma vela.
  • 6:13 - 6:23
    E a vela, ao ser acesa,
    começa a oferecer zonas de luz.
  • 6:24 - 6:27
    Aqui a luz é mais brilhante.
  • 6:27 - 6:29
    Aqui é menos brilhante.
  • 6:29 - 6:33
    E aqui é ainda menos.
  • 6:35 - 6:37
    E suponhamos que aqui...
  • 6:37 - 6:44
    temos outra vela.
    E, quando acendemos a vela...
  • 6:44 - 6:50
    ela oferece esta luz...
    desta forma.
  • 6:50 - 6:55
    Claro que esta luz é mais brilhante...
    do que aqui,
  • 6:55 - 6:59
    e mais brilhante do que aqui,
    e mais brilhante do que aqui.
  • 6:59 - 7:06
    Assim, a luz emitida por esta vela
  • 7:07 - 7:08
    ilumina esta vela.
  • 7:08 - 7:11
    Faz com que as pessoas vejam bem esta vela.
  • 7:11 - 7:16
    Mas também ilumina a outra vela.
  • 7:18 - 7:22
    E ajuda a outra vela
    a ser vista com mais clareza.
  • 7:22 - 7:27
    A outra vela já tem a sua própria luz.
  • 7:27 - 7:34
    Mas agora, ao analisarmos
    esta zona, por exemplo...
  • 7:37 - 7:41
    vemos que a luz aqui é uma luz coletiva,
  • 7:41 - 7:45
    vinda desta vela
    e vinda desta vela.
  • 7:45 - 7:52
    E, se compararmos esta zona com esta zona,
    já há uma diferença.
  • 7:52 - 7:58
    Portanto, o grau de coletividade e
    individualidade é diferente
  • 7:58 - 8:01
    em cada espaço.
  • 8:05 - 8:15
    O facto é que o coletivo contém o individual;
    o individual contém o coletivo,
  • 8:16 - 8:23
    e, se continuarmos a olhar,
    não há coletividade absoluta;
  • 8:23 - 8:26
    não há individualidade absoluta.
  • 8:26 - 8:32
    A nossa ideia de coletividade e individualidade
    são apenas ideias.
  • 8:33 - 8:40
    Consideremos o nosso cérebro dentro do nosso crânio.
  • 8:41 - 8:45
    É individual ou coletivo?
  • 8:48 - 8:50
    A forma como pensas,
  • 8:50 - 8:52
    a forma como julgas,
  • 8:53 - 8:55
    a forma como avalias,
  • 8:56 - 9:02
    a forma como gostas, a forma como odeias.
  • 9:03 - 9:08
    Olha profundamente para a natureza
    do teu gostar, do teu odiar...
  • 9:08 - 9:17
    das tuas ideias, da tua apreciação,
    da tua raiva.
  • 9:18 - 9:24
    Verás que tudo tem
    a natureza do coletivo,
  • 9:24 - 9:32
    e tudo tem também
    a natureza do individual.
  • 9:37 - 9:40
    Olha para o mercado de ações...
  • 9:41 - 9:45
    a subida e a descida do mercado de ações.
  • 9:45 - 9:51
    Quais são os elementos que determinam
    a subida e a descida destas coisas?
  • 9:53 - 9:57
    O coletivo e o individual.
  • 9:57 - 10:04
    O coletivo é feito do individual,
    e o individual é feito do coletivo.
  • 10:04 - 10:09
    O Buda disse:
    "Isto é porque aquilo é."
  • 10:09 - 10:16
    Tão simples.
    E, no entanto, tão profundo.
  • 10:27 - 10:31
    Talvez queiras fazer esta pergunta:
  • 10:32 - 10:38
    O meu alaya [consciência armazenadora]
    é diferente do teu?
  • 10:38 - 10:44
    Existe um alaya para todos,
    um alayavijñana coletivo para todos?
  • 10:44 - 10:51
    Ou há um alaya separado para cada pessoa?
  • 10:51 - 10:56
    É muito natural que faças essa pergunta.
  • 11:00 - 11:04
    Dissemos que existem pares de opostos.
  • 11:04 - 11:08
    Quando vires um par de opostos a manifestar-se,
  • 11:08 - 11:13
    tenta sempre olhar para a natureza da interexistência.
  • 11:14 - 11:19
    Isto/aquilo é outro par de opostos.
  • 11:19 - 11:22
    Eu e o não-eu,
  • 11:22 - 11:29
    tu e eu,
    pai e filho.
  • 11:33 - 11:42
    Já tivemos a oportunidade de olhar para
    a natureza da interexistência entre pai e filho.
  • 11:43 - 11:50
    Se o filho puder voltar a si mesmo,
    tocar-se profundamente,
  • 11:50 - 11:53
    olhando profundamente para dentro de si,
  • 11:53 - 11:59
    ele verá que é uma continuação
    do seu pai.
  • 12:00 - 12:14
    E mesmo que tenha sofrido tanto
    por causa do seu pai...
  • 12:15 - 12:19
    mesmo que tenha odiado o seu pai...
  • 12:19 - 12:29
    mesmo que tenha declarado que não quer
    ter nada a ver com o seu pai,
  • 12:31 - 12:34
    ele descobrirá que é a continuação do seu pai.
  • 12:34 - 12:38
    Ele não pode retirar o pai de dentro de si.
  • 12:38 - 12:42
    Como poderia?
    Ele é a continuação do seu pai.
  • 12:42 - 12:46
    Ele é o seu pai.
  • 12:49 - 12:53
    Assim, o desejo de não querer
    ter nada a ver com o pai
  • 12:53 - 12:56
    é apenas uma ilusão.
  • 12:56 - 12:59
    Porque tu és a continuação do teu pai.
  • 12:59 - 13:01
    Tu és o teu pai.
  • 13:01 - 13:05
    Há uma coisa em ti que precisa ser trabalhada:
  • 13:05 - 13:08
    esse tipo de raiva,
    esse tipo de ódio,
  • 13:08 - 13:14
    que nasce da tua ignorância,
    da tua ilusão.
  • 13:16 - 13:20
    Pai e filho são um par de opostos.
  • 13:20 - 13:24
    E, se olhares profundamente para
    a natureza de pai e filho,
  • 13:24 - 13:29
    descobrirás a natureza da interexistência.
  • 13:32 - 13:36
    Eu e não-eu
  • 13:36 - 13:40
    é outro par de opostos.
  • 13:42 - 13:48
    Dissemos que o eu é feito de
    elementos não-eu.
  • 13:48 - 13:52
    E essa afirmação pode ser muito útil
  • 13:52 - 14:01
    para que possamos ter a oportunidade
    de olhar profundamente, tocar profundamente o eu,
  • 14:01 - 14:07
    descobriremos que o eu é feito
    de nada além de elementos não-eu.
  • 14:09 - 14:12
    Outro conceito:
  • 14:12 - 14:16
    dentro e fora.
  • 14:17 - 14:23
    Talvez queiras perguntar:
    onde está a nossa consciência armazenadora?
  • 14:23 - 14:28
    Está dentro do corpo
    ou fora do corpo?
  • 14:33 - 14:45
    Vimos que cada célula do nosso corpo contém
    todas as características, todos os elementos,
  • 14:45 - 14:55
    todas as experiências, todas as alegrias, todos os sofrimentos
    de muitas gerações de antepassados.
  • 14:56 - 15:02
    Com apenas uma célula
    do nosso corpo,
  • 15:02 - 15:08
    podemos criar uma réplica de nós mesmos.
  • 15:09 - 15:12
    E é possível dizer que...
  • 15:12 - 15:20
    alayavijñana, a nossa consciência armazenadora,
    pode ser tocada dentro de cada célula do nosso corpo.
  • 15:20 - 15:25
    Todos os genes...
  • 15:26 - 15:34
    os genes em nós, podemos descrevê-los
    como sementes, como bijas...
  • 15:35 - 15:37
    propriedades.
  • 15:37 - 15:45
    São propriedades
    que podem ser reconhecidas,
  • 15:47 - 15:48
    podem ser tocadas.
  • 15:49 - 15:55
    Os talentos, a felicidade,
    o sofrimento...
  • 15:55 - 16:02
    de todos os nossos antepassados podem ser reconhecidos
    dentro de cada célula do nosso corpo.
  • 16:02 - 16:07
    Então, é possível dizermos que...
  • 16:07 - 16:14
    a consciência armazenadora pode ser encontrada
    em cada célula do nosso corpo.
  • 16:17 - 16:20
    Mas também sabemos...
  • 16:20 - 16:28
    que o dentro é feito do fora.
  • 16:28 - 16:36
    Ao tocarmos o nosso corpo,
    reconhecemos o elemento água,
  • 16:36 - 16:41
    o elemento calor,
    o elemento ar,
  • 16:41 - 16:46
    o elemento terra dentro de nós.
  • 16:46 - 16:50
    E sabemos que esses quatro elementos...
  • 16:50 - 16:55
    estão fora do nosso corpo...
  • 16:55 - 17:07
    e que, se continuarmos a tocar profundamente,
    perceberemos que o sol é o meu segundo coração.
  • 17:08 - 17:12
    O meu primeiro coração parece estar dentro do meu corpo.
  • 17:12 - 17:16
    E eu sei que, se o meu primeiro coração
    parar de funcionar,
  • 17:16 - 17:19
    morrerei imediatamente.
  • 17:19 - 17:22
    Mas o sol é o meu segundo coração,
    brilhando no céu.
  • 17:22 - 17:27
    Se o sol parar,
    também morrerei imediatamente.
  • 17:27 - 17:33
    Por isso, "O Sol, Meu Coração"
    é o título de um dos meus livros.
  • 17:34 - 17:37
    Tenho um coração fora do meu corpo.
  • 17:37 - 17:40
    Talvez o meu corpo seja maior do que isto.
  • 17:40 - 17:43
    O meu corpo é o próprio cosmos.
  • 17:43 - 17:49
    Na outra noite, eu disse:
    um pedaço de pão que comemos...
  • 17:49 - 17:57
    ...é o corpo do cosmos.
    Cada um de nós é também o corpo do cosmos.
  • 18:00 - 18:05
    Não estamos limitados ao nosso corpo.
    E quando morremos,
  • 18:05 - 18:10
    não morremos.
    E sabemos que o nosso corpo não somos nós.
  • 18:10 - 18:14
    Somos mais do que este corpo.
  • 18:15 - 18:20
    Então, onde está alaya?
  • 18:20 - 18:25
    Podemos dizer que alaya está
    em cada célula do nosso corpo,
  • 18:25 - 18:31
    e também podemos dizer que
    alaya está fora do nosso corpo.
  • 18:32 - 18:40
    A ideia de fora e dentro é também
    um par de opostos a ser transcendido.
  • 18:43 - 18:48
    Estamos sentados aqui na posição de lótus
    ou meia posição de lótus.
  • 18:50 - 18:54
    Estamos confiantes de que esta direção...
  • 18:54 - 19:00
    é o acima
  • 19:00 - 19:06
    e esta é a direção do abaixo.
  • 19:07 - 19:14
    Mas outras pessoas que praticam meditação sentada
    do outro lado do planeta
  • 19:14 - 19:15
    não concordariam.
  • 19:15 - 19:19
    Não diriam que isto é o seu acima.
  • 19:19 - 19:21
    Isto é o seu abaixo.
  • 19:21 - 19:29
    Portanto, a ideia de abaixo e acima
    não pode ser aplicada ao cosmos.
  • 19:30 - 19:37
    Porque abaixo e acima é também
    outro par de opostos.
  • 19:38 - 19:43
    Seria muito útil
    se treinássemos o nosso olhar desta forma.
  • 19:43 - 19:46
    O acima contém o abaixo;
  • 19:46 - 19:48
    o abaixo contém o acima.
  • 19:48 - 19:55
    O dentro pode ser tocado no fora;
    o fora pode ser tocado no dentro.
  • 19:55 - 19:57
    Estamos presos em ideias.
  • 19:57 - 20:06
    E é por isso que é difícil para nós
    tocar a realidade última.
Title:
Our Mind, Individual & Collective | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
Description:

more » « less
Video Language:
English
Duration:
20:07

Portuguese subtitles

Revisions