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Epigenética e a influência dos nossos genes | Courtney Griffins | TEDxOU

  • 0:08 - 0:11
    Há nove anos, eu estava
    em um consultório médico,
  • 0:12 - 0:17
    contemplando o debate entre inato
    versus adquirido de uma nova perspectiva.
  • 0:17 - 0:20
    Eu me formei como geneticista
  • 0:20 - 0:23
    e passei a minha carreira
    manipulando DNA
  • 0:23 - 0:27
    e vendo as profundas consequências
    em um laboratório,
  • 0:27 - 0:32
    por isso, sempre apostei mais no inato,
    ou o lado genético do debate.
  • 0:32 - 0:37
    Mas, quando meu médico me contou
    que estava grávida de gêmeos idênticos,
  • 0:38 - 0:42
    eu me dei conta que a minha convicção
    estava para ser colocada em teste.
  • 0:43 - 0:48
    Para começar, não tínhamos planejado
    dois boletos para creche de uma vez só.
  • 0:49 - 0:53
    comecei a imaginar meio que brincando
    quais seriam as consequências
  • 0:53 - 0:56
    se talvez nós mandássemos
    só um gêmeo para a creche
  • 0:56 - 1:00
    e talvez escondêssemos o outro na minha
    gaveta do escritório durante o dia.
  • 1:00 - 1:02
    (Risos)
  • 1:02 - 1:06
    Apesar do DNA idêntico,
    de alguma forma eu duvidava
  • 1:06 - 1:10
    que as coisas sairiam bem
    para o gêmeo na gaveta do escritório.
  • 1:10 - 1:12
    (Risos)
  • 1:14 - 1:17
    Gêmeos idênticos têm tido
    um grande impacto
  • 1:17 - 1:21
    na compreensão dos cientistas
    em o que é inato e adquirido.
  • 1:21 - 1:25
    Estudos sobre gêmeos idênticos
    que são separados ao nascimento
  • 1:25 - 1:30
    e criados em famílias separadas
    têm nos ajudado a entender
  • 1:30 - 1:35
    diferentes traços que são
    mais afetados pela natureza, ou DNA,
  • 1:35 - 1:39
    do que pela criação,
    ou ambiente doméstico.
  • 1:39 - 1:44
    Por exemplo, alguns traços,
    como QI ou tendências criminosas,
  • 1:44 - 1:49
    são mais afetados pelo seu DNA
    do que a casa em que você foi criado.
  • 1:49 - 1:53
    Por outro lado, outros traços,
    como depressão em homens,
  • 1:53 - 1:56
    ou a sua preferência
    por um determinado partido político,
  • 1:56 - 2:01
    são mais influenciados
    pelo seu meio do que pelo seus genes.
  • 2:02 - 2:07
    Mas e os gêmeos idênticos que são criados
    no mesmo ambiente doméstico?
  • 2:07 - 2:11
    A natureza e criação deles
    são praticamente as mesmas.
  • 2:12 - 2:16
    E ainda assim, qualquer pai
    de gêmeos idênticos, até eu,
  • 2:16 - 2:20
    pode rapidamente apontar
    as diferenças entre suas crianças.
  • 2:20 - 2:24
    Um gêmeo pode ter preferência
    por algum tipo de comida,
  • 2:24 - 2:29
    ou ter aptidão para algum esporte
    ou instrumento musical.
  • 2:31 - 2:36
    E, às vezes, diferentes questões
    de saúde podem surgir nessas crianças.
  • 2:37 - 2:40
    Por exemplo, existem relatos de autismo,
  • 2:40 - 2:44
    ou asma, ou transtorno bipolar
  • 2:44 - 2:49
    surgindo cedo em um dos gêmeos
    enquanto o outro não é afetado.
  • 2:49 - 2:54
    Como explicamos essas diferenças,
    dado que o DNA dessas crianças é idêntico?
  • 2:55 - 2:59
    E em grande parte,
    a criação deles também é a mesma.
  • 3:00 - 3:05
    Bem, acontece que algumas
    dessas diferenças podem ser explicadas
  • 3:05 - 3:11
    por uma terceira influência bem poderosa
    em nossa vida, além da natureza e criação.
  • 3:11 - 3:13
    É a epigenética.
  • 3:13 - 3:17
    Eu vou falar com vocês hoje
    sobre o que é epigenética
  • 3:17 - 3:22
    e como ela impacta a sua vida, mesmo
    se você não tiver um irmão gêmeo idêntico.
  • 3:23 - 3:28
    Antes de falar sobre epigenética,
    temos que considerar o nosso DNA
  • 3:28 - 3:31
    e como ele se encaixa em nossas células
  • 3:31 - 3:36
    porque, acreditem ou não,
    das 50 trilhões de células no seu corpo,
  • 3:36 - 3:40
    cada uma contém quase
    dois metros lineares de DNA.
  • 3:40 - 3:45
    Se nós o esticássemos, seria tão comprido
    quanto um homem bem alto.
  • 3:45 - 3:50
    Como é possível todo
    esse material genético caber
  • 3:50 - 3:55
    em algo do tamanho de um núcleo celular,
    que é 400 mil vezes menor?
  • 3:56 - 4:01
    A resposta é que fazemos isso
    enrolando nosso DNA
  • 4:01 - 4:04
    em volta de grupos
    de proteínas chamadas histonas.
  • 4:04 - 4:08
    Podemos pensar nas histonas
    como carretéis moleculares.
  • 4:08 - 4:13
    Há cerca de 30 milhões desses carretéis
    em cada uma das nossas células.
  • 4:13 - 4:18
    Isso ajuda a explicar como uma quantidade
    enorme de DNA cabe num espaço tão pequeno.
  • 4:19 - 4:25
    Nós chamamos o conjunto
    dessas histonas e DNA de cromatina.
  • 4:25 - 4:27
    Apesar de a cromatina resolver
  • 4:27 - 4:30
    o grande problema de armazenamento
    que a célula tem,
  • 4:30 - 4:33
    ela também traz um novo
    problema para a célula,
  • 4:34 - 4:36
    que é a acessibilidade do DNA.
  • 4:37 - 4:43
    Lembrem-se de que as unidades funcionais
    do DNA são os genes codificados nele.
  • 4:44 - 4:46
    Eles são as instruções para a célula:
  • 4:46 - 4:50
    são eles que dizem para as células
    o que fazer e o que se tornar
  • 4:50 - 4:55
    e mesmo assim, quando esses genes
    estão compactados em cromatina,
  • 4:55 - 5:00
    a célula não é capaz de lê-los;
    eles poderiam nem estar ali.
  • 5:01 - 5:04
    É aí que entra a epigenética.
  • 5:05 - 5:10
    "Epi" significa "no topo de"
    e "genética", nossos "genes",
  • 5:10 - 5:13
    se refere literalmente
    a uma série de instruções
  • 5:13 - 5:17
    que está no topo do nosso DNA
    e nossas histonas.
  • 5:18 - 5:24
    Marcadores epigenéticos são pequenas
    etiquetas químicas na nossa cromatina
  • 5:24 - 5:28
    que podem ajudar a instruí-la
    se deve se compactar ou se descompactar.
  • 5:28 - 5:31
    Essas instruções podem afetar
  • 5:31 - 5:36
    como a célula lê os genes subjacentes
    codificados no DNA.
  • 5:36 - 5:38
    Então, para mostrar isso esquematicamente,
  • 5:38 - 5:42
    alguns marcadores epigenéticos,
    aqui em vermelho,
  • 5:42 - 5:45
    podem ajudar a condensar a cromatina.
  • 5:45 - 5:49
    Quando eles fazem isso,
    eles escondem os genes subjacentes,
  • 5:49 - 5:51
    impedindo que a célula consiga lê-los.
  • 5:51 - 5:53
    Eles desligam esses genes.
  • 5:54 - 5:57
    Outros marcadores epigenéticos,
    mostrados aqui em verde,
  • 5:57 - 5:59
    podem ajudar a descondensar a cromatina.
  • 5:59 - 6:03
    Quando eles fazem isso,
    o gene se torna acessível à célula,
  • 6:03 - 6:05
    e a célula consegue lê-lo e ligá-lo.
  • 6:06 - 6:12
    Esses tipos de marcadores epigenéticos
    têm muita influência na nossa biologia.
  • 6:13 - 6:15
    Considerem, por exemplo,
  • 6:15 - 6:18
    o que torna nossas células
    diferentes umas das outras,
  • 6:18 - 6:21
    o que faz com que elas pareçam
    e se comportem de modo diferente,
  • 6:21 - 6:26
    o que faz uma célula muscular,
    por exemplo, ser diferente de um neurônio?
  • 6:26 - 6:31
    Afinal, essas células contêm
    exatamente o mesmo DNA,
  • 6:32 - 6:37
    mas são as instruções epigenéticas
    que as ajudam a dizer
  • 6:37 - 6:40
    quais genes ligar e quais desligar.
  • 6:41 - 6:46
    Com esses diferentes genes em jogo,
    elas podem se tornar células diferentes.
  • 6:47 - 6:51
    Vocês devem estar se perguntando
    quando a informação epigenética
  • 6:51 - 6:53
    é estabelecida na nossa cromatina?
  • 6:54 - 6:58
    A resposta é que muito disso acontece
    durante o desenvolvimento embrionário.
  • 6:59 - 7:03
    Curiosamente, quando somos concebidos,
  • 7:03 - 7:08
    e somos apenas um agrupado de algumas
    células embrionárias indiferenciadas,
  • 7:08 - 7:12
    com potencial para se tornar
    qualquer tipo de célula no nosso corpo,
  • 7:12 - 7:15
    a nossa cromatina não tinha
    muitos marcadores epigenéticos.
  • 7:16 - 7:19
    Apenas quando as nossas células
    começam a se dividir
  • 7:19 - 7:23
    e recebem sinais e informação
    de células vizinhas,
  • 7:24 - 7:27
    é que os marcadores epigenéticos
    começam a acumular,
  • 7:27 - 7:30
    e então os genes começam
    a serem ligados e desligados,
  • 7:30 - 7:34
    e a célula muscular
    se torna diferente de um neurônio.
  • 7:34 - 7:38
    Isso me leva a um importante
    ponto sobre epigenética.
  • 7:39 - 7:44
    Os marcadores epigenéticos
    podem ser influenciados pelo ambiente.
  • 7:45 - 7:50
    Quando eu digo ambiente,
    não me refiro apenas às células vizinhas
  • 7:50 - 7:52
    que dizem a um neurônio
    para se tornar um neurônio.
  • 7:52 - 7:57
    Eu também me refiro ao ambiente
    fora do desenvolvimento do embrião.
  • 7:58 - 8:03
    A comida que a mãe come,
    ou as vitaminas pré-natais que ela toma,
  • 8:03 - 8:05
    ou os cigarros que ela fuma,
  • 8:05 - 8:10
    ou o estresse que ela encontra
    em casa ou no trabalho,
  • 8:10 - 8:14
    podem todos ser transmitidos
    como sinais químicos
  • 8:14 - 8:18
    pela corrente sanguínea
    para o feto em desenvolvimento,
  • 8:18 - 8:21
    e podem se estabelecer
    como marcadores genéticos
  • 8:21 - 8:26
    que afetam os genes do próprio feto
    e a sua saúde em longo termo.
  • 8:27 - 8:30
    Isso foi mostrado experimentalmente
    em camundongos.
  • 8:31 - 8:36
    Camundongos têm um gene chamado agouti,
    que os tornam obesos e amarelos
  • 8:36 - 8:40
    e suscetíveis a doenças,
    como câncer e diabetes.
  • 8:41 - 8:45
    Esse gene e essas características
    podem ser passados adiante
  • 8:45 - 8:50
    de geração em geração através do DNA
    de maneira que uma mãe agouti
  • 8:50 - 8:56
    procriará uma prole obesa,
    amarela e suscetível a doenças,
  • 8:56 - 8:59
    se essa prole tiver o gene agouti.
  • 8:59 - 9:02
    Uma coisa interessante sobre esse gene
  • 9:02 - 9:08
    é que pode ser desligado, se marcadores
    epigenéticos silenciadores acumularem
  • 9:08 - 9:09
    ao seu redor.
  • 9:10 - 9:14
    Se uma mãe agouti grávida recebe uma dieta
  • 9:14 - 9:19
    suplementada com esses
    marcadores epigenéticos silenciadores,
  • 9:19 - 9:24
    esses marcadores serão quimicamente
    transmitidos para o DNA do seu embrião,
  • 9:24 - 9:29
    e vão se acumular ao redor do gene agouti
    e efetivamente desligá-lo.
  • 9:29 - 9:32
    O embrião dela manterá esses marcadores,
  • 9:32 - 9:35
    e ele vai nascer e crescer
  • 9:35 - 9:39
    para se tornar um camundongo adulto
    magro, marrom e saudável.
  • 9:40 - 9:44
    Mesmo essa mãe
    sendo geneticamente idêntica
  • 9:44 - 9:47
    em relação ao DNA a ambas as proles,
  • 9:47 - 9:51
    podemos ver que a dieta que ela
    consumiu durante a gravidez
  • 9:51 - 9:56
    pode afetar a saúde
    e a aparência da sua prole.
  • 9:56 - 10:00
    Isso, claro, tem implicações
    além do mundo dos camundongos,
  • 10:00 - 10:03
    porque estudos em humanos mostraram
  • 10:03 - 10:06
    que uma mulher que não se alimentam bem
    durante a gravidez,
  • 10:06 - 10:10
    que come comidas ruins, terão crianças
  • 10:10 - 10:15
    mais suscetíveis a desenvolver
    obesidade e doenças cardiovasculares.
  • 10:15 - 10:18
    Do mesmo modo, se a mulher
    fumar durante a gravidez,
  • 10:18 - 10:23
    seus filhos crescerão
    com maior chance de desenvolver asma.
  • 10:23 - 10:28
    Acredita-se que essas correlações entre
    comportamento maternal durante a gravidez
  • 10:28 - 10:31
    e consequências para a saúde
    no longo termo para os filhos
  • 10:31 - 10:34
    estejam relacionadas pela epigenética,
  • 10:34 - 10:37
    como o que viram aqui
    no caso dos camundongos.
  • 10:38 - 10:42
    Outro ponto importante sobre epigenética
  • 10:42 - 10:45
    é que esses tipos de marcadores
    podem ser transmitidos
  • 10:45 - 10:48
    não apenas da mãe grávida para o feto,
  • 10:48 - 10:51
    mas também de geração em geração
  • 10:51 - 10:56
    se esses marcadores são
    desligados no nosso esperma ou óvulos.
  • 10:56 - 10:59
    Portanto, se você está na plateia
    e não está grávida,
  • 10:59 - 11:02
    e nem pensando em engravidar, pense nisso,
  • 11:02 - 11:06
    porque as decisões de estilo de vida
    que você faz hoje
  • 11:06 - 11:09
    ainda podem afetar futuras gerações.
  • 11:10 - 11:16
    Por exemplo, um estudo de longo termo
    conduzido na Suécia e Inglaterra
  • 11:16 - 11:21
    mostrou que garotos jovens
    que comeram demais ou começaram a fumar
  • 11:21 - 11:26
    durante seus anos de pré-adolescência,
    quando o esperma começa a se desenvolver,
  • 11:26 - 11:32
    tiveram filhos e netos com longevidade
    significativamente mais curta.
  • 11:33 - 11:35
    Acredita-se que marcadores epigenéticos
  • 11:35 - 11:39
    que foram transmitidos
    pela dieta e hábito de fumo deles,
  • 11:39 - 11:44
    afetou a saúde em longo termo
    das gerações futuras deles.
  • 11:44 - 11:48
    Esse tipo de informação epigenética,
    também pode ser passada, claro,
  • 11:48 - 11:51
    pelas mulheres pra suas filhas e netas,
  • 11:51 - 11:55
    se os marcadores epigenéticos
    estabelecem-se nos óvulos delas.
  • 11:55 - 12:00
    A ideia de herança transgeracional
    dos marcadores epigenéticos
  • 12:00 - 12:05
    é ainda debatida e estudada no caso
    dos humanos, mas eu devo acrescentar
  • 12:05 - 12:10
    que em organismos não humanos,
    camundongos, moscas, minhocas,
  • 12:10 - 12:14
    existe um monte de evidências
    que mantém a veracidade dessa teoria.
  • 12:14 - 12:19
    Está sendo mostrado em laboratório
    que ao longo de dezenas de gerações,
  • 12:19 - 12:22
    os marcadores epigenéticos
    podem ser passados adiante.
  • 12:23 - 12:28
    Outra coisa sobre os marcadores que é bom
    saber, é que eles não nos afetam
  • 12:28 - 12:30
    apenas quando somos um embrião
    em desenvolvimento,
  • 12:30 - 12:35
    ou quando o esperma e óvulo
    que nos concebeu estava se desenvolvendo;
  • 12:35 - 12:38
    eles podem nos afetar
    depois do nosso nascimento.
  • 12:38 - 12:42
    Isso é bastante relevante
    quando pensamos no nosso cérebro
  • 12:42 - 12:46
    que continua a crescer
    e desenvolver durante nossa vida.
  • 12:46 - 12:48
    Vejam esse exemplo com ratos.
  • 12:48 - 12:53
    Ratos têm um gene chamado
    receptor de glucocorticoide
  • 12:53 - 12:58
    e ele pode ser expresso, ou lido,
    em uma certa região do cérebro do rato.
  • 12:58 - 13:03
    Quando isso ocorre, ele ajuda o rato
    a lidar com situações de estresse.
  • 13:03 - 13:06
    Quanto mais receptores o rato tiver
    nessa região do cérebro,
  • 13:06 - 13:09
    melhor ele vai lidar com estresse.
  • 13:09 - 13:13
    Existem estudos que mostraram
    que as interações
  • 13:13 - 13:18
    entre a mãe rato e seus filhotes
    durante a primeira semana de vida
  • 13:18 - 13:23
    pode ter consequências de longo termo
    para quantos receptores de glucocorticoide
  • 13:23 - 13:26
    esses filhotes vão ter
    no cérebro deles quando adultos
  • 13:26 - 13:29
    e, portanto, o quanto melhor
    vão lidar com estresse.
  • 13:29 - 13:31
    É assim que isso funciona.
  • 13:32 - 13:36
    Quando filhotes de ratos nascem,
    o gene receptor de glucocorticoide
  • 13:36 - 13:41
    é envolvido por um número desses
    marcadores epigenéticos silenciadores.
  • 13:41 - 13:44
    Eles efetivamente desligam o gene.
  • 13:44 - 13:50
    Porém, se a mãe rato lamber
    e acariciar bastante os seus filhotes,
  • 13:50 - 13:54
    basicamente cuidar bem deles,
    durante a primeira semana da vida deles,
  • 13:54 - 13:59
    esses marcadores epigenéticos
    podem ser removidos do gene.
  • 13:59 - 14:03
    Isso permite que o gene receptor
    de glucocorticoide seja ligado de novo,
  • 14:03 - 14:08
    e continua ligado no cérebro deles
    durante o resto da vida.
  • 14:08 - 14:10
    Eles crescem tornando-se
    animais bem ajustados
  • 14:10 - 14:12
    que lidam bem com estresse.
  • 14:14 - 14:17
    Se uma mãe rato ignora seus filhotes
  • 14:18 - 14:19
    (Risos)
  • 14:19 - 14:24
    o gene do receptor de glucocorticoide
    vai manter esses marcadores silenciadores,
  • 14:24 - 14:30
    eles não vão embora, e vão ficar no
    cérebro dos filhotes durante a vida deles.
  • 14:30 - 14:34
    Esses ratos serão bastante
    ansiosos em situações de estresse.
  • 14:36 - 14:40
    Isso traz um ponto bastante
    encorajador sobre epigenética
  • 14:40 - 14:44
    que é a reversibilidade desses marcadores.
  • 14:44 - 14:47
    Se você está sentado na plateia,
  • 14:47 - 14:50
    amaldiçoando seus pais e seus avós
  • 14:50 - 14:54
    por más escolhas de estilo de vida deles,
    ou pela falta de lambidas e carícias
  • 14:54 - 14:56
    (Risos)
  • 14:56 - 15:00
    que você recebeu quando era bebê, anime-se
  • 15:00 - 15:03
    porque cientistas estão fazendo
    um tremendo progresso
  • 15:03 - 15:08
    em criar remédios que podem reverter
    marcadores epigenéticos tóxicos
  • 15:08 - 15:11
    para ajudar a combater certas doenças.
  • 15:11 - 15:16
    Isso é especialmente promissor
    no caso de alguns cânceres
  • 15:16 - 15:21
    que são afetados ou ligados
    por marcadores epigenéticos anômalos.
  • 15:22 - 15:24
    É assim que isso pode funcionar.
  • 15:24 - 15:28
    Nosso corpo tem alguns genes
    chamados genes supressores de tumor.
  • 15:29 - 15:35
    O trabalho desses genes é proteger
    as células pra não se tornarem cancerosas.
  • 15:35 - 15:41
    Mas, se muitos marcadores epigenéticos
    silenciadores começam a acumular em volta,
  • 15:41 - 15:43
    os genes são desligados
  • 15:43 - 15:47
    e não podem mais realizar
    seu trabalho de proteção da célula.
  • 15:48 - 15:53
    Então, cientistas desenvolveram drogas,
    que tiveram aprovação da FDA,
  • 15:53 - 15:58
    e estão em testes clínicos,
    que podem mirar nesses marcadores,
  • 15:58 - 16:03
    efetivamente removendo-os
    dos genes supressores de tumor
  • 16:03 - 16:08
    e permitindo que esses genes voltem
    ao seu trabalho de proteger a célula.
  • 16:08 - 16:10
    Imaginem só.
  • 16:10 - 16:14
    Isso é um grande desvio
    da terapia do câncer tradicional.
  • 16:14 - 16:18
    Historicamente, sempre nos concentramos
    em matar as células cancerígenas.
  • 16:18 - 16:24
    Isso, porém, está tendo uma abordagem
    em recuperar o estado original da célula,
  • 16:24 - 16:27
    relembrando-as daquilo
    que e elas deveriam fazer.
  • 16:27 - 16:32
    Esse tipo de abordagem terapêutica
    está mostrando grandes perspectivas
  • 16:32 - 16:35
    em termos de outras doenças,
    além do câncer,
  • 16:35 - 16:41
    doenças que são afetadas de modo similar
    por marcadores epigenéticos anômalos,
  • 16:41 - 16:45
    como diabetes, lúpus, asma
  • 16:45 - 16:50
    e alguns distúrbios neurológicos,
    como doença de Huntington e Alzheimer.
  • 16:51 - 16:55
    Eu sou otimista que esse tipo de terapia
    trará grandes perspectivas
  • 16:55 - 16:58
    para a nossa saúde nos próximos anos,
  • 16:58 - 17:02
    mas devo alertar que um dos desafios
    enquanto vamos em frente
  • 17:02 - 17:08
    é descobrir como direcionar esses
    medicamentos para os marcadores tóxicos
  • 17:08 - 17:13
    e, ao mesmo tempo, preservar os benéficos,
    que ajudam a manter nossa saúde.
  • 17:14 - 17:17
    Quero concluir enfatizando
  • 17:17 - 17:23
    que há coisas que podemos fazer agora para
    influenciar nosso epigenoma positivamente.
  • 17:23 - 17:28
    Não é tarde demais para começar
    a comer alimentos mais saudáveis
  • 17:28 - 17:31
    que já sabemos que nos fazem bem,
  • 17:31 - 17:37
    como vegetais folhosos, grãos integrais,
    evitar cigarros, cocaína, estresse,
  • 17:37 - 17:40
    tudo que foi mostrado experimentalmente
  • 17:40 - 17:44
    que afeta nosso epigenoma negativamente.
  • 17:45 - 17:47
    Essas são coisas que você pode fazer
  • 17:47 - 17:51
    para impactar seus genes
    e sua saúde de longo termo.
  • 17:51 - 17:54
    E se não for incentivo o bastante,
  • 17:54 - 17:59
    elas também podem impactar a saúde
    dos seus futuros filhos e netos.
  • 17:59 - 18:05
    Acredito que esse conceito, de que podemos
    impactar nossos genes positivamente,
  • 18:05 - 18:08
    é realmente profundo e empoderador
  • 18:08 - 18:10
    porque sempre trabalhamos sob a suposição
  • 18:10 - 18:15
    de que nossos genes são inalteráveis,
    que estão além da nossa influência.
  • 18:15 - 18:20
    Gostaria de terminar hoje,
    desafiando vocês, e a mim mesma,
  • 18:20 - 18:23
    a aproveitar a oportunidade
    que está diante de nós
  • 18:23 - 18:27
    de impactar a nossa saúde
    de longo termo positivamente,
  • 18:27 - 18:33
    tratando do nosso epigenoma com cuidado,
    com decisões de estilo de vida saudáveis.
  • 18:33 - 18:34
    Obrigada.
  • 18:34 - 18:36
    (Aplausos)
Title:
Epigenética e a influência dos nossos genes | Courtney Griffins | TEDxOU
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Porque queremos entender quais genes são necessários para o desenvolvimento de vasos sanguíneos, Courtney Griffin estuda algumas enzimas que ajudam a ligar e desligar genes. Essas enzimas estão especialmente envolvidas em relaxar o DNA que normalmente está bem enrolado nas nossas células.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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