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A corrida contra o câncer | Riley Senft | TEDxLondonBusinessSchool 2012

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    Oi, sou o Riley.
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    Sou um anestesista de Vancouver,
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    e no verão passado percorri o Canadá.
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    A minha história começa em 2007
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    quando meu pai foi diagnosticado
    com câncer de próstata.
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    Ele fez uma cirurgia para tirar
    a próstata na primavera de 2008.
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    Pouco tempo depois,
    meu avô morreu de câncer de próstata,
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    e em 6 meses,
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    dois de meus melhores amigos
    foram diagnosticados com a doença.
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    Dezoito meses depois,
    o câncer do meu pai voltou.
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    Num espaço de tempo de dois,
    dois anos e meio,
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    o câncer de próstata
    se jogou na minha vida,
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    e se tornou boa parte dela.
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    Não era o que eu esperava,
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    não tinha ouvido falar muito dele,
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    e tinha algo que sentia,
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    queria combater essa doença
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    e conscientizar as pessoas sobre ela.
  • 1:16 - 1:21
    O câncer de próstata não afeta
    só a minha família, e como devem saber,
  • 1:21 - 1:22
    é um câncer bem comum.
  • 1:22 - 1:27
    Na verdade, um em cada seis homens
    terá câncer de próstata.
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    É mais comum que o câncer de mama.
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    As pessoas que tiverem,
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    nessa sala deve haver umas 300 pessoas,
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    Se 150 do total for homem,
  • 1:43 - 1:46
    vinte e cinco de vocês
    terão câncer de próstata.
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    Desses 25, quatro morrerão disso.
  • 1:51 - 1:55
    E os que não morrerem,
    não escapam por completo,
  • 1:55 - 1:58
    a cirurgia e o tratamento
    do câncer de próstata
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    podem trazer complicações desvastadoras
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    como impotência, incontinência urinária
    e depressão.
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    É claro que não afeta apenas os homens,
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    todas as mulheres que estão aqui
    têm pais, irmãos, filhos,
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    é algo que afeta toda a família.
  • 2:14 - 2:18
    Decidi tomar uma atitude a esse respeito,
  • 2:18 - 2:20
    e correr pelo Canadá
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    foi a melhor ideia que tive
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    para poder conscientizar as pessoas.
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    Em maio de 2011, parti de uma ilha pequena
    que pode ser vista
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    do lado direito do mapa;
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    que se chama Cabo da Esperança
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    é o ponto mais oriental
    da América do Norte.
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    Corri 70 km por dia
    durante 5 meses para chegar a Vancouver.
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    Se usarmos a Europa como base,
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    é como correr de Londres até Moscou,
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    e correr tudo de volta.
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    (Risos)
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    e depois correr 600 km em direção ao norte
    até Edimburgo.
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    Foi uma corrida e tanto,
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    mas só a corrida não seria suficiente,
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    precisava que as pessoas soubessem
    do que eu estava fazendo.
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    Criei uma instituição de caridade
    "Step into Action"
  • 3:14 - 3:18
    para que os homens tomassem uma atitude
    e fizessem o teste de câncer.
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    Tinhamos uma verba
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    de um Centro de Pesquisa
    de Câncer de Próstata
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    que foi um dos primeiros
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    centros de pesquisa
    de câncer de próstata no mundo,
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    mas isso não era o bastante
    para que ficássemos conhecidos.
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    Assim como todo mundo,
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    precisávamos de um bom slogan.
  • 3:38 - 3:42
    Uma das dificuldades do câncer de próstata
    é fazer um homem ir ao médico
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    quando ele está saudável
    e sem apresentar sintomas.
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    Se tentar levá-lo ao médico
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    e disser que fará um exame de próstata
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    (Risos)
  • 3:50 - 3:51
    fica mais difícil ainda.
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    Foi pensando nisso,
    que chegamos ao slogan:
  • 3:55 - 3:57
    "Um dedo pode salvar sua vida."
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    (Risos)
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    Passei o último verão dando dedo
    para o câncer de próstata.
  • 4:02 - 4:04
    (Risos)
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    Criamos todos os materias
    de propaganda possíveis,
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    distribuímos cartões com informações,
  • 4:09 - 4:14
    criamos gravatas, broches e pulseiras.
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    Também fizemos crachás e buttons.
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    Fomos a todos os jornais,
    programas de TV e rádio
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    que nos receberiam.
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    Fizemos de tudo
    para conscientizar as pessoas.
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    E o que começou
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    como uma campanha de conscientização,
    se tornou a maior aventura da minha vida.
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    Quando comecei, não sabia o que esperar
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    mas assim que o projeto foi crescendo
    foi ficando ainda melhor.
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    Conheci milhares de sobreviventes
    do câncer de próstata,
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    o que foi ótimo para a minha psique.
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    Eu pude fazer a minha parte...
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    Adoro esportes e pude participar dos shows
    que acontecem no intervalo
  • 4:58 - 5:00
    de jogos de futebol americano,
    e nos jogos de hóquei,
  • 5:00 - 5:04
    e com essa mídia conseguimos atingir
    centenas de milhares de homens.
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    Com esse estímulo, na chegada à Vancouver,
    minha cidade natal,
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    tinha polícia e escolta de bombeiros,
    e eu achei o máximo.
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    (Risos)
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    Enquanto eu corria por Vancouver,
    a Pira Olímipica foi reacesa,
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    e no fim da corrida
    pulei no Oceano Pacífico,
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    tinham 1200 crianças da escola que estudei
  • 5:27 - 5:30
    Foi simplesmente incrível.
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    Mas com certeza,
    não foi só uma experiência divertida.
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    Foi extenuante e monótono;
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    quando corremos de 7 a 8 horas por dia
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    as músicas do iTunes acabam bem rápido.
  • 5:41 - 5:43
    (Risos)
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    E muitos fatores dificultaram a corrida,
    como as montanhas,
  • 5:51 - 5:53
    que são muitas no Canadá.
  • 5:53 - 5:55
    Vocês devem ter ouvido falar
    das Montanhas Rochosas.
  • 5:55 - 5:57
    (Risos)
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    Sem falar do calor e da umidade.
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    Fazia uns 44°C
    com uma umidade de 80 a 90%,
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    Eu tinha que torcer minha roupa
    a cada 2 ou 3 km.
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    E tinha muito vento,
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    me deslocava de leste a oeste,
    indo contra ele,
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    e às vezes tinha que ficar atrás do carro
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    para poder continuar correndo.
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    E a fome, eu sempre tinha fome. (Risos)
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    Mas o pior de tudo foram as bolhas.
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    Não tinha muito tempo para treinar.
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    Moro em Winnipeg e fazia uns -40°C
    no inverno enquanto eu treinava,
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    o que não é muito adequado para corrida,
    e meus pés pagaram caro por isso.
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    Tive bolhas todos os dias,
    até chegar a Calgary
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    que fica a uns 5 mil km de distância.
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    e esta foto foi tirada num hospital,
    depois de duas semanas de corrida,
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    no qual tive que fazer uma pausa,
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    enquanto me tratavam.
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    As pessoas adoram estatísticas,
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    aqui vão algumas para vocês.
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    Eu corri 6,621 km e usei 8 pares de tênis.
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    E ainda perdi uns 20kg,
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    apesar de comer enquanto eu corria.
  • 7:02 - 7:06
    Arrecadamos uns US$ 600 mil
    e essa quantia ainda está crescendo.
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    No final, eu corria 70 km ao dia
    no máximo uns 80 km.
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    Com uma velocidade de 5,5 a 6,5 m/km,
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    levava de 7 a 8 horas por dia
    para terminar o percurso do dia.
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    E aprendi muito durante essa corrida.
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    Uma das lições que aprendi
  • 7:23 - 7:26
    foi o poder da insensatez.
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    Tive esta ideia de correr pelo Canadá
    e muita gente me disse
  • 7:32 - 7:37
    que seria uma corrida muito longa
    e muito complicada logisticamente.
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    Uma das citações que mais gosto
    é de Mark Twain,
  • 7:39 - 7:43
    e estou parafraseando o que ele disse:
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    "O homem sensato adapta-se ao mundo.
  • 7:46 - 7:50
    O homem insensato insiste
    em tentar adaptar o mundo a ele mesmo.
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    Sendo assim, qualquer progresso
    depende do homem insensato."
  • 7:55 - 7:58
    Outra lição que aprendi
    foi o poder da inspiração.
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    Se você tiver uma grande ideia
    as pessoas ficam empolgadas,
  • 8:01 - 8:03
    e se elas se empolgarem
    com a sua causa,
  • 8:03 - 8:06
    podem se tornar suas parceiras,
  • 8:06 - 8:09
    assim você terá mais apoio e entusiasmo.
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    Tentei montar uma equipe
    que fosse empolgada com o que eu fazia,
  • 8:13 - 8:16
    a partir daí conseguimos patrocinadores
    para nos dar apoio
  • 8:16 - 8:20
    e foi nesse momento
    que a campanha começou a dar certo.
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    A terceira lição que aprendi
    foi o poder de uma equipe diversificada.
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    Eu passava 8 horas do dia correndo,
    e o resto do tempo comendo ou dormindo.
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    Eu não tinha tempo suficiente
  • 8:30 - 8:33
    para promover a causa como queria.
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    Mas o meu gerente de campanha
    era ótimo em criar coisas do tipo:
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    "Um dedo pode salvar sua vida",
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    e meu gerente de turnê era implacável
    e sempre animava todo mundo.
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    Ele me dava sanduíches,
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    apesar de serem
    os mesmos sanduíches todo dia,
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    e dizia: "Adivinha? Hoje a alface
    está ao lado do tomate."
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    (Risos)
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    "Ontem estava perto do queijo."
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    E minha família sempre
    me ajudava, me apoiava,
  • 9:00 - 9:03
    arranjava patrocinadores e criava eventos.
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    Minha última lição
    foi o poder de personalizar.
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    Eu poderia ter ido de porta em porta:
    "Estou correndo pelo câncer de próstata
  • 9:11 - 9:15
    e quero que você vá ao médico
    fazer o exame de câncer de próstata."
  • 9:15 - 9:17
    E teria funcionado até certo ponto,
  • 9:17 - 9:21
    mas teria sido um pouco mais difícil.
  • 9:21 - 9:25
    Tentei colocar o foco em meu avô,
    meu pai, em mim mesmo,
  • 9:25 - 9:30
    e depois no avô, no pai das pessoas,
    e até nelas mesmas,
  • 9:30 - 9:33
    ou no homem de suas vidas.
  • 9:33 - 9:38
    E desse jeito, achei
    que acabou tendo mais sucesso.
  • 9:38 - 9:44
    Quando comecei a campanha,
    sonhava em correr
  • 9:44 - 9:48
    e descobrir vários modos
    de conscientizar as pessoas.
  • 9:48 - 9:52
    Tive que tirar as teias de aranha
    do meu sonho e realizá-lo aos poucos,
  • 9:52 - 9:56
    mas acabou sendo
    uma experiência fantástica.
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    Como eu disse antes, um em seis homens
    tem câncer de próstata,
  • 9:59 - 10:03
    meu pai foi esse um entre os seis,
    meu avô também
  • 10:03 - 10:05
    e há uma grande chance
  • 10:05 - 10:08
    de que tanto eu quanto meu irmão
    seremos esse um entre os seis.
  • 10:08 - 10:09
    Portanto, obrigado.
  • 10:09 - 10:13
    (Aplausos)
Title:
A corrida contra o câncer | Riley Senft | TEDxLondonBusinessSchool 2012
Description:

Esta palestra foi dada num evento do TEDx, e foi produzida de forma independente das conferências do TED.
Inspirado por sucessivos diagnósticos de câncer de próstata de membros de sua família e amigos, Riley correu 6.600 km pelo Canadá para convencer os homens a tomar uma atitude pela detenção precoce da doença.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
10:26

Portuguese, Brazilian subtitles

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