A ciência da salada de macarrão: O que há numa molécula? — Josh Kurz

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/the-science-of-macaroni-salad-what-s-in-a-molecule-josh-kurz

O que é que a salada de macarrão e a gasolina têm em comum? São feitas exatamente com os mesmos elementos — especificamente, os mesmos átomos, só que arranjados de modo diferente. Embora metamos a salada na boca e a gasolina nos carros, são apenas variantes do mesmo tema atómico. Josh Kurz decompõe a salada de macarrão até aos seus componentes químicos mais pequenos.

Lição e animação de Josh Kurz.

Já sabemos que o mundo e feito de coisas,

coisas como gatos,

e salada de macarrão.

A salada de macarrão é feita de coisas
como a maionese,

mostarda e aipo.

Tudo isto é feito de moléculas.

Estas moléculas são feitas
a partir dos mesmos materiais

só que misturados de modo diferente.

Voltemos à salada de macarrão.

Já sabemos separar coisas,
fisicamente, tanto quanto possível.

Vamos avançar um pouco
e separar coisas quimicamente.

quebrando algumas ligações.

Muitas moléculas maiores e complexas

são grupos de moléculas
mais pequenas, ligadas entre si.

como blocos de construção.

A salada de macarrão
dá-nos um bom exemplo.

Se olharmos para a massa,

reparamos que é feita de muitas coisas:

amido, que é esta molécula,
também conhecida por amilose.

Acontece que, se quebrarmos
algumas ligações,

a amilose é feita
de moléculas mais pequenas

de glucose, um açúcar simples.

Se agarrarmos numa porção
destas moléculas de glucose

e as rearranjarmos de modos diferentes,

obtemos celulose,

que é aquilo que forma as plantas.

Embora este bocado de massa
feito de amilose

e esta colher de pau, feita de celulose

tenham um aspeto muito diferente,

são ambas feitas
a partir das mesmas moléculas,

só que ligadas de modo diferente.

Este tipo de decomposição e rearranjo

é o que acontece quando
digerimos os alimentos.

As proteínas complexas
nos alimentos que comemos,

como as cenouras e os ovos,

não podem ser usadas pelo corpo

porque não somos cenouras
nem galinhas.

Só podemos usar as moléculas
mais pequenas

que constituem essas proteínas
— os aminoácidos.

Durante a digestão, o corpo
decompõe essas proteínas

em aminoácidos

para serem rearranjadas
e ligadas de novo

para formar proteínas humanas.

Continuemos a quebrar ligações.

Todas as moléculas são feitas
de átomos ligados entre si.

Se algumas moléculas
são blocos de construção,

os átomos são os blocos de construção
dos blocos de construção.

Hão de reparar que, nas moléculas
da salada de macarrão,

aparecem os mesmos
seis tipos de átomos:

o carbono, o hidrogénio, o oxigénio

o azoto, o fósforo e o enxofre,

os CHOAFE.

Há mais ainda

mas a salada de macarrão
é composta pelos seis grandes.

Se avançarmos um pouco mais,

podemos usar estes mesmos átomos,

recombiná-los e criar outra coisa,

como a gasolina ou o ácido sulfúrico,

o metano e o "nylon".

Todos são feitos
a partir dos mesmos elementos

que compõem a salada de macarrão.

Recapitulemos,

todas as coisas são feitas de átomos.

São os elementos que compõem as coisas.

Os átomos agrupam-se de modos diferentes

para formar moléculas.

Estas moléculas estão
sempre a combinar-se,

a decompor-se e a recombinar-se.

São utilizadas em misturas,

separadas, voltadas a misturar,
vezes sem conta.

Os elementos de que as coisas são feitas

estão sempre em movimento,
sempre em mudança.

A salada de macarrão só é
salada de macarrão por pouco tempo.

Nós comemo-la, uma porção
passa a fazer parte de nós,

o resto vai parar ao oceano

e é comido por outros animais que morrem.

Milhões de anos depois
transformam-se em petróleo

que é de onde provém a gasolina.

A gasolina e a salada de macarrão

não são assim tão diferentes

— são feitas a partir
dos mesmos elementos,

só que uma é bem mais saborosa.