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No Birth No Death | Thich Nhat Hanh

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    Então, não podes reduzir algo
    a nada.
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    Uma folha de papel, tal como uma nuvem,
    nunca pode morrer.
  • 0:10 - 0:17
    Ela pode apenas ser transformada
    noutras formas.
  • 0:18 - 0:22
    E é por isso que
    a verdadeira natureza da chama,
  • 0:22 - 0:26
    a verdadeira natureza do papel,
    a verdadeira natureza da nuvem
  • 0:27 - 0:33
    é a natureza do não vir, não ir,
    não-nascimento, não-morte.
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    Olha para este pequeno pedaço de papel.
  • 0:47 - 0:50
    E olha com concentração.
  • 0:53 - 0:56
    Quando olho profundamente
    para esta folha de papel,
  • 0:57 - 0:58
    consigo ver
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    uma nuvem a flutuar nela.
  • 1:07 - 1:09
    Não precisas de ser poeta
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    para ver uma nuvem
    num pedaço de papel.
  • 1:14 - 1:16
    Sabemos muito bem que
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    se não houvesse nuvem,
    não haveria chuva.
  • 1:23 - 1:27
    E as árvores não poderiam crescer.
  • 1:27 - 1:30
    E sem as árvores,
    não se pode
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    fazer a pasta para o papel.
  • 1:37 - 1:41
    Então, realmente, a nuvem está aqui.
  • 1:42 - 1:44
    Está dentro do papel.
  • 1:45 - 1:49
    O papel é feito de elementos que não são papel.
  • 1:50 - 1:57
    E a água, a nuvem,
    é um desses elementos não-papel.
  • 1:58 - 2:00
    Consegues ver a chuva.
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    Consegues ver a floresta, as árvores.
  • 2:04 - 2:07
    Com os olhos
    de um praticante de meditação,
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    consegues ver coisas
    que outras pessoas não conseguem ver.
  • 2:11 - 2:17
    Quando toco na folha de papel,
    toco na floresta, toco nas árvores.
  • 2:19 - 2:23
    Se removeres a floresta, se removeres
    as árvores da folha de papel,
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    a folha de papel
    não pode estar aqui para ti.
  • 2:29 - 2:31
    Então eu toco na nuvem.
  • 2:32 - 2:35
    Eu toco nas árvores.
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    E sabes que
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    a árvore carrega a terra.
  • 2:41 - 2:45
    Sem a terra e
    os minerais por baixo,
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    as árvores não podem crescer.
  • 2:49 - 2:55
    Portanto, quando toco no papel,
    toco na terra, toco nos minerais.
  • 2:56 - 2:58
    Eles estão todos aqui.
  • 3:01 - 3:05
    E quando toco na folha de papel,
    toco no sol.
  • 3:07 - 3:10
    Sem o sol, nenhuma árvore pode crescer.
  • 3:11 - 3:14
    Consigo tocar no sol
    sem queimar o meu dedo.
  • 3:16 - 3:18
    É por isso que
  • 3:19 - 3:21
    vemos que
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    tudo pode ser encontrado, pode ser tocado
    numa folha de papel.
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    E agora, pergunto sobre
    a vinda da folha de papel.
  • 3:40 - 3:43
    Descobrimos a mesma coisa?
  • 3:43 - 3:46
    O papel não veio de lado nenhum.
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    Ele apenas se manifesta
    na forma de uma folha de papel.
  • 3:52 - 3:57
    E antes de tomar a forma
    de uma folha de papel,
  • 3:58 - 4:05
    foi outras coisas,
    como as árvores, a nuvem, o sol.
  • 4:06 - 4:11
    Isto é apenas uma continuação,
    não uma criação.
  • 4:12 - 4:15
    Criar significa que, a partir do nada,
    algo se torna algo.
  • 4:16 - 4:19
    De ninguém, de repente,
    torna-se alguém.
  • 4:19 - 4:21
    Mas este não é o caso.
  • 4:21 - 4:24
    O papel não veio do nada.
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    Ele veio das árvores,
    do sol, da nuvem,
  • 4:30 - 4:34
    da terra,
    do trabalhador na fábrica.
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    Então, a natureza da folha de papel
    é a natureza do não-nascimento.
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    Nascer.
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    Pensamos que nascer significa,
    do nada, de repente, tornar-se algo.
  • 4:51 - 4:55
    Do não-ser, tornar-se ser.
  • 4:56 - 4:59
    De ninguém, tornar-se alguém.
  • 5:00 - 5:02
    Isso significa "nascer".
  • 5:02 - 5:05
    Isso significa nascimento.
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    Mas olhando profundamente, vemos que
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    antes de tomar a forma
    de uma folha de papel,
  • 5:11 - 5:13
    a folha de papel
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    tinha sido outra coisa.
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    E podes apontar para as árvores,
    e as árvores podem ser vistas aqui.
  • 5:24 - 5:28
    'Querido Thay, querida sangha,
    na minha vida passada, fui uma árvore.
  • 5:28 - 5:31
    Fui uma nuvem.'
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    Ali, podemos acreditar na folha de papel.
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    Ela está a dizer-nos a verdade.
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    A verdadeira natureza da folha de papel
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    é a natureza do não vir, não-nascimento.
  • 5:50 - 5:53
    E isso também é verdade para a chama.
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    Tu –
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    E se a folha de papel
    nunca nasceu,
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    porque o momento que acreditamos
    ser o momento do nascimento
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    é apenas um momento de continuação.
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    É como uma nuvem.
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    Quando ela
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    se torna chuva,
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    isso não é um momento de morte.
  • 6:26 - 6:30
    É apenas um momento de continuação.
  • 6:32 - 6:37
    Porque morrer,
    na nossa mente, significa
  • 6:37 - 6:40
    passar de algo a nada.
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    Tornas-te um não-coisa.
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    De alguém,
    de repente, tornas-te ninguém.
  • 6:48 - 6:51
    É impossível para uma nuvem morrer.
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    Não podes reduzir uma nuvem a nada.
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    Uma nuvem pode apenas transformar-se
    em chuva,
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    neve, granizo, gelo.
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    Mas é impossível que uma nuvem morra,
    que se torne nada.
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    Portanto, a verdadeira natureza de uma nuvem
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    é não-morte.
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    Não vir, não ir,
    não-nascimento, não-morte.
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    A folha de papel é assim também.
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    Mesmo que eu queime a folha de papel,
  • 7:35 - 7:40
    não posso reduzi-la ao nada.
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    Se observares
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    a queima de uma folha de papel,
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    posso pedir à chama que o faça,
    mas somos suficientemente poderosos
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    para ver sem…
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    a forma.
  • 8:02 - 8:04
    No processo de queima,
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    podemos ver a manifestação do calor.
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    Tem cuidado! Queimas o teu dedo.
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    E o calor penetra no Thay,
    em todos vós, no cosmos.
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    Essa é a continuação do papel.
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    O fim de uma forma de manifestação
    é, ao mesmo tempo,
  • 8:37 - 8:41
    o início de
    outras formas de manifestação.
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    E porque o observas
    com toda a tua concentração,
  • 8:47 - 8:50
    vês o fumo a subir.
  • 8:51 - 8:57
    Mais uma vez, o fumo a subir
    é uma nova continuação da folha de papel.
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    E então, podemos olhar para cima e dizer:
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    'Até à próxima, folha de papel!
    Vemo-nos em breve!'
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    Porque a folha de papel
    agora está na sua nova forma,
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    fumo.
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    Irá juntar-se a uma nuvem.
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    E amanhã podemos encontrá-la novamente
    sob a forma de uma gota de chuva.
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    Aqui mesmo, na nossa testa.
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    Temos de reconhecer
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    a folha de papel
    na sua nova manifestação.
  • 9:38 - 9:40
    O calor que agora está em nós,
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    que agora está no cosmos.
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    O fumo que agora está no céu.
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    E talvez amanhã,
    na nossa chávena de chá.
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    Isso é o que os praticantes
    de meditação podem ver.
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    E então,
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    restam algumas cinzas.
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    E um noviço pode
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    colocar as cinzas de volta na terra.
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    E talvez, daqui a alguns anos,
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    tenhamos outro retiro em Stonehill.
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    E vemos uma folha de erva,
    que é a continuação das cinzas.
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    Portanto, não podes reduzir algo
    a nada.
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    Uma folha de papel, tal como uma nuvem,
    nunca pode morrer.
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    Ela pode apenas ser transformada
  • 10:46 - 10:48
    noutras formas.
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    É por isso que a verdadeira natureza da chama,
    a verdadeira natureza do papel,
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    a verdadeira natureza da nuvem
    é a natureza do não vir, não ir,
  • 11:02 - 11:04
    não-nascimento, não-morte.
  • 11:05 - 11:08
    Não-nascimento, não-morte.
  • 11:09 - 11:11
    [Se removeres a floresta,
  • 11:12 - 11:15
    se removeres as árvores
    da folha de papel,
  • 11:15 - 11:19
    a folha de papel
    não pode estar aqui para ti.
  • 11:20 - 11:23
    Thich Nhat Hanh]
Title:
No Birth No Death | Thich Nhat Hanh
Description:

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Video Language:
English
Duration:
11:27

Portuguese subtitles

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