Yves Behar fala sobre criar objetos que contam histórias.
-
0:00 - 0:02Quando eu era pequeno e engatinhava pela casa,
-
0:02 - 0:04me lembro daqueles tapetes turcos,
-
0:04 - 0:09onde havia aquelas cenas, cenas de batalhas, cenas de amor.
-
0:09 - 0:14Quer dizer, veja. Esse animal está tentando se defender da lança
-
0:14 - 0:15desse soldado,
-
0:15 - 0:18Minha mãe tirou essas fotos do nosso tapete, na verdade foi na semana passada,
-
0:18 - 0:21mas eu me lembro disso até hoje.
-
0:21 - 0:25Havia também um outro objeto, um tipo de móvel alto
-
0:25 - 0:27com criaturas, gárgulas e cenas de nudez --
-
0:27 - 0:30uma coisa bastante assustadora quando se é uma criança.
-
0:30 - 0:34Disso tudo, o que ficou em minha memória é que objetos contam histórias,
-
0:34 - 0:42e por isso, contar histórias exerceu uma influência bastante grande em meu trabalho.
-
0:42 - 0:43E aí surgiu outra coisa que me influenciou.
-
0:43 - 0:46Eu era um adolescente, com 15 ou 16 anos, suponho que igual a todos os adolescentes:
-
0:46 - 0:49só queriamos fazer o que gostávamos e aquilo em que acreditávamos.
-
0:49 - 0:52Foi assim que
-
0:52 - 0:54juntei as duas coisas de que mais gostava,
-
0:54 - 0:57esquiar e fazer windsurf.
-
0:57 - 1:02Eram duas coisas muito boas para se fugir do tempo horrível da Suíça.
-
1:02 - 1:05Então, criei essa combinação das duas coisas:
-
1:05 - 1:09peguei meus esquis, uma prancha, coloquei o encaixe do mastro,
-
1:09 - 1:12algumas correias para os pés e algumas aletas de metal,
-
1:13 - 1:16e lá estava eu, deslizando bastante rápido pelos lagos congelados.
-
1:16 - 1:19Era realmente uma armadilha mortal, quero dizer, era incrível,
-
1:19 - 1:22funcionou inacreditavelmente bem, mas era muito perigoso.
-
1:22 - 1:26Então percebi que precisava ir para uma escola de design.
-
1:26 - 1:27(Risadas)
-
1:27 - 1:29Quer dizer, vejam essas imagens.
-
1:29 - 1:32(Risadas)
-
1:32 - 1:36Portanto, fui para a escola de design,
-
1:36 - 1:41e quando me formei, estávamos no começo dos anos 90,
-
1:41 - 1:45e eu via coisas extraodinárias acontecendo no Vale do Silício,
-
1:45 - 1:46e por isso queria estar lá,
-
1:46 - 1:50eu via que os computadores estavam entrando em nossas casas.
-
1:50 - 1:54Vi que eles tinham que mudar para que pudessem ser usados em casa.
-
1:54 - 1:57Então consegui um emprego em uma consultoria,
-
1:58 - 1:59e nos imaginava indo para aquelas reuniões,
-
1:59 - 2:01e aqueles gerentes entrariam,
-
2:02 - 2:04e diriam,
-
2:04 - 2:06"Bem, o que vamos fazer aqui é muito importante, vocês sabem".
-
2:07 - 2:10E eles colocariam códigos nos nomes dos projetos, vocês sabem como é,
-
2:10 - 2:17na realidade, a maioria de Guerra nas Estrelas: coisas como C3PO, Yoda, Luke.
-
2:18 - 2:21Assim, eu imaginava que seria aquele jovem designer
-
2:21 - 2:23no fundo da sala, que levantaria a mão,
-
2:23 - 2:25e faria perguntas.
-
2:25 - 2:27Pensando bem, provavelmente perguntas estúpidas,
-
2:28 - 2:32coisas como: "Para que serve essa tecla de Maiúsculas?"
-
2:32 - 2:36ou "Para que serve essa tecla do Teclado Numérico?" "Vocês sabem, isso?"
-
2:37 - 2:38As pessoas realmente usam isso?
-
2:38 - 2:41Elas precisam disso? Elas querem isso em suas casas?
-
2:41 - 2:44(Risadas)
-
2:44 - 2:49O que percebi, então, é que, na verdade, eles não queriam mudar
-
2:49 - 2:52o que era herdado, eles não queriam mudar o que havia dentro.
-
2:52 - 2:57Na verdade eles estavam querendo que nós, os designers, criássemos as coberturas,
-
3:02 - 3:05para colocar alguma coisa bonita do lado de fora da caixa.
-
3:06 - 3:08E eu não queria ser um colorista.
-
3:08 - 3:10Não era o que eu queria fazer.
-
3:10 - 3:12Eu não queria ser esse tipo de estilista.
-
3:12 - 3:14Então, vi esta citação:
-
3:14 - 3:19"A publicidade é o preço que as empresas pagam por não serem originais."
-
3:19 - 3:21(Risos)
-
3:22 - 3:25Portanto, tive que começar sozinho. Me mudei para São Francisco,
-
3:25 - 3:28e comecei uma pequena empresa, a Fuseproject.
-
3:29 - 3:31O que eu queria era trabalhar com coisas importantes.
-
3:31 - 3:35Eu não queria, de verdade, trabalhar apenas com a aparência,
-
3:36 - 3:39e sim trabalhar com a experiência humana em sua totalidade.
-
3:39 - 3:43Assim, os primeiros projetos foram humildes,
-
3:43 - 3:48mas eles aproveitaram a tecnologia e a converteram em coisas
-
3:48 - 3:51que as pessoas podiam utilizar de uma nova forma,
-
3:51 - 3:52e, quem sabe, encontrar alguma nova funcionalidade.
-
3:52 - 3:56Este é um relógio que fizemos para a Mini Cooper, a empresa de automóveis,
-
3:56 - 3:57exatamente quando ele foi lançado.
-
3:57 - 4:00e é o primeiro relógio que tem um visor
-
4:00 - 4:02que exibe a hora na horizontal e muda para a vertical.
-
4:02 - 4:07Isso permite que eu verifique meu cronômetro discretamente aqui,
-
4:07 - 4:08sem dobrar o cotovelo.
-
4:08 - 4:11Há outros projetos que são realmente sobre transformação,
-
4:12 - 4:15sobre satisfazer as necessidades humanas.
-
4:15 - 4:18Este é um pequeno móvel para um fabricante italiano,
-
4:18 - 4:20que pode ser enviado em um formato totalmente plano,
-
4:20 - 4:24e depois, pode ser dobrado e convertido em uma mesa de café, um banquinho e outras coisas do gênero.
-
4:25 - 4:26E uma coisa um pouco mais experimental:
-
4:26 - 4:29esta é uma luminária para a Swarovski,
-
4:30 - 4:32que muda de forma.
-
4:32 - 4:36Ela passa de um formato circular para um formato redondo, quadrado, para o formato do número oito,
-
4:36 - 4:39e basta desenhar o formato em um tablete gráfico,
-
4:39 - 4:43que toda a luminária se ajusta à forma desejada.
-
4:44 - 4:46E agora, finalmente, a luminária Leaf (Folha) para Herman Miller.
-
4:46 - 4:48Este é um processo bastante complicado;
-
4:48 - 4:50Levou cerca de quatro anos e meio.
-
4:50 - 4:54Mas o que eu realmente queria era criar uma experiência única de luz,
-
4:55 - 4:56uma nova experiência de luz.
-
4:56 - 5:01Então tivemos que criar o projeto da luz e da lâmpada.
-
5:01 - 5:05E eu diria que essa é uma oportunidade única em design.
-
5:05 - 5:07E a nova experiência que eu estava procurando
-
5:07 - 5:10dá ao usuário a possibilidade de escolher desde
-
5:10 - 5:13uma luz cálida, com uma espécie de brilho,
-
5:13 - 5:16até uma luz brilhante para trabalhar.
-
5:16 - 5:18E a lâmpada realmente faz isso.
-
5:19 - 5:21Ela permite que a pessoa mude,
-
5:21 - 5:23e combine essas duas colorações.
-
5:23 - 5:26E isso é feito de uma maneira muito simples:
-
5:26 - 5:28basta apenas um toque na base da luz,
-
5:29 - 5:31e de um lado você pode misturar o brilho,
-
5:31 - 5:34e do outro, a coloração da luz.
-
5:34 - 5:39Como se vê, todos esses projetos têm um caráter humanista,
-
5:39 - 5:41e eu acho que, como designers, precisamos pensar realmente
-
5:41 - 5:45sobre como podemos criar uma relação diferente
-
5:45 - 5:47entre nosso trabalho e o mundo,
-
5:48 - 5:49seja para negócios,
-
5:49 - 5:54seja para algum projeto social, como mostrarei em seguida.
-
5:54 - 5:59Porque acho que todos concordam que, como designers, agregamos
-
5:59 - 6:04valor ao negócio, e valor aos usuários também,
-
6:04 - 6:08mas acho que os valores que agregamos a esses projetos
-
6:08 - 6:11é o que, no fim das contas, acaba por criar o maior valor.
-
6:12 - 6:13E os valores que agregamos
-
6:13 - 6:17podem envolver as questões ambientais,
-
6:17 - 6:20a sustentabilidade, o menor consumo de energia.
-
6:20 - 6:24Vocês sabem, podem tratar de função e beleza;
-
6:24 - 6:25ou de uma estratégia de negócios.
-
6:25 - 6:27Mas os designers são, na verdade, a cola
-
6:28 - 6:30que une essas coisas.
-
6:30 - 6:35O Jawbone é um projeto com o qual vocês estão familiarizados,
-
6:36 - 6:39e tem uma tecnologia humanista.
-
6:39 - 6:42Ele sente a sua pele, repousa em sua pele,
-
6:42 - 6:43e ele sabe quando você está falando.
-
6:43 - 6:45E ao perceber que você está falando,
-
6:46 - 6:48ele elimina os outros ruídos que conhece,
-
6:48 - 6:51os ruídos do ambiente.
-
6:51 - 6:53Mas a outra característica humanista do Jawbone
-
6:53 - 6:58é que decidimos tirar dele tudo o que era tecnológico,
-
6:59 - 7:01tudo o que era muito técnico,
-
7:01 - 7:03e tentar torná-lo o mais bonito possível.
-
7:03 - 7:04Quero dizer, pense nisso:
-
7:04 - 7:09o cuidado que tomamos ao escolher óculos de sol, jóias,
-
7:11 - 7:15ou os acessórios, é muito importante,
-
7:15 - 7:18portanto, se eles não forem bonitos, não devem estar no seu rosto.
-
7:19 - 7:22E é isso que estamos buscando aqui.
-
7:22 - 7:25Mas a forma como trabalhamos no Jawbone é realmente única.
-
7:26 - 7:28Quero chamar a atenção para isto aqui no lado esquerdo.
-
7:28 - 7:32Essa é a placa, esta é uma das coisas que vai dentro do fone de ouvido
-
7:32 - 7:34e que faz com que essa tecnologia funcione.
-
7:34 - 7:36Mas este é o processo de criação:
-
7:36 - 7:37tem uma pessoa mudando a placa,
-
7:37 - 7:41colocando rastreadores na placa, mudando o lugar dos circuitos integrados
-
7:41 - 7:44enquanto os designers do outro lado estão trabalhando.
-
7:44 - 7:48Então não se trata mais de trocar a cobertura de uma tecnologia.
-
7:48 - 7:50Trata-se realmente de projetar de dentro para fora.
-
7:50 - 7:52E no outro lado da sala,
-
7:53 - 7:54os designers estão fazendo pequenos ajustes,
-
7:54 - 7:59fazendo esboços, desenhando a mão, colocando no computador,
-
7:59 - 8:03e isso é o que eu chamo de estar orientado ao design.
-
8:03 - 8:04Vocês sabem que tem um pouco de tentativa e erro,
-
8:05 - 8:07mas o design está ajudando a definir
-
8:07 - 8:10toda a experiência de dentro para fora.
-
8:11 - 8:13E é lógico, o projeto nunca está terminado.
-
8:13 - 8:17E esta é a outra nova forma, que é única,
-
8:17 - 8:19de como trabalhamos, porque como o projeto nunca termina.
-
8:19 - 8:21é preciso fazer todo o resto.
-
8:21 - 8:24A embalagem, a página da internet, e é necessário prosseguir
-
8:24 - 8:27para realmente tocar o usuário, de várias formas.
-
8:28 - 8:32Mas como se mantém alguem quando o projeto nunca termina?
-
8:32 - 8:38Hosain Rahman, diretor presidente do Aliph Jawbone,
-
8:39 - 8:42entende realmente que é preciso uma nova estrutura.
-
8:42 - 8:45De certa forma, essa estrutura diferente é que somos sócios,
-
8:46 - 8:51é uma sociedade. Nós podemos continuar a trabalhar,
-
8:51 - 8:53e a nos dedicar a esse projeto,
-
8:54 - 8:56e em seguida, compartilhamos as recompensas.
-
8:56 - 9:01E aqui está um outro projeto, uma outra abordagem de sociedade.
-
9:01 - 9:03Chama-se Y Water,
-
9:03 - 9:06e é desse cara de Los Angeles, Thomas Arndt,
-
9:07 - 9:09um austríaco, que nos procurou,
-
9:09 - 9:13e tudo o que ele queria era criar uma bebida saudável,
-
9:13 - 9:16ou uma bebida orgânica para seus filhos,
-
9:16 - 9:19para substituir o alto conteúdo de açúcar dos refrigerantes
-
9:20 - 9:22que ele estava tentando evitar que eles tomassem.
-
9:22 - 9:24Então trabalhamos nessa garrafa,
-
9:25 - 9:27que é completamente simétrica em cada dimensão.
-
9:27 - 9:33Isso permite que a garrafa se transforme em um brinquedo.
-
9:34 - 9:35As garrafas se conectam entre si.
-
9:35 - 9:39e é possível criar diferentes formas
-
9:39 - 9:40(Risadas)
-
9:40 - 9:42(Aplauso)
-
9:42 - 9:43Obrigado.
-
9:43 - 9:44(Aplauso)
-
9:45 - 9:46E enquanto fazíamos isso,
-
9:46 - 9:50a forma da garrafa quando estava de ponta cabeça nos lembrou um Y,
-
9:50 - 9:55e então pensamos nessas palavras, why -- porque -- e why not -- porque não --
-
9:55 - 9:57que são provavelmente as perguntas mais importantes que as crianças fazem.
-
9:58 - 10:01Por isso a chamamos de Y -- why -- Water. E esse é
-
10:01 - 10:04um outro exemplo de como tudo converge para uma mesma coisa:
-
10:04 - 10:10o desenho tridimensional, as idéias, a imagem da marca,
-
10:10 - 10:12tudo se conecta profundamente.
-
10:13 - 10:15Outra coisa sobre este projeto é que
-
10:15 - 10:19agregamos a propriedade intelectual,
-
10:19 - 10:21a abordagem de marketing,
-
10:21 - 10:23acabamos agregando todas essas coisas, mas acho que no fim das contas,
-
10:23 - 10:25o que agregamos foram esses valores,
-
10:25 - 10:28e esses valores criam uma alma para as empresas com as quais trabalhamos.
-
10:29 - 10:30E é especialmente gratificante quando seu trabalho
-
10:30 - 10:32se torna um esforço criativo,
-
10:33 - 10:35quando outros podem ser criativos e fazer mais coisas com isso.
-
10:35 - 10:36Aqui está outro projeto,
-
10:36 - 10:39que eu penso que é um exemplo disso.
-
10:39 - 10:44É o projeto Um Laptop Por Criança, o laptop de 100 dólares.
-
10:46 - 10:47Essa foto é incrível.
-
10:47 - 10:52Na Nigéria, as pessoas carregam suas coisas mais preciosas na cabeça.
-
10:53 - 10:55Essa garota está indo para a escola com um laptop na cabeça.
-
10:55 - 10:57Para mim, isso significa muito.
-
10:59 - 11:01Mas quando Nicholas Negroponte -
-
11:01 - 11:03e ele falava bastante sobre esse projeto,
-
11:03 - 11:08ele é o fundador do OLPC - One Laptop Per Child (Um Laptop Por Criança) -- nos procurou
-
11:08 - 11:11cerca de dois anos e meio atrás,
-
11:12 - 11:14existiam algumas ideias definidas.
-
11:14 - 11:17Ele queria levar educação e tecnologia,
-
11:18 - 11:19e esses eram os pilares de sua vida,
-
11:19 - 11:23mas também eram os pilares da missão do Um Laptop Por Criança.
-
11:25 - 11:29Mas o terceiro pilar sobre o qual ele falou era o design.
-
11:29 - 11:33E naquela época, na verdade, eu não estava trabalhando com computadores.
-
11:33 - 11:35Realmente eu não queria fazer isso, depois da aventura anterior.
-
11:35 - 11:37Mas o que ele disse foi muito importante,
-
11:38 - 11:40que o design iria ser a razão pela qual as crianças
-
11:40 - 11:42iriam adorar esse produto.
-
11:42 - 11:44Como iríamos fazer para que fosse barato, robusto,
-
11:44 - 11:50e além disso, ele disse que iria eliminar a tecla de Maiúsculas --
-
11:51 - 11:53(Risadas)
-
11:53 - 11:54-- e a tecla do Teclado Numérico também.
-
11:55 - 11:59Por isso ele me convenceu. Nós o projetamos para ser um ícone,
-
11:59 - 12:04para que parecesse diferente, como se tivesse sido feito para crianças mas sem parecer um brinquedo.
-
12:05 - 12:07E depois a integração de
-
12:07 - 12:10todas essas grandes tecnologias sobre as quais vocês têm ouvido falar:
-
12:10 - 12:13as antenas WiFi que permitem que as crianças se conectem;
-
12:13 - 12:16as telas que podem ser lidas à luz do sol;
-
12:17 - 12:19o teclado, feito de borracha,
-
12:19 - 12:21e que é protegido contra as agressões do ambiente.
-
12:21 - 12:24Sabe, todas essas tecnologias na realidade foram criadas
-
12:24 - 12:28devido à paixão e
-
12:28 - 12:31às pessoas do OLPC e seus engenheiros.
-
12:31 - 12:33Eles brigaram com os fornecedores,
-
12:33 - 12:37brigaram com os fabricantes.
-
12:37 - 12:40Digo, eles brigaram como animais
-
12:41 - 12:43para que esse laptop ficasse da forma como está.
-
12:43 - 12:48E de certa forma, é essa vontade que cria projetos como esse,
-
12:50 - 12:51que permite que o processo
-
12:51 - 12:53não destrua a ideia original.
-
12:54 - 12:56E eu acho que isso é uma coisa muito importante.
-
12:56 - 12:59Então, agora temos essas fotos --
-
12:59 - 13:02você acorda de manhã e vê as crianças na Nigéria
-
13:02 - 13:03no Uruguai
-
13:04 - 13:08com seus computadores, e na Mongólia.
-
13:08 - 13:11Obviamente, fugimos do bege --
-
13:11 - 13:12Quero dizer, é colorido; é divertido.
-
13:12 - 13:16De fato, vocês podem ver que cada logotipo é um pouco diferente.
-
13:17 - 13:19Isso porque pudemos
-
13:19 - 13:24introduzir, durante o processo de fabricação,
-
13:25 - 13:26vinte cores para a letra X e para a letra O.
-
13:26 - 13:28que formam o nome do computador,
-
13:29 - 13:32e ao combiná-las na linha de montagem,
-
13:32 - 13:35conseguimos vinte vezes vinte: conseguimos
-
13:36 - 13:38400 opções diferentes
-
13:38 - 13:40As lições aprendidas ao ver as crianças
-
13:40 - 13:42usando os laptops no mundo em desenvolvimento, são incríveis.
-
13:42 - 13:45Mas este é meu sobrinho Anthony, na Suíça,
-
13:46 - 13:48ele ficou com o laptop durante uma tarde,
-
13:48 - 13:50e eu tive que pegá-lo de volta. Foi difícil.
-
13:51 - 13:52(Risadas)
-
13:52 - 13:56Era um protótipo. E um mês e meio depois,
-
13:56 - 13:57eu voltei para a Suíça,
-
13:57 - 14:01e aí está ele brincando com a sua própria versão.
-
14:03 - 14:04(Risadas)
-
14:04 - 14:06De papel, papel e cartolina.
-
14:09 - 14:14Vou encerrar com um último projeto,
-
14:14 - 14:16e trata-se de um brinquedo voltado mais para os adultos.
-
14:17 - 14:18(Risadas)
-
14:18 - 14:21Alguns de vocês devem ter ouvido falar do preservativo da cidade de Nova York.
-
14:22 - 14:27Ele acaba de ser lançado, na verdade foi lançado no Dia dos Namorados,
-
14:27 - 14:29em 14 de fevereiro, cerca de dez dias atrás.
-
14:30 - 14:34O Departamento de Saúde de Nova York nos procurou,
-
14:34 - 14:39e eles precisavam de uma forma de distribuir
-
14:39 - 14:4436 milhões de preservativos grátis aos cidadãos de Nova York.
-
14:44 - 14:49Portanto, um esforço bastante grande, e nós trabalhamos nos dispensers;
-
14:49 - 14:52esses são os dispensers. Eles têm um formato simpático.
-
14:52 - 14:56É um pouco parecido com projetar um hidrante contra incêndio,
-
14:57 - 15:00ele tem que ser de fácil acesso:
-
15:02 - 15:05é preciso saber onde ele fica e para que serve.
-
15:05 - 15:09Nós também projetamos os preservativos.
-
15:10 - 15:12Eu estava em Nova York no lançamento,
-
15:12 - 15:15e fui ver todos os lugares onde eles foram instalados.
-
15:15 - 15:20Essa é uma pequena loja familiar portoriquenha,
-
15:20 - 15:23em um bar na Cristopher Street, em um salão de bilhar.
-
15:24 - 15:27Eles foram instalados em clínicas para sem-teto em todo lugar.
-
15:27 - 15:29E é claro, em clubes e discotecas também.
-
15:31 - 15:33E aqui está o anúncio de utilidade pública desse projeto.
-
15:33 - 15:47(Música)
-
15:48 - 15:49(Risadas)
-
15:49 - 15:51Pegue alguns.
-
15:51 - 15:57(Aplauso)
-
15:57 - 16:01Aqui é realmente onde o design
-
16:01 - 16:02pode criar uma conversa.
-
16:02 - 16:04Eu estava nesses locais, e as pessoas estavam,
-
16:05 - 16:08sabe, estavam envolvidas. Estavam entusiasmadas.
-
16:08 - 16:12Era como quebrar o gelo,
-
16:13 - 16:15superar um estigma,
-
16:15 - 16:17e eu acho que isso é algo que o design também pode fazer.
-
16:19 - 16:20Então eu ia
-
16:20 - 16:24atirar alguns preservativos na sala e outras coisas mais,
-
16:24 - 16:28mas não tenho certeza se está de acordo com a etiqueta.
-
16:28 - 16:29(Risadas)
-
16:29 - 16:31Sim, bem, bem, tenho só alguns.
-
16:31 - 16:33(Risadas)
-
16:34 - 16:37(Aplauso)
-
16:37 - 16:43Eu tenho mais, vocês podem me pedir mais depois.
-
16:44 - 16:45(Risadas)
-
16:45 - 16:49E se alguém perguntar porque vocês estão carregando preservativos,
-
16:49 - 16:50vocês podem dizer simplesmente que é porque gostaram do design.
-
16:50 - 16:53(Risadas)
-
16:54 - 16:56Vou encerrar com apenas um pensamento:
-
16:56 - 17:00se todos nós trabalharmos juntos para criar valor,
-
17:00 - 17:04mas sem nos esquecermos dos valores do que fazemos,
-
17:04 - 17:09acho que poderemos mudar o que fazemos.
-
17:10 - 17:13Nós podemos mudar esses valores, mudar as empresas com as quais trabalhamos,
-
17:13 - 17:17e finalmente, juntos, talvez possamos mudar o mundo.
-
17:18 - 17:19Por isso, obrigado.
-
17:19 - 17:26(Aplauso)
- Title:
- Yves Behar fala sobre criar objetos que contam histórias.
- Speaker:
- Yves Béhar
- Description:
-
O designer Yves Behar redescobre suas raízes criativas para discorrer sobre alguns dos objetos icônicos que criou (a luminária Leaf e o fone de ouvido Jawbone). Em seguida ele aborda os divertidos, surpreendentes e elegantes objetos nos quais está trabalhando atualmente, inclusive o laptop de 100 dólares.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:26