"Science in 5" da OMS sobre a COVID-19: Que vacinas devo tomar e quais são os efeitos colaterais?

Episódio 35

Se tiverem possibilidade de escolher entre várias vacinas e andam a pensar qual delas tomar e quais os riscos dos efeitos secundários, este episódio de "Science in 5" com a Dra. Katherine O’Brien é o que vos convém.

Olá e bem-vindos a "Science in 5".

Chamo-me Vismita Gupta-Smith e estas
são as conversas da OMS sobre ciência.

Vamos continuar a nossa conversa
sobre vacinas

com a Dra. Katherine O'Brien.

Bem-vinda, Kate.

Obrigada. É um prazer voltar a estar
de novo aqui consigo.

Kate, nos países onde há
mais de uma vacina disponível,

as pessoas hesitam em fazer uma escolha.

Como é que os especialistas como você
as podem aconselhar?

Bem, Vismita, o mundo, neste momento,
não tem vacinas suficientes

para vacinar todos aqueles
que precisam de ser vacinados.

Por isso, a resposta a essa pergunta
é simples e é a seguinte:

quando uma pessoas
recebe a oferta de uma vacina

deve aceitar a vacina
que lhes é oferecida.

Há várias vacinas
que provaram ser seguras e eficazes

e são fabricadas
com padrões de elevada qualidade.

Por isso, qualquer dessas vacinas
poderá efetivamente

proteger as pessoas.

Quem vive num país onde
há mais de uma vacina no programa,

deve dar-se por satisfeito
por ter acesso à vacina.

E quando chegar a sua vez
de receber a vacina,

deve tomá-la e aceitar qualquer uma
que lhe seja oferecida.

Se pertencer a um grupo de alto risco

e for das primeiras pessoas
contempladas com a vacina,

deve aproveitar de imediato a oportunidade

para ficar protegido.

E as pessoas que estiverem mais
atrás na fila, como eu,

que trabalho num escritório

e não tenho grande risco
de ficar exposta ao vírus,

o que temos de fazer
é esperar a nossa vez.

Acabaremos por ser vacinados

e devemos aceitar a vacina
que nos for oferecida,

independentemente
do fabricante da vacina.

Por isso, Kate, quando alguém
vai ser vacinado,

pode interrogar-se
sobre os efeitos secundários.

Como é que os especialistas
compreendem os riscos das vacinas

e como explicariam os efeitos
secundários de que se fala?

Como explicaria isso às pessoas?

Há um método para investigar

os efeitos secundários mais comuns
nos ensaios clínicos

e também os efeitos secundários
mais raros

que são constantemente vigiados
no uso de rotina das vacinas.

Uma das coisas que eu acho
que preocupam as pessoas

é o excesso de informação
que recentemente surgiu na imprensa

sobre os coágulos sanguíneos.

Esta é uma questão que a OMS
está a estudar atentamente,

assim como os reguladores da Europa
e de todo o mundo.

Estamos presentemente
a recolher informação

acerca dessas ocorrências muito raras
que parecem estar a ocorrer

com uma frequência de um por milhão,
de 10 por milhão...

Acho importante que as pessoas se lembrem

de que a razão por que estamos a vacinar

é estarmos no meio de uma pandemia.

Todos corrermos o risco
de ser infetados pela COVID

e a doença da COVID excede
o risco destas ocorrências muito raras.

No entanto, o que é
importante é avaliar

numa perspetiva de números,
numa perspetiva de risco,

o benefício que a vacina confere

e o ínfimo risco de esses eventos raros
poderem estar associados às vacinas.

Por isso, tanto os reguladores
como os políticos responsáveis

estão a analisar atentamente esses dados,

para perceberem por que motivo
eles estão a ocorrer,

onde estão a ocorrer,

em quem estão a ocorrer,

e tentando identificar
se há grupos específicos de pessoas

que apresentam maior risco
em relação a algumas dessas ocorrências,

o que parece não acontecer,

e contrapondo esse risco
muito raro e baixo

em relação ao benefício da proteção
contra a doença da COVID.

Há pessoas em todo o mundo
que estão a trabalhar em conjunto

para garantirem que essas informações
vindas de qualquer parte do mundo

chegam a toda a gente

e nos esclareçam
sobre os riscos e os benefícios.

Há reguladores em todos os países

e há políticos responsáveis
em todos os países.

E há um sistema em que
as informações são comunicadas

através dessas comissões
reguladoras e à OMS,

onde também temos
um grupo de peritos externos

que examinam os dados de segurança

que chegam de todas as partes do mundo.

Por isso, é a partir
dessas análises dos indícios

e à medida que os indícios
mudam ao longo do tempo,

que essas comissões de peritos
sobre segurança

fazem as suas avaliações
de benefício e riscos.

Para além disso, também temos
decisores políticos

que também estão
a examinar esses dados

e a fornecer recomendações,

não só nos seus países, mas também
em todo o mundo, aqui na OMS,

através do Grupo Consultivo Estratégico
de Peritos em Vacinação,

recomendações para que os países

possam estabelecer esse equilíbrio
de benefício e risco

e minimizar quaisquer riscos
que, de outro modo, podiam existir.

Obrigada, Kate.

Foi a "Science in 5" de hoje.

Até à próxima.

Fiquem bem, com saúde
e ouçam a ciência.

Tradução de Jenny_PM
Revisão de Margarida Mariz