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Três formas de medir a vossa adaptabilidade e como melhorá-la

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    Conheci 273 fundadores de "startups"
    no ano passado.
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    E todos procuravam dinheiro.
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    Como investidora de tecnologia,
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    o meu objetivo era classificar
    todos os fundadores
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    para determinar rapidamente
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    quais deles tinham potencial
    de fazer algo com impacto.
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    Mas o que faz um bom fundador?
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    É o que me pergunto todos os dias.
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    Alguns investidores arriscam
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    baseados nas referências
    e experiência do fundador.
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    Frequentaram uma
    universidade de excelência?
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    Trabalharam numa empresa importante?
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    Já colocaram uma grande ideia em prática?
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    Efetivamente, quão inteligente
    é essa pessoa?
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    Outros investidores avaliam
    o quociente emocional, ou o QE.
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    A pessoa será capaz de construir equipas
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    e criar boas relações com clientes?
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    Eu tenho uma metodologia diferente
    para avaliar estes fundadores
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    e não é complicada.
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    Procuro uma característica particular.
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    Não é o QI, nem o QE.
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    É a adaptabilidade:
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    como é que uma pessoa reage
    à inevitabilidade da mudança
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    de uma grande mudança.
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    Este é o fator determinante
    mais importante para mim.
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    Acredito que a adaptabilidade
    é uma forma de inteligência,
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    e o quociente de adaptabilidade, or QA,
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    pode ser medido, testado e melhorado.
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    Mas o QA não é útil apenas
    com fundadores de "startups".
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    Penso que é cada vez mais
    importante para todos.
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    Porque o mundo está a acelerar.
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    O ritmo de mudança tecnológica
    está a acelerar,
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    o que força os nossos cérebros a reagir.
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    Quer tenham de lidar
    com mudanças no trabalho
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    provocadas pela automação,
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    com mudanças geopolíticas
    num mundo mais globalizado,
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    ou até mudanças na dinâmica familiar
    e nas relações pessoais,
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    cada um de nós, como indivíduos, grupos,
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    corporações e até governos,
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    está a ser forçado a lidar
    com mais mudanças
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    do que nunca antes
    na história da humanidade.
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    Então, como avaliamos a adaptabilidade?
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    Utilizo três estratégias
    com novos fundadores.
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    Esta é a primeira.
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    Pensem na entrevista
    mais recente que tiveram.
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    Que tipo de perguntas foram feitas?
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    Provavelmente algo como
    "Fale-me da altura em que...", certo?
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    Em vez disso, para apreciar
    a adaptabilidade,
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    gosto de fazer perguntas com "e se...".
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    E se a sua principal fonte de receitas
    desaparecesse?
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    E se uma onda de calor
    impedisse os clientes
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    de visitar a sua loja?
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    Fazer perguntas com "e se"
    em vez de perguntas sobre o passado,
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    força o cérebro a simular.
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    Força-o a imaginar múltiplas
    versões possíveis do futuro.
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    A força dessa visão,
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    tal como a quantidade de diferentes
    cenários imaginados, conta-me muito.
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    Praticar simulações
    é uma área de teste segura
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    para melhorar a adaptabilidade.
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    Em vez de testar como
    absorvem e retêm informações,
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    tal como faria um teste de QI,
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    testa como manipulam as informações,
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    perante uma limitação,
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    para atingir um objetivo específico.
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    A segunda estratégia que uso
    para avaliar a adaptabilidade
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    é procurar sinais de desaprendizagem.
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    Pessoas que querem desafiar
    o que presumem já saber
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    e substituem esses dados
    por novas informações.
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    Como um computador que
    executa uma limpeza de disco.
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    Por exemplo, Destin Sandlin
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    programou a sua bicicleta
    para virar à esquerda
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    quando guiada para a direita
    e vice-versa.
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    Chamou-lhe a "Bicicleta de
    Cérebro ao Contrário"
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    e demorou quase oito meses
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    a aprender como guiá-la,
    quase normalmente.
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    Destin conseguiu desaprender
    a guiar a sua bicicleta normal
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    e aprender a guiar uma nova,
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    o que indica algo incrível
    sobre a adaptabilidade.
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    Não é fixa.
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    Em vez disso, cada um de nós
    tem a capacidade de a melhorar,
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    através de dedicação e trabalho árduo.
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    Na última página da sua autobiografia
    Gandhi escreveu:
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    "Tenho de me reduzir a zero."
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    Em várias alturas da sua vida plena,
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    ele ainda procurava voltar
    à mentalidade inicial, a zero.
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    A desaprender.
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    Desta forma, penso que é seguro dizer
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    que Gandhi tinha um QA elevado.
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    (Risos)
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    A terceira e última estratégia
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    que uso para avaliar
    a adaptabilidade de um fundador
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    é procurar pessoas
    que introduzem a exploração
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    na sua vida e nos seus negócios.
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    Há uma tensão natural
    entre exploração e aproveitamento.
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    E coletivamente,
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    todos sobrevalorizamos
    o aproveitamento.
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    Deixem-me explicar.
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    Em 2000,
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    um homem conseguiu marcar
    uma reunião com John Antioco,
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    o presidente da Blockbuster,
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    e propôs-lhe uma parceria
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    para gerir o seu
    negócio "online" inexplorado.
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    O presidente da Blockbuster
    não o levou a sério e disse:
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    "Tenho milhões de clientes
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    "e milhares de lojas bem sucedidas.
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    "Preciso de me concentrar no dinheiro."
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    Contudo, o outro homem na reunião
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    era Reed Hastings,
    o presidente da Netflix.
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    Em 2018, a Netflix rendeu
    15 800 milhões de dólares,
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    enquanto que a Blockbuster
    entrou em falência em 2010,
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    dez anos depois daquela reunião.
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    O presidente da Blockbuster
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    estava demasiado focado em aproveitar
    o seu modelo empresarial já bem sucedido,
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    e acabou por não conseguir
    planear o futuro.
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    Foi desta forma que o seu sucesso anterior
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    se tornou no inimigo do seu
    potencial de adaptabilidade.
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    Para os fundadores
    com quem trabalho,
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    defino a exploração como
    um estado de constante procura.
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    Não podemos deixar-nos
    levar pelas vitórias.
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    Temos de fazer uma busca proativa
    do que nos pode matar a seguir.
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    Quando comecei
    a explorar a adaptabilidade,
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    o que achei mais interessante
    é que podemos melhorá-la.
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    Todos temos a capacidade
    de ser mais adaptáveis.
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    Pensem nela como um músculo:
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    tem de ser exercitada.
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    E não se sintam desencorajados
    se demorar algum tempo.
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    Lembram-se de Destin Sandlin?
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    Ele demorou oito meses
    a aprender a andar de bicicleta.
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    Com o tempo, usar estas estratégias
    com os fundadores,
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    fazer perguntas "e se",
    desaprender ativamente
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    e dar prioridade à exploração
    em vez do aproveitamento
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    pode colocar-vos no lugar do condutor,
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    e da próxima vez
    que algo importante mudar
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    estarão preparados.
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    Vamos entrar num futuro
    em que o QI e o QE
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    têm menos importância do que
    a rapidez com que nos adaptamos.
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    Espero que estas ferramentas
    vos ajudem a aumentar o vosso QA.
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    Obrigada.
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    (Aplausos)
Title:
Três formas de medir a vossa adaptabilidade e como melhorá-la
Speaker:
Natalie Fratto
Description:

Quando a investidora de risco Natalie Fratto escolhe qual o fundador de "startup" que vai apoiar, não procura apenas inteligência ou carisma; procura adaptabilidade. Nesta palestra perspicaz, Fratto partilha três formas de medir o "quociente de adaptabilidade" e demonstra a importância da capacidade de resposta à mudança.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:31

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