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Lixo Eletrônico: Limpando o Problema de Lixo que Mais Cresce no Mundo

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    Pense no seu celular ou notebook.
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    Eles sabem tudo sobre eles.
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    Como onde cada chip
    ali dentro é produzido.
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    E então...
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    não sabem de mais nada.
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    O lixo eletrônico existe,
    pois quando objetos não são mais úteis,
  • 0:15 - 0:17
    nós os jogamos no lixo.
  • 0:17 - 0:20
    O modo como eles são projetados
    aumenta mais ainda o problema,
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    pois dificulta sua desmontagem,
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    a extração de materiais úteis
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    e a reutilização.
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    ♪ Os tubos se conectam ao chassi ♪
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    ♪ O chassi é conectado ao grande... ♪
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    Dizem que trabalham aqui
    cerca de 4 mil pessoas.
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    Estou aqui há 15 anos.
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    No sangue da maioria dessas pessoas
    há um teor elevado de metais pesados.
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    Acho que não é só a África
    que sofre com o lixo eletrônico
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    porque os aparelhos eletrônicos
    fazem parte do nosso dia a dia.
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    Não podemos fornecer esses produtos
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    para os futuros 7, 8, 9 bilhões
    de habitantes do planeta
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    se jogarmos tudo fora
    depois de dois ou três anos de uso.
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    [À medida que nossos dispositivos
    se tornam mais acessíveis]
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    [e os ciclos de substituição mais curtos,]
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    [mais coisas "velhas" acumulamos.]
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    [Todos os monitores e laptops
    que jogamos fora, junto a micro-ondas]
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    [e geladeiras, estão criando
    montanhas de lixo eletrônico.]
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    [Em um ano, geramos 44,7 milhões
    de toneladas de lixo eletrônico,]
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    [o equivalente a 4,5 mil Torres Eiffel.]
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    [Bem antes dos computadores
    ficarem lentos e os celulares riscados,]
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    [eles continuam tendo valor,]
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    [pois contêm pequenas quantidades
    de metais preciosos, como ouro e prata,]
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    [que juntos somaram cerca de 55 bilhões
    de euros de matéria-prima em 2016.]
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    [Mas, por que apenas 20% desse lixo
    eletrônico são coletados e reciclados?]
  • 1:52 - 1:53
    Claro, estamos generalizando:
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    pensar em lixo eletrônico é diferente
    de pensar num monitor CRT,
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    ou então num smartphone moderno.
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    Mas, com certeza, há muito valor
    que podemos obter do lixo eletrônico.
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    Isso deveria servir
    de incentivo à reciclagem.
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    Sou professor na MIT,
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    onde coordeno o Senseable City Lab
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    e também o escritório de design
    Carlo Ratii Associati.
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    Começamos com um projeto
    que chamamos de Trash-Track.
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    Alguns anos atrás,
    trabalhávamos em Seattle
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    e colocamos etiquetas eletrônicas
    no lixo para rastreá-lo.
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    Rastreamos cascas de banana,
    monitores de CRT antigos,
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    computadores, cartuchos e outras coisas.
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    Muito do lixo chegava à fronteira dos EUA,
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    e depois, não conseguíamos mais segui-lo.
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    [Ao chegar às fronteiras dos EUA,
    esse lixo pode ir para o México]
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    [ou para mais longe ainda:
    para a África, Índia ou Ásia,]
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    [destinos predominantes
    não apenas para o lixo dos EUA,]
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    [mas também dos outros
    países desenvolvidos.]
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    [O que torna esse problema ainda
    mais complexo]
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    [é o fato de que a maior parte
    do lixo eletrônico nessas regiões]
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    [não vem de outros lugares,]
  • 2:51 - 2:53
    é gerado no próprio local.]
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    [Bem-vindo a Agbogbloshie, em Gana,]
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    [o maior depósito
    de lixo eletrônico do mundo.]
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    [Aqui, jovens se expõem
    a chumbo, mercúrio e arsênico]
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    [para extrair metais preciosos
    de equipamentos velhos.]
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    Fiquei chocado no dia em que cheguei aqui.
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    Você vê o tipo de trabalho
    que as pessoas fazem.
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    Elas se cortam, se expõem a tantas coisas.
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    Meu nome é Bennett Nana Akuffo.
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    Sou gerente de projeto da
    Green Advocacy Ghana.
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    Então, os garotos geralmente
    circulam de caminhão.
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    Passam em todas as casas.
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    Se eles viessem a minha,
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    certamente comprariam uma geladeira.
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    Depois eles trazem o lixo até aqui,
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    e o corta em pedaços.
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    Eles obtêm alumínio do revestimento.
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    Pegam cobre do motor da geladeira.
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    Eles cortam a geladeira
    com um martelo e um cinzel.
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    Em seguida, queimam os cabos
    para extrair cobre.
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    E o isopor é usado como combustível.
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    Se precisarem processar esses metais,
    eles adicionam isopor e o incendeiam.
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    Bem, sabemos que o solo
    está muito contaminado
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    e os níveis de chumbo, cádmio e arsênico
    no solo continuam aumentando.
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    Fizemos uma pesquisa sobre a saúde
    das pessoas daqui.
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    Descobrimos que no sangue
    da maioria delas
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    havia níveis elevados de metais pesados.
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    Esses metais estão ligados ao câncer
    e a outras doenças.
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    Todo esse lugar é como
    um distrito comercial.
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    Tem pessoas vendendo água e bebidas,
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    outras trabalhando,
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    outras andam por aí
    pegando coisas do chão.
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    É uma comunidade completa.
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    Dizem que umas 4 mil pessoas
    trabalham por aqui.
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    A maioria delas passa o dia inteiro aqui.
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    Dessa forma, muitas são expostas.
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    Muitas pessoas veem Agbogbloshie
    como um depósito de lixo.
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    Mas é um serviço que eles estão prestando
    para os ganenses comuns.
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    Sim, é ruim,
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    mas é um serviço necessário.
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    Se Agbogbloshie não existisse,
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    o que aconteceria
    com nossos veículos velhos,
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    nossas geladeiras, TVs e tudo isso?
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    [Como evitar que esses eletrônicos
    acabem em lugares]
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    [como o lixão de Agbogbloshie?]
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    [Caso eles acabem nesses lugares,]
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    [como reciclá-los de forma segura?]
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    Na IDEO sempre tivemos como missão
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    tentar conectar as pessoas
    e a tecnologia através do design.
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    Eu sou Tim Brown,
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    e sou CEO da companhia de design IDEO.
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    Nos primeiros anos, quando começamos,
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    fizemos coisas como o primeiro mouse
    para o computador original da Macintosh,
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    e o primeiro laptop,
    o primeiro desfibrilador automático.
  • 5:38 - 5:44
    A complexidade dos sistemas
    que suportam esses produtos e serviços
  • 5:44 - 5:46
    nós a entendemos melhor, atualmente.
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    É por isso que nos interessamos
    pela economia circular.
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    Precisamos pensar os produtos não
    apenas nos seus ciclos de uso,
  • 5:53 - 5:55
    mas no que acontece com eles depois.
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    Eu sou Vincent Biruta,
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    e sou o Ministro do Meio Ambiente
    da República de Ruanda.
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    Lidamos com 10 mil t
    de lixo eletrônico por ano.
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    E decidimos construir outra fábrica
    de desmontagem e reciclagem,
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    com capacidade de lidar, por ano,
    com 10 mil t desse lixo.
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    Atualmente, a segunda fábrica em Ruanda
    renova alguns computadores.
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    Já reciclou 400 computadores
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    que estão sendo distribuídos em escolas.
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    Enviamos as partes plásticas
    para companhias de reciclagem de plástico
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    e as partes de metal
    para as indústrias de aço.
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    Mas estamos planejando uma segunda fase
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    pra recuperar os metais preciosos
    que compõem esses equipamentos.
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    [Gana também tem feito progresso
    ao aprovar uma legislação]
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    [que proíbe o tratamento
    incorreto do lixo eletrônico.]
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    [E, até no mais terrível lixão do país,]
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    [alternativas mais limpas de queima
    do lixo estão disponíveis.]
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    Com a ajuda da Pure Earth,
    uma ONG com sede nos EUA,
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    decidimos eliminar a queima do lixo
    como uma maneira de extrair cobre.
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    Criamos este centro aqui
    com removedores de fios do metal.
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    E dá para ver os buracos
    pelos quais atravessamos os cabos.
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    Esses são os tamanhos de cabos
    que podemos reciclar.
  • 7:18 - 7:21
    Isso tudo é feito em questão de segundos.
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    Então, o plástico entra por um lado,
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    o metal sai pelo outro.
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    Os cabos que chegam aqui, são cobre
    ou alumínio puro, que pesam mais.
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    Assim os meninos recebem mais dinheiro.
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    [Hoje, o ilxo eletrônico é o tipo de lixo
    que cresce mais rápido no mundo.]
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    [Consumidores e fabricantes têm
    que mudar a forma de pensar]
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    [os equipamentos eletrônicos
    para desacelerar esse crescimento.]
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    É causado pelo design, e as soluções
    são um problema de design.
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    Para levar a economia circular a sério,
    temos que fechar o ciclo.
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    Criar novas noções de suprimentos.
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    Não precisamos usar tantos aparelhos.
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    nem ter certos componentes
    com muitas vidas úteis.
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    E quando precisarmos jogá-los fora,
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    deveremos fazê-lo em locais apropriados.
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    Ainda estamos apaixonados pela ideia
    dos produtos que queremos ter.
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    Mas talvez esse não seja
    o modelo certo para o futuro.
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    Não defendo deixar de comprar
    esses produtos,
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    mas deveríamos mandar consertá-los
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    para que os fabricantes tivessem
    uma razão real para reutilizá-los.
  • 8:26 - 8:30
    Teremos que ser muito criativos
    nos próximos anos
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    pra resolver esses problemas.
Title:
Lixo Eletrônico: Limpando o Problema de Lixo que Mais Cresce no Mundo
Description:

Hoje o tipo de lixo que mais cresce no mundo é o lixo eletrônico. De fato, geramos o equivalente a 4,5 mil Torres Eiffel de lixo eletrônico em um único ano. No entanto, apenas 20% dos resíduos são coletados e reciclados. Para onde tudo isso vai?

Visitamos o maior depósito de lixo eletrônico do mundo, onde tanto o lixo eletrônico gerado localmente quanto o es vem de outros países representa um risco considerável para a saúde daqueles que trabalham lá e nas proximidades. Ainda assim, soluções limpas e inovadoras estão se tornando disponíveis, e fazer um impacto mensurável exigirá que tanto consumidores quanto fabricantes pensem em todo o ciclo de vida desses produtos.

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Video Language:
English
Team:
Amplifying Voices
Project:
Environment and Climate Change
Duration:
08:37

Portuguese, Brazilian subtitles

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