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This Body Is Not Me | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

  • 0:03 - 0:06
    Isto é algo que podemos lembrar,
    podemos praticar:
  • 0:07 - 0:10
    Se nos sentarmos perto de uma pessoa que está a morrer,
  • 0:10 - 0:11
    devemos falar com ele,
  • 0:11 - 0:13
    devemos falar com ela,
  • 0:13 - 0:17
    e tocar a semente da felicidade,
    nele ou nela.
  • 0:17 - 0:20
    Devemos ser capazes
    de reconhecer essas sementes
  • 0:20 - 0:22
    na pessoa agonizante
  • 0:26 - 0:29
    e, mesmo que essa pessoa esteja em coma,
  • 0:31 - 0:36
    devemos também falar com ele ou com ela,
  • 0:40 - 0:43
    porque há uma forma
    pela qual essa pessoa pode
  • 0:44 - 0:46
    comunicar-se connosco.
  • 0:48 - 0:54
    Havia um estudante em Bordéus, França,
    que soube que a sua mãe estava a morrer
  • 0:54 - 1:00
    e veio para Plum Village
    para receber ensinamentos,
  • 1:01 - 1:08
    algumas instruções,
    para ajudar a sua mãe,
  • 1:09 - 1:12
    e a Irmã Chân Không disse-lhe para fazer isso,
  • 1:12 - 1:14
    ou seja, falar com a sua mãe,
  • 1:15 - 1:18
    e falar com ela apenas sobre as coisas bonitas,
  • 1:19 - 1:21
    as coisas felizes da sua vida.
  • 1:24 - 1:33
    Quando ele chegou
    à Califórnia, onde a sua mãe estava a morrer,
  • 1:35 - 1:37
    ela estava em coma.
  • 1:39 - 1:43
    Os médicos tentaram reanimá-la,
    trazê-la de volta à consciência,
  • 1:44 - 1:46
    mas não conseguiram.
  • 1:47 - 1:54
    E o jovem estudante simplesmente praticou
    de acordo com as instruções.
  • 1:54 - 1:58
    Sentou-se e falou com a sua mãe.
  • 2:01 - 2:07
    Cerca de quarenta e cinco minutos depois,
    ela voltou, despertou.
  • 2:07 - 2:08
    Muito surpreendente.
  • 2:09 - 2:10
    Os médicos não podiam acreditar.
  • 2:17 - 2:19
    Sabem, a Fellowship of Reconciliation,
  • 2:19 - 2:21
    quando vim pela primeira vez à América,
  • 2:21 - 2:22
    e o chanceler,
  • 2:23 - 2:28
    que era o secretário-geral
    da Fellowship of Reconciliation,
  • 2:28 - 2:37
    Paz e Reconciliação em Nova Iorque,
  • 2:39 - 2:43
    ajudou-me a percorrer a América
    para falar
  • 2:43 - 2:45
    sobre a situação no Vietname.
  • 2:45 - 2:47
    Isso foi em 1966,
  • 2:53 - 3:00
    e com a ajuda de Alfred
    e da Fellowship of Reconciliation,
  • 3:00 - 3:08
    organizamos atividades pela paz
  • 3:08 - 3:11
    um pouco na Europa,
    por toda a Europa,
  • 3:11 - 3:13
    e na Ásia e por aí fora.
  • 3:17 - 3:27
    E partilhámos muito tempo juntos
    a trabalhar pela paz no Vietname,
  • 3:29 - 3:38
    e houve momentos muito alegres
    quando trabalhámos juntos
  • 3:39 - 3:40
    para acabar com a guerra no Vietname.
  • 3:43 - 3:49
    Um dia, a Irmã Chân Không, eu próprio
    e alguns amigos
  • 3:49 - 3:55
    estávamos a conduzir para,
    penso eu,
  • 3:56 - 4:00
    o Instituto Omega, no norte de Nova Iorque,
    para dar um retiro.
  • 4:00 - 4:06
    Soubemos que Alfred estava agonizante
    num hospital católico
  • 4:06 - 4:07
    não muito longe dali,
  • 4:07 - 4:14
    por isso decidimos ir lá visitá-lo.
  • 4:15 - 4:17
    Quando chegámos,
  • 4:17 - 4:20
    Dorothy, a sua esposa,
    e Laura, a sua filha, estavam lá,
  • 4:22 - 4:32
    e Alfred estava a ser alimentado
    com soro de glicose,
  • 4:33 - 4:35
    mas também estava em coma.
  • 4:37 - 4:39
    E Laura, a sua filha,
  • 4:40 - 4:49
    que se tinha voluntariado para trabalhar
    no nosso Escritório da Paz em Paris,
  • 4:50 - 4:54
    ficou tão feliz ao ver
    a mim e à Irmã Chân Không
  • 4:54 - 4:56
    a virem visitar o seu pai.
  • 4:56 - 5:00
    Ela fez o seu melhor para acordar Alfred:
  • 5:00 - 5:02
    "Alfred, Alfred, Pai,
  • 5:03 - 5:07
    Sabes que Thay está aqui,
    a Irmã Chân Không está aqui,"
  • 5:08 - 5:11
    mas Alfred não acordou.
  • 5:12 - 5:17
    Então eu disse à Sư Cô (Irmã) Chân Không
    para cantar para Alfred.
  • 5:19 - 5:22
    A canção que escrevi,
  • 5:23 - 5:28
    usando as palavras do Buda
    no Cânone Pali,
  • 5:29 - 5:32
    também no Cânone Chinês,
    o mesmo texto,
  • 5:33 - 5:34
    "Este corpo não sou eu.
  • 5:36 - 5:37
    Não estou preso neste corpo,
  • 5:38 - 5:40
    Sou vida sem fronteiras.
  • 5:41 - 5:48
    A minha natureza é sem nascimento e sem morte."
  • 5:50 - 5:52
    E continuou assim.
  • 5:53 - 5:56
    E quando a Sư Cô (Irmã) Chân Không
    cantou pela terceira vez,
  • 5:56 - 5:58
    Alfred acordou.
  • 6:00 - 6:04
    Vês,
    há uma comunicação possível.
  • 6:09 - 6:13
    Ficámos muito felizes ao ver o Alfred acordado,
  • 6:13 - 6:23
    e eu estava a massajar-lhe os pés
    para lhe dar a sensação de que estava ali.
  • 6:23 - 6:24
    Ele estava ali.
  • 6:25 - 6:32
    E Laura disse: "Alfred, sabes que
    Thay está aqui? A Irmã Chân Không está aqui?"
  • 6:33 - 6:34
    Alfred não conseguia falar,
  • 6:34 - 6:39
    mas os seus olhos mostravam que estava consciente,
  • 6:40 - 6:44
    que eu estava ali,
    que a Irmã Chân Không estava ali.
  • 6:45 - 6:48
    Então, a Irmã Chân Không
    começou a falar com ele.
  • 6:49 - 6:51
    Aprendemos sobre o que falar.
  • 6:52 - 6:56
    "Alfred, lembras-te
    daquela vez em Roma?"
  • 6:57 - 7:02
    Naquela altura, 300 monges budistas
    estavam presos no Vietname
  • 7:02 - 7:06
    porque se recusaram a ser recrutados
    para o exército,
  • 7:07 - 7:13
    e em Roma conseguimos convidar
    300 padres católicos
  • 7:14 - 7:18
    para uma vigília
    — uma manifestação —
  • 7:18 - 7:29
    e cada padre católico usava o nome
    de um monge budista do Vietname.
  • 7:30 - 7:32
    "Lembras-te disso, Alfred?"
  • 7:32 - 7:36
    E ela continuou a falar com ele
    sobre memórias felizes
  • 7:37 - 7:42
    do tempo em que trabalhámos juntos pela paz.
  • 7:43 - 7:44
    E sabes o que aconteceu?
  • 7:46 - 7:50
    Após cerca de 10 minutos,
    Alfred abriu a boca
  • 7:51 - 7:56
    e disse:
    "Maravilhoso, maravilhoso" (duas vezes).
  • 7:56 - 7:59
    E depois disso, voltou
    a cair em coma.
  • 8:03 - 8:06
    Era tarde,
    e tínhamos de dar uma palestra de orientação
  • 8:06 - 8:09
    no Instituto Omega,
    no norte de Nova Iorque.
  • 8:09 - 8:11
    Por isso, tivemos de partir.
  • 8:11 - 8:15
    Mas dissemos à Dorothy
    e à Laura para continuarem a prática.
  • 8:18 - 8:21
    Na manhã seguinte, bem cedo,
  • 8:22 - 8:24
    recebi um telefonema da Laura
  • 8:24 - 8:30
    e ela contou que o pai faleceu
    muito pacificamente, sem qualquer dor.
  • 8:34 - 8:41
    Śāriputra fez o mesmo
    enquanto esteve com Anathapindika.
  • 8:42 - 8:48
    Ele tentou regar as boas sementes,
    as sementes da felicidade, em Anathapindika
  • 8:49 - 8:52
    praticando as quatro recordações.
  • 8:55 - 9:00
    E depois disso,
    Anathapindika conseguiu sorrir.
  • 9:02 - 9:05
    Continuaram a meditação guiada.
  • 9:07 - 9:14
    "Vamos praticar juntos,
    nós os três", disse ele.
  • 9:17 - 9:19
    "Inspirando,
  • 9:25 - 9:28
    sei que os meus olhos não sou eu,
  • 9:30 - 9:32
    os meus ouvidos não sou eu.
  • 9:32 - 9:36
    Sou mais do que os meus olhos,
    os meus ouvidos, o meu nariz, a minha língua.
  • 9:37 - 9:40
    Inspirando, sei que este corpo não sou eu.
  • 9:43 - 9:44
    Não estou preso neste corpo.
  • 9:45 - 9:46
    Sou vida sem fronteiras.
  • 9:48 - 9:52
    A desintegração deste corpo
    não é a minha desintegração.
  • 9:53 - 9:57
    A minha verdadeira natureza
    é a natureza de não nascimento e não morte.
  • 10:02 - 10:03
    Inspirando,
  • 10:03 - 10:07
    estou consciente do elemento do calor em mim: fogo.
  • 10:09 - 10:13
    O calor em mim, o elemento fogo em mim,
    não sou eu.
  • 10:15 - 10:18
    Sou mais do que o elemento 'fogo'.
  • 10:19 - 10:23
    Inspirando,
    estou consciente do elemento 'água' em mim.
  • 10:29 - 10:31
    Não sou a água,
  • 10:32 - 10:34
    sou mais do que a água.
  • 10:34 - 10:37
    Não estou preso
    no elemento 'água' em mim.
  • 10:38 - 10:41
    Sabes, os quatro grandes elementos,
    Mahābhūta:
  • 10:42 - 10:58
    Fogo, terra, ar e água.
    Sim, quatro.
  • 11:00 - 11:02
    Inspirando,
  • 11:04 - 11:11
    sei que a forma que vejo com os meus olhos
    não sou eu.
  • 11:12 - 11:15
    Os sons que ouço com os meus ouvidos
    não sou eu."
  • 11:16 - 11:21
    Assim, a meditação guiada
    ajuda a pessoa que está a morrer
  • 11:22 - 11:26
    a não se identificar com os seus sentidos e perceções.
  • 11:30 - 11:31
    Isto é muito importante.
  • 11:32 - 11:36
    Este corpo não veio do nada.
  • 11:38 - 11:42
    Quando as condições são suficientes,
    este corpo manifesta-se.
  • 11:43 - 11:47
    Não veio do norte, do sul,
    do leste, do oeste.
  • 11:48 - 11:51
    Antes da manifestação,
    não se pode dizer "não existia."
  • 11:52 - 11:55
    Após a manifestação,
    não se pode dizer que existe.
  • 11:57 - 12:00
    Sabes exatamente
    o que acabámos de ouvir no ensinamento do Dharma.
  • 12:00 - 12:05
    E, nesse momento,
    Ānanda, o Venerável Ānanda,
  • 12:05 - 12:10
    viu que lágrimas começaram a rolar
    dos olhos de Anathapindika.
  • 12:12 - 12:13
    Ele sentiu pena
    de Anathapindika.
  • 12:13 - 12:16
    Perguntou:
    "Meu querido amigo, por que choras?!
  • 12:18 - 12:20
    Arrependes-te de algo?"
  • 12:26 - 12:30
    Anathapindika respondeu: "Não, Venerável Ānanda,
    não me arrependo de nada."
  • 12:31 - 12:35
    "Ou talvez
    não tenhas tido sucesso na tua meditação?"
  • 12:35 - 12:41
    "Não, Venerável Ānanda,
    tive muito sucesso na minha meditação."
  • 12:41 - 12:43
    "Então por que choras?"
  • 12:44 - 12:47
    "Venerável Ānanda,
    choro porque estou tão emocionado.
  • 12:48 - 12:54
    Servi o Buda, a Sangha,
    o Dharma, por mais de 30 anos
  • 12:55 - 12:59
    e nunca recebi
    e pus em prática
  • 12:59 - 13:03
    um ensinamento tão maravilhoso
    como o que me foi dado hoje
  • 13:03 - 13:05
    pelo Venerável Śāriputra."
  • 13:06 - 13:12
    "O ensinamento da não-nascença, da não-morte,
    do não-vir, do não-ir,"
  • 13:13 - 13:15
    "do não-ser, do não-não-ser."
  • 13:16 - 13:18
    Ānanda ainda era jovem.
  • 13:19 - 13:22
    Ele disse: "Querido amigo, não sabes,
    mas este tipo de ensinamento
  • 13:22 - 13:25
    nós, monges e monásticos,
    recebemos quase todos os dias."
  • 13:26 - 13:27
    (Risos)
  • 13:30 - 13:34
    Anathapindika olhou para os Veneráveis
    e disse:
  • 13:35 - 13:40
    "Querido Venerável Ānanda,
    por favor, quando voltares,
  • 13:40 - 13:47
    diz ao Senhor que nós, leigos,
    mesmo que muitos de nós estejamos ocupados,
  • 13:47 - 13:52
    não sejamos capazes de receber
    um ensinamento tão maravilhoso,"
  • 13:53 - 14:02
    "mas há aqueles entre nós, como leigos,
    que são suficientemente livres, que têm tempo suficiente,
  • 14:05 - 14:09
    para receber este ensinamento
    e colocá-lo em prática."
  • 14:10 - 14:12
    "Por isso, por favor, diz ao Buda
    — pede-lhe —
  • 14:12 - 14:16
    para dispensar este tipo de ensinamento
    também para nós, leigos."
  • 14:18 - 14:22
    E esse foi o último pedido
    feito por Anathapindika.
  • 14:23 - 14:27
    Ānanda aceitou levar o pedido,
  • 14:29 - 14:33
    e depois disso,
    Anathapindika faleceu pacificamente.
  • 14:35 - 14:39
    Se quiseres ler a história novamente,
    está no Livro de Cânticos do Plum Village,
  • 14:40 - 14:42
    e se estás a assistir...
  • 14:42 - 14:47
    se és assistente social,
    ou médico, ou psicoterapeuta,
  • 14:49 - 14:55
    que tem o dever
    de acompanhar pessoas no final da vida,
  • 14:55 - 14:58
    acredito que este ensinamento
    é algo muito raro, útil e maravilhoso
  • 14:58 - 15:01
    para estudar e praticar.
  • 15:02 - 15:04
    Se não tiveres medo,
  • 15:04 - 15:08
    se tiveres tocado a natureza
    da não-nascença e da não-morte em ti,
  • 15:08 - 15:11
    serás um elemento precioso,
  • 15:12 - 15:15
    uma condição para que essa pessoa
    possa partir em paz.
  • 15:16 - 15:19
    Serás inspirador,
    muito inspirador para ele ou para ela.
  • 15:20 - 15:24
    A tua presença,
    como a presença de Śāriputra,
  • 15:24 - 15:27
    ajudará a pessoa a morrer pacificamente,
    sem medo.
  • 15:30 - 15:33
    Gostaria de pedir à Irmã Chân Không
    que venha cantar a canção:
  • 15:35 - 15:36
    "Este Corpo Não Sou Eu".
  • 15:36 - 15:39
    Não sei se ela ainda se lembra da canção.
  • 15:39 - 15:42
    (Risos)
  • 15:47 - 15:48
    (Cantando)
  • 15:48 - 15:51
    Este corpo não sou eu,
  • 15:52 - 15:57
    Não estou preso neste corpo,
  • 15:57 - 16:01
    Sou vida sem fronteiras.
  • 16:02 - 16:05
    Nunca nasci,
  • 16:06 - 16:10
    E nunca morrerei.
  • 16:10 - 16:17
    Olha para o oceano e para o céu,
    cheios de estrelas,
  • 16:17 - 16:23
    manifestações da minha mente maravilhosa.
  • 16:24 - 16:32
    Desde tempos imemoriais,
    tenho estado a sonhar.
  • 16:33 - 16:40
    Nascimento e morte são apenas portas
    pelas quais eu passo,
  • 16:40 - 16:45
    tesouro sagrado na minha jornada.
  • 16:46 - 16:52
    Nascimento e morte:
    um jogo de esconde-esconde.
  • 16:53 - 16:56
    Por isso, sorri para mim,
    pega na minha mão,
  • 16:56 - 16:59
    vamos dizer adeus,
  • 16:59 - 17:03
    dizer adeus até nos encontrarmos novamente.
  • 17:05 - 17:06
    Encontramo-nos hoje.
  • 17:07 - 17:09
    Encontrar-nos-emos amanhã.
  • 17:10 - 17:16
    Encontramo-nos em todos os caminhos da vida.
  • 17:17 - 17:21
    Este corpo não sou eu.
  • 17:22 - 17:27
    Não estou preso neste corpo.
  • 17:28 - 17:32
    Sou vida sem fronteiras.
  • 17:32 - 17:40
    Nunca nasci,
    e nunca morrerei.
  • 17:41 - 17:47
    Nascimento e morte são apenas portas
    pelas quais eu passo,
  • 17:47 - 17:52
    tesouro sagrado na minha jornada.
  • 17:53 - 17:59
    Nascimento e morte,
    um jogo de esconde-esconde.
  • 17:59 - 18:05
    Por isso, sorri para mim, segura a minha mão,
    vamos dizer adeus.
  • 18:05 - 18:10
    Dizer adeus, até nos encontrarmos novamente.
  • 18:11 - 18:13
    Encontramo-nos hoje.
  • 18:13 - 18:16
    Encontrar-nos-emos amanhã.
  • 18:16 - 18:23
    Encontramo-nos em todos os caminhos da vida.
  • 18:23 - 18:27
    Este corpo não sou eu.
  • 18:28 - 18:33
    Não estou preso neste corpo.
  • 18:33 - 18:37
    Sou vida sem fronteiras.
  • 18:38 - 18:47
    Nunca nasci,
    e nunca morrerei.
Title:
This Body Is Not Me | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
Description:

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Video Language:
English
Duration:
18:56

Portuguese subtitles

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