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Signlessness: A Cloud Never Dies | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

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    A Segunda Porta da Libertação
    é a ausência de sinais.
  • 0:45 - 0:47
    "Sinal" aqui significa a aparência,
  • 0:48 - 0:51
    e muitos de nós somos enganados
    pela aparência das coisas.
  • 1:05 - 1:10
    Quando a tua nuvem favorita
    já não está no céu,
  • 1:13 - 1:14
    ficas triste.
  • 1:24 - 1:30
    Mas lembra-te de que
    70% do nosso corpo é feito de nuvem.
  • 1:33 - 1:36
    Nuvens por dentro,
    não nuvens no céu,
  • 1:39 - 1:42
    e todos os dias
    continuas a beber nuvens.
  • 1:54 - 1:57
    Quando uma nuvem já não é visível no céu,
  • 2:00 - 2:02
    pensas que a nuvem desapareceu,
  • 2:05 - 2:09
    e acreditas que a tua nuvem
    agora pertence ao reino do não-ser.
  • 2:11 - 2:14
    Ontem,
    pertencia ao reino do ser,
  • 2:14 - 2:17
    mas hoje,
    pertence ao reino do não-ser.
  • 2:17 - 2:19
    Essa é uma perceção errada.
  • 2:21 - 2:23
    Pensas que a tua nuvem morreu,
  • 2:27 - 2:31
    mas, como dissemos antes,
    é impossível para uma nuvem morrer,
  • 2:32 - 2:37
    porque morrer significaria
    passar de algo a absolutamente nada.
  • 2:39 - 2:41
    Uma nuvem não pode tornar-se nada.
  • 2:41 - 2:44
    Uma nuvem pode transformar-se
    em chuva, neve, gelo...
  • 2:46 - 2:50
    Se te deixares prender pela aparência da nuvem,
  • 2:51 - 2:55
    não serás capaz de ver a sua continuação.
  • 2:56 - 2:58
    Tens de ver a tua nuvem na chuva:
  • 2:59 - 3:04
    "Olá, minha nuvem, vejo-te
    na tua nova forma: a chuva."
  • 3:07 - 3:10
    E assim ficas livre dos sinais.
  • 3:12 - 3:17
    E quando bebes o teu chá,
    vês a tua nuvem dentro dele:
  • 3:19 - 3:22
    "Olá, minha nuvem,
    agora vejo-te na forma de chá."
  • 3:23 - 3:27
    Quando te libertas da aparência,
    experiencias a ausência de sinais.
  • 3:29 - 3:31
    A pessoa com quem estavas,
  • 3:31 - 3:36
    ela já não está lá,
    e sofres pela sua perda.
  • 3:38 - 3:43
    Desesperas-te porque
    a pessoa que amas já não está,
  • 3:45 - 3:50
    e acreditas que ela passou
    para o reino do não-ser:
  • 3:50 - 3:53
    Ela já não está, morreu;
  • 3:53 - 3:54
    mas isso não é verdade.
  • 3:55 - 3:56
    É impossível para uma nuvem morrer.
  • 3:57 - 4:00
    É impossível para ti morrer...
  • 4:06 - 4:07
    ou para quem amas morrer.
  • 4:09 - 4:11
    Se tiveres os olhos da ausência de sinais,
  • 4:13 - 4:17
    podes ver a tua amada
    na sua nova forma.
  • 4:18 - 4:20
    Podes ver a nuvem na chuva,
  • 4:24 - 4:28
    e a chuva chama-te:
    "Querido, querido, estou aqui! Não me vês?"
  • 4:30 - 4:32
    Não a vês na chuva.
  • 4:33 - 4:37
    Não vês a nuvem na chuva,
    porque estás preso à aparência.
  • 4:37 - 4:39
    Não tens os olhos da ausência de sinais.
  • 4:46 - 4:48
    Então, quando vês um bloco de gelo,
    podes ver a tua nuvem.
  • 4:53 - 4:57
    Quando vês a neve a cair,
    podes ver a tua nuvem.
  • 4:57 - 4:58
    Nada pode morrer,
  • 5:00 - 5:04
    e é por isso que,
    com os olhos da ausência de sinais,
  • 5:04 - 5:07
    com a concentração na ausência de sinais,
  • 5:08 - 5:11
    ficas livre da noção de ser e não-ser,
    de nascimento e morte,
  • 5:15 - 5:19
    e já não sofres,
    nem sequer com a tua própria morte,
  • 5:20 - 5:22
    porque não podes morrer.
  • 5:31 - 5:35
    Temos de aprender a
    deixar ir as nossas noções,
  • 5:36 - 5:41
    incluindo a noção de
    ser e não-ser, nascimento e morte.
  • 5:50 - 5:59
    Acreditamos que agora é a vida,
    e a morte será mais tarde,
  • 6:00 - 6:03
    daqui a 20 anos, 30 anos, 50 anos,
  • 6:05 - 6:09
    mas essa não é a realidade.
  • 6:09 - 6:12
    A morte está a acontecer
    aqui e agora.
  • 6:15 - 6:21
    Neste exato momento,
    muitas células do nosso corpo estão a morrer.
  • 6:22 - 6:25
    Milhares e milhares delas estão a morrer.
  • 6:28 - 6:31
    A morte está a acontecer
    aqui e agora,
  • 6:31 - 6:32
    e tu não te apercebes.
  • 6:32 - 6:35
    Pensas que a morte
    será apenas muito mais tarde.
  • 6:36 - 6:39
    Mas a morte é essencial para o nascimento.
  • 6:40 - 6:44
    As células têm de morrer
    para que outras células possam nascer.
  • 6:47 - 6:50
    Milhares e milhares de células
    estão a nascer neste exato momento,
  • 6:51 - 6:53
    e o nascimento e a morte
    gostam de estar juntos,
  • 6:54 - 6:56
    como a direita e a esquerda.
  • 7:00 - 7:05
    Se pensas que hoje é apenas nascimento,
    e a morte será daqui a 100 anos,
  • 7:05 - 7:06
    estás enganado.
  • 7:06 - 7:09
    Nascimento e morte,
    acontecem ao mesmo tempo.
  • 7:11 - 7:14
    Muitas milhares de células estão a morrer
    neste exato momento,
  • 7:15 - 7:19
    e tu estás tão ocupado
    que não tens tempo para organizar os seus funerais.
  • 7:20 - 7:24
    (Risos)
  • 7:26 - 7:32
    E muitas das novas células que nascem,
    não têm tempo para celebrar o seu aniversário.
  • 7:33 - 7:35
    (Risos)
  • 7:35 - 7:38
    Onde há nascimento, há morte,
  • 7:40 - 7:44
    e a morte não é destrutiva,
    a morte permite que o nascimento seja possível.
  • 7:45 - 7:47
    É como a direita e a esquerda.
  • 7:47 - 7:49
    Sem a esquerda, a direita não pode existir,
  • 7:50 - 7:55
    e temos de aprender a olhar para a realidade dessa forma.
  • 7:57 - 8:02
    O nascimento de algo,
    é sempre a morte de algo,
  • 8:02 - 8:05
    é sempre o nascimento de algo.
  • 8:06 - 8:09
    A morte da nuvem
    é o nascimento da chuva.
  • 8:11 - 8:16
    Se a nuvem não morrer,
    como pode a chuva nascer?
  • 8:19 - 8:22
    Mas isso é quando falamos
    de nascimento e morte.
  • 8:22 - 8:25
    Na realidade,
    não há nascimento nem morte.
  • 8:25 - 8:27
    Então, duas camadas de verdade.
  • 8:28 - 8:38
    No nível convencional —
    vemos, no nível da verdade convencional —
  • 8:39 - 8:41
    vemos que há nascimento e morte.
  • 8:42 - 8:48
    A nuvem morre
    para que a chuva possa nascer,
  • 8:49 - 8:53
    e a chuva tem de morrer
    para que o chá possa nascer.
  • 8:55 - 8:57
    Mas isso não é morrer,
    isso é transformação.
  • 8:58 - 9:00
    Tu continuas sempre.
  • 9:01 - 9:03
    E é por isso que
    temos de treinar-nos,
  • 9:03 - 9:05
    para olhar com os olhos
    da ausência de sinais,
  • 9:06 - 9:11
    e ficaremos livres
    de toda a angústia, medo e desespero.
  • 9:14 - 9:18
    E os cientistas descobriram que
    a matéria e a energia, a sua natureza,
  • 9:18 - 9:21
    é também a natureza do
    não-nascimento e não-morte.
  • 9:27 - 9:31
    Se ainda estás à procura
    do começo do cosmos,
  • 9:33 - 9:38
    se ainda acreditas no Big Bang
    como o começo do cosmos,
  • 9:38 - 9:41
    ainda estás preso
    à noção de nascimento e morte.
  • 9:43 - 9:44
    Se acreditas no Big Bang,
  • 9:44 - 9:48
    então tens de acreditar no Big Crunch
    mais tarde.
  • 9:48 - 9:54
    (Risos)
  • 9:58 - 10:05
    E se os cientistas ainda colocam a questão
    do nascimento e morte do cosmos,
  • 10:05 - 10:09
    violam a primeira lei da termodinâmica,
  • 10:10 - 10:14
    não há nascimento, não há morte,
    há apenas continuação.
  • 10:20 - 10:22
    Com esse tipo de olhar profundo,
  • 10:23 - 10:26
    tocamos a natureza
    do não-nascimento e não-morte,
  • 10:27 - 10:33
    e deixamos para trás essas noções
    de nascimento e morte, chegada e partida,
  • 10:34 - 10:37
    e ficamos livres:
    já não há medo,
  • 10:37 - 10:40
    nem raiva, nem desespero.
  • 10:41 - 10:45
    Essa é a Segunda Porta da Libertação.
  • 10:47 - 10:50
    Não é filosofia,
    é prática.
  • 10:51 - 10:54
    A concentração na atenção plena
    traz discernimento,
  • 10:55 - 10:59
    e quando compreendes
    a vacuidade e a ausência de sinais,
  • 10:59 - 11:00
    ficas livre.
  • 11:08 - 11:14
    O último exercício de respiração consciente,
    proposto pelo Buda, é "deixar ir",
  • 11:15 - 11:19
    deixar ir as noções,
    incluindo a noção de nascimento e morte,
  • 11:19 - 11:23
    ser e não-ser, chegada e partida.
  • 11:39 - 11:43
    Quando vens para um centro de prática,
    aprendes muitas práticas diferentes
  • 11:43 - 11:48
    que te podem trazer alívio
    do medo, da raiva, do sofrimento,
  • 11:50 - 11:52
    mas o maior alívio que podes alcançar,
  • 11:54 - 11:57
    só acontece quando tocas a tua verdadeira natureza^
    de não-nascimento e não-morte,
  • 11:59 - 12:01
    não-ser e não não-ser.
  • 12:04 - 12:09
    Se não tens tempo para meditar,
  • 12:09 - 12:10
    para contemplar,
  • 12:13 - 12:18
    para praticar a concentração
    na vacuidade e na ausência de sinais,
  • 12:19 - 12:22
    não podes tocar a tua verdadeira natureza
    de não-nascimento e não-morte.
  • 12:26 - 12:32
    Imaginemos uma onda
    que surge à superfície do oceano,
  • 12:36 - 12:41
    e a onda pode estar presa
    a ideias de começo, fim, nascimento e morte,
  • 12:42 - 12:45
    subir, descer, estar viva, não estar viva,
  • 12:46 - 12:50
    e ela sofrerá muito
    por causa dessas noções.
  • 12:53 - 12:58
    Mas se a onda regressar a si mesma,
  • 13:00 - 13:04
    e tocar a sua verdadeira natureza, que é água,
  • 13:05 - 13:08
    então perde todas essas noções.
  • 13:09 - 13:11
    É bom começar,
    é bom terminar.
  • 13:13 - 13:15
    É bom subir,
    é bom descer.
  • 13:17 - 13:21
    Ela pode viver a vida de uma onda,
    mas também pode viver a vida da água.
  • 13:22 - 13:27
    E no momento em que toca
    a sua verdadeira natureza, a água,
  • 13:27 - 13:29
    ela liberta-se de todo o medo.
  • 13:30 - 13:32
    O medo de começar,
    o medo de terminar,
  • 13:32 - 13:36
    o medo de subir,
    o medo de descer,
  • 13:36 - 13:38
    o medo de ser,
    ou de não ser,
  • 13:40 - 13:48
    e a onda
    não precisa de procurar a água,
  • 13:48 - 13:51
    ela é água,
    aqui e agora.
  • 13:52 - 13:56
    E o mesmo acontece connosco.
  • 13:57 - 14:00
    Não precisamos de ir à procura do nirvana.
  • 14:01 - 14:04
    Não precisamos de procurar
    a nossa natureza de não-nascimento e não-morte.
  • 14:05 - 14:07
    Estamos bem estabelecidos nela.
  • 14:08 - 14:11
    A nossa verdadeira natureza
    é a natureza do não-nascimento e não-morte,
  • 14:17 - 14:20
    e esse tipo de despertar,
    essa realização,
  • 14:21 - 14:26
    ajuda-nos a perder, a libertar-nos,
    de todos os medos e discriminações,
  • 14:27 - 14:29
    e a verdadeira alegria de viver
    torna-se possível.
  • 14:39 - 15:04
    (Sino)
  • 15:11 - 15:19
    Vamos visualizar uma nuvem no céu,
    e metade dela já se transformou em chuva,
  • 15:21 - 15:25
    e agora a chuva pode ser vista
  • 15:25 - 15:36
    como um riacho, uma fonte,
    e a nuvem acima olha para baixo,
  • 15:37 - 15:40
    e vê-se a si mesma
    — parte de si, parte dele, parte dela —
  • 15:41 - 15:44
    na Terra,
    e acena para o riacho, dizendo:
  • 15:44 - 15:47
    "Olá, eu ali em baixo!"
  • 15:47 - 15:48
    (Risos)
  • 15:48 - 15:50
    "Vou juntar-me a ti em breve!"
  • 15:51 - 15:53
    "Aproveita bem aí em baixo!"
  • 15:59 - 16:06
    Não tens de esperar
    até à dissolução deste corpo
  • 16:07 - 16:10
    para renascer em algo novo.
  • 16:12 - 16:20
    Metade da nuvem pode renascer
    como chuva e neve,
  • 16:20 - 16:24
    e a outra metade
    ainda mantém a forma de nuvem.
  • 16:26 - 16:29
    E é por isso que temos de olhar
    com os olhos da ausência de sinais
  • 16:30 - 16:31
    e ver a nossa continuação.
  • 16:32 - 16:34
    Já tens a tua continuação.
  • 16:35 - 16:36
    Olha à tua volta.
  • 16:37 - 16:39
    E essa é a minha prática.
  • 16:41 - 16:44
    Quando olhas nesta direção
    e dizes "Este é o Thay",
  • 16:45 - 16:47
    isso não é...
    não é toda a verdade.
  • 16:47 - 16:50
    Isto é apenas uma pequena parte do Thay.
  • 16:51 - 16:56
    Podes ver o Thay de outra forma.
  • 16:59 - 17:07
    Se fores ao Vietname,
    terra natal do Thay, vais ver que ele está lá neste exato momento,
  • 17:07 - 17:13
    a operar,
    a tentar ajudar as pessoas a praticar.
  • 17:14 - 17:18
    Ele continuou:
    ele já tem a sua continuação lá.
  • 17:20 - 17:23
    E há muitas prisões
    na Europa e na América
  • 17:23 - 17:25
    onde os nossos amigos têm ido
  • 17:26 - 17:30
    para ajudar as pessoas
    a respirar, a caminhar e a sofrer menos.
  • 17:30 - 17:33
    Thay está lá, nessas prisões.
  • 17:34 - 17:35
    Tens de ver o Thay dessa forma.
  • 17:37 - 17:40
    Se pensas que este corpo é o Thay,
    isso é uma perceção errada.
  • 17:43 - 17:49
    Então, Thay não tem de esperar
    até que este corpo se desintegre completamente
  • 17:49 - 17:50
    para renascer.
  • 17:51 - 17:54
    Não, ele já renasceu em muitas formas,
  • 17:55 - 17:59
    e há uma parte do Thay em ti,
    agora mesmo.
  • 18:02 - 18:06
    Essa é a sabedoria
    dos olhos da ausência de sinais.
  • 18:06 - 18:09
    Não ficas preso às formas.
Title:
Signlessness: A Cloud Never Dies | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
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English
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18:14

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