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A busca pelo nono planeta de nosso Sistema Solar

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    Vou lhes contar uma história
    de 200 anos atrás.
  • 0:05 - 0:08
    Em 1820, o astrônomo francês
    Alexis Bouvard
  • 0:08 - 0:12
    quase se tornou a segunda pessoa
    na história da humanidade
  • 0:12 - 0:13
    a descobrir um planeta.
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    Ele estava rastreando
    a posição de Urano no céu noturno
  • 0:17 - 0:18
    usando catálogos antigos de estrelas,
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    e ele não girava ao redor do Sol
  • 0:21 - 0:23
    como suas previsões diziam que deveria.
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    Às vezes, era um pouco rápido demais;
  • 0:25 - 0:27
    às vezes, um pouco lento demais.
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    Bouvard sabia que suas
    previsões eram perfeitas.
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    Aqueles catálogos antigos
    de estrelas é que deviam ser ruins.
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    Ele disse aos astrônomos da época:
  • 0:36 - 0:38
    "Façam medições melhores".
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    Então, eles fizeram.
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    Os astrônomos passaram
    as duas décadas seguintes
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    rastreando meticulosamente
    a posição de Urano no céu,
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    mas ainda não condizia
    com as previsões de Bouvard.
  • 0:50 - 0:52
    Em 1840, tornou-se óbvio.
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    O problema não estava
    naqueles catálogos antigos de estrelas,
  • 0:55 - 0:58
    e sim nas previsões.
  • 0:58 - 1:00
    E os astrônomos sabiam o porquê.
  • 1:00 - 1:04
    Eles perceberam que devia haver
    um planeta gigante e distante,
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    além da órbita de Urano,
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    que puxava aquela órbita,
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    ora a puxava um pouco rápido demais,
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    ora a segurava.
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    Deve ter sido frustrante em 1840,
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    ver esses efeitos gravitacionais
    desse planeta gigante e distante,
  • 1:18 - 1:22
    mas ainda não saber como encontrá-lo.
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    Acreditem em mim, é muito frustrante.
  • 1:24 - 1:26
    (Risos)
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    Mas, em 1846, outro astrônomo francês,
  • 1:28 - 1:29
    Urbain Le Verrier,
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    solucionou a matemática
  • 1:30 - 1:33
    e descobriu como prever
    a localização do planeta.
  • 1:33 - 1:36
    Ele enviou sua previsão
    ao observatório de Berlim,
  • 1:36 - 1:38
    eles abriram o telescópio
  • 1:38 - 1:41
    e, na primeira noite,
    encontraram um ponto tênue de luz,
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    que se movia lentamente pelo céu,
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    e descobriram Netuno.
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    Estava perto assim da localização
    prevista por Le Verrier.
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    A história de previsão,
    discrepância, teoria nova
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    e descobertas triunfantes é tão clássica
  • 1:58 - 2:00
    e Le Verrier ficou tão famoso com ela
  • 2:00 - 2:03
    que as pessoas tentaram
    se envolver imediatamente.
  • 2:03 - 2:06
    Nos últimos 163 anos,
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    dezenas de astrônomos usaram
    algum tipo de suposta discrepância orbital
  • 2:11 - 2:15
    para prever a existência de algum
    planeta novo do Sistema Solar.
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    Eles sempre estiveram errados.
  • 2:20 - 2:24
    A mais famosa dessas previsões errôneas
    veio de Percival Lowell,
  • 2:24 - 2:29
    que estava convencido de que deveria haver
    um planeta além de Urano e Netuno,
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    interferindo com essas órbitas.
  • 2:31 - 2:35
    Quando Plutão foi descoberto em 1930
    no Observatório Lowell,
  • 2:35 - 2:39
    todos presumiram que esse deveria ser
    o planeta que Lowell havia previsto.
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    Eles estavam errados.
  • 2:42 - 2:46
    Acontece que Urano e Netuno
    estão exatamente onde deveriam estar.
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    Demorou 100 anos,
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    mas Bouvard estava, por fim, certo.
  • 2:49 - 2:53
    Os astrônomos precisavam
    fazer medições melhores.
  • 2:53 - 2:55
    E, quando fizeram,
  • 2:55 - 2:58
    essas medições melhores revelaram
  • 2:58 - 3:03
    que não havia planeta
    além da órbita de Urano e Netuno,
  • 3:03 - 3:06
    e Plutão era milhares
    de vezes pequeno demais
  • 3:06 - 3:08
    para ter qualquer efeito nessas órbitas.
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    Apesar de Plutão não ser o planeta
    que originalmente se pensava ser,
  • 3:13 - 3:17
    foi a primeira descoberta
    do que são agora conhecidos
  • 3:17 - 3:22
    como milhares de objetos minúsculos
    e gelados orbitando além dos planetas.
  • 3:22 - 3:25
    Aqui podemos ver as órbitas de Júpiter,
  • 3:25 - 3:27
    Saturno, Urano e Netuno,
  • 3:27 - 3:30
    e, neste pequeno círculo
    no centro, está a Terra,
  • 3:30 - 3:33
    o Sol e quase tudo
    o que conhecemos e adoramos.
  • 3:33 - 3:35
    E esses círculos amarelos na borda
  • 3:35 - 3:38
    são esses corpos gelados
    além dos planetas.
  • 3:38 - 3:40
    Esses corpos gelados
    são empurrados e puxados
  • 3:40 - 3:42
    pelos campos gravitacionais dos planetas
  • 3:42 - 3:45
    de maneiras totalmente previsíveis.
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    Tudo gira ao redor do Sol
    exatamente como deveria.
  • 3:51 - 3:52
    Quase.
  • 3:52 - 3:54
    Em 2003,
  • 3:54 - 3:56
    descobri o que era, na época,
  • 3:56 - 4:00
    o objeto mais distante conhecido
    de todo o Sistema Solar.
  • 4:00 - 4:02
    É difícil não observar
    aquele corpo solitário
  • 4:02 - 4:05
    e dizer que Lowell estava errado,
    e não havia um planeta além de Netuno,
  • 4:05 - 4:09
    mas isso poderia ser um novo planeta.
  • 4:09 - 4:11
    Nossa verdadeira pergunta era:
  • 4:11 - 4:13
    que tipo de órbita
    ele tem ao redor do Sol?
  • 4:13 - 4:15
    Será que faz um círculo ao redor dele
  • 4:15 - 4:16
    como um planeta deveria?
  • 4:16 - 4:20
    Ou será que é apenas um membro típico
    desse cinturão gelado de corpos
  • 4:20 - 4:24
    que ficou um pouco jogado para fora
    e agora está voltando?
  • 4:24 - 4:27
    Essa é precisamente a pergunta
  • 4:27 - 4:32
    que os astrônomos tentavam responder
    sobre Urano há 200 anos.
  • 4:32 - 4:35
    Eles a fizeram usando
    observações ignoradas de Urano
  • 4:35 - 4:38
    de 91 anos antes de sua descoberta
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    para descobrir toda a sua órbita.
  • 4:40 - 4:42
    Não conseguimos ir tão longe,
  • 4:42 - 4:46
    mas encontramos observações
    de nosso objeto de 13 anos antes,
  • 4:46 - 4:49
    que permitiu descobrir
    como ele girava ao redor do Sol.
  • 4:49 - 4:50
    Portanto, a pergunta é:
  • 4:50 - 4:53
    ele está numa órbita circular
    ao redor do Sol, como um planeta,
  • 4:53 - 4:54
    ou está voltando,
  • 4:54 - 4:56
    como um desses corpos gelados típicos?
  • 4:56 - 4:58
    E a resposta é:
  • 4:58 - 4:59
    não.
  • 4:59 - 5:02
    Ele tem uma órbita extremamente alongada
  • 5:02 - 5:06
    que leva 10 mil anos para dar
    uma volta ao redor do Sol.
  • 5:06 - 5:08
    Chamamos esse objeto de Sedna
  • 5:08 - 5:10
    em homenagem à deusa inuíte do mar
  • 5:10 - 5:14
    e aos lugares frios e gelados
    onde ela passa todo o tempo.
  • 5:14 - 5:17
    Sabemos agora que Sedna tem cerca
    de um terço do tamanho de Plutão
  • 5:17 - 5:22
    e é um membro relativamente típico
    desses corpos gelados além de Netuno.
  • 5:22 - 5:26
    Relativamente típico,
    exceto por essa órbita bizarra.
  • 5:26 - 5:28
    Podemos observá-la e dizer:
  • 5:28 - 5:31
    "Sim, é bizarro: 10 mil anos
    para dar uma volta ao redor do Sol",
  • 5:31 - 5:32
    mas essa não é a parte bizarra.
  • 5:32 - 5:34
    O bizarro é que, nesses 10 mil anos,
  • 5:34 - 5:39
    Sedna nunca se aproxima de qualquer
    outra coisa do Sistema Solar.
  • 5:39 - 5:41
    Mesmo na maior aproximação do Sol,
  • 5:41 - 5:44
    Sedna está mais longe de Netuno
  • 5:44 - 5:46
    do que Netuno da Terra.
  • 5:47 - 5:49
    Se Sedna tivesse uma órbita como essa,
  • 5:49 - 5:52
    que tocasse a órbita de Netuno
    em um ponto ao redor do Sol,
  • 5:52 - 5:55
    teria sido muito fácil de explicar.
  • 5:55 - 5:58
    Teria sido apenas um objeto
    numa órbita circular ao redor do Sol
  • 5:58 - 6:00
    naquela região de corpos gelados,
  • 6:00 - 6:03
    que chegou um pouco perto demais
    de Netuno uma vez
  • 6:03 - 6:06
    e depois foi arremessado para fora
    e agora está voltando.
  • 6:07 - 6:12
    Mas Sedna nunca se aproxima
    de nada conhecido no Sistema Solar
  • 6:12 - 6:14
    que poderia tê-lo arremessado.
  • 6:14 - 6:17
    Netuno não pode ser responsável,
  • 6:17 - 6:20
    mas algo tinha que ser responsável.
  • 6:20 - 6:23
    Foi a primeira vez, desde 1845,
  • 6:23 - 6:28
    que vimos os efeitos gravitacionais
    de algo do Sistema Solar externo
  • 6:28 - 6:29
    e não sabíamos o que era.
  • 6:30 - 6:32
    Na verdade, pensei que sabia a resposta.
  • 6:33 - 6:37
    Certamente, poderia ter sido
    um planeta gigante e distante
  • 6:37 - 6:38
    do Sistema Solar externo,
  • 6:38 - 6:41
    mas, nessa época,
    essa ideia era tão ridícula
  • 6:41 - 6:43
    e foi tão completamente desacreditada
  • 6:43 - 6:44
    que não levei muito a sério.
  • 6:44 - 6:46
    Mas, há 4,5 bilhões de anos,
  • 6:46 - 6:51
    quando o Sol se formou em um envoltório
    de centenas de outras estrelas,
  • 6:51 - 6:55
    qualquer uma delas poderia ter
    se aproximado um pouco demais de Sedna
  • 6:55 - 6:59
    e o perturbado na órbita que tem hoje.
  • 6:59 - 7:03
    Quando esse grupo de estrelas
    se dissipou na galáxia,
  • 7:03 - 7:06
    a órbita de Sedna teria sido deixada
    como um registro fóssil
  • 7:06 - 7:09
    dessa história mais antiga do Sol.
  • 7:09 - 7:11
    Fiquei tão animado com a ideia
  • 7:11 - 7:14
    de podermos observar a história fóssil
    do nascimento do Sol,
  • 7:14 - 7:16
    que passei a década seguinte
  • 7:16 - 7:19
    procurando mais objetos
    com órbitas como Sedna.
  • 7:19 - 7:22
    Nesse período de dez anos,
    não encontrei nada.
  • 7:22 - 7:23
    (Risos)
  • 7:23 - 7:27
    Mas meus colegas, Chad Trujillo
    e Scott Sheppard, trabalharam melhor
  • 7:27 - 7:30
    e encontraram vários objetos
    com órbitas como a de Sedna,
  • 7:30 - 7:32
    o que é superemocionante.
  • 7:32 - 7:33
    Mas o mais interessante
  • 7:33 - 7:36
    é que eles descobriram
    que todos esses objetos
  • 7:36 - 7:40
    não estão apenas nessas órbitas
    distantes e alongadas,
  • 7:40 - 7:45
    mas também compartilham um valor comum
    desse obscuro parâmetro orbital
  • 7:45 - 7:49
    que, na mecânica celeste,
    chamamos de argumento do periélio.
  • 7:50 - 7:52
    Quando constataram que estava agrupado lá,
  • 7:52 - 7:53
    ficaram muito animados,
  • 7:53 - 7:57
    dizendo que deveria ser causado
    por um planeta gigante e distante,
  • 7:57 - 8:01
    o que é muito emocionante,
    mas não faz sentido algum.
  • 8:01 - 8:03
    Vou tentar explicar o porquê
    com uma analogia.
  • 8:03 - 8:07
    Imaginem uma pessoa
    descendo uma praça pública
  • 8:07 - 8:10
    e olhando 45 graus para o lado direito.
  • 8:11 - 8:15
    Há muitos motivos para isso,
    é superfácil de explicar, nada de mais.
  • 8:15 - 8:17
    Imaginem muitas pessoas diferentes,
  • 8:17 - 8:21
    todas seguindo um caminho
    diferente pela praça,
  • 8:21 - 8:24
    mas olhando 45 graus para onde se dirigem.
  • 8:24 - 8:26
    Todas seguem caminhos diferentes,
  • 8:26 - 8:28
    todas olham para sentidos diferentes,
  • 8:28 - 8:32
    mas todas olham 45 graus
    para o sentido do movimento.
  • 8:32 - 8:34
    O que poderia causar algo assim?
  • 8:35 - 8:36
    Não faço ideia.
  • 8:36 - 8:40
    É muito difícil pensar em qualquer
    motivo para isso acontecer.
  • 8:40 - 8:41
    (Risos)
  • 8:41 - 8:44
    Isso era basicamente o que aquele grupo
  • 8:44 - 8:48
    no argumento do periélio nos dizia.
  • 8:48 - 8:49
    Os cientistas ficaram perplexos
  • 8:49 - 8:51
    e presumiram que devia ser
    por casualidade
  • 8:51 - 8:53
    e algumas observações ruins.
  • 8:53 - 8:54
    Eles disseram aos astrônomos:
  • 8:54 - 8:57
    "Façam medições melhores".
  • 8:57 - 8:59
    Na verdade, dei uma olhada
    cuidadosa nessas medidas,
  • 8:59 - 9:01
    e elas estavam corretas.
  • 9:01 - 9:06
    Todos esses objetos compartilhavam
    um valor comum de argumento do periélio,
  • 9:06 - 9:07
    e não deveriam.
  • 9:07 - 9:09
    Algo devia estar causando isso.
  • 9:11 - 9:15
    A peça final do quebra-cabeças
    surgiu em 2016,
  • 9:15 - 9:18
    quando meu colega Konstantin Batygin,
  • 9:18 - 9:21
    que tem o escritório perto do meu, e eu
  • 9:21 - 9:23
    percebemos que todos estavam perplexos
  • 9:23 - 9:28
    porque o argumento do periélio
    era apenas parte da história.
  • 9:28 - 9:30
    Se analisarmos esses objetos
    do jeito certo,
  • 9:30 - 9:34
    todos eles estão enfileirados
    no espaço na mesma direção
  • 9:34 - 9:38
    e inclinados no espaço na mesma direção.
  • 9:38 - 9:42
    É como se todas as pessoas na praça
    estivessem andando na mesma direção
  • 9:42 - 9:46
    e olhando 45 graus para o lado direito.
  • 9:46 - 9:47
    Isso é fácil de explicar.
  • 9:47 - 9:50
    Todas estão olhando alguma coisa.
  • 9:50 - 9:54
    Esses objetos do Sistema Solar externo
    estão todos reagindo a alguma coisa.
  • 9:55 - 9:56
    Mas o quê?
  • 9:57 - 10:00
    Konstantin e eu passamos um ano
  • 10:00 - 10:02
    tentando encontrar outra explicação
  • 10:02 - 10:06
    além de um planeta gigante e distante
    do Sistema Solar externo.
  • 10:06 - 10:11
    Não queríamos ser as 33ª e 34ª pessoas
    da história a propor esse planeta
  • 10:11 - 10:14
    para que dissessem novamente
    que estávamos errados.
  • 10:15 - 10:17
    Mas, depois de um ano,
    não havia mesmo escolha.
  • 10:17 - 10:20
    Não podíamos encontrar outra explicação
  • 10:20 - 10:26
    senão a de que existe um planeta
    enorme e distante em uma órbita alongada,
  • 10:26 - 10:28
    inclinada para o restante
    do Sistema Solar,
  • 10:28 - 10:30
    que está forçando esses padrões
  • 10:30 - 10:32
    para esses objetos
    do Sistema Solar externo.
  • 10:33 - 10:35
    Adivinhem o que mais
    um planeta como esse faz.
  • 10:35 - 10:39
    Lembram-se da órbita estranha de Sedna,
    como ela se afastava do Sol em um sentido?
  • 10:39 - 10:43
    Um planeta como esse
    faria órbitas assim o dia todo.
  • 10:44 - 10:46
    Sabíamos que estávamos no caminho certo.
  • 10:46 - 10:49
    Isso nos traz aos dias atuais.
  • 10:49 - 10:53
    Somos basicamente a Paris de 1845.
  • 10:53 - 10:54
    (Risos)
  • 10:54 - 11:00
    Vemos os efeitos gravitacionais
    de um planeta gigante e distante,
  • 11:00 - 11:02
    e estamos tentando resolver os cálculos
  • 11:02 - 11:05
    para nos dizer onde olhar,
    apontar nossos telescópios
  • 11:05 - 11:06
    e encontrar esse planeta.
  • 11:06 - 11:09
    Fizemos séries enormes
    de simulações em computador,
  • 11:09 - 11:11
    meses intensivos de cálculos analíticos,
  • 11:11 - 11:14
    e eis o que posso lhes dizer até agora.
  • 11:14 - 11:17
    Primeiro, esse planeta,
    que chamamos de Planeta Nove,
  • 11:17 - 11:20
    porque é isso:
  • 11:21 - 11:24
    o Planeta Nove tem seis vezes
    a massa da Terra.
  • 11:24 - 11:28
    Não é um pouco menor do que Plutão,
    para discutirmos se é um planeta ou não.
  • 11:28 - 11:32
    É o quinto maior planeta
    de todo o nosso Sistema Solar.
  • 11:32 - 11:36
    Para contextualizar, vou lhes mostrar
    o tamanho dos planetas.
  • 11:36 - 11:39
    Na parte de trás, podemos ver
    os enormes Júpiter e Saturno.
  • 11:40 - 11:43
    Ao lado deles, um pouquinho
    menores, Urano e Netuno.
  • 11:43 - 11:46
    No canto superior, os planetas terrestres,
    Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
  • 11:46 - 11:49
    Podemos até ver o cinturão
    de corpos gelados
  • 11:49 - 11:51
    além de Netuno, do qual Plutão é membro,
  • 11:51 - 11:53
    boa sorte para descobrir qual deles.
  • 11:53 - 11:55
    E aqui está o Planeta Nove.
  • 11:57 - 11:59
    O Planeta Nove é grande.
  • 11:59 - 12:00
    É tão grande
  • 12:00 - 12:03
    que vocês devem se perguntar
    por que ainda não o encontramos.
  • 12:03 - 12:04
    O Planeta Nove é grande,
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    mas também está muitíssimo distante,
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    algo em torno de 15 vezes
    mais distante do que Netuno,
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    o que o torna cerca de 50 mil vezes
    mais tênue do que Netuno.
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    E também, o céu é um lugar muito grande.
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    Restringimos onde achamos
    que está o planeta,
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    para uma área relativamente
    pequena do céu,
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    mas ainda levaríamos anos
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    para cobrir essa área de modo sistemático
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    com os grandes telescópios necessários
    para ver algo tão longe e tão tênue.
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    Felizmente, talvez não precisemos.
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    Assim como Bouvard usou observações
    irreconhecíveis de Urano
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    de 91 anos antes de sua descoberta,
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    aposto que há imagens irreconhecíveis
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    que mostram a localização do Planeta Nove.
  • 12:50 - 12:53
    Será uma tarefa computacional enorme
  • 12:53 - 12:55
    analisar todos os dados antigos
  • 12:55 - 12:59
    e identificar aquele tênue
    planeta em movimento.
  • 12:59 - 13:01
    Mas estamos em curso.
  • 13:01 - 13:03
    E acho que estamos chegando perto.
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    Então, eu diria: preparem-se.
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    Não vamos igualar o recorde de Le Verrier
  • 13:10 - 13:11
    de "fazer uma previsão,
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    encontrar o planeta em uma única noite
    bem perto de onde foi previsto".
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    Mas aposto que, nos próximos anos,
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    algum astrônomo, em algum lugar,
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    encontrará um ponto tênue de luz,
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    movendo-se lentamente pelo céu
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    e anunciará triunfante
    a descoberta de um novo,
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    e possivelmente não o último,
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    verdadeiro planeta de nosso Sistema Solar.
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    Obrigado.
  • 13:35 - 13:37
    (Aplausos)
Title:
A busca pelo nono planeta de nosso Sistema Solar
Speaker:
Mike Brown
Description:

Seria possível que as órbitas estranhas de objetos pequenos e distantes de nosso Sistema Solar nos levassem a uma importante descoberta? O astrônomo planetário Mike Brown propõe a existência de um novo planeta gigante se escondendo nos confins de nosso Sistema Solar e nos mostra como os traços de sua presença já podem ser estar bem na nossa cara.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:52

Portuguese, Brazilian subtitles

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