Uma ode à inveja
-
0:02 - 0:04Bem, quando eu tinha oito anos,
-
0:04 - 0:06uma aluna nova entrou na classe,
-
0:06 - 0:09e ela era tão impressionante,
-
0:09 - 0:11como uma nova aluna sempre é.
-
0:11 - 0:14Ela tinha cabelos reluzentes e volumosos
-
0:14 - 0:17e um estojo de lápis bonitinho,
-
0:17 - 0:20sabia todas as capitais dos estados,
-
0:20 - 0:23ótima em ortografia.
-
0:23 - 0:28E eu não me aguentei de inveja naquele ano,
-
0:28 - 0:31até que eu criei um plano maligno.
-
0:31 - 0:36Então eu fiquei até mais
tarde um dia na escola, -
0:36 - 0:40um pouco tarde demais,
e me escondi no banheiro das meninas. -
0:40 - 0:42Quando a barra ficou limpa, eu surgi,
-
0:42 - 0:44me esgueirei até a sala de aula,
-
0:44 - 0:48e peguei o livro com as notas
da escrivaninha do professor. -
0:48 - 0:50E então, eu fiz.
-
0:50 - 0:52Eu mexi nas notas da minha rival,
-
0:52 - 0:55só um pouco, só diminui alguns 10's.
-
0:55 - 0:58Todos os 10's. (Risos)
-
0:58 - 1:02Eu me preparava para colocar
o livro de volta na gaveta, -
1:02 - 1:05quando, espera aí, alguns
dos meus outros colegas -
1:05 - 1:08tinham notas muito boas também.
-
1:08 - 1:11Então, num delírio,
-
1:11 - 1:13eu corrigi as notas de todos,
-
1:13 - 1:14não imaginariamente.
-
1:14 - 1:17Eu coloquei 7's.
-
1:17 - 1:20e coloquei para mim mesma vários 10's,
-
1:20 - 1:23só porque eu estava lá, sabem, eu podia.
-
1:23 - 1:28E eu ainda fico desconcertada
com meu comportamento. -
1:28 - 1:31Não entendo de onde veio a ideia.
-
1:31 - 1:34Não entendo por que
me senti tão bem fazendo aquilo. -
1:34 - 1:35Me senti ótima.
-
1:35 - 1:38Não entendo por que nunca descobriram.
-
1:38 - 1:40Quero dizer, deve ter ficado
descaradamente óbvio. -
1:40 - 1:41Nunca descobriram.
-
1:41 - 1:43Mas acima de tudo, fico desconcertada,
-
1:43 - 1:45por que me incomodava tanto
-
1:45 - 1:47que essa garota, essa garotinha,
-
1:47 - 1:49era tão boa em ortografia?
-
1:49 - 1:51A inveja me desconcerta.
-
1:51 - 1:54É tão misteriosa, e tão difundida.
-
1:54 - 1:56Sabemos que bebês têm inveja.
-
1:56 - 2:00Sabemos que os primatas têm.
Pássaros azuis têm uma tendência. -
2:00 - 2:03Sabemos que a inveja é a causa número um
-
2:03 - 2:06de assassinato de cônjuges nos Estados Unidos
-
2:06 - 2:09E mesmo assim, nunca li um estudo
-
2:09 - 2:12que analise sua solidão
-
2:12 - 2:17ou longevidade ou exaltação cruel.
-
2:17 - 2:20Para isso, temos que ir para a ficção,
-
2:20 - 2:22porque o romance é o laboratório
-
2:22 - 2:24que estudou a inveja
-
2:24 - 2:26em todas as configurações possíveis.
-
2:26 - 2:29Na verdade, não sei se é exagero dizer
-
2:29 - 2:31que se não existisse a inveja,
-
2:31 - 2:34será que teríamos literatura?
-
2:34 - 2:37Bem, sem a infiel Helena
não haveria "Odisseia". -
2:37 - 2:40Sem o rei invejoso
não haveria "As Mil e Uma Noites". -
2:40 - 2:43Não haveria Shakespeare.
-
2:43 - 2:46Aí se vão as listas
de leitura do ensino médio, -
2:46 - 2:47porque perderíamos "Som e a Fúria",
-
2:47 - 2:50perderíamos "Gatsby",
"O Sol Também de Levanta", -
2:50 - 2:54perderíamos "Madame Bovary", "Anna K".
-
2:54 - 2:56Sem inveja não haveria Proust.
E agora, quero dizer, -
2:56 - 2:58Sei que está na moda dizer que Proust
-
2:58 - 3:00tem a resposta para tudo,
-
3:00 - 3:02mas no caso da inveja,
-
3:02 - 3:05ele realmente tem.
-
3:05 - 3:09Este ano é o centenário de sua obra-prima
"Em Busca do Tempo Perdido", -
3:09 - 3:13e é o estudo mais completo de inveja sexual
-
3:13 - 3:15e somente competitividade
comum, o meu tipo, -
3:15 - 3:18que podemos esperar conseguir. (Risos)
-
3:18 - 3:20E pensamos em Proust, pensamos
-
3:20 - 3:22nas partes sentimentais, certo?
-
3:22 - 3:24Pensamos em um garotinho tentando dormir.
-
3:24 - 3:28Pensamos numa madeleine
molhada em chá de lavanda. -
3:28 - 3:30Esquecemos como sua visão era rigorosa.
-
3:30 - 3:32Esquecemos como ele era impiedoso.
-
3:32 - 3:34Quero dizer, esses são livros
que Virginia Woolf descreveu -
3:34 - 3:36serem tão fortes quanto catgut.
-
3:36 - 3:38Não sei o que é catgut,
-
3:38 - 3:41mas vamos acreditar
que seja algo formidável. -
3:41 - 3:44Vamos ver por que eles se dão tão bem,
-
3:44 - 3:48o romance e a inveja, a inveja e Proust.
-
3:48 - 3:51Será que é tão óbvio que a inveja,
-
3:51 - 3:55que se resume a pessoa, desejo, impedimento,
-
3:55 - 3:59é uma fundação de narrativa tão sólida?
-
3:59 - 4:02Não sei. Acho que que chega bem perto,
-
4:02 - 4:04porque vamos pensar no que acontece
-
4:04 - 4:06quando sentimos inveja.
-
4:06 - 4:10Quando sentimos inveja, contamos
a nós mesmos uma história. -
4:10 - 4:14Contamos a nós mesmos uma história
sobre as vidas de outras pessoas, -
4:14 - 4:17e essas histórias nos dão
um sentimento terrível -
4:17 - 4:19porque elas são feitas
para que nos sintamos terríveis. -
4:19 - 4:22Como contadores da história e plateia,
-
4:22 - 4:24sabemos exatamente que detalhes incluir,
-
4:24 - 4:27para apertar mais a faca. Certo?
-
4:27 - 4:30A inveja nos transforma
em romancistas amadores, -
4:30 - 4:32e isso é algo que Proust entendia.
-
4:32 - 4:36No primeiro volume, No Caminho de Swann,
-
4:36 - 4:37a série de livros,
-
4:37 - 4:39Swann, um dos personagens principais,
-
4:39 - 4:42tem muito carinho por sua amante
-
4:42 - 4:44e como ela é boa na cama
-
4:44 - 4:47e, de repente, no decorrer
de algumas sentenças, -
4:47 - 4:49e essas são sentenças proustianas,
-
4:49 - 4:51então elas são longas como rios,
-
4:51 - 4:53mas no decorrer de algumas sentenças,
-
4:53 - 4:55de repente, ele recua e se dá conta:
-
4:55 - 4:59"Espera aí, tudo que eu amo nesta mulher
-
4:59 - 5:02qualquer um amaria nela.
-
5:02 - 5:06Tudo que ela faz que me dá prazer
-
5:06 - 5:07poderia dar prazer a qualquer outro,
-
5:07 - 5:09talvez exatamente agora."
-
5:09 - 5:12E essa é a história que ele
começa a contar para si mesmo, -
5:12 - 5:14e daí em diante, Proust escreve que
-
5:14 - 5:17todo encanto novo que Swann
encontra em sua amante, -
5:17 - 5:20ele adiciona à sua "coleção de instrumentos
-
5:20 - 5:23em sua câmara de tortura particular".
-
5:23 - 5:26Bem, Swann e Proust, temos que admitir,
-
5:26 - 5:27eram notoriamente invejosos.
-
5:27 - 5:29Sabem, os namorados
de Proust tinham que sair -
5:29 - 5:32do país se quisessem terminar com ele.
-
5:32 - 5:35Mas você não precisa ser tão invejoso
-
5:35 - 5:38para admitir que é difícil, certo?
-
5:38 - 5:39A inveja é desgastante.
-
5:39 - 5:43É um sentimento faminto.
Precisa ser alimentado. -
5:43 - 5:45E do que a inveja gosta?
-
5:45 - 5:48A inveja gosta de informação.
-
5:48 - 5:50A inveja gosta de detalhes.
-
5:50 - 5:53A inveja gosta de cabelos
reluzentes e volumosos, -
5:53 - 5:56de estojo de lápis bonitinho.
-
5:56 - 5:57A inveja gosta de fotos.
-
5:57 - 6:01É por isso que o Instagram
fez tanto sucesso. (Risos) -
6:01 - 6:05Proust conecta as linguagens
do conhecimento e da inveja. -
6:05 - 6:07Quando Swann tem seus ataques de inveja,
-
6:07 - 6:10e de repente ele está ouvindo pelos corredores
-
6:10 - 6:12e subornando os servos de sua amante,
-
6:12 - 6:13ele defende esses comportamentos.
-
6:13 - 6:15Ele diz: "Sabe, veja, sei que você
pensa que isso é repugnante, -
6:15 - 6:17mas não é diferente
-
6:17 - 6:20de interpretar um texto antigo
-
6:20 - 6:21ou observar um monumento".
-
6:21 - 6:24Ele diz: "Eles são investigações científicas
-
6:24 - 6:27com valor intelectual real".
-
6:27 - 6:29Proust está tentando nos mostrar que a inveja
-
6:29 - 6:32é intolerável e nos faz parecer ridículos,
-
6:32 - 6:36mas ela é, em seu ponto crucial,
uma busca por conhecimento, -
6:36 - 6:40uma busca pela verdade, a verdade dolorosa,
-
6:40 - 6:42e na verdade, segundo Proust,
-
6:42 - 6:45quanto mais dolorosa a verdade, melhor.
-
6:45 - 6:49Mágoa, humilhação, perda.
-
6:49 - 6:52Essas eram as avenidas
para o conhecimento, para Proust. -
6:52 - 6:56Ele diz: "Uma mulher de que precisamos,
-
6:56 - 6:59que nos faz sofrer, gera em nós
-
6:59 - 7:03uma gama de sentimentos
muito mais profundos e vitais -
7:03 - 7:07que um homem de gênio
forte que nos interesse". -
7:07 - 7:10Ele está nos dizendo para sair
e encontrar mulheres cruéis? -
7:10 - 7:12Não, acho que ele está tentando dizer
-
7:12 - 7:15que a inveja nos revela a nós mesmos.
-
7:15 - 7:18E será que algum outro sentimento nos expõe
-
7:18 - 7:21deste modo em particular?
-
7:21 - 7:23Será que algum outro sentimento nos revela
-
7:23 - 7:26nossa agressão e nossa terrível ambição
-
7:26 - 7:28e nosso direito?
-
7:28 - 7:31Será que algum outro sentimento
nos ensina a olhar -
7:31 - 7:34com tal intensidade peculiar?
-
7:34 - 7:36Freud escreveria sobre isso mais tarde.
-
7:36 - 7:39Um dia, Freud recebeu uma visita
-
7:39 - 7:41de um jovem muito ansioso,
que estava sendo consumido -
7:41 - 7:43pelo pensamento de sua mulher o traindo.
-
7:43 - 7:45E Freud diz: "Há algo estranho com esse cara,
-
7:45 - 7:48porque ele não está olhando
para o que sua esposa está fazendo. -
7:48 - 7:50Porque ela é inocente; todos sabem disso.
-
7:50 - 7:51A pobre criatura está simplesmente
-
7:51 - 7:53sob suspeita por nenhum motivo.
-
7:53 - 7:56Mas ele está procurando coisas
que sua esposa está fazendo -
7:56 - 7:58sem perceber, comportamentos involuntários.
-
7:58 - 8:01Será que ela está sorrindo demais aqui,
-
8:01 - 8:04ou será que ela esbarrou em
um cara ali acidentalmente?" -
8:04 - 8:07[Freud] diz que o homem está se tornando
-
8:07 - 8:11o zelador do inconsciente de sua esposa.
-
8:11 - 8:13O romance é muito bom nesse ponto.
-
8:13 - 8:16O romance é muito bom
em descrever como a inveja -
8:16 - 8:19nos treina a olhar com
intensidade, mas sem exatidão. -
8:19 - 8:24Na verdade, quanto mais
intensamente invejosos somos, -
8:24 - 8:26mais nos tornamos residentes da fantasia.
-
8:26 - 8:29E por isso, acredito, que a inveja não
-
8:29 - 8:32nos atiça a fazer coisas violentas
-
8:32 - 8:34ou coisas ilegais.
-
8:34 - 8:36A inveja nos incita a nos comportar de maneiras
-
8:36 - 8:38que são freneticamente inventivas.
-
8:38 - 8:41Bom, pensando em mim mesma
com oito anos, eu reconheço, -
8:41 - 8:45mas também penso numa história
que ouvi no noticiário. -
8:45 - 8:49Uma mulher de 52 anos de Michigan foi pega
-
8:49 - 8:52criando uma perfil falso no Facebook,
-
8:52 - 8:55do qual ela enviava mensagens
perversas e terríveis -
8:55 - 9:00para ela mesma, por um ano.
-
9:00 - 9:02Por um ano. Um ano.
-
9:02 - 9:04E ela estava tentando incriminar
-
9:04 - 9:06a nova namorada de seu ex-namorado,
-
9:06 - 9:09e tenho que confessar que, quando ouvi isso,
-
9:09 - 9:11eu só reagi com admiração.
-
9:11 - 9:13(Risos)
-
9:13 - 9:15Porque, quero dizer, sejamos realistas.
-
9:15 - 9:20Que criatividade enorme,
senão equivocada. Certo? -
9:20 - 9:22Isso é algo de um romance.
-
9:22 - 9:25Isso é algo de um romance
de Patricia Highsmith. -
9:25 - 9:28Bom, Highsmith é uma
das minhas favoritas, particularmente. -
9:28 - 9:32Ela é a mulher brilhante e bizarra
das cartas americanas. -
9:32 - 9:34Ela é a autora de "Pacto Sinistro"
-
9:34 - 9:36e "O Talentoso Mr. Ripley",
-
9:36 - 9:39livros que tratam exatamente de como a inveja,
-
9:39 - 9:41como ela confunde nossas mentes,
-
9:41 - 9:44e uma vez nessa esfera,
nesse reinado da inveja, -
9:44 - 9:49a membrana entre o que é e o que poderia ser
-
9:49 - 9:52pode ser perfurada em um instante.
-
9:52 - 9:54Vejam Tom Ripley,
seu personagem mais famoso. -
9:54 - 9:57Agora, Tom Ripley vai desde querer você
-
9:57 - 10:00ou querer o que você tem
-
10:00 - 10:03até ser você e ter o que você uma vez teve,
-
10:03 - 10:04e você está sob as tábuas do chão,
-
10:04 - 10:06ele responde pelo seu nome,
-
10:06 - 10:08ele usa seus anéis,
-
10:08 - 10:10esvaziando sua conta bancária.
-
10:10 - 10:11Essa é uma maneira de enfrentar.
-
10:11 - 10:15Mas o que nós fazemos? Não podemos
seguir o caminho de Tom Ripley. -
10:15 - 10:17Não posso dar 7's ao mundo,
-
10:17 - 10:20por mais que eu realmente queira, às vezes.
-
10:20 - 10:24E é uma pena, porque vivemos
em tempos de inveja. -
10:24 - 10:26Vivemos em tempos de ciúmes.
-
10:26 - 10:28Quero dizer, somos todos
bons cidadãos da mídia social, -
10:28 - 10:32não somos, onde a moeda é a inveja?
-
10:32 - 10:36Será que o romance nos mostra
uma saída? Não tenho certeza. -
10:36 - 10:40Então vamos fazer o que os personagens
sempre fazem quando não têm certeza, -
10:40 - 10:42quando possuem um mistério.
-
10:42 - 10:44Vamos até a Baker Street, nº 221B,
-
10:44 - 10:46para perguntar a Sherlock Holmes.
-
10:46 - 10:49Quando as pessoas pensam em Holmes,
-
10:49 - 10:52elas pensam que seu nêmesis
é o Professor Moriarty, -
10:52 - 10:54certo, essa mente brilhante do crime.
-
10:54 - 10:56Mas eu sempre preferi o [Inspetor] Lestrade,
-
10:56 - 10:59que é o diretor com cara de rato
da Scotland Yard, -
10:59 - 11:01que precisa desesperadamente de Holmes,
-
11:01 - 11:03precisa de engenhosidade
de Holmes, mas tem rancor dele. -
11:03 - 11:05Oh, parece tão familiar para mim.
-
11:05 - 11:09Então, Lestrade precisa
da ajuda dele, tem rancor dele, -
11:09 - 11:13e meio que se remói em amargura
no decorrer dos mistérios. -
11:13 - 11:16Mas enquanto eles trabalham juntos,
algo começa a mudar, -
11:16 - 11:20e finalmente em "Os Seis Bustos de Napoleão",
-
11:20 - 11:23quando Holmes entra, e deslumbra
todos com a solução, -
11:23 - 11:27Lestrade se vira para Holmes e diz:
-
11:27 - 11:31"Não sentimos inveja de você, Sr. Holmes.
-
11:31 - 11:35Estamos orgulhosos de você."
-
11:35 - 11:37E ele diz que não há
um único homem na Scotland Yard -
11:37 - 11:40que não gostaria de apertar
a mão de Sherlock Holmes. -
11:40 - 11:42É uma das poucas vezes
que vemos Holmes comovido -
11:42 - 11:44nos mistérios e eu acho muito comovente,
-
11:44 - 11:47essa pequena cena,
mas também é misteriosa, certo? -
11:47 - 11:49Parece que trata da inveja
-
11:49 - 11:52como um problema de geometria,
não um sentimento. -
11:52 - 11:55Sabem, num momento Holmes está
do lado oposto a Lestrade. -
11:55 - 11:57No próximo, eles estão do mesmo lado.
-
11:57 - 11:59De repente, Lestrade se deixa
-
11:59 - 12:02admirar essa mente de que ele tem rancor.
-
12:02 - 12:04Será que pode ser tão simples?
-
12:04 - 12:06E se a inveja for mesmo
somente um problema de geometria, -
12:06 - 12:10só uma questão de onde nos permitimos estar
-
12:10 - 12:12em relação a uma outra pessoa?
-
12:12 - 12:14Bem, talvez assim não sentiríamos rancor
-
12:14 - 12:16da excelência de alguém.
-
12:16 - 12:20Poderíamos nos alinhar com ela.
-
12:20 - 12:22Mas eu gosto de planos de contingência.
-
12:22 - 12:24Então, enquanto esperamos isso acontecer,
-
12:24 - 12:27vamos lembrar que temos
a ficção como consolo. -
12:27 - 12:29Só a ficção já desmistifica a inveja.
-
12:29 - 12:31Só a ficção já a domestica,
-
12:31 - 12:33coloca-a na mesa.
-
12:33 - 12:35E olhem só quem ela reúne:
-
12:35 - 12:39o amável Lestrade, o terrível Tom Ripley,
-
12:39 - 12:44o louco Swann, o próprio Marcel Proust.
-
12:44 - 12:46Estamos em excelente companhia.
-
12:46 - 12:47Obrigada.
-
12:47 - 12:52(Aplausos)
- Title:
- Uma ode à inveja
- Speaker:
- Parul Sehgal
- Description:
-
O que é a inveja? O que a causa e por que nós a amamos secretamente? Nenhum estudo jamais conseguiu capturar sua "solidão, longevidade, exaltação cruel" -- isto é, diz Parul Sehgal, a não ser pela ficção. Numa meditação eloquente ela busca em páginas da literatura para mostrar como a inveja não é tão diferente de uma busca pelo conhecimento.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:11
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