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Eli, a enguia: Uma migração misteriosa - James Prosek

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    Eles são compridos, escorregadios
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    e não são muito coloridos,
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    mas têm uma beleza única.
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    Seus movimentos noturnos e sinuosos
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    pela água
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    são hipnotizantes.
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    E, apesar de lembrarem cobras aquáticas,
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    as enguias são, na verdade,
    um tipo de peixe muito interessante.
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    Existem vários fatores sobre as enguias
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    que fazem elas serem únicas,
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    além do seu corpo alongado e sem membros.
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    Para começar,
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    as enguias têm a habilidade
    de respirar pela pele.
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    Algumas podem até sair da água
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    e ficar na terra
    por curtos períodos de tempo.
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    Diferente da maioria
    dos peixes migratórios,
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    como o salmão,
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    que desova em água doce
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    mas passa sua vida adulta em água salgada,
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    as enguias do gênero Anguilla
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    migram na direção oposta,
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    desovando e procriando em mares e oceanos,
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    enquanto passam a maior parte da sua vida
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    em água doce.
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    Se pegássemos esse tipo
    de enguia de água doce
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    e seguíssemos seu trajeto de vida,
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    ela nasceria no meio
    do Oceano Atlântico Norte,
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    quase 1.600 km a leste de Bermudas.
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    Essa área, chamada Mar dos Sargaços,
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    compõe a parte oeste
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    de um giro subtropical,
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    um grande redemoinho no meio do oceano.
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    A nossa enguia, que vamos chamar de Eli,
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    vai começar como um
    entre dez ou vinte milhões de ovos,
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    carregada por uma enguia fêmea,
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    incubada dentro de algo transparente
    e em forma de folha,
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    que em nada se parece
    com uma enguia adulta.
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    Eli começa a flutuar
    nas correntes oceânicas,
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    principalmente na Corrente do Golfo,
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    em direção à Europa ou América do Norte,
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    dependendo da espécie.
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    Quando atinge a costa,
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    Eli já tem quase cinco centímetros
    de comprimento,
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    já se assemelhando a uma enguia,
    mas ainda transparente,
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    nesse estágio chamada de enguia-de-vidro.
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    Mas, depois de poucos dias em água doce,
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    a pele de Eli ganha uma cor marrom escura,
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    agora se parecendo mais
    com uma enguia adulta.
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    Você pode perceber
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    que ainda não mencionamos nada
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    sobre o gênero de Eli,
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    porque isso somente é determinado
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    quando a enguia entra em água doce,
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    mas ninguém sabe exatamente
    como isso acontece.
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    A maioria das enguias que ficam nas fozes
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    e águas salobras se tornam machos,
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    e as que nadam contra a corrente
    se tornam fêmeas
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    e crescem duas ou três vezes mais
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    do que seus parceiros.
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    Na verdade,
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    Eli é um apelido para Elaine.
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    Como uma enguia fêmea,
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    Elaine ficará muito solitária
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    na maior parte da sua vida na corrente,
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    e comerá tudo o que cair na água:
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    gafanhotos, grilos, peixes pequenos,
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    larvas de inseto, sapos,
    filhotes de pássaros,
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    tudo o que puder engolir.
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    E ela ficará grande,
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    com até 1,20 metros de comprimento
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    e pesando por volta de 5 kg.
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    Não sabemos exatamente
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    como enguias de água doce sabem o momento
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    de voltar para o oceano,
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    mas algo as chama.
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    E sua migração rio abaixo
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    é uma das maiores migrações não vistas
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    do planeta.
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    Enquanto Elaine nada rumo ao oceano,
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    ela passa por uma grande metamorfose,
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    Seus olhos crescem dez vezes mais,
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    sua pele engrossa
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    e suas barbatanas ficam maiores.
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    Essas são adaptações
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    para começar uma jornada no oceano,
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    e Elaine faz uma transição suave
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    da água doce para água salgada,
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    que seria tóxica
    para a maioria dos peixes.
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    Assim que Elaine sair
    das correntes de água doce,
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    ela irá desaparecer da vista humana.
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    Ninguém testemunhou
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    ou conseguiu seguir
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    uma enguia adulta durante a migração,
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    nem sabemos em que profundidade
    elas desovam.
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    Mas supõe-se que elas seguem alguns sinais
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    que conseguem detectar,
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    como as barreiras térmicas
    entre correntes oceânicas
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    ou uma barreira de salinidade,
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    para poder voltar
    para o mesmo local do oceano
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    onde nasceram.
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    Por não sabermos exatamente
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    o que acontece durante
    a migração da enguia,
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    apenas imaginamos
    como acontece o acasalamento.
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    A hipótese mais comum
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    é de que Elaine e outras milhares,
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    ou centenas de milhares,
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    de outras enguias
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    se reúnem em grandes massas
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    e liberam seus ovos e esperma
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    em uma grande orgia denominada pan-mixia.
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    Alguns dias depois de os ovos
    serem depositados,
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    eles se abrem,
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    e o ciclo começa novamente.
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    E por nunca termos visto
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    as enguias adultas voltando
    para os rios de água doce,
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    supomos que,
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    após completar
    sua jornada cíclica e longa,
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    essas criaturas incríveis e misteriosas
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    finalmente morrem
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    no mesmo lugar em que nasceram.
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    Adeus, Elaine!
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    Foi um prazer conhecê-la.
Title:
Eli, a enguia: Uma migração misteriosa - James Prosek
Description:

Assista à aula completa: http://ed.ted.com/lessons/eli-the-eel-a-mysterious-migration-james-prosek

São escorregadias. São deslizantes. Apesar de se parecerem com cobras aquáticas, as enguias são, de fato, um singular tipo de peixe que consegue respirar pela pele e até sobreviver fora d'água. James Prosek traça a jornada de Eli, a enguia Anguilla, enquanto ela (sim, ela) viaja em sua misteriosa migração "inversa" do mar para a água doce e depois de volta.

Aula de James Prosek e animação por Cinematic.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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