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How to Enjoy Doing What You're Doing (EN subtitles)

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    Sally Green.
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    Ela está...
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    nos Estados Unidos.
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    A perguntar-me quantos anos terá agora.
  • 0:16 - 0:19
    Mas houve uma altura
    em que era muito famosa,
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    porque...
  • 0:21 - 0:24
    ganhou muitos campeonatos de natação.
  • 0:27 - 0:29
    Campeã
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    de natação.
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    Agora vou escrever o nome dela
    no quadro para que...
  • 0:38 - 0:40
    todos possamos conhecê-la.
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    Naquele ano, nos Jogos Olímpicos de Munique,
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    ela ganhou
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    todas as provas de natação.
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    Ela tinha muitos...
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    muitos...
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    taças,
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    troféus e medalhas.
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    Mas no ano em que fez vinte anos,
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    decidiu parar completamente de nadar.
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    Podemos dizer que
    ela é a melhor nadadora do mundo.
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    Mas, no ano em que fez vinte anos,
    desistiu da carreira na natação.
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    Surpreendido, um repórter
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    chamado Tom Parker
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    perguntou-se porquê,
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    no auge do seu sucesso,
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    como vencedora
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    de inúmeros campeonatos de natação,
  • 1:58 - 2:02
    ela decidiu de repente desistir
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    aos vinte anos,
  • 2:03 - 2:06
    abandonando totalmente a natação.
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    Então, na entrevista com a Srª Sally
    na sua casa na Califórnia,
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    ele quis perceber a razão.
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    Ele é repórter.
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    E aqui está a entrevista
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    entre o repórter...
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    Tom Parker e a Srª Sally.
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    Uma entrevista que durou provavelmente...
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    menos de dois minutos.
  • 2:31 - 2:33
    O Sr. Tom perguntou-lhe:
  • 2:33 - 2:44
    — É verdade que já não nada de todo?
  • 2:44 - 2:46
    Foi isso que ele perguntou.
  • 2:47 - 2:48
    Ela respondeu:
  • 2:48 - 2:55
    — Receio que sim. Já sou demasiado velha.
  • 2:59 - 3:00
    Então o Sr. Tom disse:
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    — Mas só tens vinte anos!
  • 3:13 - 3:17
    E a Srª Sally respondeu com toda a calma:
  • 3:17 - 3:28
    — Isso é demasiado velho para uma nadadora.
  • 3:28 - 3:29
    Vinte...
  • 3:29 - 3:30
    vinte anos
  • 3:30 - 3:32
    é demasiado velho para uma nadadora.
  • 3:37 - 3:41
    — Se participasse
  • 3:42 - 3:47
    numa competição internacional agora,
    não ganhava.
  • 3:49 - 3:52
    Por isso prefiro não nadar de todo.
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    [Tom] — Mas só tens vinte anos!
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    [Sally] — Isso é demasiado velho para uma nadadora.
  • 4:00 - 4:03
    Se participasse numa competição internacional agora,
  • 4:03 - 4:05
    não ganhava.
  • 4:05 - 4:08
    Por isso prefiro não nadar de todo.
  • 4:08 - 4:11
    Essa foi a resposta dela.
  • 4:12 - 4:14
    O Sr. Tom
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    tentou fazer mais uma pergunta.
  • 4:17 - 4:22
    Perguntou:
    — Mas não gostas de nadar?
  • 4:22 - 4:25
    Tom estava a pensar:
  • 4:25 - 4:26
    “Entendo que não queiras competir,
  • 4:27 - 4:30
    mas porque razão
    paraste de nadar completamente?”
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    Ela respondeu:
  • 4:34 - 4:36
    — Eu gostava de nadar
  • 4:36 - 4:38
    quando era pequena.
  • 4:43 - 4:46
    Gostava de nadar quando era pequena.
  • 4:46 - 5:05
    Mas se participares em grandes competições,
    tens de trabalhar muito.
  • 5:10 - 5:23
    Costumava levantar-me às 6 da manhã para ir à piscina.
  • 5:24 - 5:54
    Tinha de treinar antes das aulas, depois das aulas,
    e aos fins de semana. Nadava 35 milhas por semana!
  • 6:00 - 6:03
    O Sr. Tom fez uma última pergunta:
  • 6:03 - 6:21
    — Mas tu já eras famosa aos quinze anos.
    E olha para todas essas taças.
  • 6:23 - 6:26
    E a Sally respondeu a esta última pergunta,
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    enquanto o acompanhava até à porta,
  • 6:28 - 6:29
    dizendo:
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    — Queres polir alguma?
  • 6:39 - 6:51
    É verdade que tenho
    algumas recordações maravilhosas.
  • 6:54 - 6:56
    Ao participar nessas competições,
  • 6:56 - 6:58
    tive a oportunidade de visitar muitos países.
  • 6:59 - 7:03
    Pude participar nos Jogos Olímpicos,
  • 7:03 - 7:05
    que foram muito...
  • 7:05 - 7:08
    — o termo em inglês era “exciting”.
  • 7:10 - 7:12
    Estou a pensar qual será o equivalente mais próximo
    em vietnamita.
  • 7:13 - 7:16
    Provavelmente algo como “cheio de adrenalina”.
  • 7:17 - 7:19
    — Mas naquela altura,
  • 7:19 - 7:22
    perdi
  • 7:22 - 7:23
    as coisas mais importantes da vida.
  • 7:23 - 7:24
    — Mas...
  • 7:25 - 7:27
    nessa altura,...
  • 7:27 - 7:30
    gostei de visitar outros países,
  • 7:30 - 7:32
    e os Jogos Olímpicos foram muito emocionantes. Mas...
  • 7:32 - 7:35
    perdi coisas mais importantes.
  • 7:35 - 7:37
    Enquanto as outras raparigas cresciam,
  • 7:37 - 7:39
    eu estava a nadar.
  • 7:39 - 7:41
    O que é que posso fazer agora?”
  • 7:43 - 7:46
    Ela disse: “Estava tão ocupada
    a treinar-me para nadar
  • 7:46 - 7:52
    que não vivi muitas das coisas
    que realmente valem a pena na vida.
  • 7:52 - 7:54
    Enquanto outras raparigas — desde os 15 anos —
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    vivem uma vida normal, crescem como qualquer pessoa,
  • 7:57 - 7:59
    desfrutam de cada momento do dia a dia,
  • 7:59 - 8:02
    eu não tive essa oportunidade.
  • 8:02 - 8:03
    Eu apenas nadava,
  • 8:03 - 8:06
    e nadava, e nadava, e nadava,
    e nadava.
  • 8:06 - 8:08
    Exausta.
  • 8:15 - 8:17
    Mas agora já é um pouco tarde.
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    Não vivi a minha juventude.
  • 8:21 - 8:24
    O que posso fazer agora?”
  • 8:25 - 8:27
    Isto significa que a Sr.ª Sally
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    sentia-se triste
  • 8:28 - 8:31
    porque desperdiçou a juventude
  • 8:31 - 8:32
    a correr atrás da fama.
  • 8:32 - 8:40
    Ela não viveu plenamente os belos anos
    de quando tinha 15, 16, 17, 18 e 19 anos.
  • 8:47 - 8:49
    Esta é uma história verídica.
  • 8:52 - 8:54
    O Buda ensinou que,
  • 8:54 - 9:05
    seja o que for que estivermos a fazer, devemos desfrutar disso.
  • 9:12 - 9:13
    E também ensinou que,
  • 9:13 - 9:20
    seja o que for que formos, devemos desfrutar de o ser.
  • 9:22 - 9:24
    Isto
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    é o que se revela a nós
  • 9:28 - 9:32
    se meditarmos profundamente sobre esta entrevista.
  • 9:34 - 9:39
    Se somos um rapazinho novo,
  • 9:40 - 9:45
    devemos saber que ser um rapaz novo é uma maravilha.
  • 9:45 - 9:49
    Não apresses a chegada à idade adulta.
  • 9:50 - 9:53
    Se és uma menina,
  • 9:53 - 9:55
    com cinco ou sete anos,
  • 9:55 - 9:59
    deves saber que ser uma menina de cinco ou sete anos é um milagre.
  • 9:59 - 10:01
    Não tenhas pressa
  • 10:02 - 10:04
    de crescer.
  • 10:07 - 10:11
    E se somos alguém já com alguma idade,
  • 10:12 - 10:14
    digamos, setenta anos,
  • 10:16 - 10:17
    devemos reconhecer que
  • 10:17 - 10:20
    ter 70 anos é algo belo.
  • 10:21 - 10:25
    Viver até aos 70 anos
    pode ser um verdadeiro milagre.
  • 10:27 - 10:30
    Não é necessário lamentarmo-nos a pensar:
  • 10:30 - 10:33
    “Ai, perdi a juventude.
  • 10:35 - 10:39
    Quem me dera ter de novo 10 ou 20 anos.”
  • 10:40 - 10:46
    Porque temos todas as alegrias e belezas que são únicas dos 70 anos.
  • 10:47 - 10:49
    Como o Avô Mestre, agora.
  • 10:49 - 10:51
    Aos 70,
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    o Avô Mestre percebeu que
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    os 70 anos
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    têm as suas próprias alegrias e belezas.
  • 10:58 - 11:00
    Não há arrependimento,
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    nem desejo de voltar aos 20 anos.
  • 11:07 - 11:09
    Se nos identificamos como rapariga,
  • 11:10 - 11:14
    devemos saber que ser uma rapariga é um grande milagre.
  • 11:14 - 11:19
    Não precisamos pensar com desejo:
    “Deveria ser outra coisa.”
  • 11:22 - 11:26
    Há aqui alguém que se identifica como rapariga,
    mas desejava ser outra coisa?
  • 11:27 - 11:29
    Há uma?
  • 11:29 - 11:31
    Então é preciso praticar atenção plena
  • 11:31 - 11:33
    e aprender a aceitar quem és.
  • 11:34 - 11:38
    E se nos identificamos como rapaz,
    devemos saber que ser rapaz é um grande milagre.
  • 11:38 - 11:40
    Não desejes ser outra coisa.
  • 11:45 - 11:47
    Se somos um jovem monge noviço,
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    devemos reconhecer que ser um jovem noviço
  • 11:51 - 11:53
    é um milagre.
  • 11:56 - 12:00
    Não digas: “O que devo fazer para me tornar rapidamente um mestre venerável,
  • 12:00 - 12:03
    para ter alguém
  • 12:07 - 12:09
    a segurar-me o chapéu?”
  • 12:10 - 12:15
    Porque ser um jovem noviço
    é um grande milagre.
  • 12:16 - 12:17
    Se não vivermos
  • 12:17 - 12:21
    com todo o coração e alma
  • 12:21 - 12:24
    como
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    um jovem noviço,
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    quando formos adultos, vamos arrepender-nos
  • 12:27 - 12:31
    exatamente como a Sr.ª Sally.
  • 12:33 - 12:36
    Isto é tão simples,
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    mas tão importante.
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    Não só as crianças,
    mas também os adultos
  • 12:41 - 12:43
    precisam de aprender isto.
  • 12:43 - 12:46
    Porque muitos de nós
    somos tal como a Sr.ª Sally.
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    Na altura da entrevista, a Sr.ª Sally
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    lamentava não ter vivido verdadeiramente entre os 15 e os 20 anos.
  • 12:52 - 12:55
    Mas agora, aos 20,
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    — o “agora” da entrevista —
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    pergunto-me:
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    Será que ela viveu realmente os 21, 22 e 23?
  • 13:01 - 13:03
    Ou ficou simplesmente sentada a lamentar
  • 13:03 - 13:07
    os anos entre os 15 e os 20,
    por não os ter vivido plenamente?
  • 13:08 - 13:10
    Talvez possamos pedir ao Sr. Tom
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    para a entrevistar de novo,
  • 13:12 - 13:16
    para saber se ela conseguiu aproveitar a vida
    a partir dos 20 anos
  • 13:16 - 13:17
    ou não.
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    Então, o que o Avô Mestre acabou de partilhar,
  • 13:23 - 13:25
    ou seja,
    “Seja o que for que façamos,
  • 13:26 - 13:29
    temos de desfrutar do que fazemos,”
  • 13:29 - 13:32
    é uma prática muito importante no Budismo.
  • 13:32 - 13:34
    “Seja o que for que façamos,
  • 13:34 - 13:36
    temos de gostar de o fazer,
  • 13:36 - 13:37
    temos de desfrutar de o fazer.”
  • 13:37 - 13:41
    Não é diferente de
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    “Seja o que for que sejamos,
  • 13:46 - 13:48
    temos de gostar de o ser,
  • 13:50 - 13:52
    temos de desfrutar de o ser.”
  • 13:54 - 13:56
    Em vietnamita,
  • 13:56 - 13:57
    seja o que for que estejamos a fazer,
  • 13:57 - 13:59
    temos
  • 13:59 - 14:01
    de apreciar o que estamos a fazer.
  • 14:02 - 14:04
    Seja o que for que sejamos,
  • 14:04 - 14:07
    temos de apreciar o ser isso.
  • 14:07 - 14:09
    Não desejes ser outra coisa.
  • 14:10 - 14:12
    Imaginemos alguém a dizer:
  • 14:12 - 14:16
    “Porque é que ainda não recebi a lâmpada do Thay
    para ser um professor do Dharma?”
  • 14:18 - 14:20
    Pensar assim demonstra que essa pessoa
    não pratica bem a atenção plena,
  • 14:20 - 14:23
    porque ser um professor do Dharma é maravilhoso,
  • 14:23 - 14:25
    mas não ser professor do Dharma também é igualmente maravilhoso.
  • 14:27 - 14:30
    Aqueles que recebem os Dez Preceitos de Noviço
  • 14:32 - 14:35
    devem alegrar-se com os seus dez preceitos.
  • 14:35 - 14:36
    Não tenham pressa
  • 14:37 - 14:40
    em crescer rapidamente para receber os preceitos de bhikshu / bhikshuni.
  • 14:40 - 14:42
    Se andamos na escola primária,
  • 14:42 - 14:43
    devemos
  • 14:44 - 14:47
    apreciar estar na escola primária.
  • 14:47 - 14:50
    E quando vamos para o ensino básico ou secundário,
  • 14:50 - 14:53
    devemos apreciar essa fase
  • 14:53 - 14:54
    também.
  • 14:55 - 14:57
    É algo muito óbvio.
  • 15:00 - 15:03
    Mas como é que podemos apreciar o que estamos a fazer?
  • 15:03 - 15:05
    É isso que mais importa.
  • 15:05 - 15:08
    Em teoria, sabemos que
  • 15:08 - 15:10
    devemos desfrutar e saborear cada momento
    daquilo que estamos a fazer.
  • 15:11 - 15:14
    No entanto, não sabemos como
    desfrutar do que estamos a fazer,
  • 15:15 - 15:18
    porque, muitas vezes,
    pensamos no que vem a seguir.
  • 15:18 - 15:20
    E o nosso coração e a nossa mente
  • 15:20 - 15:24
    não estão focados no que realmente está a acontecer no momento presente.
  • 15:28 - 15:29
    A Sr.ª Sally gostava de treinar
  • 15:30 - 15:33
    para as competições de natação?
  • 15:33 - 15:35
    Ela levantava-se às 6 da manhã para ir à piscina.
  • 15:35 - 15:38
    Tinha de treinar antes das aulas.
  • 15:38 - 15:39
    E depois…
  • 15:39 - 15:41
    tinha de treinar depois das aulas.
  • 15:41 - 15:44
    Tinha de treinar à noite.
  • 15:44 - 15:45
    Depois, ainda treinava aos fins de semana.
  • 15:45 - 15:47
    Ela estava farta de nadar.
  • 15:48 - 15:50
    Ela não gostava de nadar.
  • 15:50 - 15:52
    Ela nadava porque…
  • 15:53 - 15:54
    tinha de ser a número um
  • 15:54 - 15:57
    no mundo da natação.
  • 16:00 - 16:03
    Durante os seus 15 aos 20 anos, ela não viveu…
  • 16:03 - 16:04
    Ela não viveu verdadeiramente.
  • 16:04 - 16:08
    Ela tinha andado a correr atrás de algo chamado
    “danh” em vietnamita,
  • 16:11 - 16:13
    que em inglês significa “fama”.
  • 16:13 - 16:16
    Quando estamos
  • 16:16 - 16:17
    agarrados à fama,
  • 16:18 - 16:20
    não vivemos verdadeiramente a nossa vida.
  • 16:31 - 16:36
    Por isso, sentimos uma profunda compaixão pela Sr.ª Sally
    naquela fase dos seus 15 aos 20 anos.
  • 16:36 - 16:39
    Entretanto, meus queridos jovens, vocês sabem que...
  • 16:39 - 16:41
    nadar é um milagre,
  • 16:41 - 16:42
    não é?
  • 16:45 - 16:47
    Se houvesse uma piscina
    no Upper Hamlet,
  • 16:50 - 16:53
    e pudéssemos nadar todos os dias,
    seria uma alegria tão grande.
  • 16:54 - 16:57
    Podíamos ter uma grande piscina.
  • 17:00 - 17:02
    Nadar traz muita alegria.
  • 17:02 - 17:06
    Nadar no mar,
  • 17:06 - 17:08
    num lago, ou numa piscina
    traz muita alegria.
  • 17:08 - 17:10
    Mas se tivermos de treinar com esforço,
  • 17:11 - 17:13
    mesmo quando não nos apetece,
  • 17:13 - 17:15
    só para
  • 17:15 - 17:17
    ganhar campeonatos,
  • 17:17 - 17:21
    então nadar torna-se uma tortura.
  • 17:21 - 17:24
    Assim, deixamos de gostar de nadar.
  • 17:24 - 17:26
    Dessa forma,
  • 17:26 - 17:28
    já não seguimos o ensinamento do Buda:
  • 17:28 - 17:32
    “O que quer que façamos, devemos desfrutar de o fazer.”
  • 17:34 - 17:38
    Quer seja em casa,
    quer seja no mosteiro.
  • 17:38 - 17:41
    Vamos imaginar um Irmão — um monge noviço,
  • 17:42 - 17:44
    a ferver água
  • 17:44 - 17:46
    para fazer chá
  • 17:46 - 17:47
    para o Thay.
  • 17:47 - 17:49
    Ele deve praticar de tal forma
  • 17:49 - 17:51
    que consiga realmente
  • 17:51 - 17:53
    desfrutar de fazer o chá para o Thay,
  • 17:54 - 17:57
    não como um castigo,
  • 17:57 - 17:59
    mas como uma grande alegria.
  • 17:59 - 18:01
    Se esse Irmão conseguir fazer isto,
  • 18:01 - 18:04
    significa que está a treinar-se
    de acordo com os ensinamentos do Buda.
  • 18:07 - 18:11
    Queridos jovens, se estiverem a almoçar...
  • 18:11 - 18:14
    com toda a sangha na Persimmon Village
    (nome antigo de Plum Village),
  • 18:14 - 18:16
    saibam que
  • 18:16 - 18:19
    comer é um milagre.
  • 18:20 - 18:21
    Comam de tal forma
  • 18:21 - 18:23
    que cada momento da refeição
  • 18:23 - 18:25
    seja uma alegria.
  • 18:28 - 18:30
    Portanto,
  • 18:31 - 18:33
    queridos jovens, devem treinar-se
  • 18:33 - 18:35
    para garantir que conseguem almoçar
  • 18:35 - 18:38
    de uma maneira que se torne um verdadeiro prazer.
  • 18:39 - 18:45
    Imaginemos que alguém vos oferece
    um cone de gelado.
  • 18:48 - 18:53
    As pessoas pensam que um gelado
    é o suficiente para nos alegrar o dia.
  • 18:53 - 18:55
    E talvez vos traga mesmo alegria.
  • 18:55 - 18:57
    Mas há muitas maneiras de comer
  • 18:57 - 19:00
    um gelado.
  • 19:01 - 19:04
    Se estivermos a sentir raiva,
    tristeza, e ressentimento ao mesmo tempo
  • 19:04 - 19:05
    enquanto comemos
  • 19:05 - 19:08
    o gelado,
    o gelado já não vai saber bem, pois não?
  • 19:08 - 19:12
    E se o comermos depressa,
    sem saborear,
  • 19:12 - 19:14
    o momento precioso de comer o gelado
    foi desperdiçado.
  • 19:14 - 19:18
    Deve haver uma forma de comer um gelado
  • 19:18 - 19:22
    que nos permita saboreá-lo com alegria
    durante todo o tempo.
  • 19:22 - 19:24
    Devemos aprender essa forma.
  • 19:26 - 19:28
    Há uma forma para tudo aquilo
    que precisamos de aprender. E para que serve aprender?
  • 19:28 - 19:33
    Aprendemos para viver profundamente
    cada momento da nossa vida.
  • 19:36 - 19:38
    Na Persimmon Village,
  • 19:38 - 19:41
    aprendemos as formas para muitas coisas.
  • 19:41 - 19:44
    Aprendemos a comer de forma
  • 19:44 - 19:47
    a que a felicidade e a paz interior
    sejam possíveis durante toda a refeição.
  • 19:48 - 19:49
    Não comemos à pressa
  • 19:49 - 19:52
    só para acabar e ir fazer outra coisa.
  • 19:52 - 19:56
    Porque o Buda ensinou:
    “O que quer que façamos, devemos desfrutar de o fazer.”
  • 19:58 - 20:00
    Ou, por exemplo, quando cozinhamos
  • 20:00 - 20:01
    para toda a sangha,
  • 20:01 - 20:03
    quando chega a nossa vez de cozinhar para a comunidade,
  • 20:03 - 20:06
    e a nossa equipa tem de preparar comida para, digamos,
    300 pessoas...
  • 20:07 - 20:09
    Devemos cozinhar de tal forma
  • 20:09 - 20:11
    que todo o tempo passado a cozinhar
  • 20:11 - 20:13
    seja preenchido com
  • 20:13 - 20:15
    alegria, paz e felicidade.
  • 20:15 - 20:17
    Devemos aprender a gostar de cozinhar.
  • 20:18 - 20:21
    Se não soubermos como fazê-lo,
    então devemos aprender.
  • 20:22 - 20:26
    E quando caminhamos em meditação
    com toda a sangha,
  • 20:26 - 20:27
    nós...
  • 20:27 - 20:32
    devemos caminhar de tal forma
    que cada passo traga paz e felicidade.
  • 20:33 - 20:34
    Mas se, ao caminhar, pensarmos:
  • 20:34 - 20:37
    “Porque é que estamos a demorar tanto a chegar?
    E porque é que andamos...
  • 20:37 - 20:40
    tão devagar como um caracol?
  • 20:41 - 20:44
    Andar a passo de caracol não faz sentido! Não gosto disto,”
  • 20:44 - 20:46
    significa que ainda não compreendemos
    a forma de caminhar
  • 20:46 - 20:50
    onde é possível encontrar felicidade em cada passo.
  • 20:50 - 20:53
    Ainda não aprendemos a desfrutar
    de cada passo que damos.
  • 20:53 - 20:56
    Por isso, no nosso dia a dia,
  • 20:56 - 20:58
    não sabemos
  • 20:58 - 21:00
    como
  • 21:00 - 21:02
    desfrutar do que estamos a fazer.
  • 21:02 - 21:05
    Não sabemos como desfrutar
  • 21:05 - 21:07
    da nossa idade,
  • 21:07 - 21:10
    ou da tarefa que temos em mãos.
  • 21:10 - 21:12
    É por isso que vimos
    para a Persimmon Village — para aprender isto.
  • 21:12 - 21:14
    Vamos imaginar que estás…
  • 21:15 - 21:17
    no sétimo ano.
  • 21:20 - 21:24
    A prática que o Buda ensinou é:
    garantir que, enquanto estudamos…
  • 21:24 - 21:26
    história,
  • 21:26 - 21:27
    ou histoire,
  • 21:28 - 21:31
    desfrutamos de aprender história.
  • 21:32 - 21:34
    Enquanto estudamos matemática,
  • 21:34 - 21:36
    desfrutamos de aprender matemática.
  • 21:38 - 21:40
    Enquanto estudamos francês,
  • 21:40 - 21:42
    desfrutamos de aprender francês.
  • 21:42 - 21:45
    Assim, estamos a praticar
    de acordo com os ensinamentos do Buda.
  • 21:45 - 21:48
    Mas se não gostamos da disciplina que estamos a estudar,
  • 21:48 - 21:52
    e só a queremos acabar rapidamente
    para terminar o secundário o quanto antes,
  • 21:52 - 21:55
    então estamos a fazer algo que…
  • 21:55 - 21:57
    vai contra os ensinamentos do Buda.
  • 21:57 - 22:01
    E assim, acabamos por não ser tão diferentes da Sr.ª Sally…
  • 22:01 - 22:04
    a protagonista desta entrevista.
  • 22:04 - 22:07
    Isto não é apenas uma lição de vida importante
    para os mais jovens,
  • 22:07 - 22:11
    mas uma lição de vida importante
    para todos, independentemente...
  • 22:12 - 22:14
    da idade que já tenham.
  • 22:14 - 22:18
    Não importa se tens 70 ou 80 anos,
    todos temos de aprender esta lição da mesma forma.
  • 22:18 - 22:20
    Com cada dia que ainda temos para viver,
  • 22:20 - 22:24
    aprendamos a viver esse dia com a maior profundidade
    e alegria possível, e a sentir satisfação...
  • 22:24 - 22:26
    no que quer que estejamos a fazer,
  • 22:26 - 22:27
    e
  • 22:28 - 22:29
    a desfrutar verdadeiramente
  • 22:29 - 22:31
    de tudo o que fazemos,
  • 22:31 - 22:33
    a nossa idade,
  • 22:34 - 22:36
    a nossa vida quotidiana.
  • 22:37 - 22:41
    Isto é essencial para a nossa...
  • 22:41 - 22:42
    felicidade.
  • 22:45 - 22:49
    Hoje vamos focar a nossa partilha de Dharma
    nesta prática.
  • 22:49 - 22:52
    [Sino]
  • 23:01 - 23:06
    Querida Sangha, aos 20 anos, a Miss Sally
    teve um momento de despertar.
  • 23:11 - 23:14
    É que, se tivesse sido outra pessoa,
  • 23:14 - 23:18
    talvez nunca tivesse conseguido parar aos 20 anos.
  • 23:21 - 23:24
    Ela tomou consciência de que,
    durante cinco ou seis anos,
  • 23:24 - 23:27
    tinha desperdiçado a sua vida a correr atrás da fama.
  • 23:28 - 23:30
    Não viveu plenamente
  • 23:30 - 23:34
    aqueles preciosos meses e anos
    da sua juventude.
  • 23:39 - 23:42
    Se tivéssemos sido atirados para...
  • 23:42 - 23:44
    a fama,
  • 23:45 - 23:49
    nunca teríamos despertado a tempo como a Miss Sally.
  • 23:49 - 23:51
    Muito provavelmente, continuaríamos
  • 23:55 - 23:57
    a desperdiçar
  • 23:58 - 24:01
    ainda mais meses e anos das nossas vidas.
  • 24:01 - 24:07
    Talvez não estejamos a correr atrás da fama,
    mas estamos atrás de outra coisa.
  • 24:07 - 24:09
    É tudo a mesma coisa.
  • 24:09 - 24:14
    Algumas pessoas não procuram fama,
    mas procuram riqueza.
  • 24:17 - 24:19
    O termo vietnamita "danh" significa "fama".
  • 24:21 - 24:23
    E "lợi" significa "riqueza".
  • 24:28 - 24:31
    Outras pessoas procuram
    aparências deslumbrantes e sexo.
  • 24:32 - 24:36
    "Sắc", em vietnamita, significa "sexo" (nota:
    "sắc" também pode significar "aparências enganosas").
  • 24:40 - 24:43
    Quando corremos atrás destas três coisas,
  • 24:47 - 24:48
    estamos a abandonar,
  • 24:48 - 24:50
    a pisar,
  • 24:50 - 24:55
    e a deixar desperdiçar tantas coisas maravilhosas
    nas nossas vidas.
  • 24:56 - 24:59
    Porque acreditamos profundamente que a felicidade
  • 24:59 - 25:01
    só é
  • 25:01 - 25:03
    possível
  • 25:03 - 25:05
    quando temos essas três coisas.
  • 25:07 - 25:10
    Muitos de nós sustentam...
  • 25:11 - 25:13
    essa...
  • 25:15 - 25:17
    visão errada,
  • 25:17 - 25:20
    ou seja: "Sem essas três coisas,
    a felicidade não é possível."
  • 25:20 - 25:26
    Mas a verdade mostra-nos que, quando nos deixamos atrair
    por essas três coisas,
  • 25:26 - 25:28
    tal como a Miss Sally,
  • 25:28 - 25:31
    não conseguimos viver a nossa vida
  • 25:31 - 25:33
    com profundidade e alegria.
  • 25:33 - 25:36
    Porque a felicidade é
    o que já está a acontecer
  • 25:36 - 25:38
    em cada momento da nossa vida diária.
  • 25:43 - 25:44
    Felicidade
  • 25:46 - 25:48
    é podermos aceitar-nos como somos,
  • 25:50 - 25:52
    estarmos contentes connosco próprios.
  • 25:52 - 25:54
    Por exemplo, enquanto crianças, sentimo-nos contentes.
  • 25:54 - 25:57
    Ser criança é um grande milagre.
  • 25:58 - 26:03
    Enquanto adultos, devemos reconhecer que
    ser adulto é também um grande milagre.
  • 26:04 - 26:06
    Não negamos quem somos
  • 26:06 - 26:09
    para tentar ser alguém que não somos.
  • 26:09 - 26:11
    Isto é fundamental.
  • 26:12 - 26:14
    Muitos de nós querem negar
  • 26:14 - 26:15
    a si próprios;
  • 26:15 - 26:17
    querem negar
  • 26:17 - 26:19
    a forma como
  • 26:20 - 26:22
    são,
  • 26:22 - 26:25
    para tentarem ser outra pessoa.
  • 26:26 - 26:28
    Isso vai
  • 26:29 - 26:31
    contra os ensinamentos do Buda.
  • 26:38 - 26:44
    Por isso, esta prática ensinada pelo Buda
    consiste em aceitarmo-nos tal como somos.
  • 26:46 - 26:48
    É por isso que devemos aprender o caminho
  • 26:48 - 26:50
    para...
  • 26:51 - 26:53
    nos sentirmos contentes e sabermos desfrutar
  • 26:54 - 26:57
    de tudo aquilo que...
  • 26:57 - 26:58
    estamos a fazer.
  • 27:03 - 27:06
    A escrever um livro, aprendemos
    a desfrutar da escrita.
  • 27:07 - 27:11
    A lavar a roupa, aprendemos
    a desfrutar de lavar a roupa.
  • 27:12 - 27:18
    A lavar a loiça, aprendemos
    a desfrutar de lavar a loiça.
  • 27:19 - 27:23
    A beber café, aprendemos
    a desfrutar de beber café.
  • 27:25 - 27:26
    Ao estarmos
  • 27:26 - 27:31
    na companhia de bons amigos, aprendemos
    a desfrutar dessa companhia.
  • 27:32 - 27:36
    A limpar o chão, aprendemos
    a desfrutar de limpar o chão.
  • 27:36 - 27:38
    Tudo isto precisa de ser aprendido.
  • 27:39 - 27:42
    Porque estamos sempre a pensar
    noutra coisa.
  • 27:42 - 27:45
    E “a outra coisa”, aqui, significa o fim,
  • 27:46 - 27:48
    a felicidade que visualizamos
    num futuro distante.
  • 27:48 - 27:51
    Somos incapazes de habitar pacificamente
  • 27:51 - 27:53
    no momento presente.
  • 27:53 - 27:57
    Por isso, ao virmos para a Persimmon Village,
    temos de aprender a fazer isso.
  • 27:57 - 28:00
    Aprendemos a parar
    no momento presente,
  • 28:00 - 28:02
    a aceitar esse momento,
  • 28:02 - 28:05
    e a vivê-lo com profundidade.
  • 28:06 - 28:07
    Assim,
  • 28:07 - 28:09
    aprendemos a sentar-nos com atenção plena.
  • 28:10 - 28:14
    Sentar-nos de tal forma que sentimos um profundo
    bem-estar, que nos sentimos contentes,
  • 28:14 - 28:16
    que nos sentimos confortáveis sentados.
  • 28:18 - 28:21
    Porque há quem nunca consiga estar quieto.
  • 28:21 - 28:24
    Sentam-se como se estivessem sobre brasas.
  • 28:24 - 28:26
    Muitos são assim.
  • 28:27 - 28:28
    Nunca conseguem estar quietos.
  • 28:29 - 28:31
    É um estado de agitação e descontentamento
  • 28:33 - 28:34
    no coração e na mente.
  • 28:34 - 28:37
    Com esse fogo a arder dentro de nós,
  • 28:37 - 28:40
    estamos agitados e insatisfeitos
    sentados na relva macia,
  • 28:40 - 28:44
    estamos agitados e insatisfeitos
    sentados num banco de pedra,
  • 28:44 - 28:47
    e estamos agitados e insatisfeitos
    sentados na sala de estar.
  • 28:48 - 28:52
    Por mais luxuosa que seja a cadeira
    ou o sofá, não conseguimos ficar sentados
  • 28:52 - 28:56
    por muito tempo, porque essa inquietação
    já está dentro de nós.
  • 28:56 - 28:57
    É por isso que uma...
  • 28:58 - 28:59
    uma...
  • 29:00 - 29:03
    das coisas que devemos aprender
    na Persimmon Village
  • 29:03 - 29:06
    é treinar-nos a estar sentados
    em quietude e contentamento.
  • 29:06 - 29:08
    Praticar sentar-se em silêncio e com paz.
  • 29:09 - 29:13
    Sentar-nos de tal forma que não sejamos empurrados
    a levantar-nos por uma energia muito forte...
  • 29:13 - 29:17
    que vem de dentro,
  • 29:17 - 29:19
    a fazer-nos andar às voltas sem parar.
  • 29:19 - 29:21
    Achamos que vamos encontrar paz
    noutra almofada,
  • 29:21 - 29:23
    mas assim que nos sentamos
    nessa almofada,
  • 29:24 - 29:26
    continuamos inquietos e insatisfeitos.
  • 29:26 - 29:27
    Essa forte energia habitual dentro de nós
  • 29:27 - 29:30
    empurra-nos a levantar
    e procurar outro lugar para nos sentarmos.
  • 29:31 - 29:34
    Esta prática chama-se "an tọa" em vietnamita,
  • 29:34 - 29:37
    que significa “sentar em quietude”,
  • 29:37 - 29:40
    ou “sentar com contentamento e paz”.
  • 29:40 - 29:43
    E o Buda é alguém
    extremamente bom nisso.
  • 29:43 - 29:45
    Ele conseguia sentar-se muito quieto
  • 29:45 - 29:47
    com um leve sorriso no rosto,
  • 29:47 - 29:51
    porque havia paz no seu coração e na sua mente.
  • 29:52 - 29:57
    Por isso, ir à sala de meditação
    e praticar sentar juntos,
  • 29:57 - 30:00
    é um treino para nos sentarmos com quietude e paz.
  • 30:00 - 30:02
    Ir à sala de meditação e
    praticar sentar juntos não é...
  • 30:02 - 30:04
    um castigo,
  • 30:04 - 30:06
    nem um trabalho forçado.
  • 30:06 - 30:08
    É uma oportunidade
    de treinar o sentar com quietude.
  • 30:09 - 30:11
    Em sino-vietnamita, chama-se "tĩnh tọa".
  • 30:12 - 30:14
    Em inglês, é “still sitting” – sentar em quietude.
  • 30:14 - 30:16
    Digamos que tens
  • 30:16 - 30:17
    uma mãe
  • 30:18 - 30:19
    ou um pai
  • 30:21 - 30:22
    que nunca
  • 30:22 - 30:24
    conseguiram estar quietos e em paz.
  • 30:25 - 30:27
    Sempre andaram apressados,
  • 30:27 - 30:30
    sempre com pressa.
  • 30:30 - 30:34
    Nunca, em toda a sua vida, conseguiram
    sentar-se em paz, respirar e sorrir.
  • 30:34 - 30:38
    Sentes compaixão por eles?
  • 30:40 - 30:43
    Merecem compaixão? Sim, merecem.
  • 30:43 - 30:46
    Porque toda a sua vida, andaram sempre
    ocupados a andar às voltas.
  • 30:46 - 30:48
    Nunca tiveram um único momento
  • 30:48 - 30:51
    de quietude interior, de paz interior.
  • 30:54 - 30:56
    E nós somos filhos dessa pessoa.
  • 30:56 - 30:59
    Dizemos: “Mãe, estou sentada em paz.
  • 30:59 - 31:02
    Estou sentada por ti, Mãe.”
  • 31:04 - 31:06
    Porque tu estás em mim, Mãe,
  • 31:06 - 31:08
    e eu sou a tua continuação, Mãe.
  • 31:08 - 31:11
    Se eu próprio consigo sentar-me em quietude, respirar e sorrir,
  • 31:11 - 31:15
    significa que a Mãe em mim também pode sentar-se,
    respirar e sorrir ao mesmo tempo.​
  • 31:16 - 31:18
    Isso é ser bondoso e leal para com os nossos pais.​
  • 31:18 - 31:22
    No entanto, seremos verdadeiramente capazes de nos sentar em quietude,
  • 31:22 - 31:25
    respirar e sorrir enquanto estamos sentados?​
  • 31:25 - 31:27
    Se não conseguimos fazer isso,
  • 31:27 - 31:31
    como podemos ajudar a nossa mãe em nós
  • 31:31 - 31:32
    a sentar-se,
  • 31:32 - 31:34
    respirar e sorrir?​
  • 31:35 - 31:36
    Ou
  • 31:37 - 31:39
    continuamos a perpetuar
  • 31:39 - 31:41
    o hábito enraizado da nossa mãe de
    estar sempre apressada, sempre com pressa,
  • 31:41 - 31:43
    andando em círculos,
  • 31:43 - 31:44
    nunca parando e estando em quietude?​
  • 31:44 - 31:47
    Isso, no Budismo, é chamado de "samsara"
  • 31:48 - 31:52
    — significando "o andar em círculos continuado de geração em geração".​
  • 31:52 - 31:55
    A prática budista da atenção plena é para pôr fim ao samsara
  • 31:55 - 31:59
    — para acabar com os padrões cíclicos de dor e sofrimento numa linhagem.​
  • 31:59 - 32:02
    Assim, se a nossa mãe — quando ainda estava viva,
  • 32:03 - 32:08
    nunca teve um momento de calma,
    contentamento ou quietude,
  • 32:08 - 32:11
    agora, na nossa geração,
    temos de aprender a tornar isso possível.​
  • 32:11 - 32:13
    Temos de aprender a sentar-nos muito quietos.​
  • 32:13 - 32:17
    Inspirando, sinto leveza no meu corpo e mente.
    Expirando, sorrio.​
  • 32:17 - 32:20
    Uma vez que já conseguimos fazer isto,
    convidamos a nossa mãe: "Mãe,
  • 32:20 - 32:23
    inspira comigo."​
  • 32:24 - 32:26
    Que grande alívio!​
  • 32:26 - 32:31
    Expirando, dizemos: "Mãe,
    sorri comigo" — e sorrimos.​
  • 32:32 - 32:34
    À medida que inspiramos,
  • 32:34 - 32:36
    a nossa mente está serena e tranquila.
  • 32:36 - 32:39
    Ao expirarmos, sorrimos.​
  • 32:39 - 32:45
    Essa quietude serena e esse sorriso
    penetram no nosso corpo e na nossa alma.​
  • 32:45 - 32:49
    E, claro, também penetram no corpo e na alma da nossa mãe.​
  • 32:50 - 32:54
    É porque o corpo e a alma da nossa mãe
  • 32:55 - 32:57
    continuam em cada célula do nosso corpo e da nossa alma.​
  • 32:57 - 33:01
    É porque somos apenas a sua continuação.​
  • 33:02 - 33:04
    As pessoas dizem que ser bondoso e leal para com os nossos pais
  • 33:04 - 33:09
    significa prover para os nossos pais.​
  • 33:09 - 33:11
    Mas isso não é necessariamente correto.​
  • 33:11 - 33:13
    Ser bondoso e leal para com os nossos pais
  • 33:13 - 33:15
    significa sermos capazes de viver
    com contentamento e paz,
  • 33:15 - 33:17
    com liberdade e tranquilidade.​
  • 33:17 - 33:20
    Esse é o desejo mais profundo da Mãe.​
  • 33:21 - 33:24
    Ao dar à luz e criar um filho,
  • 33:24 - 33:26
    o desejo mais profundo de uma mãe
  • 33:26 - 33:29
    é que o filho tenha verdadeira felicidade,
    tenha paz e contentamento.​
  • 33:29 - 33:34
    O seu desejo mais profundo não é que
    o filho lhe traga presentes, guloseimas
  • 33:34 - 33:36
    ou dinheiro nas visitas.​
  • 33:37 - 33:39
    Por essa razão, se soubermos sentar-nos
  • 33:39 - 33:40
    com liberdade e tranquilidade
  • 33:40 - 33:41
    — inspirando,
  • 33:42 - 33:44
    os nossos corações estão em paz;
  • 33:44 - 33:45
    expirando,
  • 33:45 - 33:48
    um meio sorriso nasce nos nossos lábios
  • 33:48 - 33:51
    — então essa quietude, essa paz,
    penetrarão no nosso corpo e na nossa alma,
  • 33:51 - 33:54
    e, claro, também penetrarão
    no corpo e na alma da nossa mãe.​
  • 33:54 - 33:56
    Esse é o maior ato de bondade
    que podemos fazer pela nossa mãe.​
  • 33:56 - 33:59
    Se conseguirmos fazer isto repetidamente,
  • 33:59 - 34:03
    a nossa mãe em nós será libertada
    deste círculo de samsara.​
  • 34:03 - 34:06
    Nós somos libertados e, ao mesmo tempo,
    a nossa mãe também será libertada.​
  • 34:06 - 34:08
    Praticamos viver profundamente
    e com atenção plena por nós mesmos,
  • 34:08 - 34:12
    mas, ao mesmo tempo, também praticamos
    viver profundamente e com atenção plena pela nossa mãe.​
  • 34:14 - 34:18
    Embora eu já esteja avançado em idade,
    ainda me treino para fazer exatamente isto.​
  • 34:18 - 34:19
    É porque
  • 34:20 - 34:21
    ao inspirar,
  • 34:21 - 34:24
    sinto um profundo sentido de quietude
  • 34:24 - 34:26
    e tranquilidade.​
  • 34:26 - 34:28
    E ao expirar,
  • 34:28 - 34:30
    sinto um grande sentido de paz,
    felicidade e facilidade.​
  • 34:31 - 34:33
    Por isso, às vezes digo:
  • 34:33 - 34:35
    "Querida e amada Mãe,
  • 34:35 - 34:37
    respira comigo."​
  • 34:37 - 34:39
    Então, mãe e filho
    respiram juntos.​
  • 34:39 - 34:42
    E ao expirar, digo:
    "Querida e amada Mãe, sorri comigo."​
  • 34:42 - 34:44
    Então, mãe e filho sorriem
    ao mesmo tempo. É maravilhoso!​
  • 34:44 - 34:46
    Não é trabalho árduo de forma alguma.​
  • 34:46 - 34:51
    Só quando já conseguimos fazer isto,
    é que convidamos a nossa mãe em nós a fazê-lo connosco.​
  • 34:54 - 34:57
    Depois de fazer isto com a minha mãe,
    faço-o com a minha avó materna.​
  • 34:57 - 35:00
    "Querida avó materna,
    respira comigo."​
  • 35:02 - 35:04
    Querida avó materna,
  • 35:04 - 35:07
    expira e sorri comigo."​
  • 35:07 - 35:11
    Depois de fazer isto 3~4 vezes, quando
    tanto nós como a nossa avó estamos felizes,
  • 35:11 - 35:13
    passamos para...​
  • 35:14 - 35:16
    o nosso pai.​
  • 35:16 - 35:20
    "Querido e amado Pai, respira e desfruta
    de um profundo sentido de bem-estar comigo.​
  • 35:20 - 35:23
    Querido e amado Pai,
    expira e sorri comigo."​
  • 35:23 - 35:27
    Há uma sensação palpável
    de que nós e o nosso pai somos um.​
  • 35:27 - 35:30
    Entre nós e o nosso pai, há uma...
  • 35:30 - 35:33
    profunda sensação de unidade.​
  • 35:34 - 35:36
    Ao crescer, nunca vimos o nosso pai
  • 35:36 - 35:40
    ter, por uma vez, a oportunidade de entrar em contacto
    com os verdadeiros significados do Dharma,
  • 35:40 - 35:43
    de conhecer o que é a caminhada consciente,
  • 35:44 - 35:46
    ou o que é a meditação sentada.​
  • 35:46 - 35:49
    Embora ele recite sutras
    e invoque os nomes do Buda,
  • 35:49 - 35:50
    nunca foi capaz de tocar
  • 35:50 - 35:54
    o contentamento, a paz e a felicidade
    que agora tocámos.​
  • 35:54 - 35:57
    É por isso que devemos praticar viver
    profundamente e com atenção plena pelo nosso pai.​
  • 35:57 - 35:59
    Depois de nós e o nosso pai em nós
  • 35:59 - 36:03
    já termos paz e contentamento,
  • 36:03 - 36:06
    então convidamos o nosso
    avô e avó paternos
  • 36:06 - 36:08
    a respirar e viver profundamente connosco.​
  • 36:08 - 36:09
    Que milagre!
  • 36:09 - 36:13
    Chegarás a perceber que
    meia hora sentado em meditação
  • 36:13 - 36:15
    passa muito depressa,
  • 36:15 - 36:17
    porque há felicidade
  • 36:18 - 36:19
    nessa meia hora.
  • 36:20 - 36:23
    Também devemos levantar-nos
    e esticar as pernas.
  • 36:23 - 36:28
    E enquanto esticamos as pernas, podemos também treinar-nos
    a viver profundamente e com atenção plena.
  • 36:28 - 36:31
    Ao dar um passo, inspiramos
  • 36:31 - 36:33
    e dizemos: “Cheguei.”
  • 36:35 - 36:39
    Ao dar outro passo, expiramos
    e dizemos: “Estou em casa.”
  • 36:48 - 36:53
    Porque durante tanto tempo,
    fui uma criança perdida, afastada do lar.
  • 36:53 - 36:55
    Andei a perseguir arco-íris,
  • 36:55 - 36:57
    sem chegar a lado nenhum,
  • 36:58 - 37:01
    indo nesta direção (isto é: fama, riqueza, prazer).
  • 37:07 - 37:09
    E…
  • 37:10 - 37:14
    fiquei com arranhões, magoei-me, sangrei,
    pisei espinhos, fiquei perfurado,
  • 37:14 - 37:19
    bati com a testa e fiz um galo
    porque andei à procura da felicidade nessa direção.
  • 37:19 - 37:21
    Agora despertei,
  • 37:21 - 37:24
    sei que a verdadeira felicidade está aqui,
  • 37:24 - 37:27
    neste momento presente.
  • 37:28 - 37:32
    Posso sempre encontrar satisfação e
    descobrir felicidade ao lavar tachos,
  • 37:32 - 37:34
    cozinhar,
  • 37:35 - 37:36
    sentar-me em quietude,
  • 37:36 - 37:37
    lavar roupa,
  • 37:37 - 37:39
    arranjar flores.
  • 37:39 - 37:42
    É por isso que já parei.
  • 37:42 - 37:45
    Já cheguei.
    Já cheguei ao meu verdadeiro lar.
  • 37:45 - 37:47
    Já cheguei à minha verdadeira felicidade.
  • 37:47 - 37:48
    Esse verdadeiro lar
  • 37:48 - 37:50
    é o momento presente,
    o aqui e agora.
  • 37:50 - 37:53
    O Buda ensinou-nos que o nosso verdadeiro lar
  • 37:53 - 37:56
    é o momento presente.
  • 37:57 - 38:01
    Por isso, esta manhã, quando entoámos
    O Grande Cântico do Sino,
  • 38:01 - 38:03
    ele diz,
  • 38:03 - 38:07
    “Eu escuto, eu escuto,
  • 38:07 - 38:10
    este som maravilhoso traz-me de volta
    ao meu verdadeiro lar.”
  • 38:10 - 38:15
    Porque o Buda ensinou que
    o nosso verdadeiro lar é o momento presente.
  • 38:15 - 38:18
    No momento presente,
    estamos a lavar a louça,
  • 38:18 - 38:21
    a cozinhar, a lavar roupa,
  • 38:21 - 38:25
    a segurar um bebé, ou a desfrutar
    da companhia de bons amigos.
  • 38:25 - 38:29
    Esse é o momento mais importante da nossa vida.
  • 38:29 - 38:32
    A senhora Sally não conhecia esta forma de viver.
  • 38:32 - 38:36
    Ela perseguia a fama, por isso tinha de nadar
    de manhã, à tarde e à noite.
  • 38:36 - 38:37
    Era um trabalho árduo
  • 38:37 - 38:40
    com apenas um propósito em mente:
    chegar em primeiro nas competições.
  • 38:40 - 38:45
    Por isso, não conseguia verdadeiramente
    viver cada momento da sua vida diária.
  • 38:45 - 38:48
    Entretanto, o Buda ensinou-nos a aprender
  • 38:48 - 38:52
    a viver cada momento do nosso dia
  • 38:52 - 38:54
    com atenção plena e profundidade.
  • 38:54 - 38:56
    Desta forma, “Cheguei”
  • 38:56 - 38:58
    significa que já
  • 38:58 - 39:01
    parei de vaguear longe de casa
    e de ir sem rumo de um lado para o outro.
  • 39:01 - 39:04
    Já regressei ao Buda em mim,
  • 39:04 - 39:07
    à minha mãe e ao meu pai em mim.
  • 39:07 - 39:09
    Aprendi a respirar e a sentar-me com atenção plena,
  • 39:09 - 39:12
    e consigo reunir-me com
  • 39:12 - 39:13
    o meu mestre Thay,
  • 39:13 - 39:14
    com o Buda,
  • 39:14 - 39:17
    com a minha mãe, o meu pai e aqueles que amo.
  • 39:17 - 39:19
    É assim
  • 39:20 - 39:22
    que praticamos quando nos sentamos em meditação.
  • 39:22 - 39:23
    Inspirando,
  • 39:23 - 39:25
    dizemos: “Cheguei.”
  • 39:26 - 39:29
    “Cheguei” significa que já terminei
    a minha caminhada longe do meu verdadeiro lar.
  • 39:30 - 39:32
    Expirando, dizemos: “Estou em casa.”
  • 39:33 - 39:35
    Inspirando, dizemos: “Cheguei.”
  • 39:36 - 39:38
    Expirando: “Estou em casa.”
  • 39:38 - 39:41
    Fazemos o mesmo com a caminhada consciente.
  • 39:42 - 39:44
    Durante tanto tempo, andámos a caminhar
    como se estivéssemos a ser perseguidos por fantasmas.
  • 39:44 - 39:47
    Agora que chegámos à Persimmon Village,
    temos de aprender novamente a caminhar.
  • 39:47 - 39:50
    Tendo já aprendido a sentar-nos,
    agora aprendemos a caminhar de novo.
  • 39:50 - 39:53
    Dando um passo, inspiramos e dizemos:
  • 39:53 - 39:55
    “Cheguei.”
  • 39:56 - 39:59
    Dando outro passo, expiramos
    e dizemos: “Estou em casa.”
  • 40:00 - 40:01
    Cheguei.
  • 40:03 - 40:04
    Estou em casa.
  • 40:04 - 40:07
    Cada passo é um milagre.
  • 40:08 - 40:09
    Cheguei.
  • 40:10 - 40:12
    Estou em casa.
  • 40:13 - 40:15
    O Mestre Linji
  • 40:16 - 40:18
    disse uma vez:
  • 40:22 - 40:24
    “O milagre
  • 40:24 - 40:27
    é caminhar sobre a Terra.”
  • 40:29 - 40:33
    Quando já estivermos mortos,
    transformados num corpo rígido,
  • 40:33 - 40:35
    já não poderemos ver nada,
  • 40:35 - 40:37
    já não poderemos ouvir ou sentir nada.
  • 40:37 - 40:39
    As nossas pernas já não poderão caminhar.
  • 40:40 - 40:41
    Neste momento,
  • 40:41 - 40:43
    estamos ainda muito vivos.
  • 40:44 - 40:47
    Ao abrirmos os olhos, já conseguimos ver
    o céu azul e as nuvens brancas.
  • 40:47 - 40:50
    Com um pouco de atenção,
    já conseguimos ouvir os pássaros a chilrear
  • 40:51 - 40:54
    e as vozes familiares dos nossos entes queridos.
  • 40:54 - 40:58
    E se quisermos caminhar,
    basta apenas mover os pés.
  • 40:58 - 40:59
    Por isso,
  • 40:59 - 41:02
    o facto de estarmos ainda vivos é um milagre.
  • 41:02 - 41:04
    Um milagre maravilhoso.
  • 41:05 - 41:09
    De todos os grandes milagres,
  • 41:09 - 41:13
    o facto de estarmos vivos
  • 41:13 - 41:17
    é o maior de todos.
  • 41:21 - 41:25
    Por isso, ao inspirar,
    sabemos que estamos vivos.
  • 41:25 - 41:27
    Ao expirar, sorrimos,
  • 41:27 - 41:29
    sabendo que estamos vivos.
  • 41:29 - 41:30
    Só isso
  • 41:30 - 41:33
    já nos pode trazer muita felicidade.
  • 41:33 - 41:36
    Inspirando, sei que ainda estou vivo.
  • 41:36 - 41:38
    Expirando, sorrio.
  • 41:38 - 41:41
    Inspirando, cheguei.
  • 41:41 - 41:43
    Expirando, estou em casa.
  • 41:44 - 41:45
    Treinamo-nos a sentar em meditação
  • 41:46 - 41:47
    desta forma.
  • 41:47 - 41:49
    Ou, quando nos levantamos e
    praticamos dar cada passo
  • 41:49 - 41:53
    da mesma forma,
    estamos a treinar-nos a caminhar.
  • 41:53 - 41:56
    Qual é o propósito de nos treinarmos
    a sentar e a caminhar desta maneira?
  • 41:56 - 42:02
    Aprender a viver cada momento
    da nossa vida diária com profundidade, paz e felicidade.
  • 42:02 - 42:05
    Treinamo-nos a fazer algo
    que a senhora Sally não conseguiu fazer
  • 42:05 - 42:08
    em cinco anos.
  • 42:08 - 42:10
    Ela desperdiçou inconscientemente a sua juventude.
  • 42:10 - 42:14
    A senhora Sally tinha apenas 20 anos na altura,
  • 42:15 - 42:19
    mas já se tinha dado conta de que desperdiçara cinco preciosos anos da sua vida.
  • 42:19 - 42:26
    Esse despertar pode já ter ajudado
    a viver profundamente os anos que lhe restavam.
  • 42:27 - 42:28
    O mesmo acontece connosco.
  • 42:28 - 42:33
    Tendo a oportunidade
    de ouvir o verdadeiro Dharma,
  • 42:35 - 42:40
    devemos assegurar-nos de viver
    os anos restantes da nossa vida
  • 42:40 - 42:42
    com profundidade,
  • 42:42 - 42:44
    com paz e com felicidade.
  • 42:44 - 42:49
    Ao olhar agora para a nossa vida, perguntemo-nos:
    “O que fiz da minha vida?”
  • 42:50 - 42:54
    “O que fiz da minha vida?”
  • 42:56 - 42:58
    Queimámos a nossa vida.
  • 42:58 - 43:00
    Vivemos como a senhora Sally.
  • 43:00 - 43:02
    Desperdiçámos
  • 43:02 - 43:05
    e banalizámos a nossa juventude.
  • 43:06 - 43:09
    Queremos continuar a viver assim:
  • 43:09 - 43:10
    viver na inconsciência,
  • 43:10 - 43:12
    viver apressadamente,
  • 43:12 - 43:17
    perseguir sombras de felicidade
    num futuro distante e…
  • 43:17 - 43:18
    deitar fora a felicidade
  • 43:19 - 43:21
    que já existe no momento presente?
  • 43:22 - 43:25
    Uma vez despertos para esta verdade,
    tomamos a resolução
  • 43:25 - 43:26
    de nunca
  • 43:27 - 43:30
    deixar escapar o que é precioso para nós
  • 43:30 - 43:32
    — as coisas mais preciosas da nossa vida.
  • 43:32 - 43:35
    Aprendemos a regressar sempre
    ao momento presente
  • 43:35 - 43:39
    para viver profundamente o momento presente.
  • 43:39 - 43:41
    É por isso que praticamos o sentar consciente
  • 43:41 - 43:43
    e o caminhar consciente.
  • 43:48 - 43:50
    E então também devemos praticar
    o comer com atenção plena.
  • 43:51 - 43:55
    Comer uma refeição de tal forma que haja
    descontração e leveza no corpo e na mente,
  • 43:55 - 43:58
    que haja alegria e felicidade
    em cada momento da refeição.
  • 43:58 - 44:00
    É preciso prática para conseguir isto.
  • 44:00 - 44:03
    Por exemplo, para os mais pequenos,
    comer gelado com atenção plena não é fácil,
  • 44:03 - 44:06
    porque muitos já estão habituados
    a desperdiçar o gelado.
  • 44:06 - 44:09
    Não há felicidade
    em cada colherada de gelado.
Title:
How to Enjoy Doing What You're Doing (EN subtitles)
Description:

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Duration:
44:09

Portuguese subtitles

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