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ENSINO HÍBRIDO DE ALTA QUALIDADE
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Quatro ideias para pensar
ao considerar o espaço:
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A primeira é que sempre começamos
pensando nos resultados do aluno.
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Depois, uma grande escola
pode se encaixar em um campus pequeno,
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basta ser criativo.
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Terceiro, quase nunca
começamos do zero.
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É comum termos que usar
o que já existe na escola,
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pensando em nossas
necessidades.
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Seguindo, algo simples como móveis
pode causar impacto
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se usarmos a criatividade.
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1) COMECE COM OS RESULTADOS
ALMEJADOS PARA O ALUNO
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Queremos compartilhar
o aprendizado das escolas.
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A primeira boa dica
é que temos que ser bem claros
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quanto aos resultados
almejados para os alunos,
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e então criar espaços
pensando nisso.
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É o princípio:
a forma segue a função.
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Exatamente. E isso significa
começar pensando na experiência
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dentro do modelo
de ensino híbrido.
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Pense na cultura
que quer estabelecer
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e projete o espaço
para servir a isso.
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Faça com que o espaço
sirva à missão proposta,
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não o contrário.
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Não aceite o modelo tradicional,
com o professor na frente da sala,
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se quiser que funcione.
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O espaço nos dá
uma ideia de valor.
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Quando entramos em uma sala
e vemos mesas enfileiradas,
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todas na mesma direção,
é assim que a energia fluirá,
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diretamente para a lousa.
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Mas em um espaço com móveis
de frente uns para os outros,
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não se sabe qual é o centro,
mas logo percebe
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que os alunos são esse centro.
De variadas formas,
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olhar o espaço pode nos ajudar
a entender os princípios
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que dizemos seguir.
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São perguntas
que dizemos a nós mesmos:
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Quando eu quero trabalhar
diretamente com o professor?
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Quando eu quero os alunos
individualmente nos computadores?
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Quando eu os quero
trabalhando em projetos?
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Esse tipo de questionamento
nos leva ao espaço ideal.
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É isso mesmo.
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E tentamos responder a isso
com o modelo de rotações.
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É assim que começa
essa experiência.
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Exato. Na rotação por estações
as escolas não precisam alterar
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a arquitetura das instalações.
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Talvez queira uma área
para instruções diretas,
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um espaço menor
na frente da sala,
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pois normalmente
são com poucos alunos.
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Um local separado é comum
para trabalhos individuais,
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mais silencioso,
sem distrações visuais.
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Outro local para trabalhos em grupo,
em que poderão interagir,
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perto dos materiais,
onde não incomodarão os outros
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ao começarem a falar
mais alto.
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E isso se torna
muito divertido.
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Ao ter alunos no computador
em uma parte do espaço,
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eles precisam estar
em mesas com computadores,
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ou podem estar em um ambiente
mais flexível, dependendo da idade
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e a que se propuseram.
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Por exemplo, eles podem se sentar
e usar o tablet para leitura.
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E o projeto das mesas
precisa unir todas elas,
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ou podem existir espaços criativos,
com formatos diferentes,
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que otimizem o aprendizado
que quer ver acontecendo ali.
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Pensem também em trajetos,
para que o professor da sala
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possa passar facilmente
por toda ela
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para acompanhar os alunos
e mantê-los em suas tarefas.
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Em três estações, uma fica
para pequenos grupos e o professor,
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com algum trabalho na lousa,
outra estação é para os computadores
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e a terceira é para grupos
trabalhando em um projeto ou problema,
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em que podem discutir
e interagir um com o outro.
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Nessa situação,
eu iria a cada estação,
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uma por uma, e diria:
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Se quiser os alunos
na lousa com você,
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que tipo de móveis precisa?
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Com o que tem,
onde os colocaria na sala?
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E os professores têm ideias
sobre o seu espaço,
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e começamos a tentar daí.
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No trabalho individual
nos computadores,
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eu recomendaria em geral,
em especial para o fundamental,
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que posicione as telas de forma
que quando estiver com um grupo
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você possa olhar e vê-las.
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Vamos além do modelo
de rotações por estações.
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Ao pensar no espaço, podemos ser
mais criativos no uso.
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Vamos ouvir então
uma das nossas escolas protagonistas.
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Nosso espaço físico começou
com um prédio vazio
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no Parque Industrial
de Sunnyvalle.
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Derrubamos as paredes
e o forro do teto
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e criamos um espaço claro,
vibrante e colorido
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que é aberto ao aprendizado
e é adaptável.
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Para isso, os móveis têm rodinhas
e podemos rapidamente
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converter espaços grandes
em áreas seccionadas,
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se este for o foco do projeto.
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2) ESPAÇOS MAIORES E FLEXÍVEIS
EM ESCOLAS MAIS SIMPLES E SUSTENTÁVEIS
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Temos visto que muitas escolas
querem ocupar espaços maiores,
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bem mais abertos, que vão além
das salas tradicionais.
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A minha visão
para o novo formato
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é como uma biblioteca universitária
com uma cafeteria,
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com objetivos acadêmicos,
mas com a possibilidade
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de ter espaços informais
e diferentes,
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talvez um lugar para o aluno
tomar algo durante uma pausa.
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Para criar espaços
mais flexíveis,
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temos visto formas variadas
colocadas em prática.
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A New Classrooms, que surgiu
da School of One, de Nova York,
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trabalha nos municípios
derrubando as paredes
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que separam as salas para criar
espaços mais abertos,
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que permitem uma infinidade
de atividades
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e vários professores
no ambiente com os alunos.
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De outra forma
não seria possível.
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A Rocketship Education,
de que já falamos aqui,
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utilizava o laboratório rotacional,
onde os alunos iam para o local,
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mas eles não estavam satisfeitos
com a troca de sala e laboratório,
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e então trouxeram
o laboratório para a sala
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ao pegarem três salas
e derrubarem as duas paredes
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e criar um espaço grande,
para até 100 alunos,
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como diferentes estações,
uma para instruções,
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uma para trabalho no computador,
e uma para um tempo com o professor,
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com divisões flexíveis
de estantes móveis
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demarcando o espaço,
mas ainda com uma área vibrante
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para o aprendizado que sirva
às necessidades dos alunos.
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Lembre-se da Carpe Diem,
com escolas em Arizona,
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Indianapolis e Cincinnati.
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Na escola de Arizona,
onde iniciaram,
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havia um laboratório enorme onde
os alunos trabalham individualmente,
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além de salas cercadas de vidros
para projetos em grupos.
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Mas eles perceberam que quando os alunos
estavam nas áreas colaborativas,
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trabalhando com outros alunos
e professores,
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eles ficavam tão empolgados
com a atividade em grupo
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que quando era preciso voltar
para o laboratório,
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aquela energia empregada
na atividade era tanta
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que atrapalhava o aprendizado
na próxima estação.
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Então, quando se mudaram
para o local em Indianapolis,
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para a nova escola,
eles criaram dois andares.
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O laboratório ficava no segundo
e as salas ficavam no primeiro.
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A razão para isso
foi para criar uma distinção
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entre a área para o barulho
das atividades em grupo,
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mas ao irem para o segundo andar,
é hora de manter o foco
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no trabalho individual.
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Então, a Summit,
a Rocketship e a Carpe Diem
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têm mais uma coisa em comum.
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Eles foram além
da arquitetura tradicional,
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criando escolas
com uma superfície menor,
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usando pouco espaço, até diminuindo
os custos de construção,
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e criando ambientes
mais sustentáveis,
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pela ocupação do terreno.
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No caso da Carpe Diem
de Arizona,
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um prédio tradicional
levaria duas vezes mais tempo
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para ser construído
e teria o dobro de salas.
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Para dar propósito
a espaços existentes,
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a Summit, ao criar um ambiente
mais flexível de aprendizado,
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decidiu utilizar
um prédio de escritórios
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dentro de um parque industrial.
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3) PRESO NO ESPAÇO ATUAL?
EXPANDA.
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Sabemos que muitos não podem construir
um prédio de um milhão de dólares.
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Tudo bem, mas ainda pode aplicar
o ensino híbrido em qualquer área.
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Vimos aqui alguns exemplos,
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como escolas e municípios
que derrubaram paredes
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para criarem espaços maiores.
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Se não puder derrubar paredes,
pense nos espaços abertos
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existentes em sua escola.
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Salas comuns, cantina...
Até áreas entre uma sala e outra.
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As possibilidades são inúmeras.
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Mesmo na sala,
crie pequenos cantos.
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Veja como a KIPP LA
usou o corredor
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para criar mais um espaço
de aprendizado para os alunos.
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Esse espírito de criatividade
ao expandir o ambiente
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pode ser simples, mas podem dar
novos usos ao espaço e aos móveis
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e gerarem resultados
para as escolas.
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Em nossa biblioteca,
pensamos em algo móvel,
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para criar uma grande área
de leitura para os alunos,
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em que se sentam
em quadrângulos,
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e os livros estão à vista,
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com as capas à mostra,
criando um espaço colorido,
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onde os alunos podem trocar
os livros antigos por iPads
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e responderem a um quiz.
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Há também o exemplo de Milpitas,
um município da Califórnia.
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Eles olharam em volta
à procura de áreas maiores,
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e eles tinham uma
junto ao jardim de infância.
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Então, eles alocaram o jardim
de infância para salas menores
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e usaram esses espaços para os
laboratórios que queriam implantar.
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E também utilizaram móveis
ajustando altura
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e posicionamento
para os alunos.
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4) NÃO SE ESQUEÇA DOS MÓVEIS
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Esta parte se chama
Não se Esqueça dos Móveis,
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mas não vamos falar só disso.
Queremos falar de decisões
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que impactam o espaço
de aprendizado.
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Vai dos móveis
até a decoração de paredes,
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além dos toques de design.
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Você pode perguntar:
Por que falar de cor de parede?
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Sim, claro. Mas é que visitando
escolas que erraram nisso,
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que pensaram apenas
nas mesas e computadores,
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sentimos falta
da ligação emocional.
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Nós visitamos uma escola juntos,
muito bonita, num prédio antigo,
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mas muito escura,
que lembra história, seriedade,
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em vez de trazer energia,
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e eles dão tempo aos alunos
para trabalharem sozinhos,
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e deu para notar nos alunos
que faltava algo, uma chama,
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não dava aos alunos
o poder de decisão,
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não os direcionava,
não lhes dava autonomia
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para não desistirem.
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Não pense que um modelo
deve ser ideal para tudo.
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Nem todas as mesas
precisam ser iguais,
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no tamanho, no formato.
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Nem todas as cadeiras
devem ficar na mesma posição.
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Seja criativo em suas escolhas
para criar o ambiente ideal.
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Nós criamos prateleiras
para os chromebooks
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utilizando alumínio
e embalagens de plástico,
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que são usadas para revistas.
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Elas organizam os chromebooks
e possibilitam a recarga.
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Usamos também o típico
cubo com subdivisões,
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com rodinhas embaixo
e lousas brancas ao fundo,
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que servem para separar salas,
áreas de aprendizado
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e ainda guardam
os materiais dos alunos.
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O município de Milpitas,
na Califórnia,
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é um ótimo exemplo
de criatividade.
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Já mencionamos como utilizaram
o espaços com cubos de madeira,
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como criaram uma cantina
em uma parte da sala
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com puffs do outro lado.
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O diretor nos contou que os alunos
vão correndo para as salas
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para escolherem
os assentos preferidos.
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Isso mostra que o poder de escolha
em um ambiente de aprendizado animado
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pode ajudar
no ensino híbrido.
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Os móveis que usamos
nos centros de aprendizado,
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em sua maioria,
são com rodinhas.
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Queremos ao máximo que os móveis
sejam flexíveis e adaptáveis.
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Para os laboratórios
nós queríamos
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mesas pequenas, que pudessem ser
agrupadas em quatro,
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pois é um número ideal,
cadeiras fáceis de movimentar.
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Hoje cedo eu vi algo
para diferentes alturas.
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E o interessante disso
é a visão do supervisor,
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que pode ver
o que está acontecendo.
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As crianças ficam próximas
das mesas
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e o perímetro
parece um auditório.
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Também gosto do jeito
que a Summit fez, Brian.
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No ano passado, quando iniciaram
no modelo de ensino híbrido,
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na escola de San José,
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nós vimos o que chamamos
de salas portáteis tomando conta,
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que eram espaços temporários
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que se tornaram
escolas ambulantes
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e se tornaram populares
em toda a Califórnia.
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Eles notaram que poderiam
retirar algumas paredes
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que não eram estruturais
para criarem espaços de aprendizado
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muito mais abertos,
mas eles não ficaram satisfeitos
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depois do primeiro ano.
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Como você viu
na filmagem,
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hoje é mais colorido
e pensaram no design
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para deixar aquele ambiente
muito mais vivo.
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Essa é a ideia de interação
que falamos antes.
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Se você visse a Summit
no ano passado,
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veria que era o pior ambiente
de aprendizado da Califórnia.
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Depois de umas semanas,
desde as mesas até as cadeiras,
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eles reposicionaram,
colocando assentos mais altos,
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usaram mais cores,
um monitor na parede...
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E no período de um ano,
uma sala da qual você correria
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tornou-se um ambiente
produtivo de aprendizado.
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E eles conseguiram isso
pelos feedbacks dos alunos,
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pois perguntaram a eles
o que funcionava
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e foram audaciosos
ao pensar em um espaço diferente.
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A autonomia do aluno
é importante.
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O espaço é muito importante
em nosso trabalho.
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Nós sabíamos disso
desde o início,
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mas não sabíamos como
e onde faríamos a diferença.
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Então, quando decidimos
fazer isso, nós pensamos:
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Se derrubarmos paredes
e deixarmos as crianças
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em um espaço aberto,
isso pode fazer a diferença.
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E fizemos isso.
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Mas não tínhamos muitos recursos
para os móveis.
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Acabamos utilizando
uma linha de móveis
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com mesas longas,
difíceis de arrastar,
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que logo se tornaram corredores
enormes, escuros, sombrios e sem cor,
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deixando o espaço
com o aspecto cavernoso.
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E isso nos retraiu,
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porque a sensação ali
não estava de acordo
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com os nossos princípios
e valores para o aprendizado.
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Então, nós tínhamos
que solucionar logo isso.
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E assim nós trabalhamos
no que pensávamos sobre espaços
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e perguntamos aos alunos.
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Nós percebemos que queriam
um espaço mais colaborativo,
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mais confortável
e mais flexível.
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E acabamos fazendo
algumas tentativas,
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com cadeiras novas,
a lousa em outro local,
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com mais flexibilidade.
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Sabemos que essa é
uma ideia abrangente
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para reprojetar a escola
para o ensino híbrido,
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mas como tudo neste curso,
e a mensagem que queremos passar
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é desmistificar
de como tem que ser,
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de como não manter
a sala de aula tradicional.
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Em vez disso, deixe que o espaço
que pretende criar
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leve você a tomar as decisões.
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Não faça concessões
antes de se perguntar
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e de saber o limite
para mudar o ambiente.