Como as megacidades estão mudando o mapa do mundo
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0:01 - 0:06Quero que vocês repensem
como a vida é organizada na Terra. -
0:07 - 0:11Pensem no planeta como um corpo
humano no qual todos nós vivemos. -
0:12 - 0:17O esqueleto é o sistema de transportes
das estradas e ferrovias, -
0:17 - 0:20pontes e túneis, aeroportos e portos,
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0:20 - 0:23que possibilitam nossa locomoção
através dos continentes. -
0:23 - 0:26O sistema vascular que alimenta o corpo
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0:26 - 0:29são os oleodutos, gasodutos
e redes de transmissão elétrica -
0:29 - 0:31que distribuem a energia.
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0:31 - 0:34E o sistema nervoso de comunicações
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0:34 - 0:37são os fios de internet,
satélites, redes de celulares -
0:37 - 0:41e centro de dados que nos permitem
compartilhar informações. -
0:41 - 0:46Essa rede de infraestrutura
que está sempre se expandido -
0:46 - 0:51já conta com 64 milhões
de quilômetros de estradas, -
0:51 - 0:544 milhões de quilômetros de ferrovias,
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0:54 - 0:572 milhões de quilômetros de tubulação
-
0:57 - 1:01e um milhão de quilômetros
de fios de internet. -
1:01 - 1:04E quanto às fronteiras internacionais?
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1:05 - 1:09Temos menos de 500 mil
quilômetros de fronteiras. -
1:10 - 1:12Vamos construir um mapa melhor do mundo.
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1:13 - 1:16Podemos começar superando um antigo mito.
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1:17 - 1:20Há um ditado que todos
os estudantes de história conhecem: -
1:21 - 1:24''Geografia é destino''.
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1:24 - 1:26Parece tão forte, não é mesmo?
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1:26 - 1:28É um ditado tão fatalista.
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1:28 - 1:33Ele nos diz que países sem litoral
estão fadados à pobreza, -
1:33 - 1:36que países pequenos não podem
superar seus vizinhos maiores, -
1:36 - 1:39que vastas distâncias são intransponíveis.
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1:40 - 1:43Mas a cada viagem que faço
ao redor do mundo, -
1:43 - 1:47vejo uma força ainda maior
ao redor de todo o planeta: -
1:48 - 1:49a conectividade.
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1:50 - 1:54A revolução da conectividade mundial,
em todas as suas formas, -
1:54 - 1:57transportes, energia e comunicações,
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1:57 - 2:01tem possibilitado um salto gigantesco
à mobilidade das pessoas, -
2:01 - 2:04dos bens, dos recursos e do conhecimento,
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2:04 - 2:09tanto é que não conseguimos mais pensar
na geografia como algo separado dela. -
2:09 - 2:13De fato, vejo duas forças
se juntando em uma, -
2:13 - 2:16que gosto chamar de "conectografia".
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2:16 - 2:20Conectografia representa o grande salto
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2:20 - 2:24na mobilidade das pessoas,
recursos e ideias, -
2:24 - 2:26mas é uma evolução,
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2:26 - 2:32uma evolução do mundo,
de geografia política, -
2:32 - 2:36que é como dividimos o mundo legalmente,
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2:36 - 2:38para geografia funcional;
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2:38 - 2:41que é como dividimos o mundo na prática,
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2:41 - 2:46das nações e fronteiras, à infraestrutura
e cadeias de fornecimento. -
2:46 - 2:48Nosso sistema global está evoluindo
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2:49 - 2:53de impérios integrados
verticalmente, como no século 19, -
2:53 - 2:57para nações interdependentes,
como no século 20, -
2:57 - 3:02e para uma civilização
de rede global do século 21. -
3:03 - 3:07Conectividade, não soberania,
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3:07 - 3:11tem se tornado o princípio
de organização da espécie humana. -
3:11 - 3:13(Aplausos)
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3:15 - 3:19Estamos nos tornando
essa civilização de rede global, -
3:19 - 3:22pois estamos literalmente
construindo isso. -
3:22 - 3:25Todo orçamento militar
e defensivo mundial combinados -
3:25 - 3:28totaliza menos de US$ 2 trilhões por ano.
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3:28 - 3:31Enquanto nosso gasto mundial
com infraestrutura -
3:31 - 3:34tem uma expectativa de gerar
US$ 9 trilhões ao ano -
3:34 - 3:36durante a próxima década.
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3:36 - 3:37E essa projeção deve se realizar.
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3:37 - 3:40Temos vivido com uma rede
de infraestrutura -
3:40 - 3:43destinada a uma população
mundial de 3 bilhões, -
3:44 - 3:47porém a população ultrapassou
7 bilhões e se aproxima dos 8 bilhões -
3:47 - 3:49e afinal chegará aos 9 bilhões ou mais.
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3:49 - 3:54Como regra prática,
devemos gastar US$ 1 trilhão -
3:54 - 3:59nas necessidades básicas de infraestrutura
para cada bilhão de pessoas no mundo. -
3:59 - 4:02Não surpreendentemente a Ásia é a líder.
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4:03 - 4:06Em 2015, a China anunciou a criação
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4:06 - 4:09do Banco Asiático de Investimento
em Infraestrutura, -
4:10 - 4:13que juntamente com uma rede
de outras organizações -
4:13 - 4:17busca construir uma rede
de rotas para seda e ferro, -
4:17 - 4:19se estendendo de Xangai à Lisboa.
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4:20 - 4:24E com toda essa engenharia
topográfica se desdobrando, -
4:24 - 4:29provavelmente gastaremos mais
em infraestrutura nos próximos 40 anos, -
4:29 - 4:33construiremos mais infraestrutura
nos próximos 40 anos, -
4:33 - 4:36do que nos últimos 4 mil anos.
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4:37 - 4:40Vamos parar e pensar nisso por um minuto.
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4:40 - 4:44Gastar tanto em construções para fazer
as bases de nossa sociedade global -
4:44 - 4:47e não em ferramentas para destruí-la
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4:47 - 4:50pode ter consequências profundas.
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4:50 - 4:53Conectividade é como podemos
otimizar a distribuição -
4:53 - 4:55de pessoas e recursos ao redor do mundo.
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4:55 - 5:00É como a raça humana vem a ser mais
do que apenas a soma de suas partes. -
5:01 - 5:04É o que acredito que está acontecendo.
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5:05 - 5:09Conectividade tem uma tendência
gêmea no século 21: -
5:09 - 5:11a urbanização planetária.
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5:12 - 5:16Cidades são as infraestruturas
que mais nos definem. -
5:16 - 5:20Até 2030, mais de dois terços
da população mundial viverá nas cidades. -
5:20 - 5:23E estes não são só meros
pontinhos em um mapa, -
5:23 - 5:27mas vastos arquipélagos que se estendem
por centenas de quilômetros. -
5:27 - 5:31Aqui estamos nós, em Vancouver,
no centro do Corredor da Cascádia -
5:31 - 5:34que se estende ao sul, pela fronteira
com os EUA até Seattle. -
5:35 - 5:39O centro de tecnologia do Vale do Silícío
começa do norte de San Francisco, -
5:39 - 5:42e vai até San José, passando
pela baía de Oakland. -
5:42 - 5:45A expansão urbana de Los Angeles
agora passa por San Diego -
5:45 - 5:47indo até a fronteira mexicana com Tijuana.
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5:47 - 5:50San Diego e Tijuana atualmente
dividem um terminal de aeroporto, -
5:50 - 5:52de onde você pode sair
para qualquer um dos países. -
5:52 - 5:57Um dia, uma ferrovia rápida poderá
conectar toda a costa do Pacífico. -
5:58 - 6:02A megalópole do nordeste dos EUA
começa em Boston, passa por Nova York -
6:02 - 6:04e Filadélfia, até Washington.
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6:04 - 6:06Nela moram mais de 50 milhões de pessoas
-
6:06 - 6:09e também há planos para a construção
de ferrovias rápidas. -
6:09 - 6:13Mas na Ásia é onde vemos
as megacidades realmente se unindo. -
6:13 - 6:18Essa contínua faixa de luz vem de Tóquio,
passa por Nagoya e vai até Osaka; -
6:18 - 6:22nela, há mais de 80 milhões de pessoas
e grande parte da economia japonesa. -
6:22 - 6:25Esta é a maior megacidade do mundo.
-
6:25 - 6:27Por enquanto.
-
6:27 - 6:29Porém, na China, megacidades
estão se juntando -
6:29 - 6:32com populações que chegam
até 100 milhões de pessoas. -
6:32 - 6:34A Orla de Bohai perto de Pequim,
-
6:34 - 6:36o Delta do Rio Yangtzé perto de Xangai,
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6:36 - 6:41e o Delta do Rio das Pérolas, se estendem
de Hong Kong ao norte até Guangzhou. -
6:41 - 6:42E no centro,
-
6:42 - 6:45o aglomerado de megacidades
de Chongqing-Chengdu, -
6:45 - 6:50cujo tamanho geográfico
é praticamente o mesmo da Áustria. -
6:51 - 6:54E qualquer um desses
aglomerados de megacidades -
6:54 - 6:56tem um PIB próximo de US$ 2 trilhões.
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6:56 - 7:00Isso é quase o mesmo que toda Índia hoje.
-
7:00 - 7:05Então, imaginem se nossas instituições
diplomáticas globais, como o G20, -
7:05 - 7:09baseassem a composição de seus membros
através do tamanho da economia -
7:09 - 7:11e não nas representações nacionais.
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7:11 - 7:15Algumas megacidades chinesas poderiam
ser membros e ter poder nas decisões, -
7:15 - 7:19enquanto países inteiros, como Argentina
e Indonésia ficariam de fora. -
7:20 - 7:24Já a Índia, cuja população em breve
irá superar a da China, -
7:24 - 7:26também tem vários
aglomerados de megacidades, -
7:26 - 7:30como a da região da capital
Nova Deli e Mumbai. -
7:30 - 7:34No Oriente Médio, a Grande Teerã
possui um terço da população do Irã. -
7:34 - 7:39A maior parte dos 80 milhões de egípcios
vive entre o Cairo e a Alexandria -
7:39 - 7:43E no Golfo Pérsico, uma variedade
de cidades-estados começa a se formar, -
7:43 - 7:46desde o Bahrein, no Qatar,
passando pelos Emirados Árabes -
7:46 - 7:49até o Mascate, no Omã.
-
7:49 - 7:51E também há Lagos,
-
7:51 - 7:55a maior cidade da África
e centro do comércio da Nigéria. -
7:55 - 7:57Há planos para construção de uma ferrovia
-
7:57 - 8:01que a transformará no centro de um vasto
corredor pela costa do Atlântico, -
8:01 - 8:04estendendo-se pelo Benim, Togo e Gana,
-
8:04 - 8:08até chegar em Abidjan,
a capital da Costa do Marfim. -
8:08 - 8:12Porém esses países são subúrbios de Lagos.
-
8:12 - 8:17Em um mundo de megacidades,
países podem ser subúrbios de cidades. -
8:19 - 8:25Até 2030, teremos 50 aglomerados
de megacidades ao redor do mundo. -
8:25 - 8:27Qual mapa representa a realidade?
-
8:27 - 8:30Nosso mapa tradicional
com discretos 200 países, -
8:30 - 8:32pendurado na maioria de nossas paredes,
-
8:32 - 8:36ou este com 50 aglomerados de megacidades?
-
8:36 - 8:39No entanto, até mesmo esse é incompleto,
-
8:39 - 8:43porque não há como entender
nenhuma megacidade individualmente -
8:43 - 8:46sem entender suas conexões
com outras cidades ao seu redor. -
8:47 - 8:49Pessoas vão para as cidades
para ficarem conectadas -
8:49 - 8:52e conectividade é a razão
de cidades prosperarem. -
8:53 - 8:57Qualquer uma delas, seja São Paulo,
Istambul ou Moscou, -
8:57 - 9:01têm PIB que se aproxima
ou excede um terço ou metade -
9:01 - 9:04de todo o PIB nacional de seus países.
-
9:04 - 9:09Igualmente importante, é que não se pode
calcular o valor individual -
9:09 - 9:12sem entender o papel do fluxo de pessoas,
-
9:12 - 9:17de capital e de tecnologia
que fazem cidades prosperar. -
9:17 - 9:19Como a província de Gauteng,
na África do Sul, -
9:19 - 9:23que engloba Joanesburgo
e a capital Pretória. -
9:23 - 9:27Ela também representa pouco mais
de um terço do PIB da África do Sul. -
9:27 - 9:30Porém, igualmente importante,
é que é sede de todos os escritórios -
9:30 - 9:35de quase todas as empresas multinacionais
que investem diretamente na África do Sul -
9:35 - 9:38e, de fato, em todo o continente africano.
-
9:39 - 9:42Cidades querem participar
de cadeias globais do mercado. -
9:42 - 9:46Elas querem fazer parte dessa
divisão internacional do trabalho. -
9:46 - 9:49É assim que as cidades funcionam.
-
9:49 - 9:53Nunca conheci um prefeito que disse:
''Quero minha cidade de fora". -
9:53 - 9:59Eles sabem que grandes cidades pertencem
tanto à civilização da rede global, -
9:59 - 10:02quanto a seus países natais.
-
10:03 - 10:06Para muitas pessoas,
a urbanização causa grande espanto. -
10:07 - 10:09Elas acham que as cidades
estão destruindo a Terra. -
10:10 - 10:15Porém, agora, há mais de 200 redes
de aprendizado intercidades prosperando. -
10:15 - 10:20Esse é o mesmo número de organizações
intergovernamentais que nós temos. -
10:20 - 10:24E toda essa rede de conexões
entre cidades é destinada a um propósito, -
10:24 - 10:29a prioridade número um
da humanidade no século 21: -
10:29 - 10:32urbanização sustentável.
-
10:33 - 10:34E está funcionando?
-
10:35 - 10:36Por exemplo: a mudança climática.
-
10:36 - 10:39Sabemos que a cada reunião,
seja em Nova York ou Paris, -
10:39 - 10:42as emissões dos gases
do efeito estufa não diminuirão. -
10:42 - 10:46Mas o que podemos ver
é o intercâmbio de tecnologias, -
10:46 - 10:49conhecimentos e políticas entre cidades,
-
10:49 - 10:53que é como realmente podemos reduzir
a intensidade do carbono nessas economias. -
10:53 - 10:55Cidades estão aprendendo
umas com as outras. -
10:55 - 10:58Como fazer prédios com emissão zero,
-
10:58 - 11:01como implantar um sistema
de compartilhamento de carros elétricos. -
11:01 - 11:05Grandes cidades da China estão impondo
limites do número de carros nas ruas. -
11:05 - 11:10Em cidades do ocidente, muitas pessoas
mais jovens sequer querem dirigir. -
11:10 - 11:15Cidades têm sido parte do problema,
mas agora são parte da solução. -
11:15 - 11:20Desigualdade é outro grande desafio a ser
superado pela urbanização sustentável. -
11:20 - 11:23Quando viajo pelas megacidades
de ponta a ponta, -
11:23 - 11:26às vezes isso leva horas, ou dias,
-
11:26 - 11:29experimento a tragédia
da extrema desigualdade -
11:29 - 11:32dentro de um mesmo espaço geográfico.
-
11:32 - 11:37E, ainda assim, nossas reservas globais
e ativos financeiros nunca foram maiores, -
11:37 - 11:40chegando perto de US$ 300 trilhões.
-
11:40 - 11:44Isso é quase quatro vezes
o atual PIB do mundo inteiro. -
11:45 - 11:49Nós temos feito cada vez mais
empréstimos desde a crise financeira, -
11:49 - 11:53mas temos investido isso
em crescimento inclusivo? -
11:53 - 11:55Não, ainda não.
-
11:56 - 12:00Apenas quando construirmos
moradias suficientes e acessíveis, -
12:00 - 12:03quando investirmos em redes
mais robustas de transporte -
12:03 - 12:07para permitir que pessoas se conectem
tanto fisica quanto digitalmente, -
12:07 - 12:12é aí que nossas cidades e sociedades
divididas se sentirão inteiras novamente. -
12:12 - 12:14(Aplausos)
-
12:16 - 12:19E é por isso que a infraestrutura
acabou de ser incluída -
12:19 - 12:22nas Metas de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas, -
12:22 - 12:24pois ela possibilita todas as outras.
-
12:24 - 12:27Nossos líderes políticos
e econômicos estão aprendendo -
12:27 - 12:31que conectividade
não é caridade, é oportunidade. -
12:31 - 12:34É por isso que a comunidade
financeira precisa entender -
12:34 - 12:39que a conectividade é o recurso
mais importante do século 21. -
12:40 - 12:45Cidades podem tornar
o mundo mais sustentável, -
12:45 - 12:47podem tornar o mundo mais igualitário,
-
12:47 - 12:50e acredito também
que a conectividade entre cidades -
12:50 - 12:52pode tornar o mundo
um lugar mais pacífico. -
12:52 - 12:56Se olharmos para regiões do mundo que têm
grandes relações através das fronteiras, -
12:56 - 13:01veremos mais comércio,
mais investimentos e mais estabilidade. -
13:01 - 13:03Sabemos da história europeia
após a Segunda Guerra Mundial, -
13:03 - 13:06na qual a integração industrial causou
-
13:06 - 13:09o surgimento da atual
e pacífica União Europeia. -
13:09 - 13:12E podemos ver também que a Rússia
-
13:12 - 13:16é a potência mundial menos
conectada ao sistema global. -
13:16 - 13:20E isso explica muito das tensões atuais.
-
13:20 - 13:23Países com menos conexões com o sistema
-
13:23 - 13:26também têm menos a perder
quando o perturbam. -
13:27 - 13:30Na América do Norte, as linhas
mais importantes do mapa -
13:30 - 13:33não são a fronteira EUA-Canadá,
nem a fronteira México-EUA, -
13:33 - 13:37mas sim, a densa rede de conexões
entre rodovias, ferrovias, gasodutos, -
13:37 - 13:40redes de eletricidade e até canais de água
-
13:40 - 13:44que estão formando a integração
da União Norte Americana. -
13:44 - 13:48A América do Norte não precisa
de mais muros, precisa de mais conexões. -
13:48 - 13:50(Aplausos)
-
13:56 - 14:00Mas a verdadeira promessa da conectividade
está no mundo pós-colonial. -
14:00 - 14:05Todas essas regiões em que as fronteiras
historicamente têm sido desnecessárias, -
14:05 - 14:09e nas quais várias gerações de líderes
têm tido relações hostis entre si. -
14:09 - 14:14Porém, uma nova geração de líderes está
surgindo, e eles estão fazendo as pazes. -
14:14 - 14:17Vejamos o Sudeste da Ásia,
onde redes de ferrovias rápidas -
14:17 - 14:19são planejadas para conectar
Bancoque à Singapura -
14:19 - 14:22e áreas de comércio do Vietnã ao Myanmar.
-
14:22 - 14:28Essa região de 600 milhões de pessoas,
coordena seus recursos agrícolas -
14:28 - 14:30e sua produção industrial.
-
14:30 - 14:34Ela está evoluindo para
o que chamo de "Pax Asiana", -
14:34 - 14:38a paz entre as nações do Sudeste da Ásia.
-
14:38 - 14:41Um fenômeno parecido
está acontecendo no Leste da África, -
14:41 - 14:46onde meia dúzia de países estão investindo
em ferrovias e corredores multimodais, -
14:46 - 14:49para que países isolados possam
colocar seus bens no mercado. -
14:49 - 14:52Agora esses países podem
controlar seu serviço público -
14:52 - 14:54e suas políticas de investimentos.
-
14:54 - 14:58Eles, também, estão evoluindo
em uma "Pax Africana". -
14:59 - 15:04Uma região que poderia usar esta forma
de pensamento é o Oriente Médio. -
15:04 - 15:06Enquanto os países árabes
tragicamente desmoronam, -
15:06 - 15:09o que é deixado, senão cidades antigas,
-
15:09 - 15:12como Cairo, Beirute e Bagdá?
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15:12 - 15:17Na verdade, os aproximadamente
400 milhões de habitantes do mundo árabe -
15:17 - 15:19estão quase completamente urbanizados.
-
15:19 - 15:21Como sociedades, como cidades,
-
15:21 - 15:23elas são ou pobres ou ricas em água,
-
15:23 - 15:26ou pobres ou ricas em energia.
-
15:26 - 15:29E a maneira de resolver
essas incompatibilidades -
15:29 - 15:32não é através de mais
guerras e mais fronteiras, -
15:32 - 15:35mas sim através de mais conectividade
de oleodutos e canais de água. -
15:36 - 15:40Infelizmente, esse ainda
não é o mapa do Oriente Médio. -
15:40 - 15:42Mas deveria ser,
-
15:43 - 15:46uma "Pax Arábia" conectada,
-
15:47 - 15:48internamente integrada
-
15:48 - 15:53e produtivamente conectada
aos vizinhos: Europa, Ásia e África. -
15:53 - 15:56Conectividade pode não parecer
o que queremos agora -
15:56 - 15:59com a região mais turbulenta do mundo,
-
15:59 - 16:02mas sabemos que, historicamente,
mais conectividade é a única maneira -
16:02 - 16:05de trazer mais estabilidade a longo prazo,
-
16:05 - 16:10pois sabemos que região após região,
conectividade é a nova realidade. -
16:10 - 16:13Cidades e países estão aprendendo
-
16:13 - 16:17a formar uniões mais pacíficas e prósperas.
-
16:18 - 16:20Mas o verdadeiro teste será a Ásia.
-
16:21 - 16:24Será que a conectividade pode superar
as históricas rivalidades -
16:24 - 16:27entre as grandes potências asiáticas?
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16:27 - 16:31Afinal de contas, é aqui que se espera
acontecer a Terceira Guerra Mundial. -
16:32 - 16:35Desde o fim da Guerra Fria, há 25 anos,
-
16:35 - 16:38pelo menos seis grandes guerras
foram previstas para esta região. -
16:38 - 16:41No entanto, nenhuma aconteceu.
-
16:41 - 16:43Vejamos China e Taiwan.
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16:44 - 16:48Nos anos 1990, todos esperavam ali
uma Terceira Guerra Mundial. -
16:48 - 16:50Mas, desde então,
-
16:50 - 16:54o comércio e investimentos do estreito
de Taiwan têm se tornado tão intenso, -
16:54 - 16:58que em novembro, líderes dos dois lados
participaram de uma reunião histórica -
16:58 - 17:01para discutir uma eventual
reunificação pacífica. -
17:02 - 17:05E até mesmo a eleição do partido
nacionalista de Taiwan, -
17:05 - 17:08que é a favor da independência,
e ocorreu no início do ano, -
17:08 - 17:10não põe em risco essa
dinâmica tão importante. -
17:11 - 17:14China e Japão têm um histórico
ainda maior de conflitos -
17:14 - 17:17e têm colocado suas marinha e aeronáutica
-
17:17 - 17:20para demonstrar suas forças
em disputas por ilhas. -
17:20 - 17:21Porém, recentemente,
-
17:21 - 17:25os maiores investimentos internacionais
japoneses têm sido na China. -
17:25 - 17:28Carros japoneses têm alcançado
recordes de vendas lá. -
17:28 - 17:34E adivinhem de onde vem o maior número
de estrangeiros vivendo no Japão? -
17:34 - 17:36Isso mesmo: China.
-
17:38 - 17:42China e Índia travaram uma grande guerra
e têm três grandes disputas territoriais, -
17:42 - 17:44mas atualmente a Índia
é a segunda maior acionista -
17:44 - 17:47do Banco Asiático de Investimento
em Infraestrutura. -
17:47 - 17:50Está sendo construído um corredor
comercial que vai do nordeste da Índia, -
17:50 - 17:54passa pelo Myanmar e Bangladesh,
e vai até o Sul da China. -
17:54 - 17:58O volume de comércio entre eles passou
de US$ 20 bilhões na década passada -
17:58 - 18:00para US$ 80 bilhões, atualmente.
-
18:01 - 18:04Paquistão e Índia, com armas nucleares,
travaram três guerras -
18:04 - 18:06e continuam a disputar a Caxemira,
-
18:06 - 18:09mas também negociam um acordo
comercial mais vantajoso, -
18:09 - 18:11e querem construir um gasoduto,
-
18:11 - 18:15que vai do Irã, passando
pelo Paquistão até a Índia. -
18:15 - 18:17Falemos sobre o Irã.
-
18:18 - 18:22Não faz só dois anos que uma guerra
com o Irã parecia inevitável? -
18:22 - 18:27Então, por que todas as potências mundiais
querem fazer negócios com ele agora? -
18:29 - 18:30Senhoras e senhores,
-
18:30 - 18:34não posso garantir que a Terceira
Guerra Mundial não vá acontecer, -
18:35 - 18:38mas podemos ver, com certeza,
porque ela ainda não aconteceu. -
18:39 - 18:42Apesar de a Ásia ser o lar das forças
militares que mais crescem, -
18:42 - 18:46esses mesmos países estão
investindo bilhões de dólares -
18:46 - 18:49nas infraestruturas e cadeias
de fornecimento uns dos outros. -
18:49 - 18:53Eles estão mais interessados
na geografia funcional uns dos outros -
18:53 - 18:55do que na geografia política.
-
18:55 - 19:00E é por isso que seus líderes pensam
duas vezes, se afastam de conflitos, -
19:00 - 19:05e decidem focar mais laços econômicos
do que tensões territoriais. -
19:06 - 19:10Muitas vezes parece
que o mundo está desmoronando, -
19:10 - 19:12no entanto, ampliando a conectividade,
-
19:12 - 19:15é como solucionaremos
todos esses problemas, -
19:15 - 19:17ainda melhor do que antes.
-
19:18 - 19:23E envolvendo o mundo em uma conectividade
física e digital quase invisível, -
19:23 - 19:29evoluímos para um mundo no qual as pessoas
podem superar restrições geográficas. -
19:29 - 19:35Somos as células e as veias que pulsam
através da rede global de conectividade. -
19:35 - 19:39Todo dia, centenas de milhões
de pessoas ficam on-line -
19:39 - 19:42e trabalham com pessoas
que nunca sequer viram. -
19:42 - 19:45Mais de 1 bilhão de pessoas
atravessam fronteiras todo ano, -
19:45 - 19:49e a expectativa é que esse número suba
para 3 bilhões na próxima década. -
19:50 - 19:53Nós não apenas construímos conectividade,
-
19:53 - 19:55nós a incorporamos.
-
19:55 - 19:58Somos a civilização da rede globalizada,
-
19:58 - 20:00e este é o nosso mapa.
-
20:01 - 20:06Um mapa no qual geografia
não é mais o destino. -
20:07 - 20:11Em vez disso, o futuro tem um novo
e esperançoso lema: -
20:11 - 20:13"Conectividade é destino".
-
20:14 - 20:15Obrigado.
-
20:15 - 20:18(Aplausos)
- Title:
- Como as megacidades estão mudando o mapa do mundo
- Speaker:
- Parag Khanna
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/ted
''Eu quero que vocês repensem como a vida é organizada na Terra", diz o estrategista global, Parag Khanna. Enquanto nossas cidades se expandem e tornam-se cada vez mais conectadas através das redes de transporte, energia e comunicação, nós evoluímos da geografia para o que ele chama de ''conectografia''. Essa civilização de rede globais em ascensão que promete reduzir a poluição e a desigualdade - e até mesmo superar rivalidades geográficas. Nesta palestra, Khanna nos pede para aderir a uma nova máxima para o futuro: ''Conectividade é destino.''
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 20:34
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Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for How megacities are changing the map of the world | |
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