Balada do universo: à descoberta de Laniakea | Hélène Courtois | TEDxLyon
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0:09 - 0:11Nós, os cosmólogos,
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0:11 - 0:14somos os investigadores
que contam a história do Universo. -
0:14 - 0:16Como, em 13 700 milhões de anos,
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0:16 - 0:18se passou de um estado
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0:18 - 0:22em que a matéria está distribuída
duma forma simples e uniforme -
0:22 - 0:24para uma arquitetura complexa atual.
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0:24 - 0:27Para isso, realizamos
cartografias dinâmicas, -
0:27 - 0:30localizando as galáxias no céu
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0:30 - 0:33e medindo as distâncias e as deslocações.
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0:33 - 0:38É cartografando os movimentos no Universo
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0:38 - 0:41que compreendemos que vivemos
num planeta, a Terra, -
0:41 - 0:44que orbita em volta duma estrela, o Sol.
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0:44 - 0:49Este Sol faz parte dum conjunto
de 200 mil milhões de outras estrelas, -
0:49 - 0:51a nossa galáxia, a Via Láctea.
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0:51 - 0:54Como acabo de descobrir,
com a minha equipa, -
0:54 - 0:58a nossa galáxia faz parte
dum conjunto muito grande -
0:58 - 1:00a que chamamos
um super-aglomerado de galáxias -
1:00 - 1:02que contém um milhão de galáxias.
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1:02 - 1:05Convido-vos a passear pelo universo
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1:05 - 1:08para descobrir Laniakea,
o nosso super-aglomerado. -
1:08 - 1:11Tudo começa no início dos anos 60,
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1:11 - 1:15quando dois norte-americanos
descobrem, por acaso, uma radiação -
1:15 - 1:18em que todo o Universo está banhado.
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1:18 - 1:22Isso permite-nos medir
que a nossa galáxia se desloca -
1:22 - 1:27a uma velocidade exorbitante
de 630 km por segundo. -
1:27 - 1:31Naquela época, não conseguíamos
explicar essa velocidade tão grande. -
1:32 - 1:36Isso desencadeou um entusiasmo
entre os astrofísicos -
1:36 - 1:38e formam-se várias equipas
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1:38 - 1:41para se lançarem nessa procura
de compreensão. -
1:42 - 1:46Em especial, uma equipa
de cosmólogos norte-americanos -
1:47 - 1:49que se intitulam os Sete Samurais,
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1:50 - 1:52consegue, ao fim de 20 anos,
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1:52 - 1:56produzir uma primeira cartografia
dinâmica consequente: -
1:56 - 2:00conseguiram medir
a velocidade de deslocação -
2:00 - 2:02de 400 galáxias.
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2:02 - 2:04Isso permite-lhes delimitar
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2:04 - 2:07a região que nos atrai para o Universo.
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2:07 - 2:12Infelizmente, são medidas
muito difíceis de realizar. -
2:12 - 2:17Em especial, o local
que parece atrair-nos, está oculto -
2:17 - 2:21pela nossa própria galáxia.
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2:21 - 2:26As estrelas da nossa galáxia
formam uma faixa luminosa no céu -
2:26 - 2:30que nos oculta essa região do Universo.
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2:30 - 2:36Os Sete Samurais, como não conseguem
compreender esta velocidade, -
2:36 - 2:38propõem um modelo:
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2:38 - 2:42tratar-se-ia duma enorme massa
esférica e obscura, -
2:42 - 2:44escondida à nossa vista,
que nos atrai. -
2:44 - 2:47Chamam-lhe "O Grande Atrator",
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2:47 - 2:49Eu tenho 22 anos na época
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2:49 - 2:52fico fascinada por este misterioso
Grande Atrator. -
2:53 - 2:56Decido fazer a minha tese
de doutoramento sobre esse tema. -
2:57 - 2:59Para isso, parto para a Austrália,
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2:59 - 3:02porque não é possível observá-lo
no hemisfério norte. -
3:02 - 3:06Ali, durante três anos,
vou escrutinar os céus -
3:06 - 3:10num observatório
totalmente isolado no mato -
3:10 - 3:13e tento interligar filamentos,
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3:13 - 3:16alinhamentos de galáxias nos meus mapas,
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3:16 - 3:20sem conseguir compreender melhor
esse Grande Atrator. -
3:20 - 3:26Por fim, em 1999,
uma conferência internacional -
3:26 - 3:29reagrupa todas as equipas
que trabalham nesse assunto, -
3:29 - 3:33confirma os resultados de cada uma
e anuncia o status quo. -
3:33 - 3:34Não chegaremos lá.
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3:34 - 3:38Os sinais são demasiado fracos,
demasiado difíceis de medir. -
3:39 - 3:41Esbarramos num impasse tecnológico;
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3:41 - 3:44os telescópios não são
suficientemente potentes. -
3:44 - 3:47Vão ser precisos uns 10 anos
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3:47 - 3:49para construir novos telescópios
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3:49 - 3:52e melhorar e renovar os existentes.
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3:52 - 3:56Vamos construir radiotelescópios gigantes
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3:56 - 3:58como aquele ali, que é o meu preferido.
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3:58 - 4:01Tem 110 m de diâmetro,
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4:01 - 4:05está situado em Green Bank,
na Virginia do Oeste, nos EUA. -
4:05 - 4:06Com estes radiotelescópios
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4:06 - 4:09— reparem no tamanho dos homens
em baixo, na foto — -
4:09 - 4:14com este tipo de radiotelescópios,
podemos observar as galáxias, de dia. -
4:14 - 4:18Quando estamos no domínio
dos raios luminosos, -
4:18 - 4:20o que se chama o rádio,
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4:20 - 4:23não ficamos ofuscados
pela nossa estrela, o Sol, -
4:23 - 4:26que é uma estrela que emite
sobretudo nas cores visíveis. -
4:26 - 4:29Portanto, com este radiotelescópio,
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4:29 - 4:31posso observar as galáxias,
tanto de noite como de dia. -
4:32 - 4:35Para medir velocidades de galáxias,
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4:35 - 4:37há uma dificuldade suplementar,
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4:37 - 4:41que é precisarmos de duas observações
para cada galáxia -
4:41 - 4:46e quanto mais longe está uma galáxia
— queremos aumentar a cartografia — -
4:46 - 4:50mais fraco é o sinal que ela nos envia.
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4:50 - 4:52Vemos aqui três galáxias.
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4:52 - 4:56Sim, sim! De cima para baixo,
são três galáxias -
4:56 - 4:58que estão cada vez mais longe.
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4:58 - 5:01Vemos que o sinal
está cada vez mais ruidoso. -
5:01 - 5:04A segunda observação é na ótica.
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5:04 - 5:07Também preciso duma imagem
desta galáxia. -
5:07 - 5:10Para isso, são telescópios mais clássicos,
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5:10 - 5:14os telescópios óticos
que vocês conhecem melhor. -
5:14 - 5:15Mas, do mesmo modo
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5:15 - 5:20— é a mesma galáxia que estão a ver
representada de modo diferente — -
5:20 - 5:23quanto mais afastada do observador
está a galáxia, -
5:23 - 5:26mais pequena se torna
e mais difícil de medir. -
5:26 - 5:29Em 2006, vou trabalhar durante um ano
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5:29 - 5:31num dos maiores observadores do mundo
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5:31 - 5:34que se situa a 5000 m de altitude
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5:34 - 5:37no alto de um vulcão extinto,
na Ilha do Havai. -
5:37 - 5:39Faço observações de teste,
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5:39 - 5:42com os instrumentos da nova geração
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5:42 - 5:48e fico maravilhada com a enorme
qualidade dos dados que obtenho. -
5:48 - 5:53De regresso a Lyon, decido relançar
este programa de investigação -
5:53 - 5:55com um entusiasmo renovado.
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5:56 - 5:59Para poder aumentar a cartografia
do Universo em todas as direções. -
6:00 - 6:02vou precisar de observar
com instrumentos, -
6:02 - 6:05com telescópios, repartidos
pelos dois hemisférios -
6:05 - 6:08e também com investigadores
espalhados por todos os fusos horários, -
6:08 - 6:10para avançar mais depressa.
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6:10 - 6:13Recruto uma pequena equipa
de uma dezena de homens e mulheres, -
6:14 - 6:19norte- americanos, europeus,
russos, australianos. -
6:19 - 6:22Aí, durante três anos,
vamos observar, -
6:22 - 6:24dia após dia, noite após noite,
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6:24 - 6:27quase sempre no isolamento mais total,
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6:27 - 6:30por vezes a uma altitude muito alta.
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6:30 - 6:34As nossas famílias bem veem
que não sabemos em que dia estamos, -
6:34 - 6:36em que fuso horário trabalhamos.
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6:37 - 6:40Por vezes, estamos num estado
de fadiga física extrema. -
6:40 - 6:44Mas, ao fim de três anos de observações,
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6:44 - 6:48medimos a velocidade de 8000 galáxias.
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6:48 - 6:51Essas 8000 galáxias estão repartidas
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6:51 - 6:54numa cartografia que duplicou de tamanho,
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6:54 - 6:58em relação à do fim dos anos 90,
a dos Sete Samurais. -
6:58 - 7:00Nessas cartografias estão repartidas,
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7:00 - 7:03nesse volume do Universo,
100 000 galáxias, -
7:04 - 7:08incluindo as 8000 a que medimos
a velocidade de deslocação. -
7:09 - 7:11Agora precisamos de tratar desses dados,
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7:11 - 7:15calcular a coerência dos movimentos.
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7:15 - 7:18Convenço um teórico a juntar-se a nós
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7:18 - 7:22e um especialista em visualização
de dados a três dimensões. -
7:22 - 7:25Devemos ter em conta
nos nossos cálculos -
7:25 - 7:29que haverá cinco vezes
mais matéria invisível no Universo -
7:29 - 7:31do que matéria visível.
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7:32 - 7:36Utilizamos as galáxias
como captores luminosos -
7:36 - 7:40que estariam repartidos
pela superfície de um oceano -
7:40 - 7:42de matéria invisível e móvel.
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7:42 - 7:46Também vamos precisar
de recorrer a outro conceito -
7:46 - 7:49porque as nossas cartas
nem sempre fazem sentido. -
7:49 - 7:53Utilizamos o conceito
das bacias hidrográficas -
7:53 - 7:55que vêm de outra disciplina,
a hidrografia. -
7:55 - 7:58E aí, de repente,
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7:58 - 8:00as cartas fazem sentido.
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8:00 - 8:02Vemos aparecer,
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8:02 - 8:04nas trajetórias das galáxias,
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8:05 - 8:07duas bacias hidrográficas diferentes
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8:07 - 8:10que colorimos aqui
a vermelho e a preto. -
8:10 - 8:16A nossa galáxia pertence
a esta bacia colorida a preto. -
8:16 - 8:18Os nossos olhos reajustam-se,
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8:18 - 8:19já não vemos as coisas do mesmo modo,
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8:20 - 8:22e decidimos deslocar o centro do mapa
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8:22 - 8:25fora da nossa posição de observador
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8:25 - 8:27e para o centro desta bacia hidrográfica
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8:27 - 8:30que parece ser o Grande Atrator.
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8:30 - 8:34De súbito, salta-nos aos olhos
uma linha de separação das águas. -
8:34 - 8:40Vamos interligar a três dimensões
esta superfície que engloba um volume -
8:40 - 8:45no qual cada galáxia tem um movimento
convergente para o interior. -
8:46 - 8:49Portanto, esta linha
de separação das águas -
8:49 - 8:53separa as galáxias que pertencem
à nossa estrutura física, -
8:53 - 8:56galáxias que vão
para uma outra estrutura. -
8:56 - 8:58Pela primeira vez,
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8:58 - 9:01vamos dar uma definição física
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9:01 - 9:05ao que é a maior estrutura
das galáxias no Universo, -
9:05 - 9:07um super-conglomerado.
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9:07 - 9:11O super-conglomerado
em que vivemos é imenso. -
9:11 - 9:15Agarrem na nossa galáxia,
multipliquem-na por 100 000, -
9:15 - 9:18juntem um milhão de galáxias mais pequenas
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9:18 - 9:21e obtêm a Laniakea.
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9:21 - 9:25Eu organizo uma conferência
internacional em França, -
9:25 - 9:30onde convido todos os investigadores
que tinham voltado a trabalhar neste tema, -
9:30 - 9:32para lhes anunciar os resultados
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9:32 - 9:35para que eles possam
trabalhar com os nossos dados. -
9:36 - 9:40Os nossos colegas concordam
e aprovam oficialmente -
9:40 - 9:43o nome que escolhemos dar-lhe.
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9:43 - 9:46Laniakea em havaiano significa
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9:46 - 9:48"horizonte celeste imenso".
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9:48 - 9:51Horizonte, porque foi
encontrando uma fronteira -
9:51 - 9:53que a descobrimos;
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9:53 - 9:55celeste, porque se situa no espaço;
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9:55 - 9:58e imenso porque é cem vezes maior
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9:58 - 10:01do que julgávamos que era
um super-conglomerado. -
10:01 - 10:03Ao nosso endereço cósmico,
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10:03 - 10:05podemos juntar uma linha:
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10:05 - 10:07planeta Terra, estrela Sol,
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10:07 - 10:09galáxia Via Láctea,
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10:09 - 10:13super-conglomerado Laniakea,
no Universo. -
10:14 - 10:17(Aplausos)
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10:21 - 10:25Laniakea é muito grande,
mede 500 milhões de anos-luz -
10:25 - 10:27de diâmetro.
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10:27 - 10:29Assim, o ano-luz,
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10:29 - 10:33para nós, astrofísicos,
o espaço é um dado temporal. -
10:33 - 10:37O Sol situa-se a 150 milhões
de quilómetros de nós. -
10:37 - 10:40A luz que nos chega do Sol
demora oito minutos, -
10:40 - 10:42está a oito minutos-luz.
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10:42 - 10:48A luz que atravessaria a nossa galáxia
de um lado ao outro levaria 100 000 anos. -
10:48 - 10:51A nossa galáxia mede 100 000 anos-luz.
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10:52 - 10:55A Laniakea faz 500 milhões de anos-luz
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10:55 - 11:00e foi atingindo esta distância,
ultrapassando-a e englobando-a, -
11:01 - 11:03que compreendemos
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11:03 - 11:06que o Grande Atrator
não é um objeto esférico, -
11:06 - 11:09obscuro, imenso, e oculto à nossa vista,
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11:09 - 11:14mas é o vale central
de um continente celeste -
11:14 - 11:17para o qual convergem, gravitacionalmente
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11:17 - 11:19cinco rios de matéria.
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11:19 - 11:22Mas tudo isto representa apenas 1%
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11:22 - 11:23— apenas 1% —
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11:23 - 11:26do Universo que é preciso cartografar.
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11:26 - 11:28Mesmo que tenhamos
localizado e quantificado -
11:29 - 11:30continuamos sem saber
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11:30 - 11:34o que é a matéria negra,
a nível microscópio. -
11:35 - 11:39A essência da profissão do físico,
é manter o rumo, -
11:39 - 11:42prosseguir a busca
de conhecimentos da Humanidade, -
11:42 - 11:45é manter-se nesta linha de partilha,
-
11:45 - 11:48nesta fronteira entre o que sabemos
e o que não sabemos. -
11:48 - 11:51Convido-vos a manterem-se connosco,
-
11:52 - 11:56a virarem o olhar para o céu,
nos vossos quotidianos atarefados, -
11:56 - 12:01e a sentir, partilhar esta vertigem
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12:01 - 12:05da beleza e da complexidade
do nosso Universo. -
12:05 - 12:07Obrigada.
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12:07 - 12:10(Aplausos)
- Title:
- Balada do universo: à descoberta de Laniakea | Hélène Courtois | TEDxLyon
- Description:
-
Uma balada e uma aventura excecional no infinitamente grande e seus segredos.
Hélène Courtois, astrofísica-cosmóloga de Lyon, descobriu as fronteiras do continente de galáxias em que vivemos: Laniakea. Este trabalho de grande fôlego foi coberto pela Nature. O vídeo publicado sobre este tema, pela prestigiada revista, contabilizou mais de 2,5 milhões de visitas no primeiro mês de difusão em novembro de 2014.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- French
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 12:14
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