Como praticar a higiene emocional | Guy Winch | TEDx Universidade de Linnaeus
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0:09 - 0:12Cresci com o meu gémeo idêntico,
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0:12 - 0:15que foi um irmão incrivelmente carinhoso.
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0:16 - 0:20Ter um irmão gémeo torna-nos peritos
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0:20 - 0:22em identificar favoritismos.
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0:22 - 0:29Se a bolacha dele era maior
que a minha, eu suspeitava logo. -
0:29 - 0:32E, claramente, eu não passava fome.
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0:33 - 0:35(Risos)
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0:35 - 0:37Quando me tornei psicólogo,
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0:37 - 0:41comecei a reparar
noutro tipo de favoritismo. -
0:41 - 0:46O facto de valorizarmos muito mais
o corpo do que a mente. -
0:46 - 0:52Passei nove anos na universidade
e doutorei-me em psicologia. -
0:52 - 0:57Nem vos digo quantas pessoas olharam
para o meu cartão de visita e disseram: -
0:57 - 1:01"Ah, um psicólogo.
Não é um médico a sério." -
1:03 - 1:05Como se eu devesse
escrever isso no cartão. -
1:06 - 1:08(Risos)
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1:09 - 1:14Este favoritismo do corpo
em relação à mente -
1:14 - 1:15é algo que vejo em todo o lado.
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1:16 - 1:18Recentemente, em casa de amigos,
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1:18 - 1:21o filho deles, de cinco anos,
preparava-se para dormir. -
1:21 - 1:24Estava em cima de um banco
a lavar os dentes, no lavatório. -
1:24 - 1:28Escorregou e arranhou a perna
no banco, quando caiu. -
1:28 - 1:31Chorou durante um minuto
mas depois, levantou-se, -
1:31 - 1:35voltou para o banco, agarrou
numa caixa de pensos rápidos -
1:35 - 1:37e colocou um em cima do arranhão.
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1:38 - 1:41Este miúdo mal sabe apertar os sapatos,
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1:41 - 1:46mas sabia que tinha de cobrir o corte
para não ficar infectado -
1:46 - 1:49e que tinha de cuidar dos dentes
escovando-os duas vezes ao dia. -
1:49 - 1:53Todos sabemos como manter
a nossa saúde física -
1:53 - 1:56e como praticar higiene dentária, certo?
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1:56 - 1:58Já o sabemos desde os cinco anos.
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1:59 - 2:03Mas o que sabemos sobre manter
a nossa saúde psicológica? -
2:04 - 2:06Bom, nada...
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2:06 - 2:10O que ensinamos aos nossos filhos
sobre a saúde emocional? -
2:11 - 2:12Nada.
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2:13 - 2:16Porque é que passamos mais tempo
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2:16 - 2:19a cuidar dos nossos dentes
que da nossa mente? -
2:20 - 2:26Porque é que a nossa saúde física
é mais importante para nós -
2:26 - 2:28que a nossa saúde psicológica?
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2:28 - 2:31Vocês sabem que sofremos
lesões psicológicas -
2:31 - 2:33com muito maior frequência
do que lesões físicas. -
2:33 - 2:37Lesões como o erro
ou a rejeição, ou a solidão, -
2:37 - 2:40e estas podem piorar se as ignorarmos.
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2:40 - 2:43Podem impactar as nossas vidas
de formas dramáticas. -
2:43 - 2:48Mesmo assim, apesar de existirem
técnicas comprovadas cientificamente -
2:48 - 2:52para tratar este tipo
de lesões psicológicas, -
2:52 - 2:54não o fazemos.
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2:54 - 2:57Nem nos ocorre que o deveríamos fazer.
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2:57 - 3:01"Estás apenas deprimido.
Anima-te, está tudo na tua cabeça". -
3:02 - 3:05Imaginam dizer isso a alguém
com uma perna partida? -
3:05 - 3:07"Anda um bocadinho e passa,
está tudo na tua perna". -
3:08 - 3:09(Risos)
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3:10 - 3:15Está na altura de eliminar a disparidade
entre a nossa saúde física e psicológica. -
3:15 - 3:18Está na altura de serem vistas
da mesma forma. -
3:18 - 3:21Um pouco como os irmãos gémeos.
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3:21 - 3:25Por falar nisso,
o meu irmão também é psicólogo. -
3:25 - 3:28Por isso, também não é
um médico de verdade. -
3:28 - 3:30(Risos)
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3:30 - 3:32Mas não estudámos juntos.
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3:32 - 3:36Na verdade, a coisa mais difícil que fiz,
em toda a minha vida, -
3:36 - 3:39foi atravessar o Atlântico
e mudar-me para Nova Iorque -
3:39 - 3:42para fazer o doutoramento em psicologia.
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3:42 - 3:45Essa foi a primeira vez que nos separámos
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3:45 - 3:48e essa separação foi brutal, para nós.
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3:48 - 3:52Enquanto ele ficou
entre a família e os amigos, -
3:52 - 3:54eu fiquei sozinho, num país novo.
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3:54 - 3:56Tínhamos muitas saudades um do outro
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3:56 - 3:59mas as chamadas internacionais
eram muito caras na altura -
3:59 - 4:04e só conseguíamos falar
cinco minutos por semana. -
4:05 - 4:06Na altura do nosso aniversário,
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4:06 - 4:09que era o primeiro
que não íamos passar juntos, -
4:09 - 4:10decidimos esbanjar
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4:10 - 4:13e, nessa semana, falámos dez minutos.
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4:14 - 4:16Passei a manhã a andar pelo meu quarto
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4:16 - 4:18à espera que ele ligasse,
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4:18 - 4:20à espera,
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4:20 - 4:22à espera...
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4:22 - 4:24Mas o telefone não tocou.
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4:24 - 4:26Dada a diferença horária, pensei.
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4:26 - 4:29"Ele está com os amigos,
há de ligar mais tarde". -
4:29 - 4:31Na altura, não havia telemóveis.
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4:31 - 4:33Mas ele não ligou.
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4:33 - 4:38Comecei a aperceber-me de que,
depois de mais de dez meses separados, -
4:38 - 4:41ele já não sentia a minha falta
da forma que eu sentia falta dele. -
4:42 - 4:44Eu sabia que ele ia ligar de manhã,
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4:44 - 4:50mas essa noite foi a mais longa
e a mais triste da minha vida. -
4:51 - 4:53Acordei na manhã seguinte,
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4:53 - 4:55olhei para o telefone
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4:55 - 4:58e apercebi-me
que o tinha desligado da tomada -
4:58 - 5:00enquanto andava de um lado para o outro.
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5:01 - 5:03Saltei da cama,
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5:03 - 5:04voltei a pôr o telefone no lugar
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5:04 - 5:06que tocou um segundo depois.
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5:06 - 5:10Era o meu irmão,
que estava com os azeites. -
5:10 - 5:11(Risos)
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5:12 - 5:15Também tinha sido a noite
mais longa e triste da vida dele. -
5:16 - 5:18Tentei explicar-lhe, mas ele disse:
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5:18 - 5:19"Não entendo.
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5:19 - 5:24Se vias que eu não te ligava, não podias
agarrar no telefone e ligar-me?" -
5:25 - 5:27Ele tinha razão.
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5:27 - 5:29Porque não lhe liguei?
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5:29 - 5:35Na altura, não tinha uma resposta,
mas hoje, já tenho, e é simples. -
5:36 - 5:38Solidão.
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5:38 - 5:42A solidão cria uma profunda
lesão psicológica. -
5:42 - 5:44Uma lesão que distorce
a nossa percepção -
5:44 - 5:47e confunde o nosso pensamento.
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5:47 - 5:48Faz-nos acreditar
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5:48 - 5:52que os que nos rodeiam
não querem saber de nós. -
5:52 - 5:54Faz-nos ter medo de falar,
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5:54 - 5:59porque estamos preparados
para a rejeição e a dor de coração. -
5:59 - 6:02Isto quando o nosso coração
já nos dói mais do que podemos aguentar. -
6:02 - 6:06Estava numa profunda solidão nessa altura,
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6:06 - 6:08mas passava os dias rodeado de pessoas.
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6:08 - 6:10Por isso, nunca me ocorreu.
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6:10 - 6:14Mas a solidão é definida
de forma pura e subjetiva. -
6:15 - 6:18Depende unicamente se nos sentimos
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6:18 - 6:21emocional ou socialmente desligados
dos que estão à nossa volta. -
6:21 - 6:23E eu sentia-me.
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6:24 - 6:26Há muita investigação à roda da solidão
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6:26 - 6:29e é tudo horrível.
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6:30 - 6:34Não só a solidão nos faz sentir miseráveis,
como nos mata. -
6:34 - 6:35Não estou a brincar.
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6:35 - 6:39A solidão crónica aumenta
a probabilidade de uma morte precoce -
6:39 - 6:41em 14 por cento.
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6:41 - 6:43Catorze por cento.
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6:43 - 6:47A solidão causa tensão alta,
colesterol alto, -
6:47 - 6:51e até reprime o funcionamento
do nosso sistema imunitário, -
6:51 - 6:55tornando-nos vulneráveis
a todos os tipos de doenças. -
6:55 - 6:58Na verdade, alguns cientistas chegaram
à conclusão de que, em conjunto, -
6:58 - 7:02a solidão crónica
representa um risco significativo -
7:02 - 7:06para a nossa saúde e longevidade,
tal como o tabagismo. -
7:07 - 7:11Os maços de tabaco trazem um aviso
que diz: "O tabaco mata". -
7:11 - 7:13Mas a solidão, não.
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7:13 - 7:15É por isso que é tão importante
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7:15 - 7:19darmos prioridade
à nossa saúde psicológica. -
7:19 - 7:21Praticarmos a higiene emocional.
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7:22 - 7:25Porque não se pode tratar
uma ferida psicológica -
7:25 - 7:27se não soubermos
que estamos lesionados. -
7:27 - 7:29[Preste atenção à dor emocional]
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7:29 - 7:31A solidão não é a única ferida psicológica
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7:31 - 7:34que distorce as nossas percepções
e que nos induz em erro. -
7:34 - 7:36[Fracasso]
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7:36 - 7:38O fracasso faz isso, também.
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7:38 - 7:42Uma vez, visitei um centro de dia
onde vi três crianças -
7:42 - 7:45com brinquedos de plástico iguais.
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7:45 - 7:49Tinham que deslizar o botão vermelho
e aparecia um cãozinho fofo. -
7:50 - 7:54Uma rapariguinha
tentou puxar o botão azul -
7:54 - 7:57e depois, sentou-se a olhar para a caixa
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7:57 - 7:59com o lábio inferior a tremer.
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7:59 - 8:02O rapaz ao lado dela observou a situação,
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8:02 - 8:05voltou-se para a caixa dele
e desatou a chorar -
8:05 - 8:07sem lhe tocar sequer.
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8:07 - 8:11Entretanto, outra menina
tentou tudo o que se lembrou -
8:11 - 8:13até conseguir deslizar o botão vermelho.
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8:13 - 8:17O cãozinho saltou
e ela guinchou de felicidade. -
8:17 - 8:21Então, temos três crianças
com o mesmo brinquedo de plástico -
8:21 - 8:24mas com reações muito diferentes
ao fracasso. -
8:24 - 8:28Os dois primeiros eram capazes
de deslizar um botão vermelho. -
8:29 - 8:32A única coisa que os impediu de conseguir
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8:32 - 8:36foi a sua mente, que os enganou
e os fez acreditar que não conseguiam. -
8:37 - 8:41Os adultos são enganados
desta forma a toda a hora. -
8:41 - 8:46Temos um conjunto específico
de sentimentos e crenças -
8:46 - 8:50que são accionados sempre que
enfrentamos frustração ou um obstáculo. -
8:50 - 8:53Vocês têm noção da forma
como a vossa mente reage ao fracasso? -
8:53 - 8:55Têm de ter.
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8:55 - 8:57Porque se a vossa mente
vos tenta convencer -
8:57 - 8:59de que não conseguem fazer uma coisa,
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8:59 - 9:01e vocês acreditam nisso,
-
9:01 - 9:04então — tal como as crianças —
começam a sentir-se desamparados -
9:04 - 9:08e param de tentar ou nem sequer tentam.
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9:08 - 9:11Depois, ficam ainda mais convencidos
de que não são capazes. -
9:11 - 9:13É por isso que há tanta gente
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9:13 - 9:16que funciona abaixo do seu potencial.
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9:16 - 9:19Porque, nalguma altura, um único fracasso
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9:19 - 9:22os convenceu de que não iam conseguir
-
9:22 - 9:23e eles acreditaram.
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9:23 - 9:26Quando nos convencemos de alguma coisa,
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9:26 - 9:28é muito difícil mudar de ideias.
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9:29 - 9:31Aprendi essa lição à minha custa,
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9:31 - 9:33quando era adolescente, com o meu irmão.
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9:33 - 9:36Íamos de carro, com amigos,
por uma estrada escura, à noite, -
9:36 - 9:38e um carro da polícia mandou-nos parar.
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9:38 - 9:42Tinha havido um roubo
e estavam à procura de suspeitos. -
9:42 - 9:43O polícia aproximou-se do carro
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9:43 - 9:46e apontou a lanterna para o condutor.
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9:46 - 9:49Depois, para o meu irmão
no lugar da frente, e para mim. -
9:49 - 9:52Esbugalhou os olhos e disse:
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9:52 - 9:54"Onde é que já vi a tua cara antes?"
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9:55 - 9:56(Risos)
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9:57 - 10:00E eu disse: "No lugar da frente".
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10:00 - 10:03(Risos)
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10:03 - 10:05Mas ele não percebeu.
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10:05 - 10:08Por isso, achou que eu estava
sob a influência de drogas. -
10:08 - 10:09(Risos)
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10:09 - 10:11Arrastou-me para fora do carro
e revistou-me. -
10:11 - 10:14Levou-me até ao carro da polícia
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10:14 - 10:17e só quando viu que eu não tinha cadastro
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10:17 - 10:21é que lhe pude mostrar que tinha
um irmão gémeo no lugar da frente. -
10:21 - 10:25Mas enquanto nos afastávamos,
eu conseguia ver, pela cara dele, -
10:25 - 10:28que ele estava convencido
de que eu tinha feito alguma coisa. -
10:30 - 10:34É difícil mudar de ideias
quando estamos convencidos de algo. -
10:34 - 10:39Por isso, é natural ficarmos desmoralizados
e derrotados, quando falhamos. -
10:39 - 10:42Mas não podemos convencer-nos
de que não somos capazes. -
10:43 - 10:46Temos de combater
os sentimentos de impotência. -
10:46 - 10:49Temos de ganhar controlo da situação
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10:49 - 10:53e temos de quebrar este ciclo negativo
antes de ele começar. -
10:53 - 10:55[Estancar a hemorragia emocional]
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10:55 - 10:57A nossa mente e os nossos sentimentos
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10:57 - 11:01não são os amigos de confiança
que achávamos que eram. -
11:01 - 11:04São como um amigo muito instável
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11:04 - 11:08que pode apoiar-nos num momento
e ser desagradável noutro. -
11:09 - 11:11Trabalhei com uma mulher
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11:11 - 11:15que, depois de 20 anos de casamento
e de um divórcio muito feio, -
11:15 - 11:17estava finalmente preparada
para um primeiro encontro. -
11:17 - 11:22Tinha conhecido um homem "online"
que parecia simpático e bem-sucedido -
11:22 - 11:25e o mais importante
é que ele parecia muito interessado. -
11:25 - 11:28Estava entusiasmada,
comprou um vestido novo -
11:28 - 11:32e encontraram-se num bar fino
em Nova Iorque para beber um copo. -
11:33 - 11:36Dez minutos depois,
o homem levanta-se e diz: -
11:36 - 11:39"Não estou interessado"
e vai-se embora. -
11:39 - 11:41[Rejeição]
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11:41 - 11:44A rejeição é extremamente dolorosa.
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11:44 - 11:46Ela ficou tão magoada
que nem se conseguia mexer -
11:46 - 11:49e ligou a uma amiga.
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11:49 - 11:53A amiga disse: "O que esperavas?
-
11:53 - 11:57"Tens ancas largas
e nada interessante a dizer. -
11:57 - 12:00"Porque é que um homem bonito
e bem-sucedido como ele -
12:00 - 12:02"havia de querer sair
com uma falhada como tu?" -
12:04 - 12:07É chocante como uma amiga
pode ser tão cruel. -
12:07 - 12:10Mas será muito menos chocante
-
12:10 - 12:13é se eu vos disser
que não foi a amiga que disse isto. -
12:13 - 12:16Foi a mulher que disse isto a si própria.
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12:16 - 12:18E isso é algo que todos fazemos.
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12:18 - 12:20Especialmente, depois de uma rejeição.
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12:20 - 12:24Todos começamos a pensar
nas nossas faltas e defeitos. -
12:24 - 12:26O que gostaríamos ou não de ser.
-
12:26 - 12:27Chamamos nomes a nós próprios.
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12:27 - 12:30Talvez não sejamos tão duros,
mas fazemo-lo. -
12:30 - 12:34É interessante porque a nossa
auto-estima já está em baixo. -
12:35 - 12:39Porque havíamos de querer
deixá-la ainda mais abaixo? -
12:38 - 12:41Não quereríamos piorar
uma lesão física de propósito! -
12:41 - 12:44Não faríamos um corte no braço
e decidíamos: -
12:44 - 12:47"Já sei, vou buscar uma faca
e aprofundar ainda mais o corte". -
12:47 - 12:51Mas é isso que fazemos sempre
com as feridas psicológicas. -
12:51 - 12:54Porquê? Por uma fraca higiene emocional.
-
12:54 - 12:58Porque não damos prioridade
à nossa saúde psicológica. -
12:58 - 12:59Vários estudos dizem que,
-
12:59 - 13:01quando a nossa auto-estima está em baixo,
-
13:01 - 13:04ficamos mais vulneráveis
ao "stress" e à ansiedade, -
13:04 - 13:08os fracassos e as rejeições magoam mais,
-
13:08 - 13:10levamos mais tempo a recuperar deles.
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13:10 - 13:13Quando somos rejeitados,
a primeira coisa que devemos fazer -
13:13 - 13:16é reavivar a nossa auto-estima
-
13:16 - 13:19e não juntar-nos ao "Fight Club"
e descarregar com violência. -
13:20 - 13:22Quando sofremos emocionalmente,
-
13:22 - 13:25devemos tratar-nos com a mesma compaixão
-
13:25 - 13:28que esperamos de um bom amigo.
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13:28 - 13:30[Proteger a auto-estima]
-
13:30 - 13:34Temos de identificar os hábitos emocionais
pouco saudáveis e mudá-los. -
13:35 - 13:38Um dos menos saudáveis e menos comuns
é chamado de "ruminar". -
13:39 - 13:41Ou seja, remoer as coisas.
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13:41 - 13:44Acontece quando o nosso chefe nos grita,
-
13:44 - 13:47quando o professor
nos faz sentir estúpidos na aula, -
13:47 - 13:49ou quando temos uma zanga
com um amigo. -
13:49 - 13:53Não conseguimos parar de reproduzir
a situação na nossa cabeça durante dias. -
13:53 - 13:55Por vezes, semanas a fio.
-
13:55 - 13:58Remoer situações desagradáveis desta forma
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13:58 - 14:02pode facilmente tornar-se um hábito,
e é um hábito que sai caro. -
14:02 - 14:04Isto porque, passar tanto tempo
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14:04 - 14:07concentrado em pensamentos
negativos e desconcertantes -
14:07 - 14:11coloca-nos sob risco de desenvolver
-
14:11 - 14:14depressões clínicas, alcoolismo,
-
14:14 - 14:17perturbações alimentares
e até doenças cardiovasculares. -
14:17 - 14:20O problema é que a vontade de remoer
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14:20 - 14:25pode ser muito forte, muito importante
e é um hábito difícil de interromper. -
14:25 - 14:27Sei isto por experiência.
-
14:27 - 14:31Há pouco tempo,
eu próprio desenvolvi este hábito. -
14:31 - 14:34O meu irmão gémeo foi diagnosticado
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14:34 - 14:38com um linfoma não Hodgkins de fase III.
-
14:38 - 14:40O cancro dele era extremamente agressivo
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14:40 - 14:43e tinha tumores visíveis por todo o corpo.
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14:44 - 14:48Teve de começar a fazer
um tratamento agressivo de quimioterapia. -
14:48 - 14:53Não conseguia deixar de pensar
naquilo por que ele estava a passar. -
14:53 - 14:56Não parava de pensar
no quanto ele estava a sofrer. -
14:57 - 15:01Apesar de ele nunca se queixar,
nem uma só vez. -
15:01 - 15:04Tinha uma attitude incrivelmente positiva.
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15:04 - 15:07A saúde psicológica dele era surpreendente.
-
15:07 - 15:11Eu era fisicamente saudável,
mas psicologicamente era uma desgraça. -
15:12 - 15:14Mas eu sabia o que tinha de fazer.
-
15:14 - 15:17Os estudos dizem-nos
que memo uma distração de dois minutos -
15:17 - 15:21é o suficiente para travar a vontade
de remoer esse momento. -
15:21 - 15:25Sempre que tinha um pensamento
preocupante, perturbante, negativo, -
15:25 - 15:29forçava-me a concentrar-me noutra coisa
até essa vontade passar. -
15:29 - 15:33Numa semana,
toda a minha perspectiva tinha mudado -
15:33 - 15:36e tinha-me tornado mais positivo
e mais esperançoso. -
15:37 - 15:39[Combater o pensamento negativo]
-
15:39 - 15:43Nove semanas depois de ele ter começado
a quimioterapia, fez uma TAC -
15:43 - 15:46e eu estava ao lado dele
quando recebemos os resultados. -
15:46 - 15:48Todos os tumores tinham desaparecido!
-
15:49 - 15:52Ainda tinha mais três sessões
de quimioterapia. -
15:52 - 15:55Mas sabíamos que ele ia recuperar.
-
15:55 - 15:58Esta foto foi tirada há duas semanas.
-
16:01 - 16:04Agindo quando se está solitário,
-
16:04 - 16:07mudando a nossa resposta ao fracasso,
-
16:07 - 16:09protegendo a nossa auto-estima,
-
16:09 - 16:12combatendo o pensamento negativo,
-
16:12 - 16:15não só curamos
as nossas feridas psicológicas, -
16:15 - 16:19como também criamos
resistência emocional e prosperamos. -
16:20 - 16:24Há cem anos,
começámos com a higiene pessoal. -
16:24 - 16:28A esperança de vida subiu
em mais de cinquenta por cento -
16:28 - 16:31apenas em algumas décadas.
-
16:31 - 16:35Acredito que a nossa qualidade de vida
poderia também subir dramaticamente -
16:35 - 16:38se todos começássemos a cuidar
da nossa higiene emocional. -
16:39 - 16:42Imaginam como seria o mundo
-
16:42 - 16:45se todos fossem mais saudáveis
psicologicamente? -
16:45 - 16:48Se houvesse menos solidão
e menos depressões? -
16:48 - 16:51Se as pessoas soubessem
como ultrapassar o fracasso? -
16:51 - 16:54Se se sentissem melhor com eles mesmos
e mais capacitados? -
16:54 - 16:58Se fossem mais felizes
e se sentissem mais preenchidos? -
16:58 - 17:02Eu consigo, porque é esse
o mundo em que quero viver -
17:02 - 17:06e é esse o mundo
em que o meu irmão quer viver. -
17:06 - 17:12Se nos informarmos
e mudarmos apenas alguns hábitos simples, -
17:12 - 17:15poderíamos todos viver neste mundo.
-
17:15 - 17:17Muito obrigado.
-
17:17 - 17:21(Aplausos)
- Title:
- Como praticar a higiene emocional | Guy Winch | TEDx Universidade de Linnaeus
- Description:
-
Esta palestra foi dada num evento local TEDx, produzido independentemente das Conferências Ted.
Vamos ao médico quando nos sentimos com febre ou com alguma dor. Então, porque não vemos um profissional de saúde quando sofremos emocionalmente? A culpa, a perda, a solidão? "Há demasiadas pessoas que lidam com problemas comuns de saúde psicológica sozinhos", diz Guy Winch. Mas não temos de o fazer. Ele apresenta um caso convincente para a prática da higiene emocional — cuidar das nossas emoções, da nossa mente, com a mesma diligência com que cuidamos do nosso corpo. - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:23
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How to practice emotional hygiene | Guy Winch | TEDxLinnaeusUniversity | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for How to practice emotional hygiene | Guy Winch | TEDxLinnaeusUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to practice emotional hygiene | Guy Winch | TEDxLinnaeusUniversity | ||
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