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Por que ser voluntário? | Enkhee Sainbuyan e Stepanka Pechackova | TEDxBagaToiruu

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    Enkhee Sainbuyan: Você sabe
    quanto ganham os voluntários?
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    Bem, há uma pessoa que diz
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    que os voluntários
    são pagos com oito letras:
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    S-O-R-R-I-S-O-S,
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    ou seja, sorrisos.
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    Então, quem são os voluntários?
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    O voluntário é uma pessoa
    que dedica seu tempo e sua força
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    para ajudar outras pessoas com boa vontade
    e sem ser forçada ou paga para fazer isso.
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    Em geral, considera-se
    uma atividade altruísta,
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    destinada a promover a bondade
    e a melhorar a qualidade de vida.
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    Em troca, essa atividade pode produzir
    um sentimento de dignidade.
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    Além da incrível sensação que você sente,
    o voluntariado também é reconhecido
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    pelo desenvolvimento de habilidades,
    pela socialização e diversão.
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    Por outro lado, os voluntários
    preenchem muitas lacunas
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    deixadas pelo governo e outras
    organizações empresariais,
  • 1:12 - 1:15
    suprindo necessidades sociais
    e envolvendo-se em temas
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    como direitos humanos, meio ambiente
    e muitas outras questões.
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    Embora o voluntariado
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    faça uma contribuição econômica importante
    para a sociedade como um todo,
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    infelizmente, na Mongólia,
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    ainda não temos quaisquer estudos oficiais
    sobre a contribuição de voluntários.
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    Um fato interessante é que o primeiro
    estudo sobre o voluntariado na Mongólia,
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    realizado em 2001,
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    mostra que 85%
    dos entrevistados na pesquisa
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    foram voluntários para o desenvolvimento
    pessoal e de novas habilidades.
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    Como eu, na primeira vez que procurei
    um trabalho voluntário,
  • 2:01 - 2:05
    minhas intenções
    eram adquirir novas habilidades
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    e ganhar experiência profissional
    para meu CV se destacar no mercado.
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    Naquela época, eu não entendia
    o significado real do voluntariado.
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    Servir como voluntário
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    também proporciona a grande oportunidade
    de entender diferenças culturais.
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    Num determinado momento do voluntariado,
    ouvi muitas pessoas que diziam:
  • 2:31 - 2:37
    "Os mongóis realmente não apreciam
    ou entendem o trabalho voluntário".
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    Bem, algumas vezes é muito difícil
    entender os sentimentos das pessoas,
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    especialmente pessoas como nós,
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    que não são muito emotivas
    e mostram poucas expressões faciais.
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    No entanto, nossa sociedade
    sempre se desenvolveu e sobreviveu
  • 2:56 - 3:02
    com base na tradição não escrita
    de saúde mútua ou apoio uns aos outros.
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    Então, o que você pode fazer para criar
    uma diferença positiva em sua comunidade?
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    Você pode fazer quase tudo.
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    Primeiro, você observa, olha a sua volta.
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    Além disso, você acredita
    que pode fazer uma mudança.
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    Então, você age.
  • 3:25 - 3:26
    Por exemplo,
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    as escolas locais estão sempre
    precisando de algo.
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    Você pode ajudar a conduzir
    clubes pós-escola,
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    ajudar durante a hora do lanche
    nas aulas principais,
  • 3:38 - 3:44
    ou até organizar eventos beneficentes
    na escola local e assim por diante.
  • 3:44 - 3:49
    Nem sempre seu trabalho voluntário
    alcançará o resultado desejado,
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    mas você sempre aprende algo.
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    Finalmente, o voluntariado
    está em nossa cultura.
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    Então, continuem e espalhem.
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    Obrigada.
  • 4:01 - 4:02
    (Aplausos)
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    Stepanka Pechackova:
    Nasci numa cidadezinha
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    em um pequeno país quase 20 vezes
    menor do que a Mongólia.
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    Tive uma infância bastante normal,
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    pelo menos tão normal
    quanto uma criança tcheca pode ter.
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    Bebi cerveja antes da idade permitida,
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    copiei muitos deveres de casa
    de meus colegas
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    e passei horas e horas em frente à TV.
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    Eu não fazia nada.
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    Não sabia que existia o voluntariado.
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    A única imagem que me vinha à mente
    quando diziam voluntariado
  • 4:34 - 4:36
    eram as notícias da velha TV tcheca
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    mostrando pessoas que desfrutavam
    a colheita de lúpulo
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    e contribuíam assim
    para implementar o plano de valores.
  • 4:45 - 4:48
    Tudo mudou depois
    que entrei na universidade
  • 4:48 - 4:51
    e comecei o curso de Estudos
    de Desenvolvimento Internacional.
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    Eu estava cercada por pessoas
    que tinham apenas 19 anos de idade,
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    mas eram muito abertas,
    viajadas, experientes
  • 5:00 - 5:02
    e envolvidas em tantas atividades,
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    desde ajudar um museu local
    até organizar exposições
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    e passar o tempo
    com crianças em um hospital.
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    Percebi que eu poderia fazer mais
    do que assistir à televisão
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    ou bater papo com meus amigos
    em meu tempo livre.
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    Posso me filiar a uma organização,
    a um grupo informal,
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    ou até mesmo ficar sozinha,
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    mas posso fazer algo
    para as pessoas ao meu redor.
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    E fiz: filiei-me
    a diferentes organizações,
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    por exemplo, a um grupo de voluntários
    locais que promovem o comércio justo.
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    Conheci tantas pessoas incríveis
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    e fiz amizades que duram até hoje.
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    Ser voluntária me deu um senso
    de compromisso e pertencimento.
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    Eu estava fazendo algo bom
    e com um propósito.
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    Estava ativa e pronta para agir.
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    Então, minha mãe me levou à Índia.
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    Foi minha primeira vez na Ásia
    e num país em desenvolvimento.
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    Fiquei chocada.
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    Até então, eu não tinha visto
    uma realidade tão diferente da minha.
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    Na Índia, é simplesmente incrível.
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    Extrema pobreza em ambos os sentidos:
    negativo e positivo.
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    Extrema pobreza e enormes riquezas
    vivem literalmente lado a lado lá.
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    Uma favela ao lado
    de um hotel cinco estrelas.
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    Um garoto seminu na rua ultrapassado
    por uma grande e moderna Mercedes.
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    Mas não se tratava apenas de desespero.
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    Havia esperança e resiliência,
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    especialmente na comunidade
    de refugiados tibetanos que me encantou,
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    cuja situação na Índia
    não é realmente boa.
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    As pessoas estavam tentando mudar isso
    e estavam à procura de ajuda para fazê-lo.
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    Toda a Dharamshala estava cheia
    de panfletos à procura de voluntários
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    para ensinar inglês,
    ajudar a consertar telhados.
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    Vi que posso ajudar as pessoas,
    não só em meu próprio país,
  • 6:55 - 6:58
    mas também posso dedicar
    meu tempo e minhas habilidades
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    a pessoas que precisam,
    mas que vivem aparentemente longe.
  • 7:03 - 7:06
    Comecei como voluntária
    para uma ONG tcheca,
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    trabalhando na Índia
    com refugiados tibetanos.
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    Fui à Índia com eles duas vezes
    e fiz coisas diferentes,
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    desde ensinar, construir
    uma loja de costura,
  • 7:15 - 7:18
    até coordenar um programa de patrocínio.
  • 7:18 - 7:20
    Vi com meus próprios olhos
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    que o voluntariado pode realmente fazer
    uma mudança no cotidiano das pessoas.
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    Mas meu caminho de voluntariado
    nem sempre foi fácil.
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    Depois da Índia, fui para Bangladesh
  • 7:33 - 7:36
    e tive um choque de cultura,
    deixem-me dizer.
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    Bangladesh é um país
    muçulmano, superlotado,
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    e muito poucas pessoas falam inglês.
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    Como estrangeira,
    você chama muita atenção.
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    Você é como um macaco
    em um jardim zoológico.
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    (Risos)
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    É: "'Bidesh', 'bidesh',
    estrangeira, estrangeira".
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    As pessoas pensam
    bem diferente dos europeus.
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    Realmente tentei ajudar
    a organização que me acolheu,
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    mas levou muito tempo para provar
    que eu não era mais uma estrangeira branca
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    que veio salvar os pobres de Bangladesh,
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    mas que eu poderia realmente
    fazer algo por eles.
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    Aprendi da pior forma
    que, muitas vezes, como voluntário,
  • 8:21 - 8:26
    você não consegue começar seu trabalho,
    muito menos ver resultados, de imediato.
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    Muitas vezes, como voluntário, você
    precisa ser muito paciente e determinado.
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    Mesmo que, muitas vezes,
    Bangladesh me deixasse louca,
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    as pessoas de lá são
    as mais hospitaleiras que já conheci.
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    Aprendi a aceitar e amar
    nossas diferenças.
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    Percebi que, apesar
    de outras culturas e mentalidades
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    poderem ser diferentes das que você tem,
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    isso não significa que elas sejam.
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    Após cinco anos de voluntariado,
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    estou aqui na Mongólia,
    a 6 mil km de casa,
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    servindo como voluntária
    da juventude da ONU.
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    Após cinco anos de voluntariado,
    estou aqui na frente de vocês,
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    tantos mongóis que são
    o futuro de seu belo país.
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    Graças ao voluntariado,
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    sou uma pessoa
    que nunca sonhei que seria.
  • 9:22 - 9:23
    Obrigada.
  • 9:23 - 9:24
    (Aplausos)
Title:
Por que ser voluntário? | Enkhee Sainbuyan e Stepanka Pechackova | TEDxBagaToiruu
Description:

Munido apenas de recursos físicos e morais, você pode proporcionar felicidade não só a milhares de pessoas, mas também a você. Enkhee e Stepanka compartilham suas experiências como voluntárias e como uma pessoa pode se tornar alguém que nunca sonhou que seria.

Enkhee é mãe de três filhos. Criada em uma sociedade socialista, sua infância foi igual a qualquer outra, cantando músicas que incentivavam as crianças a respeitar e ajudar os necessitados. Começou a ser voluntária da instituição beneficente "Heart and Soul", enquanto trabalhava para a J Sainsbury plc no Reino Unido. Também trabalhou para a Mongolian Red Cross Society e serviu como voluntária nacional da ONU.

Nascida e criada numa cidadezinha tcheca, Stepanka não conhecia o voluntariado até entrar na universidade. Quando sua mãe a levou pela primeira vez à Índia, Stepanka percebeu que queria mesmo dedicar seu tempo e suas habilidades em prol do próximo. Desde então, sua experiência como voluntária levou Stepanka da República Tcheca à Índia, a Bangladesh e, finalmente, à Mongólia.
Atualmente, apoia o programa Voluntários das Nações Unidas na Mongólia como voluntária da juventude da ONU.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
09:29

Portuguese, Brazilian subtitles

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