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Title:
Três coisas que novos pais devem considerar antes de voltar a trabalhar
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Description:
Você deve voltar a trabalhar depois de ter filhos? É uma decisão emocional, mas pesar três fatores pode facilitar as coisas, diz a escritora e economista Emily Oster.
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Speaker:
Emily Oster
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Quando eu estava grávida,
ficava muito frustrada.
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"Não consuma frios",
"Faça este teste de pré-natal".
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"Por que você fez essa escolha?
Por que não outra?"
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Eu sentia que me diziam para fazer coisas,
e nunca sabia o porquê.
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[A Maneira como Trabalhamos]
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Às vezes, no mundo dos pais modernos,
parece que não se pode vencer.
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Se voltar a trabalhar,
terei menos tempo com meu filho.
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E se ele não receber a atenção
para se desenvolver adequadamente?
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Se eu ficar em casa
e desistir de minha renda,
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vou olhar para trás
e me arrepender de minha decisão?
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Há muitos conselhos conflitantes por aí
sobre ficar em casa ou voltar a trabalhar.
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Tentar fazer uma escolha entre os dois
pode ser confuso e emocional.
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Você ama seus filhos
e deseja o melhor para eles,
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mas como se determina o que é melhor
quando todos têm uma opinião diferente?
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Uma família pode ter
muitas variações de pais,
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e acho que mais famílias
devem estar se perguntando
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se faz sentido o companheiro
ficar em casa.
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Mas a verdade é que, atualmente,
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a maioria das discussões
sobre pais que ficam em casa
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se concentra nas mulheres,
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e geralmente são elas que dizem que sentem
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que o que fazem durante o dia
vai determinar em um nível profundo
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que tipo de mãe e pessoa elas serão.
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É um peso enorme
para si mesmo como pai ou mãe.
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E quando você se depara com olhares
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após dizer que vai voltar
a trabalhar ou não,
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isso pode abalar sua confiança.
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Decidi investigar e descobrir.
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É melhor ficar em casa
ou voltar a trabalhar?
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É uma decisão emocional, sim,
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mas, como economista,
aprendi que podemos usar dados
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para ajudar a passar
por essas decisões emocionais
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e acreditar que tomamos
a melhor decisão para nossa família.
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Há três fatores principais
que você deve considerar antes de decidir.
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Primeiro, você precisa pensar
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como essa decisão
afetará o orçamento familiar.
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Vamos fazer algumas contas.
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Digamos que sua renda familiar total
seja de US$ 100 mil,
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com você e seu companheiro
ganhando US$ 50 mil cada.
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Isso significa que você leva para casa
cerca de US$ 85 mil tirando os impostos.
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Se ambos trabalharem
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e a família pagar US$ 1,5 mil por mês
para assistência infantil,
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sua renda disponível total
será de US$ 67 mil por ano.
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Se ficar em casa, sua família ganha menos,
mas você não paga assistência infantil.
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Sua renda disponível
diminui nesse cenário,
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mas não tanto quanto se você
não considerasse a assistência infantil.
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Fica mais complicado se a assistência
infantil for mais cara em sua região.
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Uma babá em período integral
pode custar US$ 50 mil por ano,
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dependendo de onde você mora.
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Se esse for o caso em seu bairro,
no cenário que descrevi,
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isso esgotaria totalmente
a renda de um dos pais,
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e você ficaria melhor financeiramente
com um dos pais em casa.
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Obviamente, essa é só
uma análise de curto prazo.
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A assistência infantil é menos cara
quando as crianças estão na escola,
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e você pode ganhar mais depois.
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Leve isso em consideração, se puder.
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Depois de fazer as contas,
você saberá o que é possível
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e conseguirá fazer
uma escolha mais informada,
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que deve parecer fortalecedora.
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Segundo: é hora de falar
sobre o melhor para seu filho.
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Você pode achar que esse deve ser
o centro de sua decisão,
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mas o mais importante é saber
que não há uma resposta certa.
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De acordo com estudos da Europa e dos EUA,
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a decisão de voltar a trabalhar
ou ficar em casa
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não afetará o sucesso futuro de seu filho.
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Pesquisas mostram que ambos os pais
trabalhando em período integral
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tem efeito semelhante nas notas
futuras de seu filho e na renda
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para um dos pais trabalhando
e o outro não.
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O que parece ser mais importante
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é o ambiente em que seu filho
se encontra durante o tempo livre.
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Contanto que se envolva
em atividades enriquecedoras,
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como ler, praticar habilidades motoras,
interagir com outras crianças,
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seu filho irá prosperar,
mesmo que você não esteja em casa.
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Há uma leve diferença nos dados.
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Por exemplo, estudos revelaram
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que, se ambos os pais trabalham,
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crianças de famílias pobres
são impactadas positivamente,
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e crianças de famílias mais ricas
são impactadas menos positivamente.
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Portanto, dependendo
da configuração de sua família,
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os efeitos em seu filho
podem ser um pouco positivos
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ou um pouco negativos,
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mas o impacto geral é insignificante.
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Agora quero anunciar uma exceção:
licença-maternidade.
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Há um número crescente de evidências
que sugerem que os bebês se saem melhor
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quando suas mães
tiram licença-maternidade.
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Os primeiros dias com seu filho
podem afetar o desenvolvimento dele.
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Então, se tiver licença
remunerada, você deve tirar.
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Caso contrário, talvez considere
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tirar uma licença não remunerada
nos primeiros meses,
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se seu orçamento permitir.
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Finalmente, pergunte a si mesma:
"O que eu quero?"
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Embora possa parecer simples,
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é o fator que parece
mais tabu para explorar.
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Ao conversar com os pais, percebo que,
quando uma mulher escolhe ficar em casa,
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ela se sente obrigada a dizer
que fez essa escolha
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para o desenvolvimento
ideal de seus filhos.
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Isso, com certeza,
pode ser parte do motivo,
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mas uma resposta perfeitamente aceitável
é: "Esse é o estilo de vida que prefiro"
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ou "É o que funciona para minha família".
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O mesmo vale para a mãe que trabalha.
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Basta dizer: "Gosto de meu emprego
e, por isso, voltei a trabalhar".
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Se você quiser voltar a trabalhar, ótimo.
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Você tem sorte de ter um emprego que ama
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e tem todo o direito de mantê-lo
quando se tornar pai ou mãe.
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Seja sincero consigo mesmo
sobre o que deseja fazer.
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Se você for direto a respeito,
certamente ficará mais feliz,
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o que lhe permitirá ser a melhor
versão possível de um pai ou mãe.
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Não é esse o objetivo?
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Não existe certo ou errado
quando se trata de criação dos pais.
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A melhor decisão é aquela que deixará
você e sua família mais felizes.
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Você decide o que vem a seguir.
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Ao reconhecer que a escolha
de ficar em casa ou não
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é apenas isso, uma escolha,
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com fatores que pressionam você
em várias direções,
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podemos evitar a culpa e desfrutar
do melhor para nossas famílias.