Como podemos fabricar betão negativo em carbono
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0:01 - 0:05O betão está por toda a parte,
mas a maioria de nós não o vê. -
0:06 - 0:10Usamos betão para construir estradas,
edifícios, pontes, aeroportos. -
0:10 - 0:11Está em todo o lado.
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0:12 - 0:14O único recurso que usamos
mais do que o betão é a água. -
0:14 - 0:17Com o aumento da população
e a urbanização, -
0:17 - 0:19vamos precisar
de mais betão do que nunca. -
0:19 - 0:20Mas há um problema.
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0:20 - 0:23O cimento é a cola que aglomera o betão.
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0:24 - 0:25Para fazer cimento,
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0:25 - 0:30queimamos calcário com outros ingredientes
num forno a altas temperaturas. -
0:30 - 0:35Um dos subprodutos desse processo
é o dióxido de carbono ou CO2. -
0:35 - 0:38Por cada tonelada de cimento produzido,
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0:38 - 0:42é emitida para a atmosfera
quase uma tonelada de CO2. -
0:42 - 0:43Como resultado,
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0:43 - 0:48a indústria do cimento é a segunda
maior emissora industrial de CO2, -
0:48 - 0:50responsável por quase 8%
do total de emissões globais. -
0:52 - 0:54Se quisermos solucionar
o aquecimento global, -
0:54 - 0:56é absolutamente necessária
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0:56 - 1:00a inovação na produção do cimento
e na utilização do carbono. -
1:01 - 1:07Para fazer betão, misturamos cimento
com pedras, areia e outros ingredientes, -
1:07 - 1:12deitamos água, e esperamos
que endureça, ou seja, que cure. -
1:12 - 1:14Com produtos pré-fabricados,
como pavimentos e blocos, -
1:14 - 1:17podemos deitar vapor
numa câmara de cura -
1:17 - 1:19para acelerar o processo de cura.
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1:19 - 1:22Para edifícios, estradas e pontes,
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1:22 - 1:26deitamos uma mistura pronta de betão
num molde no local de construção, -
1:26 - 1:28e esperamos pela cura.
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1:28 - 1:32Durante mais de 50 anos,
os cientistas pensaram -
1:32 - 1:35que, se curassem o betão com CO2,
em vez de água -
1:35 - 1:37o betão ficaria mais resistente,
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1:37 - 1:40mas foram impedidos
pela química do cimento Portland -
1:40 - 1:43que reage tanto com água como com CO2
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1:43 - 1:47e essas químicas conflituosas
não resultam num betão de qualidade. -
1:48 - 1:50Então, inventámos
uma nova química de cimento. -
1:50 - 1:52Usamos o mesmo equipamento
as mesmas matérias-primas, -
1:52 - 1:54mas usamos menos calcário
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1:54 - 1:57e aquecemos o forno
a uma temperatura baixa, -
1:57 - 2:01resultando numa redução
até 30% das emissões de CO2. -
2:01 - 2:03O nosso cimento não reage com a água.
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2:03 - 2:06Nós curamos o betão com CO2
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2:06 - 2:09e obtemos esse CO2
captando os gases residuais -
2:09 - 2:14emitidos por instalações industriais,
como as fábricas de amoníaco ou etanol, -
2:14 - 2:17que, de outra forma,
seriam libertados na atmosfera. -
2:17 - 2:22Durante a cura, a reação química
com o nosso cimento decompõe o CO2, -
2:22 - 2:25e capta o carbono para fazer calcário.
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2:25 - 2:28Esse calcário é usado para unir o betão.
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2:28 - 2:32Se uma ponte feita com o nosso betão
vier a ser demolida um dia, -
2:32 - 2:37não receamos emissões de CO2,
pois este já não existirá. -
2:37 - 2:39Quando combinamos
a redução das emissões, -
2:39 - 2:41durante a produção de cimento,
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2:41 - 2:44com o consumo de CO2
durante a cura do betão, -
2:44 - 2:48reduzimos a pegada de carbono
do cimento até 70%. -
2:48 - 2:53E como não consumirmos água, poupamos
milhares de milhões de litros de água. -
2:53 - 2:57Não é fácil convencer
uma indústria com 2000 anos -
2:57 - 3:00que ela não se desenvolveu
muito nos últimos 200 anos, -
3:00 - 3:06mas há muitas indústrias novas
a atacar esse problema. -
3:06 - 3:09A nossa estratégia
é facilitar a sua adoção, -
3:09 - 3:13através de soluções que vão
para além da sustentabilidade. -
3:13 - 3:16Usamos os mesmos processos,
matérias-primas e equipamento -
3:16 - 3:18usados para fazer o betão tradicional,
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3:18 - 3:21mas o nosso cimento produz
um betão curado com CO2 -
3:21 - 3:25que é mais forte,
mais duradouro, de cor mais clara -
3:25 - 3:29e que é curado em 24 horas,
em vez de 28 dias. -
3:29 - 3:32A nossa nova tecnologia
para uma massa pronta -
3:32 - 3:34está a ser testada
em aplicações de infraestruturas -
3:34 - 3:37e levámos a nossa pesquisa
ainda mais longe -
3:37 - 3:40para desenvolver um betão
que possa absorver o carbono. -
3:40 - 3:44Isso significa que vamos consumir
mais CO2 do que aquele que é emitido -
3:44 - 3:46durante a produção de cimento.
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3:46 - 3:48Como não podemos usar CO2 gasoso
num local de construção, -
3:49 - 3:51sabíamos que tínhamos
de misturá-lo no nosso betão, -
3:51 - 3:53sob a forma líquida ou sólida.
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3:53 - 3:55Por isso, estamos a criar parcerias
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3:55 - 3:58com empresas que transformam
o CO2 residual -
3:58 - 4:01numa família de substâncias
químicas úteis, -
4:01 - 4:05como o ácido oxálico ou o ácido cítrico,
o mesmo usado no sumo de laranja. -
4:05 - 4:07Quando o ácido reage com o nosso cimento,
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4:07 - 4:11conseguimos aprisionar no betão
quatro vezes mais carbono, -
4:11 - 4:13tornando-o negativo em carbono.
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4:14 - 4:16Isso significa que,
numa estrada de um quilómetro, -
4:16 - 4:20consumiríamos mais CO2
do que quase 100 000 árvores -
4:20 - 4:22durante um ano.
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4:22 - 4:25Então, graças à química
e ao CO2 residual, -
4:25 - 4:28estamos a tentar transformar
a indústria do betão, -
4:28 - 4:31o segundo material mais usado no planeta,
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4:31 - 4:34num sorvedouro de carbono
para o planeta. -
4:34 - 4:36Obrigado.
- Title:
- Como podemos fabricar betão negativo em carbono
- Speaker:
- Tom Schuler
- Description:
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O betão está à nossa volta: usamo-lo para construir estradas, edifícios, pontes e muito mais coisas. No entanto, nos últimos 2000 anos, a arte de misturar cimento e usá-lo para ligar o betão não mudou muito e continua a ser um dos maiores emissores de carbono do mundo. O empresário Tom Schuler apresenta uma forma inovadora de produzir betão, transformando-o potencialmente num reservatório de carbono que fixa o CO2 da atmosfera enquanto produz um material de construção viável.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 04:37
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