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Deficiência? Eu digo "Sim" e "Obrigada!" | Christine MAYER | TEDxBelfort

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    Christine Mayer: Na vida, você pode dizer:
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    "O copo está meio vazio ou...?"
  • 0:11 - 0:12
    Plateia: "Meio cheio!"
  • 0:12 - 0:15
    CM: Mas vamos um pouco
    além de "meio cheio".
  • 0:15 - 0:19
    Também posso me concentrar
    em seu precioso conteúdo e me perguntar:
  • 0:19 - 0:23
    "O que posso fazer com isso?"
  • 0:23 - 0:26
    Posso beber, oferecer a alguém,
  • 0:26 - 0:31
    usar para aguar uma planta,
    lavar algo ou cozinhar.
  • 0:34 - 0:40
    Ser positivo é o trampolim a partir
    do qual podemos optar por ir mais longe:
  • 0:40 - 0:42
    optar por agir.
  • 0:43 - 0:46
    Lembram-se do Dumbo, o bebê elefante?
  • 0:46 - 0:49
    Ele nasceu com orelhas tão longas
    que o faziam tropeçar.
  • 0:50 - 0:53
    O que ele poderia fazer com elas?
  • 0:53 - 0:55
    Ele aprendeu a voar!
  • 0:56 - 1:01
    Anos atrás, eu não percebia
    que tinha água no meu copo.
  • 1:01 - 1:04
    Acreditava que meus outros filhos
    terem um desenvolvimento normal
  • 1:04 - 1:08
    era algo natural,
    que acontecia automaticamente.
  • 1:08 - 1:10
    Mas, quando meu quarto filho,
    Nicolas, nasceu,
  • 1:10 - 1:13
    logo percebi que havia
    motivo para preocupação:
  • 1:13 - 1:17
    nada de contato visual,
    ele sequer chorava demonstrando fome.
  • 1:17 - 1:20
    Ele estava em estado "vegetativo".
  • 1:20 - 1:22
    O que posso fazer com isso?
  • 1:23 - 1:27
    Decidi fazer tudo que pudesse
    para ajudá-lo a melhorar.
  • 1:28 - 1:34
    Aos seis meses, um famoso especialista
    confirmou o diagnóstico
  • 1:34 - 1:40
    e disse que Nicolas
    nunca andaria ou falaria,
  • 1:40 - 1:43
    e que seria um "vegetal" a vida toda.
  • 1:43 - 1:45
    O que posso fazer com isso?
  • 1:47 - 1:50
    Considerei aquilo um desafio.
    E eu adoro desafios!
  • 1:50 - 1:53
    Quanto mais difícil mais me atrai.
  • 1:54 - 1:57
    Perceberam que eu disse
    "desafio" e não "problema"?
  • 1:57 - 2:00
    Qual o significado dessa palavra?
  • 2:00 - 2:04
    Quando ouvimos "problema",
    é sempre uma catástrofe.
  • 2:04 - 2:08
    Crianças ouvem os pais
    falarem sobre "problemas",
  • 2:08 - 2:11
    com uma expressão apreensiva.
  • 2:11 - 2:14
    E ficamos surpresos
    quando as crianças travam
  • 2:14 - 2:17
    quando ouvem a palavra
    "problema" na escola.
  • 2:18 - 2:24
    Para mim, as dificuldades de Nicolas eram
    um desafio a superar, não um problema.
  • 2:25 - 2:29
    Mas eu não fazia ideia
    da magnitude do desafio.
  • 2:29 - 2:30
    Felizmente.
  • 2:30 - 2:32
    Mark Twain disse:
  • 2:32 - 2:36
    "Não sabendo que era
    impossível, foi lá e fez”.
  • 2:36 - 2:38
    Eu não sabia que era impossível,
  • 2:38 - 2:39
    então eu fiz.
  • 2:39 - 2:43
    Primeiro, separei o que era diagnóstico
    do que era prognóstico.
  • 2:43 - 2:47
    Não podemos mudar um diagnóstico,
    mas um prognóstico, sim.
  • 2:48 - 2:52
    E escolhi não acreditar num prognóstico
    se ele fosse desfavorável.
  • 2:54 - 3:00
    Então, o primeiro prognóstico:
    ele jamais andaria.
  • 3:00 - 3:04
    O que posso fazer com isso?
    Eu o ensinaria como andar.
  • 3:04 - 3:07
    Dividi isso em etapas:
  • 3:07 - 3:11
    nossa família o ensinou
    a mover os braços e as pernas,
  • 3:11 - 3:14
    a se mover de costas
    flexionando as pernas,
  • 3:14 - 3:19
    a rolar, a sentar, a engatinhar
    numa superfície inclinada,
  • 3:19 - 3:22
    a engatinhar numa superfície horizontal,
  • 3:22 - 3:26
    a andar de quatro e, então,
    a dar seu primeiro passo.
  • 3:26 - 3:30
    Aprendi como definir metas
    e, para cada meta,
  • 3:30 - 3:33
    os objetivos exatos a alcançar.
  • 3:34 - 3:35
    Além disso,
  • 3:36 - 3:40
    vocês não imaginam a alegria que senti
    cada vez que ele atingiu um objetivo.
  • 3:40 - 3:46
    Da mesma forma, alegrei-me mais
    pelo progresso dos meus outros filhos.
  • 3:47 - 3:51
    Aprendi a me alegrar
    com cada coisa à minha volta,
  • 3:51 - 3:54
    a ter gratidão por tudo à minha volta.
  • 3:55 - 4:00
    E ter gratidão é o segredo da felicidade.
  • 4:01 - 4:05
    Segundo prognóstico: ele jamais falaria.
  • 4:05 - 4:11
    De fato, quando tinha quatro anos,
    Nicolas não conseguia repetir o som "ah".
  • 4:11 - 4:16
    Nenhum ortofonista em nossa região
    sentia-se capaz de trabalhar com ele.
  • 4:16 - 4:18
    Poderia ter dito a mim mesma
    que era por causa da deficiência
  • 4:18 - 4:22
    que ele não conseguia
    emitir nenhum som inteligível.
  • 4:22 - 4:26
    Mas procurar desculpas
    é o mesmo que jogar a toalha.
  • 4:26 - 4:29
    Agir é buscar um jeito.
  • 4:30 - 4:32
    O que posso fazer com isso?
  • 4:33 - 4:37
    Encontrei um ortofonista a 100 km de casa.
  • 4:37 - 4:40
    que primeiro o ensinou a dizer "moto",
  • 4:40 - 4:41
    depois "pai" e "mãe".
  • 4:41 - 4:44
    Podem imaginar minha alegria?
  • 4:44 - 4:47
    Sempre há caminhos.
    Só precisamos encontrá-los.
  • 4:47 - 4:50
    Então aprendi Makaton,
    que usa linguagem de sinais.
  • 4:50 - 4:55
    E ele entendeu que os sons
    que ouvia tinham significado.
  • 4:56 - 5:01
    A seguir, a leitura, que ele aprendeu
    graças ao método de minha mãe,
  • 5:01 - 5:04
    e que o permitiu conversar.
  • 5:04 - 5:07
    E, à medida que ele tinha
    progressos físicos,
  • 5:07 - 5:09
    Nicolas também gostava de jogar
    jogos estereotipados.
  • 5:09 - 5:16
    Ele podia acender e apagar as luzes,
    acende, apaga, acende, apaga... por horas.
  • 5:16 - 5:18
    Em um centro em que costumava ir,
  • 5:18 - 5:21
    ele se divertia transferindo a água
    de um copo para o outro
  • 5:21 - 5:25
    por horas, dias, semanas...
  • 5:25 - 5:28
    Lá, um profissional me disse
    que ele realmente precisava disso.
  • 5:28 - 5:31
    O que posso fazer com isso?
  • 5:31 - 5:34
    Perguntei a mim mesma: necessidade de quê?
  • 5:34 - 5:37
    E tive a melhor ideia de todas,
    quero dizer, para meu filho,
  • 5:37 - 5:41
    mas acho que para aqueles
    que têm comportamento autista.
  • 5:41 - 5:46
    Disse a mim mesma que ele tinha
    que aprender algo com aquela experiência.
  • 5:47 - 5:51
    Então eu ensinei a ele "cheio", "vazio",
  • 5:51 - 5:56
    e os significados de "mais", "menos",
    "tanto quanto" e "meio".
  • 5:56 - 6:01
    Ele me olhou, e foi isso,
    ele nunca mais jogou esse jogo.
  • 6:01 - 6:06
    Nós também repetimos experiências,
    também cometemos erros
  • 6:06 - 6:09
    até entendermos algo, não é?
  • 6:12 - 6:16
    Aquele especialista famoso disse
    que Nicolas jamais iria para a escola.
  • 6:16 - 6:18
    O que posso fazer com isso?
  • 6:18 - 6:20
    Eu o matriculei na escola.
  • 6:21 - 6:25
    Aos cinco anos, ele ia à pré-escola
    por duas horas por semana.
  • 6:27 - 6:31
    Por que uma criança com dificuldades
    precisa de menos horas na escola
  • 6:31 - 6:33
    do que uma criança comum?
  • 6:34 - 6:38
    Nunca entendi esta lógica
    que continua valendo hoje em dia.
  • 6:38 - 6:41
    Gostaria que alguém me explicasse.
  • 6:41 - 6:45
    Certo dia, ele estava brincando,
    esforçando-se para colorir um desenho,
  • 6:45 - 6:47
    enquanto a professora conversava comigo.
  • 6:49 - 6:53
    Ela disse que Nicolas
    nunca entendia ordens.
  • 6:56 - 7:02
    Além disso, ela notou que ele era
    menos capaz do que outro aluno de 2 anos.
  • 7:03 - 7:08
    Então, Nicolas rabiscou
    o desenho furiosamente,
  • 7:08 - 7:10
    e amassou o papel.
  • 7:10 - 7:12
    O que posso fazer com isso?
  • 7:13 - 7:16
    Entendi algo essencial.
  • 7:16 - 7:19
    Colocar-me no lugar da criança.
  • 7:19 - 7:23
    Um adulto lhes diz: "Você é incapaz".
  • 7:23 - 7:25
    Como se sentem sobre isso?
  • 7:26 - 7:29
    O verbo "ser" indica uma identidade.
  • 7:30 - 7:33
    Se alguém diz a uma criança
    que ela é incapaz,
  • 7:33 - 7:37
    este rótulo será inerente a ela.
  • 7:38 - 7:43
    A incapacidade será então
    uma parte de seu ser mais profundo.
  • 7:43 - 7:46
    E esse rótulo impede a mudança.
  • 7:46 - 7:47
    Isso a programa.
  • 7:47 - 7:51
    Dirá a si mesma que ela é assim,
    que não pode mudar.
  • 7:52 - 7:57
    Imagine o dano que pode ser causado
    quando uma criança ouve:
  • 7:57 - 7:59
    "Ele é malcriado!"
  • 7:59 - 8:01
    "Ele é insuportável!"
  • 8:01 - 8:03
    "Ele é tímido!"
  • 8:03 - 8:07
    Imagine o dano que pode ser causado
    quando se torna adulto,
  • 8:07 - 8:09
    quando repete isso para si mesmo.
  • 8:10 - 8:13
    Você já disse a si mesmo:
    "Oh, como sou estúpido!"?
  • 8:14 - 8:17
    Para treinar-se a parar de rotular outros,
  • 8:17 - 8:20
    você tem que começar
    por não rotular a si mesmo.
  • 8:20 - 8:22
    [Sou preguiçoso.]
  • 8:22 - 8:24
    No final do ano letivo,
    a professora confessou
  • 8:24 - 8:28
    que alguns especialistas lhe disseram
    para não perder tempo com Nicolas,
  • 8:28 - 8:32
    já que ele nunca aprenderia a ler,
    escrever ou contar, de qualquer forma.
  • 8:32 - 8:33
    O que posso fazer com isso?
  • 8:35 - 8:39
    Percebi que quando você
    não acredita em uma criança,
  • 8:39 - 8:40
    especialmente quando ela é frágil,
  • 8:40 - 8:42
    ela não achará recursos dentro de si.
  • 8:42 - 8:45
    [Sonho em voar...
    És galinha e deve ficar no chão!]
  • 8:45 - 8:47
    Além do mais, isso foi provado
    por Rosenthal e Jacobson,
  • 8:47 - 8:49
    com o efeito Pigmaleão.
  • 8:49 - 8:51
    Lembram do Dumbo?
  • 8:51 - 8:55
    Ele aprendeu a voar porque os corvos
    acreditavam que ele poderia fazer isso.
  • 8:56 - 8:57
    Aprendi
  • 8:59 - 9:02
    a ver o potencial das pessoas.
  • 9:02 - 9:04
    Aprendi a acreditar nas habilidades delas.
  • 9:04 - 9:08
    E quando as pessoas percebem
    a fé que temos nelas,
  • 9:08 - 9:10
    elas fazem milagres!
  • 9:13 - 9:17
    Lembram-se que a professora disse
    que Nicolas não entendia ordens?
  • 9:17 - 9:19
    O que posso fazer com isso?
  • 9:19 - 9:24
    Eu precisava entender o porquê
    para ser capaz de ajudá-lo.
  • 9:24 - 9:28
    Ele podia ouvir desde que fez
    uma cirurgia para a surdez,
  • 9:28 - 9:29
    quando tinha quatro anos.
  • 9:29 - 9:31
    Mas Nicolas não ouvia.
  • 9:31 - 9:35
    Ele lia os lábios e era muito míope,
  • 9:35 - 9:39
    então se a professora
    estivesse a mais de dois metros,
  • 9:39 - 9:41
    ele não podia entender o que ela dizia.
  • 9:42 - 9:46
    Aprendi a achar a verdadeira razão
    por trás de um problema,
  • 9:46 - 9:49
    e não apenas aceitá-lo como fato.
  • 9:49 - 9:50
    Aos seis anos,
  • 9:50 - 9:53
    Nicolas foi retirado do sistema escolar.
  • 9:54 - 9:55
    O que posso fazer com isso?
  • 9:56 - 9:58
    Ótimo!
  • 9:58 - 10:02
    Mas também, lá ele só aprendeu
    que era incapaz.
  • 10:02 - 10:04
    Naquela época, eu ensinava
    ciências no ensino médio.
  • 10:04 - 10:06
    E me vi em frente a uma criança
  • 10:06 - 10:10
    que não sabia a diferença entre 1, 2 e 3.
  • 10:10 - 10:12
    Que desafio enorme!
  • 10:13 - 10:16
    Aprendi a meditar para encontrar um jeito.
  • 10:17 - 10:21
    E concebi um método incrível
    para ensinar números e operações,
  • 10:21 - 10:24
    que beneficia crianças até hoje.
  • 10:25 - 10:26
    Aos sete anos,
  • 10:26 - 10:29
    Nicolas foi rejeitado até pelo sistema
    de educação especial.
  • 10:30 - 10:31
    Felizmente!
  • 10:31 - 10:33
    Porque ele precisava
    de um jeito diferente.
  • 10:34 - 10:37
    Decidimos educá-lo em casa.
  • 10:37 - 10:41
    Não pense que foi fácil
    porque sou professora.
  • 10:41 - 10:44
    Para mim, as coisas tem que ir rápido.
  • 10:44 - 10:48
    Quanto tinha 4 anos, eu já sabia ler,
    aos 16, me formei no ensino médio;
  • 10:48 - 10:53
    aos 18, me casei;
    aos 19, tive meu primeiro filho;
  • 10:53 - 10:56
    aos 20, consegui uma certificação
    de professora de matemática;
  • 10:56 - 11:00
    aos 21, outra certificação e o mais alto
    grau de ensino de matemática.
  • 11:00 - 11:06
    Nada a ver com ensinar uma criança
    com dificuldades tão extremas!
  • 11:06 - 11:08
    O que posso fazer com isso?
  • 11:08 - 11:11
    Aprendi... a paciência.
  • 11:11 - 11:14
    Aprendi a analisar
    cada aspecto do aprendizado.
  • 11:14 - 11:18
    Trabalhei para saber
    em qual nível Nicolas estava,
  • 11:18 - 11:19
    para fazê-lo progredir.
  • 11:19 - 11:23
    É assim que devemos fazer
    com todos os alunos, certo?
  • 11:23 - 11:25
    Eles estão lá para crescer.
  • 11:25 - 11:28
    Mas quando uma criança
    tem tantas dificuldades,
  • 11:28 - 11:30
    quando ela não entende, o que fazemos?
  • 11:30 - 11:33
    Podemos dizer a nós mesmos
    que ela precisa trabalhar isso,
  • 11:33 - 11:35
    ou, pior, que ela é incapaz.
  • 11:35 - 11:38
    Escolhi perguntar a mim mesma:
    "O que posso fazer com isso?"
  • 11:38 - 11:42
    E considerei isto minha responsabilidade.
  • 11:42 - 11:45
    Sou eu quem tem
    que descobrir como ensiná-lo.
  • 11:45 - 11:50
    E procurei por estratégias
    diferentes até ele entender.
  • 11:50 - 11:53
    Então continuei a ensinar Nicolas.
  • 11:53 - 11:55
    Mas quando ele chegou aos 10 anos,
  • 11:55 - 11:58
    percebi que ele não estava mais
    progredindo em seu entendimento.
  • 11:58 - 12:02
    Eu tentava descobrir os melhores métodos
    para o aprendizado dele
  • 12:02 - 12:04
    e me senti travada.
  • 12:04 - 12:06
    O que posso fazer com isso?
  • 12:07 - 12:11
    Então saí sozinha em um "motorhome",
    até perto de Amsterdã.
  • 12:11 - 12:13
    para participar de um workshop Feuerstein.
  • 12:13 - 12:16
    Lá aprendi sobre as 29 funções cognitivas,
  • 12:16 - 12:18
    e isso foi revelador.
  • 12:18 - 12:21
    Elas são os blocos
    de montar do raciocínio.
  • 12:21 - 12:23
    Se você constrói um casa sem alicerce,
  • 12:23 - 12:24
    o que acontece?
  • 12:24 - 12:26
    Ela não fica em pé!
  • 12:26 - 12:30
    Da mesma forma,
    para construir o aprendizado,
  • 12:30 - 12:34
    precisamos que as funções cognitivas
    estejam nos lugares corretos.
  • 12:35 - 12:37
    Melhorei a forma de apresentá-las
  • 12:37 - 12:40
    para que fossem acessíveis
    mesmo para crianças.
  • 12:40 - 12:44
    É uma ótima ferramenta para se entender
    a origem dos problemas de aprendizagem.
  • 12:44 - 12:48
    Inclusive me ajudaram com meus outros
    quatro filhos, que eram precoces.
  • 12:48 - 12:51
    Uma criança precoce raciocina tão rápido
  • 12:51 - 12:54
    que ela nem mesmo sabe
    como chegou ao resultado.
  • 12:54 - 12:58
    Nem mesmo sabe o que faz para pensar.
  • 12:58 - 13:01
    É comum uma criança precoce
    ir mal na escola
  • 13:01 - 13:05
    porque se o resultado não aparece
    imediatamente, ela trava.
  • 13:05 - 13:08
    O que posso fazer com isso?
  • 13:08 - 13:11
    Eu os ajudei a aprender
    como analisar seus pensamentos
  • 13:11 - 13:15
    de forma que seriam capazes
    de ter sucesso nos estudos e na vida.
  • 13:16 - 13:19
    Então olhei ao redor,
  • 13:20 - 13:25
    e percebi como as outras crianças
    estavam distantes de Nicolas.
  • 13:25 - 13:30
    Nicolas não se aproximava das outras
    crianças porque tinha medo delas.
  • 13:30 - 13:34
    Mantinha uma distância
    de dois metros delas.
  • 13:34 - 13:36
    O que posso fazer com isso?
  • 13:36 - 13:39
    Falei sobre o assunto com um professor
  • 13:39 - 13:43
    e ele propôs ensinar
    sobre o autismo a seus alunos.
  • 13:43 - 13:48
    Eles desenvolveram estratégias
    para se aproximar de Nicolas e envolvê-lo.
  • 13:48 - 13:54
    Aquele ano na quinta série foi
    o melhor ano dele na escola.
  • 13:54 - 13:55
    No pátio da escola,
  • 13:55 - 13:58
    ele permitiu que os outros
    se aproximassem dele e o tocassem,
  • 13:58 - 13:59
    e fez muitos amigos.
  • 14:01 - 14:05
    Aprendi que, graças
    à boa vontade do professor,
  • 14:05 - 14:08
    à informação, e ao preparo,
  • 14:08 - 14:11
    milagres podem acontecer.
  • 14:12 - 14:16
    Vi muitas crianças à minha volta
    que tinham dificuldades.
  • 14:16 - 14:18
    O que posso fazer com isso?
  • 14:18 - 14:20
    Numa ONG que criei,
  • 14:20 - 14:24
    nós as ajudamos a superar as dificuldades,
  • 14:24 - 14:28
    graças ao método que aprendi
    e depois aperfeiçoei.
  • 14:28 - 14:32
    Os resultados foram tão incríveis
    que eu quis beneficiar outros.
  • 14:32 - 14:35
    Mas eu não podia dar conta de todos.
  • 14:35 - 14:40
    Então criei uma companhia
    chamada "Upbraining",
  • 14:40 - 14:44
    para ter a oportunidade
    de ensinar pais e especialistas.
  • 14:44 - 14:50
    Criamos ferramentas eficientes
    para desenvolver as funções cognitivas.
  • 14:51 - 14:55
    Identificamos quais processos
    de aprendizado eram necessários.
  • 14:55 - 14:58
    O jeito que ensinamos
    é chamado de "metapedagogia".
  • 14:58 - 15:02
    É um método transversal
    às pedagogias existentes.
  • 15:02 - 15:04
    Se aplica a todos,
  • 15:05 - 15:07
    inclusive às pessoas sem deficiência.
  • 15:08 - 15:12
    Lembrei que Nicolas tinha problemas
    para aprender a escrever.
  • 15:13 - 15:18
    Então criamos aplicativos para tablets
  • 15:18 - 15:23
    para aprendizado de como traçar
    linhas simples, depois letras,
  • 15:23 - 15:26
    fazendo isso de forma divertida.
  • 15:27 - 15:30
    Nicolas também tinha problemas
  • 15:30 - 15:34
    para aprender a reconhecer
    e lidar com as emoções.
  • 15:34 - 15:36
    O que posso fazer com isso?
  • 15:37 - 15:43
    Criei ferramentas para reconhecer,
    entender e lidar com emoções,
  • 15:43 - 15:47
    das quais todos podem se beneficiar.
  • 15:47 - 15:51
    Mas inteligência emocional
    não diz respeito apenas a emoções.
  • 15:52 - 15:55
    Também se trata da habilidade de comunicar
  • 15:55 - 15:57
    da melhor forma possível.
  • 15:57 - 16:01
    Muitas pessoas no espectro autista
    têm dificuldades nesta área.
  • 16:01 - 16:05
    Mas você não precisa
    estar no espectro autista
  • 16:05 - 16:08
    para ter dificuldades de comunicação.
  • 16:08 - 16:12
    Em casa, Nicolas não suportava discussões.
  • 16:12 - 16:14
    O que posso fazer com isso?
  • 16:16 - 16:19
    Aprendemos a nos comunicar sem brigas.
  • 16:19 - 16:23
    E criei ferramentas de aprendizado
    de como se comunicar
  • 16:23 - 16:25
    e de como gerenciar conflitos.
  • 16:26 - 16:29
    Graças à experiência com meu filho,
  • 16:29 - 16:32
    tive a oportunidade de aprender, de criar,
  • 16:32 - 16:35
    e de ajudar outros.
  • 16:37 - 16:40
    Nicolas adora contar,
  • 16:40 - 16:44
    usar o computador, tocar piano,
  • 16:44 - 16:49
    esquiar, cavalgar e conhecer pessoas.
  • 16:49 - 16:52
    Talvez não escolhamos o que nos acontece,
  • 16:52 - 16:57
    mas podemos escolher agir como vítimas,
  • 16:57 - 17:00
    esperando passivamente
    as coisas acontecerem,
  • 17:00 - 17:04
    ou ser proativos e agir.
  • 17:05 - 17:07
    Nós escolhemos.
  • 17:07 - 17:10
    Podemos fazer isso.
  • 17:10 - 17:12
    Para cada experiência,
  • 17:12 - 17:14
    podemos agir,
  • 17:14 - 17:16
    encontrar um jeito,
  • 17:16 - 17:19
    e aprender algo.
  • 17:19 - 17:24
    Graças a Nicolas e seus irmãos e irmã,
    minha vida se tornou fascinante.
  • 17:24 - 17:27
    Então, a deficiência?
  • 17:27 - 17:29
    O que posso fazer com isso?
  • 17:29 - 17:31
    Posso dizer: "Sim".
  • 17:31 - 17:33
    E: "Obrigada".
  • 17:33 - 17:34
    (Aplausos)
Title:
Deficiência? Eu digo "Sim" e "Obrigada!" | Christine MAYER | TEDxBelfort
Description:

O que você faz quando enfrenta uma provação? Mãe de cinco filhos, Christine Mayer conhece e compreende a precocidade e a deficiência. Graças a suas experiências, ela compartilha seu segredo para tornar cada dificuldade benéfica, construtiva e uma fonte de aprendizagem e inspiração.

Christine obteve o mais alto grau de ensino de matemática (Agregação Francesa em Matemática), muitos certificados Feuerstein, incluindo um certificado de treinador, e treinou em diversos campos nas neurociências. Ela seguiu um caminho atípico, graças às dificuldades de seu quarto filho. O histórico e as qualificações dela permitem que ela ajude os pais nas organizações sem fins lucrativos e crie ferramentas de desempenho originais para aumentar a inteligência emocional e cognitiva. No Upbraining Institute, ela capacita pais e profissionais em metapedagogia e organiza treinos intensivos de uma semana, onde os metapedagogos abordam e melhoram as habilidades de crianças, jovens e adultos.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
French
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:35

Portuguese, Brazilian subtitles

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