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Minha carta de amor ao "cosplay"

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    Existe um fato que eu amo que diz
  • 0:04 - 0:09
    que uma das coisas que contribuiu
    com o sucesso do ser humano como espécie
  • 0:09 - 0:12
    é a nossa falta de pelos.
  • 0:12 - 0:14
    Nossa nudez,
  • 0:14 - 0:16
    combinada com a invenção das roupas,
  • 0:16 - 0:20
    nos dá a habilidade de modular
    nossa temperatura corporal
  • 0:20 - 0:23
    e assim conseguir sobreviver
    dentro de qualquer clima.
  • 0:24 - 0:27
    Evoluímos ao ponto de não podermos
    sobreviver sem roupas.
  • 0:27 - 0:30
    E mais do que só uma utilidade,
    agora é uma comunicação.
  • 0:30 - 0:33
    Tudo que escolhemos vestir
    torna-se uma narrativa,
  • 0:33 - 0:35
    uma história sobre onde estivemos,
  • 0:35 - 0:39
    o que estamos fazendo,
    e quem queremos ser.
  • 0:39 - 0:41
    Eu fui uma criança solitária.
  • 0:41 - 0:44
    Não era muito fácil para mim
    achar amigos para brincar,
  • 0:44 - 0:46
    e acabei criando muitas
    das minhas brincadeiras.
  • 0:46 - 0:49
    Criei muitos de meus próprios brinquedos.
  • 0:49 - 0:51
    Tudo começou com sorvete.
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    Havia uma sorveteria na minha cidade natal
  • 0:54 - 0:58
    e eles serviam o sorvete
    a partir de gigantes tubos de papelão.
  • 0:58 - 1:01
    Quando eu tinha oito anos de idade,
  • 1:01 - 1:03
    alguém me disse que quando
    acabavam com o sorvete,
  • 1:03 - 1:05
    limpavam os tubos e os guardavam.
  • 1:05 - 1:08
    Se você pedisse poderiam te dar um.
  • 1:08 - 1:11
    Demorou algumas semanas
    para eu tomar coragem e pedir
  • 1:11 - 1:15
    até que me deram um; fui para casa
    com esse lindo tubo de papelão.
  • 1:15 - 1:18
    Mas o que fazer com esse material exótico?
  • 1:18 - 1:20
    Anel de metal na tampa e na base.
  • 1:20 - 1:23
    Virei ele de ponta cabeça
    e me dei conta: "Calma lá,
  • 1:23 - 1:25
    minha cabeça cabe aqui dentro".
  • 1:25 - 1:27
    (Risos)
  • 1:27 - 1:29
    Fiz um buraco no tubo,
  • 1:29 - 1:32
    coloquei uma peça de acetato
    e criei meu primeiro capacete espacial.
  • 1:32 - 1:33
    (Risos)
  • 1:33 - 1:36
    Eu precisava de um lugar
    para usar o capacete.
  • 1:36 - 1:39
    Encontrei uma caixa térmica
    a algumas quadras da minha casa.
  • 1:39 - 1:41
    Empurrei ela até minha casa,
  • 1:41 - 1:43
    e para dentro do armário
    do quarto de visitas.
  • 1:43 - 1:45
    Transformei ela em uma nave espacial.
  • 1:45 - 1:48
    Comecei com um painel de controle
    feito de papelão.
  • 1:48 - 1:50
    Cortei um buraco para a tela do radar
  • 1:50 - 1:52
    e coloquei uma lanterna para iluminá-la.
  • 1:52 - 1:55
    Criei uma tela vertical,
    um pouco afastada da parede.
  • 1:55 - 1:57
    Foi aqui que pensei que eu era um gênio.
  • 1:57 - 2:00
    Sem permissão, pintei
    o fundo do armário de preto,
  • 2:00 - 2:02
    coloquei várias estrelas
  • 2:02 - 2:06
    que iluminei com lâmpadas de Natal
    que tinha encontrado no sótão
  • 2:06 - 2:08
    e viajei em missões espaciais.
  • 2:09 - 2:12
    Alguns anos depois,
    o filme "Tubarão" estreou.
  • 2:12 - 2:15
    Eu era muito jovem para assistir,
    mas fui pego pela febre do filme,
  • 2:15 - 2:18
    assim como todo americano naquela época.
  • 2:18 - 2:21
    Uma loja na minha cidade
    tinha a fantasia do "Tubarão" na vitrine.
  • 2:21 - 2:24
    Minha mãe deve ter me escutado
    falando com alguém
  • 2:24 - 2:26
    sobre como eu achava incrível
    aquela fantasia,
  • 2:26 - 2:28
    pois alguns dias antes do Halloween
  • 2:28 - 2:32
    ela me deixou maluco
    ao me presentear a fantasia.
  • 2:32 - 2:35
    Reconheço que é normal
  • 2:35 - 2:37
    para pessoas de certa idade reclamarem
  • 2:37 - 2:40
    que a vida está ganha
    para os jovens de hoje,
  • 2:40 - 2:42
    mas vejamos apenas
    alguns exemplos aleatórios
  • 2:42 - 2:46
    de algumas fantasias
    que você pode comprar on-line agora.
  • 2:46 - 2:50
    E esta é a fantasia de "Tubarão"
    que minha mãe comprou para mim.
  • 2:50 - 2:51
    (Risos)
  • 2:53 - 2:56
    Um rosto de tubarão
  • 2:56 - 2:59
    com um poster do "Tubarão" em um babador.
  • 2:59 - 3:01
    (Risos)
  • 3:01 - 3:02
    Eu amava aquilo!
  • 3:02 - 3:04
    Alguns anos depois,
  • 3:04 - 3:07
    meu pai me levou para assistir
    um filme chamado "Excalibur".
  • 3:07 - 3:09
    Fiz com que ele me levasse duas vezes,
  • 3:09 - 3:13
    o que não é pouco
    já que é um filme para adultos.
  • 3:13 - 3:15
    Mas não foi o sangue e as entranhas
  • 3:15 - 3:17
    ou os seios que me faziam
    querer assistir de novo.
  • 3:17 - 3:18
    Ajudaram,
  • 3:18 - 3:19
    (Risos)
  • 3:19 - 3:21
    mas foi a armadura.
  • 3:21 - 3:25
    A armadura em "Excalibur"
    era incrivelmente bonita para mim.
  • 3:25 - 3:29
    Eram literalmente cavaleiros
    em armaduras brilhantes e polidas.
  • 3:29 - 3:33
    Além disso, os cavaleiros em "Excalibur"
    usavam sua armadura em todos os lugares,
  • 3:33 - 3:37
    o tempo todo: usavam
    no jantar, para dormir.
  • 3:37 - 3:38
    (Risos)
  • 3:38 - 3:40
    Eu pensava: "Estão lendo minha mente?
  • 3:40 - 3:42
    Também quero usar
    uma armadura o tempo todo!"
  • 3:42 - 3:44
    (Risos)
  • 3:44 - 3:46
    Voltei para meu material favorito,
  • 3:46 - 3:51
    a porta de entrada para a construção:
    papelão, e fiz minha própria armadura
  • 3:51 - 3:55
    repleta de escudos cervicais
    e um cavalo branco.
  • 3:55 - 3:58
    Já que fiz a propaganda, aqui está
    uma foto da armadura que criei.
  • 3:58 - 4:00
    (Risos)
  • 4:00 - 4:01
    (Aplausos)
  • 4:05 - 4:07
    Esta foi a primeira armadura que fiz
  • 4:07 - 4:09
    inspirada em "Excalibur".
  • 4:09 - 4:10
    Alguns anos depois,
  • 4:10 - 4:14
    convenci meu pai a me ajudar
    a construir uma armadura adequada.
  • 4:14 - 4:16
    Em pouco mais de um mês,
  • 4:16 - 4:20
    evoluí do uso do papelão
    para o uso de chapas de alumínio
  • 4:20 - 4:24
    e o que ainda é um dos meus favoritos
    elementos de fixação: rebites.
  • 4:24 - 4:26
    Cuidadosamente, ao longo daquele mês,
  • 4:26 - 4:28
    construímos uma armadura
    articulada de alumínio
  • 4:28 - 4:30
    com curvas sobrepostas.
  • 4:30 - 4:33
    Fizemos furos no capacete
    para que eu pudesse respirar,
  • 4:33 - 4:36
    e terminei justo antes do Halloween
    para que eu pudesse usar na escola.
  • 4:36 - 4:40
    Esta é a única parte desta palestra
    que não possuo um slide para mostrar,
  • 4:40 - 4:42
    pois não existem fotos desta armadura.
  • 4:42 - 4:43
    Fui para a escola com ela,
  • 4:43 - 4:46
    tinha um fotógrafo
    que patrulhava os corredores,
  • 4:46 - 4:49
    mas ele nunca me encontrou por razões
    que estão prestes a ficarem claras.
  • 4:49 - 4:51
    Algumas coisas eu não anticipei
  • 4:51 - 4:56
    sobre usar uma armadura completa
    de alumínio na escola.
  • 4:56 - 4:59
    Na terceira aula, a de matemática,
    eu estava de pé no fundo da sala,
  • 4:59 - 5:03
    e eu ficava de pé, pois a armadura
    não me permitia sentar.
  • 5:03 - 5:04
    (Risos)
  • 5:04 - 5:07
    Esta foi a primeira coisa
    que não pensei com antecedência.
  • 5:07 - 5:10
    Minha professora olhou para mim
    um pouco preocupada
  • 5:10 - 5:12
    e no meio da aula perguntou:
    "Está se sentindo bem?"
  • 5:12 - 5:15
    Pensei: "Está brincando?
    Se estou me sentindo bem?
  • 5:15 - 5:18
    Estou usando uma armadura!
    Este é o melhor momento da minha..."
  • 5:18 - 5:21
    Estava quase determinado a dizer
    como me sentia incrível
  • 5:21 - 5:23
    quando a sala começou
    a tombar para a esquerda
  • 5:23 - 5:26
    e desaparecer em um longo túnel,
  • 5:26 - 5:29
    e então eu acordei na enfermaria.
  • 5:30 - 5:35
    Eu tinha desmaiado de tanto calor
    por ficar de armadura.
  • 5:35 - 5:36
    Quando acordei,
  • 5:36 - 5:39
    não estava envergonhado
    por ter desmaiado no meio da sala.
  • 5:39 - 5:41
    Estava me perguntando:
    "Quem pegou minha armadura?"
  • 5:41 - 5:42
    (Risos)
  • 5:42 - 5:44
    Avancemos alguns bons anos,
  • 5:44 - 5:47
    uns colegas e eu fomos contratados
    para fazer um programa
  • 5:47 - 5:48
    chamado 'Caçadores de Mitos".
  • 5:48 - 5:50
    Ao longo de 14 anos,
  • 5:50 - 5:53
    aprendi trabalhando como construir
    metodologias experimentais
  • 5:53 - 5:55
    e como contar histórias
    sobre elas na televisão.
  • 5:56 - 5:58
    Eu também aprendi bem cedo
  • 5:58 - 6:00
    que se fantasiar é fundamental
    para contar uma história.
  • 6:00 - 6:04
    Uso fantasias para adicionar
    humor, comédia, cor
  • 6:04 - 6:07
    e clareza narrativa
    às histórias que contamos.
  • 6:08 - 6:11
    Ao fazer um episódio chamado
    "Mergulhando numa lixeira",
  • 6:11 - 6:13
    aprendi um pouco mais
  • 6:13 - 6:16
    sobre as profundas implicações
    do significado da fantasia para mim.
  • 6:16 - 6:18
    Nesse episódio,
  • 6:18 - 6:20
    a pergunta que tentávamos responder era:
  • 6:20 - 6:24
    "É seguro pular em uma lixeira
    como os filmes nos fazem acreditar?"
  • 6:24 - 6:25
    (Risos)
  • 6:25 - 6:28
    O episódio teria duas partes.
  • 6:28 - 6:31
    A primeira era ser treinado por um dublê
    para pular de um prédio
  • 6:31 - 6:33
    em cima de um colchão de ar.
  • 6:33 - 6:35
    A segunda parte foi a formatura:
  • 6:35 - 6:38
    enchemos uma lixeira com coisas
    e pulamos dentro dela.
  • 6:38 - 6:40
    Queria separar visualmente
    estes dois elementos,
  • 6:40 - 6:42
    e então pensei:
  • 6:42 - 6:45
    "Bem, na primeira parte estamos treinando,
    então deveríamos usar agasalhos...
  • 6:45 - 6:49
    Escrevamos "Dublê Novato"
    na parte de trás dos agasalhos.
  • 6:49 - 6:50
    Esse será para o treinamento".
  • 6:50 - 6:54
    Para a segunda parte, queria algo
    que fosse visualmente impactante.
  • 6:54 - 6:56
    "Já sei! Vou me vestir
    como o Neo, do filme 'Matrix'."
  • 6:56 - 6:57
    (Risos)
  • 6:57 - 7:01
    Fui para a Rua Haight e comprei
    lindas botas de cano alto com fivelas.
  • 7:01 - 7:04
    Achei um casaco longo no eBay.
  • 7:04 - 7:07
    Comprei óculos escuros, para os quais
    tive que usar lentes de contato.
  • 7:07 - 7:10
    O dia da filmagem do experimento chegou,
  • 7:10 - 7:14
    e saí do carro naquela fantasia
    e a equipe olhou para mim...
  • 7:14 - 7:16
    e eles começaram a reprimir uma risadinha.
  • 7:17 - 7:20
    (Som de riso contido)
  • 7:20 - 7:22
    Eu senti duas coisas distintas
    naquele momento.
  • 7:22 - 7:24
    Me senti totalmente envergonhado
  • 7:24 - 7:27
    pelo fato de que, claramente
    para minha equipe,
  • 7:27 - 7:30
    eu adorava usar aquela fantasia.
  • 7:30 - 7:31
    (Risos)
  • 7:31 - 7:35
    Mas o produtor dentro
    de minha mente me lembrou
  • 7:35 - 7:37
    que na filmagem rápida
    em câmera lenta
  • 7:37 - 7:40
    aquele casaco ficará
    lindo atrás de mim.
  • 7:40 - 7:41
    (Risos)
  • 7:42 - 7:44
    Após cinco anos de Caçadores de Mitos,
  • 7:44 - 7:47
    fomos convidados a aparecer
    na Comic-Con de San Diego.
  • 7:47 - 7:50
    Conhecia a Comic-Con há muitos anos,
    mas nunca tive tempo para comparecer.
  • 7:50 - 7:54
    Aquele era o templo das fantasias.
  • 7:54 - 7:56
    Pessoas viajam de todo lugar do mundo
  • 7:56 - 7:59
    para mostrar suas incríveis criações
    nas calçadas de San Diego
  • 7:59 - 8:00
    e eu queria participar.
  • 8:00 - 8:05
    Decidi que iria criar uma fantasia
    que me cobrisse completamente,
  • 8:05 - 8:09
    e iria caminhar pelo pavilhão
    da Comic-Con de San Diego anonimamente.
  • 8:09 - 8:10
    Qual fantasia escolhi?
  • 8:10 - 8:11
    "Hellboy".
  • 8:11 - 8:14
    Essa não é minha fantasia,
    é o "Hellboy" de fato.
  • 8:14 - 8:15
    (Risos)
  • 8:15 - 8:16
    Mas eu gastei meses
  • 8:16 - 8:19
    montando o "Hellboy"
    mais realista que pude
  • 8:19 - 8:22
    das botas, ao cinto e à calça,
    até a mão direita da perdição.
  • 8:22 - 8:27
    Achei um cara que criou próteses da cabeça
    e do tórax do "Hellboy" e as vesti.
  • 8:27 - 8:31
    Até mandei fazer lentes de contato
    para o meu grau.
  • 8:31 - 8:33
    Então fui para o pavilhão da Comic-Con
  • 8:33 - 8:38
    e nem te conto como estava quente
    dentro daquela fantasia!
  • 8:38 - 8:39
    (Risos)
  • 8:39 - 8:41
    Suando! Deveria ter lembrado disso.
  • 8:41 - 8:44
    Estava suando litros, minhas lentes
    começaram a machucar os olhos,
  • 8:44 - 8:47
    mas nada disso importava,
    pois eu estava apaixonado.
  • 8:47 - 8:49
    (Risos)
  • 8:49 - 8:53
    Não somente pelo processo de vestir
    aquela fantasia e caminhar pelo pavilhão,
  • 8:53 - 8:56
    mas também pela comunhão
    com outras pessoas e suas fantasias.
  • 8:56 - 9:00
    No evento não chamam de fantasia,
    chamam de "cosplay".
  • 9:00 - 9:03
    Cosplay significa pessoas que se vestem
  • 9:03 - 9:05
    como seus personagens favoritos
    de filmes, televisão,
  • 9:05 - 9:09
    e especialmente desenhos japoneses,
    mas é muito mais do que isso.
  • 9:09 - 9:12
    Não são apenas pessoas
    que encontram uma fantasia para vestir.
  • 9:12 - 9:15
    Elas misturam as fantasias,
    e as modificam livremente.
  • 9:15 - 9:19
    Modificam para serem quem quiserem
    dentro daquelas criações.
  • 9:19 - 9:21
    São muito espertos e talentosos.
  • 9:21 - 9:23
    Deixam sua loucura voar
    e tudo isso é lindo.
  • 9:23 - 9:25
    (Risos)
  • 9:25 - 9:27
    Mais do que isso,
    eles ensaiam o uso das fantasias.
  • 9:27 - 9:29
    Neste evento ou em qualquer outro desses,
  • 9:29 - 9:31
    você não apenas tira fotos
    das pessoas passeando.
  • 9:31 - 9:35
    Você vai e diz: "Gostei da sua fantasia,
    poderia tirar uma foto?"
  • 9:35 - 9:38
    Você precisa dar um tempo
    para que preparem uma pose.
  • 9:38 - 9:40
    Trabalharam muito nessa pose
  • 9:40 - 9:42
    para que sua fantasia
    fique ótima na sua fotografia.
  • 9:42 - 9:45
    É lindo de se ver.
  • 9:45 - 9:47
    Gosto disto de paixão.
  • 9:47 - 9:48
    Em eventos subsequentes,
  • 9:48 - 9:52
    aprendi o caminhar torto de Heath Ledger
    como Coringa em "O Cavaleiros das Trevas".
  • 9:52 - 9:56
    Aprendi como ser o assustador "Nazgûl"
    do filme "O Senhor dos Anéis",
  • 9:56 - 9:58
    e efetivamente assustava algumas crianças.
  • 9:58 - 10:00
    Aprendi aquele grunhido
  • 10:00 - 10:03
    que o Chewbacca faz quando ri.
  • 10:03 - 10:06
    Depois me fantasiei como o Sem-Face
    do filme "A Viagem de Chihiro".
  • 10:06 - 10:09
    Se você não sabe sobre este filme
    e sobre seu diretor Hayao Miyazaki,
  • 10:09 - 10:11
    já podem me agradecer.
  • 10:11 - 10:12
    (Risos)
  • 10:12 - 10:16
    Esta é uma obra-prima
    e um dos meus filmes favoritos.
  • 10:16 - 10:20
    É sobre uma menina chamada Chihiro
    que se perde em um mundo espiritual
  • 10:20 - 10:22
    situado em um abandonado
    parque temático japonês.
  • 10:22 - 10:26
    Ela encontra seu caminho de volta
    com a ajuda de alguns amigos:
  • 10:26 - 10:28
    um dragão chamado Haku
  • 10:28 - 10:31
    e um demônio solitário chamado Sem-Face.
  • 10:31 - 10:33
    Sem-Face é solitário
    e quer fazer amizades.
  • 10:33 - 10:37
    Pensa que o jeito de fazer amizades
    é seduzindo as pessoas para ele
  • 10:37 - 10:39
    ao produzir ouro em suas mãos.
  • 10:39 - 10:43
    Isso não dá muito certo,
    então ele acaba em certo tumulto
  • 10:43 - 10:47
    até que Chihiro o resgata desse alvoroço.
  • 10:47 - 10:50
    Construí uma fantasia do Sem-Face
  • 10:51 - 10:53
    e a vesti no pavilhão da Comic-Con.
  • 10:53 - 10:58
    Cuidadosamente pratiquei
    os gestos do Sem-Face.
  • 10:58 - 11:01
    Decidi que não iria falar
    ao usar esta fantasia.
  • 11:01 - 11:04
    Quando perguntavam
    se poderiam tirar uma foto,
  • 11:04 - 11:08
    eu acenava com a cabeça
    e timidamente me colocava ao lado deles.
  • 11:08 - 11:09
    Eles tiravam sua foto
  • 11:09 - 11:12
    e então eu retirava
    de dentro do meu manto
  • 11:12 - 11:14
    uma moeda dourada de chocolate.
  • 11:14 - 11:17
    Ao final da fotografia,
    eu a revelava para eles.
  • 11:19 - 11:20
    Assim.
  • 11:20 - 11:21
    As pessoas enloqueciam.
  • 11:21 - 11:24
    "Caramba! Ouro do Sem-Face!
    Meu Deus, isto é demais!"
  • 11:24 - 11:28
    Eu sentia aquela loucura
    enquanto caminhava e era fantástico.
  • 11:28 - 11:31
    Após uns 15 minutos algo acontece.
  • 11:31 - 11:33
    Uma pessoa agarra minha mão,
  • 11:34 - 11:36
    e me devolve a moeda.
  • 11:36 - 11:40
    Pensei que talvez estivesse me devolvendo
    uma moeda como gesto de gratidão,
  • 11:40 - 11:42
    mas não, esta era uma das moedas
    que eu tinha dado.
  • 11:42 - 11:44
    Não sei por quê.
  • 11:44 - 11:46
    Continuei caminhando e tirando fotos,
  • 11:46 - 11:48
    e acontece novamente.
  • 11:48 - 11:51
    Entenda, eu não consigo ver nada
    de dentro dessa fantasia.
  • 11:51 - 11:53
    Consigo ver através da boca...
  • 11:53 - 11:54
    consigo ver os sapatos das pessoas.
  • 11:54 - 11:57
    Consigo escutar o que dizem
    e consigo ver seus pés.
  • 11:57 - 11:59
    A terceira vez que uma pessoa
    me devolveu a moeda,
  • 11:59 - 12:02
    eu quis saber o que estava acontecendo.
  • 12:02 - 12:05
    Inclinei minha cabeça para trás
    para ter uma visão melhor,
  • 12:05 - 12:08
    e o que vi foi uma pessoa
    se afastando de mim assim.
  • 12:10 - 12:12
    E então me dei conta:
  • 12:13 - 12:16
    aceitar ouro do Sem-Face causa má sorte.
  • 12:16 - 12:18
    No filme "A Viagem de Chihiro",
  • 12:18 - 12:22
    aqueles que pegam ouro do Sem-Face
    ficam com a má sorte.
  • 12:22 - 12:29
    Esta não é uma relação entre um ator
    e uma audiência; isto é "cosplay".
  • 12:30 - 12:32
    Todos nós naquele pavilhão
  • 12:32 - 12:35
    estamos nos jogando em uma narrativa
    que significou algo para nós,
  • 12:36 - 12:38
    fazendo disso algo nosso.
  • 12:38 - 12:42
    Estamos nos conectando com algo
    importante dentro de nós,
  • 12:42 - 12:46
    e as fantasias são como nos revelamos
  • 12:46 - 12:48
    uns aos outros.
  • 12:48 - 12:49
    Obrigado.
  • 12:49 - 12:51
    (Aplausos)
Title:
Minha carta de amor ao "cosplay"
Speaker:
Advam Savage
Description:

Adam Savage cria e constrói experimentos e usa fantasias para somar humor, cor e clareza às histórias que conta. Ao contar seu amor pelas fantasias, desde um capacete espacial feito de papelão até uma fantasia do "Sem-Face" que usou na "Comic-con", Adam explora o mundo do "cosplay" e o significado que este cria para sua comunidade. Adam diz: "Estamos nos conectando com algo importante dentro de nós. As fantasias são como nos revelamos uns aos outros".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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