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Quatro razões para aprender uma nova língua

  • 0:01 - 0:03
    O idioma que falo neste momento
  • 0:03 - 0:08
    está no caminho de se tornar
    o idioma universal do mundo,
  • 0:08 - 0:10
    para o bem ou para o mal.
  • 0:10 - 0:11
    Vamos encarar,
  • 0:11 - 0:13
    é o idioma da internet,
  • 0:13 - 0:15
    é o idioma das finanças,
  • 0:15 - 0:18
    é o idioma do controle de tráfego aéreo,
  • 0:18 - 0:19
    da música popular,
  • 0:19 - 0:20
    diplomacia.
  • 0:20 - 0:22
    O inglês está em todo lugar.
  • 0:22 - 0:26
    O mandarim é falado por mais pessoas,
  • 0:26 - 0:32
    mas mais chineses estão aprendendo inglês
    do que falantes de inglês aprendem chinês.
  • 0:32 - 0:33
    Pelo que soube,
  • 0:33 - 0:40
    há dezenas de universidades hoje,
    na China, ensinando tudo em inglês.
  • 0:40 - 0:41
    O inglês está dominando.
  • 0:42 - 0:43
    E, mais do que isso,
  • 0:43 - 0:46
    já foi previsto que, no fim do século,
  • 0:46 - 0:50
    quase todas as línguas que existem hoje,
    existem cerca de 6 mil,
  • 0:50 - 0:52
    não serão mais usadas.
  • 0:52 - 0:55
    Restarão apenas algumas centenas.
  • 0:55 - 0:57
    E, além disso,
  • 0:57 - 1:02
    estamos num ponto
    em que tradução simultânea
  • 1:02 - 1:05
    não só é possível,
    como tem melhorado a cada ano.
  • 1:05 - 1:08
    A razão pela qual digo isso a vocês
  • 1:08 - 1:11
    é porque sei que estamos
    chegando num ponto
  • 1:11 - 1:14
    em que uma questão será levantada, que é:
  • 1:14 - 1:17
    por que devemos aprender
    línguas estrangeiras,
  • 1:17 - 1:21
    exceto quando o inglês for
    um idioma estrangeiro para alguém?
  • 1:21 - 1:24
    Por que aprender outro
    quando se está chegando ao ponto
  • 1:24 - 1:30
    em que quase todos no mundo serão capazes
    de se comunicar com um único?
  • 1:31 - 1:32
    Eu acho que existem muitas razões,
  • 1:32 - 1:35
    mas, antes, quero tratar
  • 1:35 - 1:38
    de uma sobre a qual muitos de vocês
    já devem ter ouvido,
  • 1:38 - 1:42
    porque é mais perigosa do que pensam:
  • 1:42 - 1:46
    é a ideia de que uma língua
    guia seus pensamentos,
  • 1:47 - 1:51
    de que o vocabulário e a gramática
    de diferentes idiomas
  • 1:51 - 1:55
    dão a todos uma sensação
    diferente de viagem,
  • 1:55 - 1:56
    por assim dizer.
  • 1:56 - 2:00
    Essa é uma ideia
    maravilhosamente sedutora,
  • 2:00 - 2:02
    mas um pouco exagerada.
  • 2:02 - 2:05
    Não que seja completamente mentira.
  • 2:05 - 2:09
    Por exemplo, em francês e em espanhol,
  • 2:09 - 2:13
    a palavra para mesa é,
    por alguma razão, feminina.
  • 2:13 - 2:17
    Então, "la table", "la mesa",
    temos que lidar com isso.
  • 2:17 - 2:19
    E já foi revelado
  • 2:19 - 2:21
    que se você é falante de um desses idiomas
  • 2:21 - 2:27
    e alguém lhe pergunta
    como você imaginaria uma mesa falando,
  • 2:28 - 2:32
    muito mais provável seria do que ao acaso,
  • 2:32 - 2:33
    um falante de francês ou espanhol
  • 2:34 - 2:38
    diria que a mesa falaria
    com uma voz aguda e feminina.
  • 2:38 - 2:42
    Então, se você é francês ou espanhol,
    para você, "mesa" é como uma menina,
  • 2:43 - 2:45
    mas não para você, falante de inglês.
  • 2:46 - 2:48
    É difícil não amar esse tipo de dado,
  • 2:48 - 2:49
    e muita gente dirá que isso significa
  • 2:49 - 2:54
    que é a visão mundial que se tem
    quando se fala uma dessas línguas.
  • 2:54 - 2:56
    Mas temos que ter cuidado,
  • 2:56 - 3:01
    pois imaginem se alguém
    nos analisar a fundo,
  • 3:01 - 3:03
    refiro-me a nós,
    falantes nativos de inglês.
  • 3:03 - 3:06
    Qual é a visão mundial
    a partir da língua inglesa?
  • 3:07 - 3:10
    Por exemplo, vamos pegar
    um falante de inglês.
  • 3:10 - 3:13
    Na tela, vemos o Bono.
  • 3:13 - 3:14
    Ele fala inglês.
  • 3:14 - 3:17
    Eu presumo que ele tenha
    uma visão do mundo.
  • 3:17 - 3:21
    Agora, esse é Donald Trump.
  • 3:21 - 3:24
    Ao seu modo, ele também fala inglês.
  • 3:24 - 3:26
    (Risos)
  • 3:28 - 3:31
    E aqui está a Sra. Kardashian
  • 3:31 - 3:33
    e ela fala inglês também.
  • 3:33 - 3:36
    Então aqui estão três falantes
    da língua inglesa.
  • 3:36 - 3:39
    Qual visão do mundo
    essas três pessoas têm em comum?
  • 3:39 - 3:44
    Que visão mundial é moldada
    pelo idioma que os une?
  • 3:44 - 3:46
    É um conceito altamente inquietante.
  • 3:46 - 3:51
    E, então, torna-se um consenso gradual
    que um idioma pode moldar o pensamento,
  • 3:51 - 3:58
    mas tende a ser mais uma vibração
    charmosa, obscura e psicológica.
  • 3:58 - 4:02
    Não é uma questão de nos dar
    óculos diferentes para ver o mundo.
  • 4:03 - 4:05
    Agora, se esse é o caso,
  • 4:05 - 4:07
    então por que aprender idiomas?
  • 4:07 - 4:09
    Se isso não vai mudar
    o jeito como você pensa,
  • 4:10 - 4:12
    quais seriam as outras razões?
  • 4:12 - 4:13
    Existem algumas.
  • 4:14 - 4:19
    Uma delas é que, se você quer
    assimilar uma cultura,
  • 4:19 - 4:22
    se você quer se embriagar dela,
    se quer se tornar parte dela,
  • 4:22 - 4:26
    então se o idioma serve ou não
    como meio para a cultura,
  • 4:26 - 4:28
    e isso parece duvidoso,
  • 4:28 - 4:30
    se você quer assimilar da cultura,
  • 4:30 - 4:36
    você tem que dominar, em algum nível,
    o idioma que pertence a essa cultura.
  • 4:36 - 4:37
    Não há outro jeito.
  • 4:37 - 4:40
    Há uma ilustração interessante
    para esse ponto.
  • 4:40 - 4:44
    Tenho que ser um pouco obscuro,
    mas vocês deveriam procurar:
  • 4:44 - 4:48
    existe um filme, do diretor
    canadense Denys Arcand,
  • 4:48 - 4:52
    que em inglês é pronunciado "Dennis
    Ar-cand", se quiserem procurá-lo.
  • 4:52 - 4:55
    Ele fez um filme chamado
    "Jesus de Montreal".
  • 4:55 - 4:57
    E muitos de seus personagens
  • 4:57 - 5:02
    são mulheres franco-canadenses vibrantes,
    engraçadas, apaixonadas, interessantes,
  • 5:02 - 5:04
    que falam francês.
  • 5:04 - 5:06
    Há uma cena perto do final
  • 5:06 - 5:10
    em que elas têm que levar uma amiga
    a um hospital onde se fala inglês.
  • 5:10 - 5:12
    Lá, elas têm que falar inglês.
  • 5:12 - 5:15
    Elas falam inglês,
    mas essa não é sua língua nativa,
  • 5:15 - 5:16
    elas preferem não falar inglês.
  • 5:16 - 5:18
    E elas falam mais devagar,
  • 5:18 - 5:20
    elas têm sotaque, não são idiomáticas.
  • 5:20 - 5:23
    De repente, essas personagens
    por quem nos apaixonamos
  • 5:23 - 5:27
    tornam-se superficialidades delas mesmas,
    elas são sombra delas mesmas.
  • 5:27 - 5:29
    Entrar numa cultura
  • 5:29 - 5:33
    e somente examinar pessoas
    através daquela cortina transparente
  • 5:33 - 5:36
    significa nunca entender
    realmente a cultura.
  • 5:36 - 5:39
    E, para a extensão das centenas
    de línguas que restarão,
  • 5:39 - 5:40
    uma razão para aprendê-las
  • 5:40 - 5:44
    é que elas são como ingressos
    para que se possa participar
  • 5:44 - 5:46
    da cultura das pessoas que as falam,
  • 5:46 - 5:49
    somente pelo fato
    de que esse é o código delas.
  • 5:49 - 5:51
    Então, esta é uma razão.
  • 5:51 - 5:53
    Segunda razão:
  • 5:53 - 5:54
    já foi mostrado
  • 5:54 - 5:59
    que se você fala dois idiomas,
    é menos provável que tenha demência,
  • 5:59 - 6:02
    e que você provavelmente
    é um melhor multitarefas.
  • 6:03 - 6:06
    E estes são fatores estabelecidos cedo,
  • 6:06 - 6:08
    e devem nos dar uma direção
  • 6:08 - 6:12
    sobre quando dar lições
    aos jovens estudantes em outro idioma.
  • 6:12 - 6:15
    Bilinguismo é saudável.
  • 6:15 - 6:17
    E, então, terceiro:
  • 6:17 - 6:21
    idiomas são uma grande diversão.
  • 6:21 - 6:22
    Muito mais do que nos dizem.
  • 6:22 - 6:26
    Por exemplo, em árabe,
    "kataba": ele escreveu.
  • 6:26 - 6:29
    "Yaktubu": ele escreve, ela escreve.
  • 6:30 - 6:32
    "Uktub": escreva, no imperativo.
  • 6:32 - 6:34
    O que essas palavras têm em comum?
  • 6:34 - 6:36
    Todas essas palavras têm em comum
  • 6:36 - 6:40
    as consoantes situadas
    no meio, como pilares.
  • 6:40 - 6:41
    Elas permanecem paradas,
  • 6:41 - 6:44
    e as vogais dançam
    ao redor das consoantes.
  • 6:44 - 6:48
    Quem não gostaria de rolar isso pela boca?
  • 6:48 - 6:52
    Conseguimos fazer isso com o hebraico,
    com o principal idioma da Etiópia,
  • 6:52 - 6:53
    o amárico.
  • 6:53 - 6:54
    Isso é divertido.
  • 6:54 - 6:57
    Ou idiomas que têm uma ordem
    diferente de palavras.
  • 6:57 - 7:00
    Aprender a falar com uma ordem
    diferente de palavras
  • 7:00 - 7:03
    é como dirigir no lado
    diferente de uma rua
  • 7:03 - 7:05
    se vamos a certos países,
  • 7:05 - 7:09
    ou o sensação de quando colocarmos
    hamamelis ao redor dos olhos
  • 7:09 - 7:11
    e sentimos formigar.
  • 7:11 - 7:13
    Um idioma pode fazer isso com você.
  • 7:13 - 7:17
    Então, por exemplo,
    "The Cat in the Hat Comes Back",
  • 7:17 - 7:19
    um livro para o qual sei
    que nos voltamos sempre,
  • 7:19 - 7:20
    como "Moby Dick".
  • 7:20 - 7:22
    Uma frase nele diz:
  • 7:22 - 7:26
    "Você sabe onde o achei?
    Você sabe onde ele estava?
  • 7:26 - 7:29
    Estava comendo bolo
    na banheira. Estava sim!"
  • 7:29 - 7:32
    Ótimo. Agora, se você
    aprender isso em mandarim,
  • 7:32 - 7:33
    você tem que dominar
  • 7:33 - 7:35
    "Você pode saber eu onde o achei?
  • 7:35 - 7:37
    Ele estava na banheira
    dentro devorando bolo,
  • 7:37 - 7:39
    Sem erro devorando mastigando!"
  • 7:39 - 7:40
    Isso parece certo.
  • 7:40 - 7:44
    Imagine ser capaz de fazer isso
    por anos e anos.
  • 7:45 - 7:49
    Ou, você já aprendeu cambojano?
  • 7:49 - 7:52
    Eu também não, mas se aprendesse,
  • 7:52 - 7:57
    eu teria que buscar em minha boca
    não apenas algumas dezenas de vogais,
  • 7:57 - 7:58
    como no inglês,
  • 7:58 - 8:01
    mas umas boas 30 vogais diferentes
  • 8:01 - 8:05
    movendo-se e fluindo pela boca cambojana
  • 8:05 - 8:07
    como abelhas numa colmeia.
  • 8:07 - 8:10
    Isso é o que um idioma pode nos dar.
  • 8:10 - 8:12
    E, mais ao ponto,
  • 8:12 - 8:16
    nós vivemos numa era em que nunca foi
    tão fácil aprender outro idioma sozinho.
  • 8:16 - 8:18
    Antes, você entrava numa classe,
  • 8:18 - 8:20
    e lá havia um professor diligente,
  • 8:20 - 8:22
    um professor genial,
  • 8:22 - 8:24
    mas aquela pessoa só estava
    presente algumas vezes
  • 8:24 - 8:25
    e você tinha que ir,
  • 8:25 - 8:27
    e não era a maior parte do tempo.
  • 8:27 - 8:29
    Você tinha que ir à aula.
  • 8:29 - 8:32
    Se você não tinha isso,
    você tinha um vinil.
  • 8:32 - 8:33
    Eu os conheci.
  • 8:33 - 8:36
    Havia muita informação num vinil,
  • 8:36 - 8:37
    ou numa fita cassete,
  • 8:37 - 8:40
    ou mesmo num objeto antigo
    conhecido como CD.
  • 8:40 - 8:42
    Além disso, havia livros
    que não funcionavam.
  • 8:42 - 8:44
    Era desse jeito.
  • 8:44 - 8:47
    Hoje, você pode se deitar,
  • 8:47 - 8:50
    repousar no chão da sua sala,
    tomando um uísque,
  • 8:51 - 8:53
    e aprender qualquer idioma que você queira
  • 8:53 - 8:56
    com módulos maravilhosos,
    como os do Rosetta Stone.
  • 8:56 - 8:59
    E eu também recomendo o Glossika,
    que é menos conhecido.
  • 8:59 - 9:03
    Podemos fazer isso a qualquer hora.
    Portanto, conseguimos fazer mais e melhor.
  • 9:03 - 9:07
    Podemos fazer nossa rotina matinal
    em várias línguas.
  • 9:07 - 9:11
    Todas as manhãs, eu leio
    "Dilbert" em várias línguas,
  • 9:11 - 9:13
    isso aumenta nossas habilidades.
  • 9:13 - 9:15
    Não conseguiria fazer isso há 20 anos,
  • 9:15 - 9:18
    quando a ideia de ter
    qualquer idioma que você quisesse
  • 9:18 - 9:21
    na palma da mão,
    vindo do seu telefone,
  • 9:21 - 9:26
    pareceria ficção científica
    mesmo para pessoas sofisticadas.
  • 9:26 - 9:28
    Então, eu recomento
  • 9:28 - 9:32
    que você aprenda idiomas
    além desse que falo,
  • 9:32 - 9:36
    porque nunca houve
    melhor momento para fazê-lo.
  • 9:36 - 9:37
    É uma diversão incrível.
  • 9:37 - 9:39
    Isso não vai fazê-lo mudar de ideia,
  • 9:39 - 9:42
    mas vai, com certeza,
    deixá-lo maravilhado.
  • 9:42 - 9:43
    Muito obrigado.
  • 9:43 - 9:46
    (Aplausos)
Title:
Quatro razões para aprender uma nova língua
Speaker:
John McWhorter
Description:

O inglês está rapidamente se tornando o idioma universal e a tecnologia de tradução simultânea está se desenvolvendo a cada ano. Então, por que se preocupar em aprender uma língua estrangeira?
Linguista e professor da Universidade Columbia, John McWhorter compartilha quatro fascinantes benefícios de aprender um idioma diferente.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
10:01

Portuguese, Brazilian subtitles

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