O que a morte me ensinou sobre a vida | Jane Whitlock | TEDxMinneapolis
-
0:08 - 0:11Nascimento e morte
-
0:11 - 0:14são os pilares sagrados das nossas vidas.
-
0:14 - 0:20Então, por que nos preparamos
com atenção e cuidado para um -
0:20 - 0:22e não para o outro?
-
0:23 - 0:28Imagine se tratássemos o nascimento
do mesmo modo que fazemos com a morte. -
0:29 - 0:34Uma mulher recebe
a notícia que está grávida. -
0:34 - 0:37Não saberíamos como conversar.
-
0:38 - 0:40Ela perderia amigos
-
0:40 - 0:43porque eles teriam medo
de falar algo errado. -
0:44 - 0:46Ela iria ao médico,
-
0:46 - 0:50e este, em vez de prepará-la
-
0:50 - 0:53para a gravidez e o nascimento,
-
0:53 - 0:57estaria interessado
apenas no plano de tratamento. -
0:58 - 1:04Conforme a gravidez avançasse,
e o tratamento se tornasse menos eficaz, -
1:04 - 1:06(Risos)
-
1:09 - 1:15seria muito difícil para seus amigos,
sua família, ou o médico dizerem: -
1:15 - 1:18"É melhor pararmos,
acho que não está funcionando". -
1:18 - 1:19(Risos)
-
1:22 - 1:23Até mesmo a grávida,
-
1:23 - 1:26quando dissesse: "Acho
que preciso me preparar. -
1:26 - 1:28Sinto que o nascimento vai acontecer,
-
1:28 - 1:31acho que deveria ir a um obstetra",
-
1:31 - 1:33seus amigos e sua família diriam:
-
1:33 - 1:35"Ah, não. Você ainda não está pronta.
-
1:35 - 1:39Não, você não pode desistir.
Continue lutando". -
1:39 - 1:43Esse seria o nosso padrão preferido
para apoiar as mulheres grávidas: -
1:43 - 1:45"Você pode vencer isso".
-
1:45 - 1:48Desse modo, negando,
-
1:49 - 1:54negando a morte até o minuto
em que ela acontece, -
1:54 - 1:59perdemos a oportunidade de crescer,
-
1:59 - 2:02curar nossas relações,
-
2:02 - 2:05encontrar um propósito para nossa vida
-
2:05 - 2:07e deixar um legado.
-
2:07 - 2:11Essas são as coisas
que nos preparam para a morte. -
2:12 - 2:16A morte é natural e inevitável.
-
2:16 - 2:20Então, por que temos medo de falar dela?
-
2:20 - 2:24Oitenta por cento das pessoas dizem
-
2:24 - 2:26que planejar o fim da vida
é uma ideia boa. -
2:26 - 2:30Vinte e sete por cento das pessoas
fazem um testamento em vida. -
2:30 - 2:33Desses 27%,
-
2:33 - 2:39apenas 11% das pessoas responsáveis
por executar o testamento -
2:39 - 2:41sabem onde ele está.
-
2:41 - 2:42(Risos)
-
2:42 - 2:49A incapacidade de se preparar eficazmente
para a morte tem consequências bem reais. -
2:49 - 2:54Hospitais estão cheios de pessoas ligadas
a respiradores e tubos de alimentação, -
2:55 - 2:58pessoas rodeadas por cuidadores
-
2:58 - 3:03que acham que a única escolha
é esperar por um milagre -
3:03 - 3:07porque eles não têm ideia
do que aquela pessoa desejaria. -
3:08 - 3:11Eu nem sempre fui assim.
-
3:11 - 3:12Não era a minha fantasia
-
3:12 - 3:16falar com um público cativo sobre a morte.
-
3:16 - 3:17(Risos)
-
3:19 - 3:21Eu era normal como todo mundo.
-
3:21 - 3:23(Risos)
-
3:23 - 3:27Eu ficava na beira do campo
nos jogos de futebol dos meus filhos -
3:27 - 3:30e reclamava dos hábitos
irritantes do meu marido. -
3:30 - 3:31(Risos)
-
3:31 - 3:35Eu planejava as férias meses antes,
-
3:35 - 3:39supondo que eu estaria viva
para desfrutar delas. -
3:39 - 3:41(Risos)
-
3:42 - 3:46Eu ficava bastante irritada
com quem não dava seta, -
3:46 - 3:48isso me deixava louca.
-
3:48 - 3:52Mas tudo mudou no outono de 2013,
-
3:52 - 3:56quando meu parceiro de 26 anos
desenvolveu uma tosse. -
3:56 - 3:57Ela não ia embora.
-
3:58 - 4:01Visitamos especialista
atrás de especialista, -
4:01 - 4:02e nenhum conseguia descobrir
-
4:02 - 4:08por que um homem saudável de 49 anos
não conseguia melhorar. -
4:09 - 4:12Por fim, uma das radiografias
foi um pouco além do seu pulmão -
4:12 - 4:14e encontrou um tumor do tamanho
de uma bola de golfe -
4:14 - 4:16no seu rim.
-
4:17 - 4:19Houve mais testes.
-
4:19 - 4:22Eu liguei para ele
no intervalo do meu trabalho, -
4:22 - 4:24e perguntei: "O que está acontecendo?"
-
4:24 - 4:26A voz dele estava estranha.
-
4:26 - 4:31Ele disse: "Acabei de receber o resultado.
-
4:31 - 4:34Eu tenho carcinoma de células renais".
-
4:43 - 4:45(Aplausos)
-
4:48 - 4:49Obrigada.
-
4:49 - 4:52"Espalhou para os meus pulmões."
-
4:52 - 4:57Larguei o telefone
e corri para o banheiro. -
4:57 - 5:01Fiquei trancada lá, com minhas mãos
contra a porta da cabine, -
5:01 - 5:03tentando recuperar meu fôlego,
-
5:04 - 5:07e eu só conseguia pensar: "Preciso sair.
-
5:07 - 5:09Preciso ficar debaixo do céu".
-
5:10 - 5:12Enfim, consegui sair.
-
5:12 - 5:15Acho que existe algo
na natureza que nos segura -
5:15 - 5:17quando tudo está desmoronando.
-
5:18 - 5:20Finalmente, consegui chegar em casa,
-
5:20 - 5:24e, nos primeiros dias e semanas,
ficamos em choque. -
5:24 - 5:28Eu tinha uma imagem que se repetia,
provavelmente bem inapropriada, -
5:28 - 5:30de um coador gigante no meu jardim,
-
5:30 - 5:34e nossas vidas eram jogadas nesse coador.
-
5:34 - 5:37Tudo o que não tinha importância
-
5:37 - 5:39passava pelo coador e caía no meu jardim.
-
5:39 - 5:42Todas as conversas na minha cabeça,
-
5:42 - 5:43sobre a minha aparência,
-
5:43 - 5:45se eu era bem-sucedida,
-
5:45 - 5:50se meu carro era o menos
decente na fila da escola? -
5:50 - 5:51(Risos)
-
5:51 - 5:55que eu estava perdendo a luta
contra as ervas-daninhas, -
5:55 - 5:57tudo isso desapareceu.
-
5:57 - 5:59(Risos)
-
6:01 - 6:03Preocupações do meu ego.
-
6:03 - 6:08O que ficou no coador foram
as pessoas e as relações. -
6:08 - 6:10Fiquei grata pelas coisas
-
6:10 - 6:14que eu não valorizava uma semana antes.
-
6:14 - 6:17Caminhadas com Rob no pôr do sol.
-
6:18 - 6:23Deitar na rede sob uma copa
de folhas verdes e cintilantes. -
6:24 - 6:27Jogar basquete com meus filhos na sala.
-
6:29 - 6:32Coisas que alimentavam minha alma.
-
6:33 - 6:36Sabe o que mais estava no coador,
radiante e reluzente, -
6:36 - 6:41elevado a um status nunca imaginado antes?
-
6:41 - 6:43O agora.
-
6:43 - 6:45O momento presente.
-
6:45 - 6:49É isso o que acontece
quando o seu futuro desaparece. -
6:50 - 6:52Também percebi os meus direitos,
-
6:52 - 6:54direito de ter tempo,
-
6:54 - 6:56direito de, claro,
-
6:56 - 7:00ter ao menos a expectativa média de vida,
-
7:00 - 7:05direito de ter o homem que amo
do meu lado durante toda minha vida. -
7:05 - 7:08Esse é um dos dons da morte.
-
7:08 - 7:14Você se torna profundamente grato
pelo que sempre esteve lá. -
7:15 - 7:18As coisas mais banais se tornam sagradas.
-
7:19 - 7:22Rob faleceu quatro meses depois,
na noite de Natal. -
7:23 - 7:26Antes de falecer, exigi
que ele me fizesse um plano. -
7:26 - 7:27Ele disse: "Volte para a escola.
-
7:27 - 7:30Faça o mestrado em educação física.
-
7:30 - 7:32Você terá os mesmos
horários que os meninos. -
7:32 - 7:34Você vai ganhar mais dinheiro".
-
7:34 - 7:36Mas eu não consegui.
-
7:36 - 7:39Depois que ele morreu, tive uma epifania.
-
7:39 - 7:41Penso nisso como o Jogo da Vida,
-
7:41 - 7:44em que todo mundo tem
seu carrinho de plástico, -
7:44 - 7:47colocando nele os pinos rosas e azuis.
-
7:47 - 7:51Na minha cabeça, todo carro
tem dois ocupantes: -
7:51 - 7:53um ego e uma alma.
-
7:53 - 7:57É fácil deixar o ego ficar na direção.
-
7:58 - 8:02Mas daqui em diante, eu sabia
que a alma precisava ser o motorista. -
8:02 - 8:05Acredito que a alma fala
através da intuição, -
8:05 - 8:07e eu decidi seguir a minha.
-
8:08 - 8:12Ela me fez aprender tudo o que eu podia
sobre a morte, o morrer e o luto. -
8:12 - 8:15Livros, podcasts, seminários online,
-
8:15 - 8:18palestras TED, documentários.
-
8:18 - 8:21Então descobri sobre as doulas da morte,
-
8:21 - 8:28pessoas não médicas que fornecem
apoio espiritual, emocional e físico -
8:28 - 8:31para quem está prestes a morrer
e seus cuidadores. -
8:32 - 8:37Eu tinha uma nova perspectiva
para ver a minha relação com Rob. -
8:38 - 8:41Nove em cada dez pessoas
querem morrer em casa. -
8:41 - 8:45Uma unidade de cuidados paliativos
é a organização responsável por isso. -
8:45 - 8:50Mas o modelo de cuidado paliativo espera
que você fique lá por vários meses -
8:50 - 8:53para ser treinado.
-
8:54 - 8:59A média de permanência
nos Estados Unidos é de 11 a 17 dias. -
9:00 - 9:04Ninguém consegue aprender a cuidar
de um ente querido nesse tempo. -
9:05 - 9:06Por causa disso,
-
9:06 - 9:09pode haver falhas dolorosas
na experiência da morte. -
9:10 - 9:12Sendo uma voluntária,
-
9:12 - 9:15eu recebia frequentemente
mensagens deste tipo: -
9:16 - 9:17"Paciente morrendo progressivamente.
-
9:17 - 9:21Cuidador exausto, sobrecarregado".
-
9:21 - 9:25Ou: "Paciente preocupado com a morte.
-
9:25 - 9:28Não tem amigos, família,
está morrendo sozinho". -
9:29 - 9:36Essas pessoas, assim como eu,
e acredito que muitos de nós, -
9:36 - 9:41poderiam ter tido uma presença
tranquilizante do nosso lado, -
9:41 - 9:43alguém que tivesse sabedoria
-
9:43 - 9:47adquirida pela experiência
de já ter passado por isso, -
9:48 - 9:53alguém que nos ajudaria a entrar
na natureza sagrada desse tempo -
9:54 - 9:58e alguém que ficaria conosco
enquanto precisássemos, -
9:59 - 10:00uma doula da morte.
-
10:00 - 10:03Era esse o meu chamado para me tornar uma,
-
10:03 - 10:05foi no que me tornei.
-
10:06 - 10:09Quero compartilhar algumas
das histórias do meu trabalho. -
10:10 - 10:11Conheçam Bill e Shirley.
-
10:11 - 10:14Eles são meus pais
e minhas primeiras cobaias. -
10:14 - 10:15(Risos)
-
10:17 - 10:20Eu queria praticar
uma avaliação final de vida, -
10:20 - 10:25as pessoas têm uma sensação de paz
quando veem um propósito para suas vidas. -
10:25 - 10:29Uma das maneiras é escrever
o seu próprio obituário. -
10:29 - 10:31Então pedi ao meu pai
se ele podia fazer isso. -
10:32 - 10:33Sem hesitar, ele disse:
-
10:33 - 10:35"Ah, é o que eu faço antes de dormir".
-
10:35 - 10:37(Risos)
-
10:39 - 10:42Ele disse: "Leio a seção de obituários
até pegar no sono". -
10:43 - 10:45Então eu escrevi
-
10:45 - 10:49e, quando ele chegou na parte
que dizia: "Ele será lembrado", -
10:49 - 10:52ele disse: "Meus filhos
têm que fazer isso". -
10:52 - 10:56Enviei aos meus três irmãos e à minha irmã
-
10:56 - 11:00e eles escreveram de volta as coisas
mais maravilhosas e bonitas -
11:00 - 11:02sobre como eles vão
se lembrar do nosso pai, -
11:02 - 11:04e eu li para ele.
-
11:05 - 11:08Ele ficou emocionado,
sem saber o que dizer. -
11:08 - 11:11Ele disse: "Ora, acho
que foi uma boa vida". -
11:12 - 11:14Então minha mãe fala:
-
11:14 - 11:16"Eu vou ter um péssimo obituário".
-
11:16 - 11:19(Risos)
-
11:19 - 11:20"Por quê?"
-
11:21 - 11:25E ela disse: "Nunca fui à faculdade.
Nunca tive uma carreira". -
11:25 - 11:26Eu perguntei: "O que você fez?"
-
11:26 - 11:29Ela disse: "Eu sempre soube
que eu queria ser uma mãe". -
11:29 - 11:31Fiz algumas perguntas a ela,
-
11:31 - 11:33e então ela descobre
-
11:33 - 11:37que, de fato, ela se tornou a mãe
de cinco crianças incríveis. -
11:38 - 11:42E ela é uma segunda mãe para todo mundo
que cruza o seu caminho. -
11:43 - 11:44Conheça Bea.
-
11:44 - 11:46A família de Bea me contratou
-
11:46 - 11:50porque ela estava em coma há uma semana,
-
11:50 - 11:52e eles achavam que ela estava resistindo,
-
11:52 - 11:53mas não sabiam por quê.
-
11:54 - 11:56A primeira vez que visitei Bea,
-
11:57 - 12:02ela tinha a testa enrugada
e essa aparência de preocupação. -
12:02 - 12:06Ela estava em coma profunda,
mas a audição é o último sentido a sumir. -
12:07 - 12:08Sentei com ela por um tempo,
-
12:08 - 12:11e sugeri uma meditação guiada.
-
12:12 - 12:16Eu sabia que ela tinha
crescido perto do mar, -
12:16 - 12:20então queria que ela imaginasse
que estava andando na areia, -
12:20 - 12:25sentindo o vento no seu rosto,
o cheiro da brisa do mar, -
12:26 - 12:30e ouvindo o barulho das ondas.
-
12:31 - 12:35É um exercício para as pessoas
entrarem no corpo e saírem da mente. -
12:35 - 12:39No fim, eu disse que a visitaria de novo.
-
12:39 - 12:42Ela pegou minha mão e disse: "Eu te amo".
-
12:42 - 12:45Eu não sei com quem ela falava
ou sobre o que ela falava, -
12:45 - 12:48mas eu sabia que eu tinha
uma conexão com ela. -
12:49 - 12:52Mais tarde, ela desenvolveu
um medo de ficar sozinha, -
12:53 - 12:56e todos na casa de repouso
sabiam do seu medo. -
12:56 - 12:59Então enquanto eu estava sentada com ela,
-
12:59 - 13:03depois da quarta pessoa entrar,
se inclinar sobre a cama dela e dizer: -
13:03 - 13:05"Não se preocupe, Bea.
Estamos aqui com você. -
13:05 - 13:07Você não está sozinha",
-
13:09 - 13:12percebi que não importa
quantas vezes lhe dissessem aquilo, -
13:12 - 13:14ela continuaria sozinha.
-
13:14 - 13:17Então eu disse: "Bea, você está sozinha.
-
13:17 - 13:19Você está numa jornada solitária.
-
13:19 - 13:22Ninguém pode ir com você.
-
13:22 - 13:24Deve ser assustador".
-
13:24 - 13:26Ela me olhou nos olhos
e assentiu com a cabeça. -
13:26 - 13:28Conversamos então sobre a coragem
-
13:28 - 13:31e como ela a tinha encontrado
ao longo da vida. -
13:32 - 13:34Bea faleceu três dias depois.
-
13:35 - 13:37Conheça Reese.
-
13:37 - 13:40Reese tinha nove quando isso aconteceu,
-
13:40 - 13:42ele é meu filho.
-
13:42 - 13:46Ele veio comigo para ver Rob
na manhã de Natal. -
13:46 - 13:48Eu estava no corredor,
-
13:48 - 13:51interrogando o amigo de Rob,
que tinha passado a noite com ele. -
13:51 - 13:53Reese entrou no quarto.
-
13:54 - 13:56Eu entrei dez minutos depois.
-
13:56 - 14:00Rob estava em um coma profundo
do qual ele nunca acordaria, -
14:00 - 14:03sua boca estava aberta
e seus lábios estavam secos, -
14:03 - 14:07ele tinha a aparência de alguém
que estava morrendo. -
14:08 - 14:10Reese tinha subido na cama do seu pai,
-
14:10 - 14:12estava segurando a mão dele,
-
14:12 - 14:14acariciando seu rosto,
-
14:14 - 14:20dizendo: "Sou o menino mais sortudo
de todos porque tive o melhor pai. -
14:20 - 14:24Peço imensa desculpa pelas minhas birras.
-
14:24 - 14:29Peço imensa desculpa pelos nomes feios.
-
14:29 - 14:33Obrigado pelas brincadeiras
que você fez comigo e Caleb. -
14:33 - 14:35Nunca vou me esquecer de você".
-
14:35 - 14:38Isso durou uma hora.
-
14:39 - 14:42Então ele disse: "Pai, te vejo por aí".
-
14:42 - 14:43(Risos)
-
14:45 - 14:48E ele disse para mim:
"Mãe, estou pronto para ir". -
14:50 - 14:54Todos nós sabemos como fazer isso,
-
14:54 - 14:57sabemos como nos expressar para o outro.
-
14:59 - 15:03No livro mais recente de Caitlin Doughty,
"Para Toda a Eternidade" -
15:03 - 15:06ela cita o psiquiatra Irvin Yalom.
-
15:07 - 15:12Ele diz: "O adulto que é atormentado
pela ansiedade da morte -
15:12 - 15:17não é um pássaro exótico
que contraiu uma doença exótica, -
15:17 - 15:22mas um homem ou uma mulher
cuja família e cultura -
15:22 - 15:26falharam em tricotar uma malha protetora
-
15:26 - 15:30para suportar o frio
arrepiante da mortalidade". -
15:31 - 15:33Eu tenho um desafio para vocês.
-
15:33 - 15:36quem aí está apto a aprender a tricotar?
-
15:36 - 15:38(Aplausos)
-
15:39 - 15:44É nosso trabalho pegar
o novelo de lã e as agulhas, -
15:44 - 15:47abrir a porta e deixar a morte entrar.
-
15:47 - 15:52Não podemos nos preparar
enquanto não conversarmos sobre ela. -
15:52 - 15:53(Aplausos)
-
15:56 - 15:57Então como fazer isso?
-
15:57 - 15:59Acho que um bom começo
-
15:59 - 16:02é se sentir confortável
com a sua própria mortalidade. -
16:02 - 16:04E isso é um exercício,
-
16:04 - 16:07não é algo que basta uma vez
e você está pronto. -
16:07 - 16:08(Risos)
-
16:08 - 16:11Eu gosto de procurar pela morte
em todos os lugares que estou. -
16:11 - 16:14(Risos)
-
16:15 - 16:18Eu disse que eu não era normal.
-
16:19 - 16:21Do lado de fora é muito fácil, certo?
-
16:21 - 16:23Porque a morte e a decomposição
estão na natureza, -
16:23 - 16:27até mesmo nas coisas verdes,
pois elas só têm uma estação. -
16:27 - 16:30Mas se você está em uma mesa
de conferência, está tudo bem. -
16:30 - 16:33Se você está olhando
para o seu jantar, morte. -
16:33 - 16:35(Risos)
-
16:35 - 16:41Para mim, isso me coloca
naturalmente no ciclo, -
16:41 - 16:46não é difícil ver que eu também
vou me tornar parte do mundo natural. -
16:46 - 16:50Outro jogo que gosto de brincar é:
o que vai durar mais do que eu? -
16:50 - 16:52(Risos)
-
16:53 - 16:56Vocês podem olhar
ao redor deste auditório. -
16:56 - 17:01Este auditório vai continuar a existir
depois que todos nós morrermos. -
17:03 - 17:06É um bom jeito de construir
uma perspectiva. -
17:06 - 17:07(Risos)
-
17:07 - 17:11Faço isso até a minha perspectiva mudar,
-
17:11 - 17:15de "eu sou importante"
para "eu sou completamente irrelevante". -
17:15 - 17:19Você é efêmero, pequeno,
e nós somos mortais. -
17:20 - 17:22Por último, lembre-se do carro
-
17:22 - 17:26com a alma na direção
e o ego no banco de trás. -
17:26 - 17:30Aconselho deixar a morte
no banco do passageiro. -
17:31 - 17:33(Aplausos)
-
17:33 - 17:40Porque a morte nos lembra de sermos
as nossas melhores versões, -
17:40 - 17:44e isso não significa o dente mais branco,
-
17:44 - 17:45o corpo mais musculoso, o melhor carro.
-
17:46 - 17:48Significa o melhor ser humano:
-
17:49 - 17:51bondoso, amoroso
-
17:52 - 17:56e grato por essa coisa
maravilhosa chamada vida. -
17:57 - 17:59(Aplausos)
- Title:
- O que a morte me ensinou sobre a vida | Jane Whitlock | TEDxMinneapolis
- Description:
-
Jane perdeu seu marido aos 47 anos. Essa experiência transformou todos os aspectos da sua vida, um nível de transformação que ela acredita estar disponível para todas as pessoas. Quando não conversamos sobre a morte e não nos lembramos diariamente de que vamos morrer, corremos o risco de não valorizar esse presente mágico chamado vida e nos perdermos com coisas que não importam.
Jane Whitlock, também conhecida como Doula Jane, é uma doula da morte. Ela fornece suporte emocional e orientação para indivíduos e familiares no processo de fim da vida. Reconhecendo a necessidade de uma perspectiva imparcial e compassiva durante a batalha do seu marido contra o câncer em 2013, Whitlock lançou seu treinamento para ajudar outros a lidar com as constantes frágeis e efêmeras da vida e da morte. Whitlock afirma que a morte e seus rituais sagrados têm muitos presentes a nos oferecer. Quando sabemos que estamos morrendo e que o tempo é curto, surge uma oportunidade de um transformação profunda tanto para aquele que parte quanto para seus entes queridos.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:01