O canibalismo no reino animal — Bill Schutt
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0:07 - 0:10Nos desertos do sudoeste norte-americano,
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0:10 - 0:14os girinos dos sapos Scaphiopus
eclodem em minúsculos oásis. -
0:14 - 0:18Enquanto não evoluem para sapos adultos,
não sobrevivem fora de água, -
0:19 - 0:22mas estas poças são efémeras
e evaporam-se rapidamente. -
0:22 - 0:25Os girinos encontram-se
numa corrida contra o relógio -
0:25 - 0:28e têm que crescer antes
que o seu berçário desapareça. -
0:28 - 0:32Por isso, quase de um dia para o outro,
parte da ninhada explode de tamanho. -
0:32 - 0:36Usam os dentes afiados
e os enormes músculos das maxilas -
0:36 - 0:39para devorar os companheiros
mais pequenos. -
0:39 - 0:41Alimentados com este
suplemento energético, -
0:41 - 0:45desenvolvem-se mais depressa,
saindo das poças antes de elas secarem. -
0:46 - 0:49O sapo Scaphiopus não é o único animal
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0:49 - 0:53a comer membros da sua espécie
como uma fase normal do seu ciclo de vida. -
0:54 - 0:56Todos estes animais o fazem.
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0:56 - 0:59Se isto vos surpreende,
estão em boa companhia. -
0:59 - 1:02Até há pouco tempo, os cientistas
julgavam que o canibalismo -
1:02 - 1:06era uma reação rara à fome
ou a qualquer outra pressão extrema. -
1:06 - 1:08Os canibais mais conhecidos,
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1:08 - 1:10como o louva-a-deus e a viúva negra
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1:10 - 1:13eram consideradas bizarras exceções.
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1:13 - 1:17Mas agora, sabemos que representam
mais ou menos a regra geral. -
1:17 - 1:19Embora pareça ser contraditório,
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1:19 - 1:22os membros da mesma espécie
comerem-se uns aos outros, -
1:22 - 1:25o canibalismo pode fomentar
a sobrevivência das espécies -
1:25 - 1:27no seu conjunto,
reduzindo a competição, -
1:27 - 1:28eliminando os fracos
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1:28 - 1:30e fortalecendo os mais fortes.
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1:30 - 1:32Algumas espécies,
como os sapos Scaphiopus -
1:33 - 1:36são canibais em resposta
às pressões do ambiente. -
1:36 - 1:38A situação deles é precária,
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1:38 - 1:42mas, para eles, o canibalismo não é
uma tentativa desesperada de evitar a fome. -
1:42 - 1:45É, sobretudo, uma forma de sair
rapidamente de uma fase -
1:45 - 1:48em que são muito vulneráveis à predação
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1:48 - 1:50ou a condições perigosas do ambiente.
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1:50 - 1:52Outras espécies, incluindo muitos peixes,
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1:52 - 1:57comem-se indiscriminadamente
uns aos outros, quando procuram alimento. -
1:57 - 2:00Os peixes produzem grande número
de descendentes minúsculos -
2:00 - 2:04e os adultos mostram tanto reconhecimento
para com a sua progenitura -
2:04 - 2:07como os seres humanos
perante um cacho de uvas. -
2:07 - 2:09Os ovos dos peixes, as larvas
e os recém-nascidos -
2:09 - 2:12são refeições ricas em nutrientes
que se encontram com facilidade. -
2:12 - 2:14No meio dos milhares de ovos duma ninhada,
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2:15 - 2:19ainda ficam muitos para eclodirem.
depois de os adultos terem petiscado. -
2:19 - 2:23As crias dos peixes não são
devoradas apenas pelos adultos, -
2:23 - 2:25os irmãos também se comem uns aos outros.
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2:26 - 2:28Os ovos do tubarão-touro
desenvolvem e eclodem -
2:28 - 2:31dentro dos ovidutos da mãe
em momentos diferentes. -
2:31 - 2:34Quando os recém-nascidos deixam
de ter alimento dentro dos seus ovos, -
2:34 - 2:37comem os outros ovos
e recém-nascidos -
2:37 - 2:40até restar apenas um bebé tubarão
em cada oviduto. -
2:41 - 2:43Quando nascem, os jovens tubarões
estão bem alimentados, -
2:43 - 2:45e são predadores com experiência
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2:45 - 2:47que têm melhores hipóteses de sobreviver.
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2:47 - 2:49Mesmo quando não são
consumidos para nutrição, -
2:50 - 2:53os animais jovens são
muito vulneráveis ao canibalismo. -
2:53 - 2:54Os hámsteres, as ratazanas,
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2:54 - 2:56e outras mães roedoras,
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2:56 - 2:59comem as suas crias,
se elas estiverem doentes, mortas -
2:59 - 3:02ou, simplesmente, se forem
demasiadas para as alimentar. -
3:02 - 3:05Noutros mamíferos,
incluindo os ursos e os leões, -
3:05 - 3:08os machos podem matar
a progenitura de outros machos, -
3:08 - 3:13porque as fêmeas sem filhos
ficam mais recetivas ao acasalamento -
3:13 - 3:15do que se estiverem
a criar um filhote. -
3:15 - 3:18Para não desperdiçar
uma refeição nutritiva, -
3:18 - 3:20os machos comem as crias mortas.
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3:20 - 3:24Entretanto, o canibalismo é menos comum
nas aves do que noutros grupos -
3:24 - 3:28mas certas espécies comem
os filhotes doentes ou mortos -
3:28 - 3:32a fim de darem destino aos corpos
antes de eles atraírem os vermes. -
3:33 - 3:35Quando os adultos se comem uns aos outros,
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3:35 - 3:37os machos são devorados
mais frequentemente que as fêmeas, -
3:37 - 3:41normalmente durante o acasalamento,
geralmente porque são mais pequenos. -
3:41 - 3:46As aranhas-macho australianas Latrodectus
acasalam com fêmeas muito maiores. -
3:47 - 3:51Em vez de se afastar depois do ato,
o pequeno macho dá uma reviravolta, -
3:51 - 3:55colocando o seu abdómen em contacto
com o rostro da companheira. -
3:55 - 4:00A fêmea rega-o com um suco intestinal
rico de enzimas e devora o abdómen dele. -
4:01 - 4:03Os machos que não morrem
no acasalamento inicial, -
4:03 - 4:06afastam-se do confronto,
muitas vezes meio devorados, -
4:06 - 4:10para voltar a acasalar, depois do que
são guardados na despensa da aranha. -
4:10 - 4:13Assim, o macho fornece
à fêmea o seu esperma -
4:13 - 4:16e, ainda por cima, uma refeição nutritiva
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4:16 - 4:20para garantir que ela sobrevive
para passar os genes dele. -
4:21 - 4:26É óbvio que o canibalismo
faz parte da vida no reino animal, -
4:26 - 4:29tal como outros comportamentos
mais reconhecidos. -
4:29 - 4:32Quando enterramos os dentes
nos indícios de canibalismo na Natureza, -
4:32 - 4:34podemos interrogar-nos:
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4:34 - 4:36Que outras coisas desconhecemos
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4:36 - 4:39por aplicarmos os padrões humanos
ao mundo natural?
- Title:
- O canibalismo no reino animal — Bill Schutt
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Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/cannibalism-in-the-animal-kingdom-bill-schutt
Até há pouco tempo, os cientistas julgavam que o canibalismo era uma reação rara à fome ou a qualquer outra pressão extrema. Os canibais mais conhecidos, como o louva-a-deus e a viúva negra eram consideradas bizarras exceções. Mas agora, sabemos que representam mais ou menos a regra geral. Bill Schutt mostra como o canibalismo pode fomentar a sobrevivência de uma espécie, reduzindo a competição. eliminando os fracos e fortalecendo os mais fortes.
Lição de Bill Schutt, animação de Compote Collective.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:58
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Cannibalism in the animal kingdom - Bill Schutt | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Cannibalism in the animal kingdom - Bill Schutt | ||
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Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Cannibalism in the animal kingdom - Bill Schutt | ||
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