A fórmula 5M para sobreviver à civilização | Tomás Barrientos | TEDxUVG
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0:15 - 0:18Somos seres vivos neste planeta
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0:18 - 0:22e, portanto, como todas as espécies,
temos que sobreviver. -
0:24 - 0:27Porém, somos seres racionais
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0:27 - 0:32e isso nos diferencia do resto
das espécies do planeta. -
0:33 - 0:37E temos uma maneira
bem peculiar de sobreviver: -
0:37 - 0:42transformamos nossa
inteligência em tecnologia. -
0:42 - 0:46E, através da tecnologia,
temos ferramentas, -
0:46 - 0:48ferramentas para sobreviver.
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0:50 - 0:54Falemos, então, sobre sobrevivência
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0:54 - 0:57e para isso... o que um arqueólogo
leva no bolso para sobreviver? -
0:57 - 0:59Vamos ver...
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0:59 - 1:00(Risos)
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1:01 - 1:03Uma faca de obsidiana...
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1:04 - 1:06Não a carrego todos os dias.
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1:06 - 1:08(Risos)
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1:08 - 1:10Uma faca como esta
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1:10 - 1:14era algo que não podia faltar
a alguns de nossos ancestrais -
1:14 - 1:16há 10 mil anos.
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1:16 - 1:19Esta era uma ferramenta de sobrevivência.
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1:20 - 1:23Para que serviam essas facas?
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1:24 - 1:29Os filmes nos dizem que um homem
ou uma mulher sozinhos -
1:29 - 1:32enfrentavam bestas como essa.
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1:32 - 1:36Na verdade, sabemos que estas facas eram
mais usadas para cortar animais já mortos. -
1:36 - 1:39Não era tão dramático como nos filmes.
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1:40 - 1:44Mas a cultura humana se desenvolveu
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1:45 - 1:49através de objetos
que nos ajudam a sobreviver. -
1:50 - 1:52Os tempos mudaram,
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1:52 - 1:56por isso não usamos mais isto.
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1:57 - 2:02Então, do que preciso para sobreviver
como ser humano hoje em dia? -
2:03 - 2:05(Risos)
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2:05 - 2:07Um smartphone.
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2:07 - 2:11Esta é nossa arma
para sobreviver hoje em dia. -
2:14 - 2:18Tínhamos um mamute, mas,
na verdade, isto nos permite sobreviver -
2:18 - 2:20em ambientes muito mais selvagens.
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2:26 - 2:27Sendo assim...
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2:27 - 2:31sabem que quando esquecem
seu telefone em casa de manhã -
2:33 - 2:35e não voltam para buscá-lo,
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2:35 - 2:37podem perder o emprego.
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2:38 - 2:41Como fazer para encontrar um amor?
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2:41 - 2:42(Risos)
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2:43 - 2:46Temos que olhar o perfil antes, não é?
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2:49 - 2:53Os meios de sobrevivência mudaram.
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2:53 - 2:57No caso do mundo de hoje,
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2:57 - 2:59o que serve à nossa sobrevivência
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2:59 - 3:02é o que chamamos de "civilização".
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3:03 - 3:07E, por 5 mil anos,
vivemos em civilizações. -
3:08 - 3:14Civilizações são, portanto, formas
nas quais as sociedades se organizaram -
3:14 - 3:16de maneira complexa.
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3:17 - 3:23Tão complexa que nossa sobrevivência
depende de um objeto, -
3:23 - 3:25mas depende, sobretudo, de correntes...
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3:29 - 3:33De certa maneira, essa sobrevivência
escapa de nossas mãos. -
3:34 - 3:40Então, quando pensamos
na civilização de hoje em dia... -
3:41 - 3:45Imaginem a comida bem embalada
que está em nossas casas. -
3:47 - 3:49Para que essa comida chegue até nós
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3:49 - 3:55certas pessoas precisam
cultivar ou produzir -
3:55 - 3:59ou cuidar do animal ou da planta.
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3:59 - 4:03Depois há todo o processo
de distribuição e transporte -
4:03 - 4:05para que cheguem ao supermercado.
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4:05 - 4:08E, depois disso, precisamos de ferramentas
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4:08 - 4:10para uma transação econômica
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4:10 - 4:14que, por sua vez, depende
de um processo eletrônico. -
4:14 - 4:17Tudo isso para que possamos comer.
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4:17 - 4:22Então, o que acontece se um elo
dessa corrente se rompe? -
4:26 - 4:28Às vezes nos esquecemos
que nossa civilização -
4:28 - 4:32tem bastante em comum
com as civilizações antigas. -
4:32 - 4:36Nos esquecemos de tal modo,
que brincamos com as civilizações antigas. -
4:38 - 4:41Mas há uma coisa que não podemos negar,
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4:41 - 4:43e que a arqueologia nos ensinou:
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4:43 - 4:47as civilizações surgem
de sociedades bem simples, -
4:47 - 4:50e há um momento em que desaparecem.
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4:52 - 4:57Tanto é que temos
estas imagens apocalípticas -
4:57 - 4:59do fim do mundo e do fim da humanidade.
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5:01 - 5:06A humanidade sempre teve esse medo,
que foi expresso de muitas maneiras, -
5:06 - 5:10e os motivos foram bastante distintos.
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5:11 - 5:16Para repassar nossa história recente,
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5:16 - 5:18lembrem-se que, de holocaustos nucleares,
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5:18 - 5:23passamos a megacatástrofes naturais,
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5:24 - 5:29inundações, terremotos e, agora, os vírus,
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5:29 - 5:33até que, finalmente, serão os zumbis
que acabarão conosco. -
5:33 - 5:35(Risos)
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5:35 - 5:36Então...
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5:37 - 5:44o que vimos é que as civilizações
entram em colapso, terminam. -
5:44 - 5:50E parece que isso se torna cada vez
mais recorrente na cultura popular. -
5:51 - 5:56Portanto, o conceito de "colapso"
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5:56 - 6:00é algo que caminha junto
com o desenvolvimento das civilizações -
6:00 - 6:06e, como mencionei, entende-se
como sendo o fim de tudo. -
6:07 - 6:09Mas a história nos ensinou
-
6:10 - 6:12que os colapsos pelos quais
as civilizações passaram -
6:12 - 6:16foram, sobretudo, do tipo sociopolítico.
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6:16 - 6:21São os sistemas políticos que,
de certa maneira, as extinguiram. -
6:22 - 6:28Porém eles acontecem como processos
de transformação social. -
6:28 - 6:30Os colapsos são parte do processo
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6:30 - 6:34no qual as sociedades
vão mudando e se transformando. -
6:37 - 6:39É fato; para alguns, esse é o fim.
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6:40 - 6:43O colapso de uma civilização significa,
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6:43 - 6:48especialmente, o fim
dos líderes políticos, -
6:48 - 6:53Mas a sociedade, como tal,
é engenhosa para seguir em frente. -
6:53 - 6:58Isso, sim, é diferente de como era antes.
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6:58 - 7:01Portanto, um colapso não deve
ser visto como o final, -
7:01 - 7:03mas sim como um processo de transformação.
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7:03 - 7:08Um processo de transformação
que pode ser bastante dramático -
7:08 - 7:09ou até mesmo traumático.
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7:09 - 7:13Por quê? Porque os colapsos
podem vir acompanhados de conflito, -
7:13 - 7:18guerra, mortes, perdas materiais,
abandonos dos lares... -
7:18 - 7:23E isso é algo que, definitivamente,
deve nos preocupar muito. -
7:26 - 7:28A pergunta é:
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7:28 - 7:31quem sobrevive a esses colapsos?
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7:34 - 7:36A arqueologia nos ensinou muito
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7:36 - 7:39sobre o que eu chamo "a fórmula 5M".
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7:39 - 7:40Por que 5M?
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7:41 - 7:43Cinco milênios.
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7:43 - 7:46Aprendemos como seres humanos,
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7:47 - 7:49ao longo de uma trajetória de 5 mil anos
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7:49 - 7:51sendo seres civilizados.
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7:52 - 7:56Quem sobreviveu a essas épocas?
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7:56 - 7:59E o mais importante, como o fizeram?
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8:01 - 8:03Para responder essas perguntas,
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8:04 - 8:07vou contar-lhes uma história.
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8:07 - 8:09E justamente,
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8:12 - 8:16o ponto chave aqui é
justamente a tecnologia. -
8:16 - 8:17Por quê?
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8:17 - 8:20Porque a tecnologia, como eu mencionei,
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8:20 - 8:21entre as ferramentas que temos,
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8:21 - 8:26é o que nos permite
sobreviver a desastres naturais -
8:26 - 8:28e a conflitos internos.
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8:29 - 8:32É, na história, o que permitiu
-
8:32 - 8:35que as civilizações continuassem
a existir através do tempo. -
8:36 - 8:39Hoje em dia, nossa civilização
é muito particular, -
8:39 - 8:43porque a tecnologia nos levou a um ponto
-
8:43 - 8:48em que, ao invés de ser nossa fortaleza,
-
8:49 - 8:53ela, possivelmente,
é nossa maior vulnerabilidade. -
8:55 - 8:57O fato de termos um telefone
conosco o tempo todo -
8:59 - 9:02nos prepara melhor para um colapso
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9:02 - 9:05ou nos faz mais vulneráveis?
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9:06 - 9:09O smartphone nos faz pensar
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9:09 - 9:14ou simplesmente somos inteligentes
porque carregamos um smartphone? -
9:17 - 9:20Portanto, creio que é um bom momento
-
9:20 - 9:25para pensar em como estamos
usando a tecnologia, -
9:25 - 9:27ou se a tecnologia está nos usando.
-
9:28 - 9:31Se, de fato, a tecnologia está
nos deixando mais dependentes -
9:31 - 9:35de um sistema que meu mestre
Arthur Demarest chama de "hipercoerência". -
9:36 - 9:39Estamos tão dependentes uns dos outros,
-
9:39 - 9:44que não sabemos o que acontecerá
quando a corrente se quebrar? -
9:44 - 9:50A mudança sociocultural,
através desses 5 mil anos, -
9:50 - 9:52foi de dois tipos.
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9:53 - 9:58A mudança regular é a que está
dentro dos parâmetros -
9:58 - 10:01que conhecemos da nossa zona de conforto.
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10:03 - 10:06Qualquer um de vocês poderia dizer:
"Estou preparado para a mudança. -
10:06 - 10:10Que venha o novo iPhone
ou o novo Galaxy, eu aprendo rápido. -
10:10 - 10:12Qual o problema?
-
10:13 - 10:16A moda mudou? Eu me adapto.
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10:17 - 10:21Surgiram novos estilos musicais?
Eu gosto de todo tipo de música". -
10:21 - 10:24Então, para muitos, mudar é fácil, não?
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10:25 - 10:30Ou podem aparecer certas crises
dentro desses parâmetros. -
10:31 - 10:36"O que farei quando meu time
não for mais o campeão? -
10:37 - 10:40Quando não existir Real Madrid ou Barça,
-
10:41 - 10:42quando não houver os clássicos,
-
10:42 - 10:44quando os Yankees não existirem...
-
10:44 - 10:46Acho que consigo sobreviver."
-
10:46 - 10:49Mas, quando falamos de um colapso,
estamos falando de crises como: -
10:49 - 10:54o que vocês farão quando não
tiverem WiFi por uma semana? -
10:56 - 10:58Estão prontos?
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10:59 - 11:03O que acontece se ficarmos
sem eletricidade por um mês? -
11:06 - 11:11O que acontece se nosso país
nunca mais importar gasolina? -
11:13 - 11:15Quem vai ou não sobreviver?
-
11:18 - 11:22Hoje veremos uma história
muito importante para nós. -
11:23 - 11:26Guatemala, há 2,5 mil anos.
-
11:26 - 11:29Creio que todos sabemos que esse é o lugar
-
11:29 - 11:35onde ocorreu um dos períodos mais
surpreendentes da história humana: -
11:36 - 11:39o desenvolvimento da civilização maia.
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11:39 - 11:43Como arqueólogo, digo que temos
muito a aprender sobre eles, -
11:43 - 11:46porque fica em nosso país.
-
11:47 - 11:52Os maias foram essa civilização
impressionante na selva tropical, -
11:53 - 11:56e sua maior fortaleza foi a presença
-
11:56 - 11:59de um sistema sociopolítico centralizado
-
11:59 - 12:03com líderes que organizavam
milhares de pessoas -
12:03 - 12:08para criar estas cidades que conseguiram
se adaptar a um meio ambiente -
12:08 - 12:11difícil, mas rico em recursos.
-
12:11 - 12:15Essa organização permitiu que eles
aproveitassem esses recursos -
12:15 - 12:19para ter tudo isso que nos deslumbra
sobre a civilização maia. -
12:20 - 12:24Cidades como Tikal,
com mais de 100 mil habitantes, -
12:26 - 12:29criaram coisas surpreendentes
-
12:29 - 12:32mas também chegou um momento
em que foram abandonadas. -
12:32 - 12:39Chegou um momento em que esse
equilíbrio se rompeu, e veio o colapso. -
12:41 - 12:44Isso aconteceu, principalmente,
onde hoje em dia é Petén. -
12:45 - 12:48Outros povos maias do altiplano e ao norte
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12:48 - 12:54não sofreram esses processos
tão dramáticos entre 800 e 900 d.C. -
12:58 - 13:00As principais causas foram
-
13:00 - 13:03as falhas internas
do sistema sociopolítico -
13:03 - 13:07e um conflito que surgiu
dentro da mesma sociedade. -
13:07 - 13:11Os colapsos sempre são conflitos internos
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13:11 - 13:14mas, neste caso, temos
os efeitos da mudança climática -
13:14 - 13:16por volta do ano 830,
-
13:16 - 13:20que intensificaram uma crise já instalada.
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13:20 - 13:23Quando uma sociedade está em crise,
-
13:23 - 13:26ela não reage a catástrofes climáticas,
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13:26 - 13:29tais como uma série de secas
que começaram em dado momento. -
13:30 - 13:32Assim, para melhor análise,
-
13:32 - 13:35irei focar em apenas um elemento
de um processo complexo. -
13:36 - 13:42Sabemos que o resultado foi
que milhões de pessoas abandonaram -
13:42 - 13:45seus lugares de origem
e se deslocaram para outras áreas, -
13:47 - 13:51ao sul, ao oeste...mas provavelmente
muita gente se dirigiu para o norte. -
13:52 - 13:54Porém, quando há um período de seca...
-
13:54 - 13:57a parte mais seca da região maia
está em Yucatán. -
13:58 - 14:01Então, por que, nessa época
de crise climática, -
14:01 - 14:05as pessoas foram para onde menos chove?
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14:05 - 14:08Aqui, podemos analisar rapidamente
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14:10 - 14:14os sistemas de captação de água
utilizados pelos maias em Petén. -
14:15 - 14:18E, para sobreviver
em um ambiente como Petén, -
14:18 - 14:21onde não há fontes de água permanentes,
-
14:21 - 14:25eles tinham grandes sistemas
de captação de água -
14:25 - 14:27durante a época das chuvas,
-
14:27 - 14:31que permitiam que essas grandes populações
subsistissem durante a época de seca. -
14:31 - 14:35Contudo, na região norte,
-
14:35 - 14:38onde os centros urbanos eram menores,
-
14:38 - 14:43esses sistemas se concentravam perto
dos poços naturais de água subterrânea. -
14:43 - 14:47Porém, o mais importante é
que eles desenvolveram a tecnologia -
14:47 - 14:50para que a captação de água
ocorresse por família, -
14:50 - 14:52e não para toda a população.
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14:52 - 14:54Isto quer dizer
-
14:54 - 14:59que as famílias e os indivíduos do norte
estavam mais preparados para sobreviver -
14:59 - 15:00por seus próprios meios
-
15:00 - 15:05e para depender menos de um sistema
estatal de fornecimento de água. -
15:05 - 15:06Para nós é muito fácil dizer agora:
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15:06 - 15:09"Bom, eu abro uma torneira e tenho água".
-
15:09 - 15:12Mas de onde vem essa água?
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15:12 - 15:16Não é o mesmo quando sei
onde está essa água e como tratá-la. -
15:16 - 15:21No fim das contas, o sistema
em menor escala foi menos vulnerável, -
15:21 - 15:23e foi o que sobreviveu.
-
15:24 - 15:30Apesar de centenas de cidades
terem sido abandonadas -
15:30 - 15:34e da civilização maia ter entrado
em colapso, esse não foi seu fim. -
15:34 - 15:39Naqueles lugares onde o povo estava
melhor adaptado à mudança climática, -
15:39 - 15:42onde podiam prevenir
melhor seus efeitos... -
15:42 - 15:46Onde chove menos, as pessoas estão
acostumadas a viver com menos água. -
15:47 - 15:50E essa foi a chave:
estavam melhor preparados. -
15:50 - 15:53A previsão foi a chave da sobrevivência.
-
15:53 - 15:58Portanto, a civilização maia continuou
a existir depois deste colapso -
15:58 - 16:02mas de uma maneira diferente,
se transformou. -
16:02 - 16:04Passou a ter governos mais participativos
-
16:04 - 16:07e cidades menores.
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16:07 - 16:09Já não eram tão vulneráveis.
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16:09 - 16:11O verdadeiro fim da civilização maia
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16:11 - 16:13ocorreu durante a invasão
e conquista espanholas. -
16:13 - 16:14Isso sim.
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16:14 - 16:19E ainda assim, apesar de suas sociedades
complexas terem sido destruídas, -
16:19 - 16:24esses povos continuaram praticando
sua cultura até os dias de hoje, -
16:24 - 16:29tanto é que metade do nosso país
segue praticando essa cultura, -
16:29 - 16:32apesar dessas mudanças tão dramáticas.
-
16:32 - 16:35Esse é o conceito de resiliência,
-
16:35 - 16:41a capacidade de superar
colapsos e mudanças -
16:41 - 16:45e continuar com o que é
fundamental em cada sociedade. -
16:48 - 16:52Então, vamos terminar
respondendo às perguntas -
16:52 - 16:54para as quais esses 5 mil anos
-
16:54 - 16:58deram muitas chaves e respostas.
-
16:59 - 17:02As civilizações entram em colapso.
-
17:02 - 17:04Mas é a tecnologia
-
17:04 - 17:07e, mais do que tudo,
nosso aprendizado crítico... -
17:07 - 17:11ou seja, saber identificar
nossas necessidades -
17:11 - 17:15e saber como utilizar essa tecnologia
-
17:15 - 17:21é o que nos permite
fazer frente a essas ameaças. -
17:21 - 17:25Esse é o aprendizado crítico
do nosso estilo de vida. -
17:26 - 17:28Quem irá sobreviver
a um colapso da nossa civilização? -
17:28 - 17:32Quem estiver melhor preparado
para uma mudança radical. -
17:33 - 17:36E como iremos sobreviver?
-
17:37 - 17:41Se dependemos do sistema,
-
17:41 - 17:44se o sistema morrer, morreremos com ele.
-
17:44 - 17:47Mas se o sistema entra em colapso
para se transformar, -
17:47 - 17:53temos que fazer mudanças
para nos transformarmos com ele. -
17:55 - 17:58Portanto, a pergunta é:
-
17:58 - 18:03estamos fazendo um aprendizado
crítico do nosso estilo de vida? -
18:04 - 18:11E, o mais importante, estamos prontos
para esse tipo de mudança? -
18:12 - 18:13Muito obrigado.
-
18:13 - 18:15(Aplausos)
-
18:22 - 18:28E para deixá-los pensando
um pouco mais, lhes deixo uma citação, -
18:30 - 18:33de uma palestra TED.
-
18:34 - 18:35Muito obrigado.
-
18:36 - 18:39(Aplausos)
- Title:
- A fórmula 5M para sobreviver à civilização | Tomás Barrientos | TEDxUVG
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.
O ser humano habita este planeta há relativamente pouco tempo e o que conhecemos por "civilização" é ainda mais recente. O que podemos aprender com esses 5 mil anos de civilização? Tomás nos conta como poderemos sobreviver no caso de uma crise cultural.
- Video Language:
- Spanish
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:59