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A fórmula 5M para sobreviver à civilização | Tomás Barrientos | TEDxUVG

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    Somos seres vivos neste planeta
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    e, portanto, como todas as espécies,
    temos que sobreviver.
  • 0:24 - 0:27
    Porém, somos seres racionais
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    e isso nos diferencia do resto
    das espécies do planeta.
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    E temos uma maneira
    bem peculiar de sobreviver:
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    transformamos nossa
    inteligência em tecnologia.
  • 0:42 - 0:46
    E, através da tecnologia,
    temos ferramentas,
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    ferramentas para sobreviver.
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    Falemos, então, sobre sobrevivência
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    e para isso... o que um arqueólogo
    leva no bolso para sobreviver?
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    Vamos ver...
  • 0:59 - 1:00
    (Risos)
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    Uma faca de obsidiana...
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    Não a carrego todos os dias.
  • 1:06 - 1:08
    (Risos)
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    Uma faca como esta
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    era algo que não podia faltar
    a alguns de nossos ancestrais
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    há 10 mil anos.
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    Esta era uma ferramenta de sobrevivência.
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    Para que serviam essas facas?
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    Os filmes nos dizem que um homem
    ou uma mulher sozinhos
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    enfrentavam bestas como essa.
  • 1:32 - 1:36
    Na verdade, sabemos que estas facas eram
    mais usadas para cortar animais já mortos.
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    Não era tão dramático como nos filmes.
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    Mas a cultura humana se desenvolveu
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    através de objetos
    que nos ajudam a sobreviver.
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    Os tempos mudaram,
  • 1:52 - 1:56
    por isso não usamos mais isto.
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    Então, do que preciso para sobreviver
    como ser humano hoje em dia?
  • 2:03 - 2:05
    (Risos)
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    Um smartphone.
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    Esta é nossa arma
    para sobreviver hoje em dia.
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    Tínhamos um mamute, mas,
    na verdade, isto nos permite sobreviver
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    em ambientes muito mais selvagens.
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    Sendo assim...
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    sabem que quando esquecem
    seu telefone em casa de manhã
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    e não voltam para buscá-lo,
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    podem perder o emprego.
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    Como fazer para encontrar um amor?
  • 2:41 - 2:42
    (Risos)
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    Temos que olhar o perfil antes, não é?
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    Os meios de sobrevivência mudaram.
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    No caso do mundo de hoje,
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    o que serve à nossa sobrevivência
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    é o que chamamos de "civilização".
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    E, por 5 mil anos,
    vivemos em civilizações.
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    Civilizações são, portanto, formas
    nas quais as sociedades se organizaram
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    de maneira complexa.
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    Tão complexa que nossa sobrevivência
    depende de um objeto,
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    mas depende, sobretudo, de correntes...
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    De certa maneira, essa sobrevivência
    escapa de nossas mãos.
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    Então, quando pensamos
    na civilização de hoje em dia...
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    Imaginem a comida bem embalada
    que está em nossas casas.
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    Para que essa comida chegue até nós
  • 3:49 - 3:55
    certas pessoas precisam
    cultivar ou produzir
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    ou cuidar do animal ou da planta.
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    Depois há todo o processo
    de distribuição e transporte
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    para que cheguem ao supermercado.
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    E, depois disso, precisamos de ferramentas
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    para uma transação econômica
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    que, por sua vez, depende
    de um processo eletrônico.
  • 4:14 - 4:17
    Tudo isso para que possamos comer.
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    Então, o que acontece se um elo
    dessa corrente se rompe?
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    Às vezes nos esquecemos
    que nossa civilização
  • 4:28 - 4:32
    tem bastante em comum
    com as civilizações antigas.
  • 4:32 - 4:36
    Nos esquecemos de tal modo,
    que brincamos com as civilizações antigas.
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    Mas há uma coisa que não podemos negar,
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    e que a arqueologia nos ensinou:
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    as civilizações surgem
    de sociedades bem simples,
  • 4:47 - 4:50
    e há um momento em que desaparecem.
  • 4:52 - 4:57
    Tanto é que temos
    estas imagens apocalípticas
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    do fim do mundo e do fim da humanidade.
  • 5:01 - 5:06
    A humanidade sempre teve esse medo,
    que foi expresso de muitas maneiras,
  • 5:06 - 5:10
    e os motivos foram bastante distintos.
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    Para repassar nossa história recente,
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    lembrem-se que, de holocaustos nucleares,
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    passamos a megacatástrofes naturais,
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    inundações, terremotos e, agora, os vírus,
  • 5:29 - 5:33
    até que, finalmente, serão os zumbis
    que acabarão conosco.
  • 5:33 - 5:35
    (Risos)
  • 5:35 - 5:36
    Então...
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    o que vimos é que as civilizações
    entram em colapso, terminam.
  • 5:44 - 5:50
    E parece que isso se torna cada vez
    mais recorrente na cultura popular.
  • 5:51 - 5:56
    Portanto, o conceito de "colapso"
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    é algo que caminha junto
    com o desenvolvimento das civilizações
  • 6:00 - 6:06
    e, como mencionei, entende-se
    como sendo o fim de tudo.
  • 6:07 - 6:09
    Mas a história nos ensinou
  • 6:10 - 6:12
    que os colapsos pelos quais
    as civilizações passaram
  • 6:12 - 6:16
    foram, sobretudo, do tipo sociopolítico.
  • 6:16 - 6:21
    São os sistemas políticos que,
    de certa maneira, as extinguiram.
  • 6:22 - 6:28
    Porém eles acontecem como processos
    de transformação social.
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    Os colapsos são parte do processo
  • 6:30 - 6:34
    no qual as sociedades
    vão mudando e se transformando.
  • 6:37 - 6:39
    É fato; para alguns, esse é o fim.
  • 6:40 - 6:43
    O colapso de uma civilização significa,
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    especialmente, o fim
    dos líderes políticos,
  • 6:48 - 6:53
    Mas a sociedade, como tal,
    é engenhosa para seguir em frente.
  • 6:53 - 6:58
    Isso, sim, é diferente de como era antes.
  • 6:58 - 7:01
    Portanto, um colapso não deve
    ser visto como o final,
  • 7:01 - 7:03
    mas sim como um processo de transformação.
  • 7:03 - 7:08
    Um processo de transformação
    que pode ser bastante dramático
  • 7:08 - 7:09
    ou até mesmo traumático.
  • 7:09 - 7:13
    Por quê? Porque os colapsos
    podem vir acompanhados de conflito,
  • 7:13 - 7:18
    guerra, mortes, perdas materiais,
    abandonos dos lares...
  • 7:18 - 7:23
    E isso é algo que, definitivamente,
    deve nos preocupar muito.
  • 7:26 - 7:28
    A pergunta é:
  • 7:28 - 7:31
    quem sobrevive a esses colapsos?
  • 7:34 - 7:36
    A arqueologia nos ensinou muito
  • 7:36 - 7:39
    sobre o que eu chamo "a fórmula 5M".
  • 7:39 - 7:40
    Por que 5M?
  • 7:41 - 7:43
    Cinco milênios.
  • 7:43 - 7:46
    Aprendemos como seres humanos,
  • 7:47 - 7:49
    ao longo de uma trajetória de 5 mil anos
  • 7:49 - 7:51
    sendo seres civilizados.
  • 7:52 - 7:56
    Quem sobreviveu a essas épocas?
  • 7:56 - 7:59
    E o mais importante, como o fizeram?
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    Para responder essas perguntas,
  • 8:04 - 8:07
    vou contar-lhes uma história.
  • 8:07 - 8:09
    E justamente,
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    o ponto chave aqui é
    justamente a tecnologia.
  • 8:16 - 8:17
    Por quê?
  • 8:17 - 8:20
    Porque a tecnologia, como eu mencionei,
  • 8:20 - 8:21
    entre as ferramentas que temos,
  • 8:21 - 8:26
    é o que nos permite
    sobreviver a desastres naturais
  • 8:26 - 8:28
    e a conflitos internos.
  • 8:29 - 8:32
    É, na história, o que permitiu
  • 8:32 - 8:35
    que as civilizações continuassem
    a existir através do tempo.
  • 8:36 - 8:39
    Hoje em dia, nossa civilização
    é muito particular,
  • 8:39 - 8:43
    porque a tecnologia nos levou a um ponto
  • 8:43 - 8:48
    em que, ao invés de ser nossa fortaleza,
  • 8:49 - 8:53
    ela, possivelmente,
    é nossa maior vulnerabilidade.
  • 8:55 - 8:57
    O fato de termos um telefone
    conosco o tempo todo
  • 8:59 - 9:02
    nos prepara melhor para um colapso
  • 9:02 - 9:05
    ou nos faz mais vulneráveis?
  • 9:06 - 9:09
    O smartphone nos faz pensar
  • 9:09 - 9:14
    ou simplesmente somos inteligentes
    porque carregamos um smartphone?
  • 9:17 - 9:20
    Portanto, creio que é um bom momento
  • 9:20 - 9:25
    para pensar em como estamos
    usando a tecnologia,
  • 9:25 - 9:27
    ou se a tecnologia está nos usando.
  • 9:28 - 9:31
    Se, de fato, a tecnologia está
    nos deixando mais dependentes
  • 9:31 - 9:35
    de um sistema que meu mestre
    Arthur Demarest chama de "hipercoerência".
  • 9:36 - 9:39
    Estamos tão dependentes uns dos outros,
  • 9:39 - 9:44
    que não sabemos o que acontecerá
    quando a corrente se quebrar?
  • 9:44 - 9:50
    A mudança sociocultural,
    através desses 5 mil anos,
  • 9:50 - 9:52
    foi de dois tipos.
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    A mudança regular é a que está
    dentro dos parâmetros
  • 9:58 - 10:01
    que conhecemos da nossa zona de conforto.
  • 10:03 - 10:06
    Qualquer um de vocês poderia dizer:
    "Estou preparado para a mudança.
  • 10:06 - 10:10
    Que venha o novo iPhone
    ou o novo Galaxy, eu aprendo rápido.
  • 10:10 - 10:12
    Qual o problema?
  • 10:13 - 10:16
    A moda mudou? Eu me adapto.
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    Surgiram novos estilos musicais?
    Eu gosto de todo tipo de música".
  • 10:21 - 10:24
    Então, para muitos, mudar é fácil, não?
  • 10:25 - 10:30
    Ou podem aparecer certas crises
    dentro desses parâmetros.
  • 10:31 - 10:36
    "O que farei quando meu time
    não for mais o campeão?
  • 10:37 - 10:40
    Quando não existir Real Madrid ou Barça,
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    quando não houver os clássicos,
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    quando os Yankees não existirem...
  • 10:44 - 10:46
    Acho que consigo sobreviver."
  • 10:46 - 10:49
    Mas, quando falamos de um colapso,
    estamos falando de crises como:
  • 10:49 - 10:54
    o que vocês farão quando não
    tiverem WiFi por uma semana?
  • 10:56 - 10:58
    Estão prontos?
  • 10:59 - 11:03
    O que acontece se ficarmos
    sem eletricidade por um mês?
  • 11:06 - 11:11
    O que acontece se nosso país
    nunca mais importar gasolina?
  • 11:13 - 11:15
    Quem vai ou não sobreviver?
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    Hoje veremos uma história
    muito importante para nós.
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    Guatemala, há 2,5 mil anos.
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    Creio que todos sabemos que esse é o lugar
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    onde ocorreu um dos períodos mais
    surpreendentes da história humana:
  • 11:36 - 11:39
    o desenvolvimento da civilização maia.
  • 11:39 - 11:43
    Como arqueólogo, digo que temos
    muito a aprender sobre eles,
  • 11:43 - 11:46
    porque fica em nosso país.
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    Os maias foram essa civilização
    impressionante na selva tropical,
  • 11:53 - 11:56
    e sua maior fortaleza foi a presença
  • 11:56 - 11:59
    de um sistema sociopolítico centralizado
  • 11:59 - 12:03
    com líderes que organizavam
    milhares de pessoas
  • 12:03 - 12:08
    para criar estas cidades que conseguiram
    se adaptar a um meio ambiente
  • 12:08 - 12:11
    difícil, mas rico em recursos.
  • 12:11 - 12:15
    Essa organização permitiu que eles
    aproveitassem esses recursos
  • 12:15 - 12:19
    para ter tudo isso que nos deslumbra
    sobre a civilização maia.
  • 12:20 - 12:24
    Cidades como Tikal,
    com mais de 100 mil habitantes,
  • 12:26 - 12:29
    criaram coisas surpreendentes
  • 12:29 - 12:32
    mas também chegou um momento
    em que foram abandonadas.
  • 12:32 - 12:39
    Chegou um momento em que esse
    equilíbrio se rompeu, e veio o colapso.
  • 12:41 - 12:44
    Isso aconteceu, principalmente,
    onde hoje em dia é Petén.
  • 12:45 - 12:48
    Outros povos maias do altiplano e ao norte
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    não sofreram esses processos
    tão dramáticos entre 800 e 900 d.C.
  • 12:58 - 13:00
    As principais causas foram
  • 13:00 - 13:03
    as falhas internas
    do sistema sociopolítico
  • 13:03 - 13:07
    e um conflito que surgiu
    dentro da mesma sociedade.
  • 13:07 - 13:11
    Os colapsos sempre são conflitos internos
  • 13:11 - 13:14
    mas, neste caso, temos
    os efeitos da mudança climática
  • 13:14 - 13:16
    por volta do ano 830,
  • 13:16 - 13:20
    que intensificaram uma crise já instalada.
  • 13:20 - 13:23
    Quando uma sociedade está em crise,
  • 13:23 - 13:26
    ela não reage a catástrofes climáticas,
  • 13:26 - 13:29
    tais como uma série de secas
    que começaram em dado momento.
  • 13:30 - 13:32
    Assim, para melhor análise,
  • 13:32 - 13:35
    irei focar em apenas um elemento
    de um processo complexo.
  • 13:36 - 13:42
    Sabemos que o resultado foi
    que milhões de pessoas abandonaram
  • 13:42 - 13:45
    seus lugares de origem
    e se deslocaram para outras áreas,
  • 13:47 - 13:51
    ao sul, ao oeste...mas provavelmente
    muita gente se dirigiu para o norte.
  • 13:52 - 13:54
    Porém, quando há um período de seca...
  • 13:54 - 13:57
    a parte mais seca da região maia
    está em Yucatán.
  • 13:58 - 14:01
    Então, por que, nessa época
    de crise climática,
  • 14:01 - 14:05
    as pessoas foram para onde menos chove?
  • 14:05 - 14:08
    Aqui, podemos analisar rapidamente
  • 14:10 - 14:14
    os sistemas de captação de água
    utilizados pelos maias em Petén.
  • 14:15 - 14:18
    E, para sobreviver
    em um ambiente como Petén,
  • 14:18 - 14:21
    onde não há fontes de água permanentes,
  • 14:21 - 14:25
    eles tinham grandes sistemas
    de captação de água
  • 14:25 - 14:27
    durante a época das chuvas,
  • 14:27 - 14:31
    que permitiam que essas grandes populações
    subsistissem durante a época de seca.
  • 14:31 - 14:35
    Contudo, na região norte,
  • 14:35 - 14:38
    onde os centros urbanos eram menores,
  • 14:38 - 14:43
    esses sistemas se concentravam perto
    dos poços naturais de água subterrânea.
  • 14:43 - 14:47
    Porém, o mais importante é
    que eles desenvolveram a tecnologia
  • 14:47 - 14:50
    para que a captação de água
    ocorresse por família,
  • 14:50 - 14:52
    e não para toda a população.
  • 14:52 - 14:54
    Isto quer dizer
  • 14:54 - 14:59
    que as famílias e os indivíduos do norte
    estavam mais preparados para sobreviver
  • 14:59 - 15:00
    por seus próprios meios
  • 15:00 - 15:05
    e para depender menos de um sistema
    estatal de fornecimento de água.
  • 15:05 - 15:06
    Para nós é muito fácil dizer agora:
  • 15:06 - 15:09
    "Bom, eu abro uma torneira e tenho água".
  • 15:09 - 15:12
    Mas de onde vem essa água?
  • 15:12 - 15:16
    Não é o mesmo quando sei
    onde está essa água e como tratá-la.
  • 15:16 - 15:21
    No fim das contas, o sistema
    em menor escala foi menos vulnerável,
  • 15:21 - 15:23
    e foi o que sobreviveu.
  • 15:24 - 15:30
    Apesar de centenas de cidades
    terem sido abandonadas
  • 15:30 - 15:34
    e da civilização maia ter entrado
    em colapso, esse não foi seu fim.
  • 15:34 - 15:39
    Naqueles lugares onde o povo estava
    melhor adaptado à mudança climática,
  • 15:39 - 15:42
    onde podiam prevenir
    melhor seus efeitos...
  • 15:42 - 15:46
    Onde chove menos, as pessoas estão
    acostumadas a viver com menos água.
  • 15:47 - 15:50
    E essa foi a chave:
    estavam melhor preparados.
  • 15:50 - 15:53
    A previsão foi a chave da sobrevivência.
  • 15:53 - 15:58
    Portanto, a civilização maia continuou
    a existir depois deste colapso
  • 15:58 - 16:02
    mas de uma maneira diferente,
    se transformou.
  • 16:02 - 16:04
    Passou a ter governos mais participativos
  • 16:04 - 16:07
    e cidades menores.
  • 16:07 - 16:09
    Já não eram tão vulneráveis.
  • 16:09 - 16:11
    O verdadeiro fim da civilização maia
  • 16:11 - 16:13
    ocorreu durante a invasão
    e conquista espanholas.
  • 16:13 - 16:14
    Isso sim.
  • 16:14 - 16:19
    E ainda assim, apesar de suas sociedades
    complexas terem sido destruídas,
  • 16:19 - 16:24
    esses povos continuaram praticando
    sua cultura até os dias de hoje,
  • 16:24 - 16:29
    tanto é que metade do nosso país
    segue praticando essa cultura,
  • 16:29 - 16:32
    apesar dessas mudanças tão dramáticas.
  • 16:32 - 16:35
    Esse é o conceito de resiliência,
  • 16:35 - 16:41
    a capacidade de superar
    colapsos e mudanças
  • 16:41 - 16:45
    e continuar com o que é
    fundamental em cada sociedade.
  • 16:48 - 16:52
    Então, vamos terminar
    respondendo às perguntas
  • 16:52 - 16:54
    para as quais esses 5 mil anos
  • 16:54 - 16:58
    deram muitas chaves e respostas.
  • 16:59 - 17:02
    As civilizações entram em colapso.
  • 17:02 - 17:04
    Mas é a tecnologia
  • 17:04 - 17:07
    e, mais do que tudo,
    nosso aprendizado crítico...
  • 17:07 - 17:11
    ou seja, saber identificar
    nossas necessidades
  • 17:11 - 17:15
    e saber como utilizar essa tecnologia
  • 17:15 - 17:21
    é o que nos permite
    fazer frente a essas ameaças.
  • 17:21 - 17:25
    Esse é o aprendizado crítico
    do nosso estilo de vida.
  • 17:26 - 17:28
    Quem irá sobreviver
    a um colapso da nossa civilização?
  • 17:28 - 17:32
    Quem estiver melhor preparado
    para uma mudança radical.
  • 17:33 - 17:36
    E como iremos sobreviver?
  • 17:37 - 17:41
    Se dependemos do sistema,
  • 17:41 - 17:44
    se o sistema morrer, morreremos com ele.
  • 17:44 - 17:47
    Mas se o sistema entra em colapso
    para se transformar,
  • 17:47 - 17:53
    temos que fazer mudanças
    para nos transformarmos com ele.
  • 17:55 - 17:58
    Portanto, a pergunta é:
  • 17:58 - 18:03
    estamos fazendo um aprendizado
    crítico do nosso estilo de vida?
  • 18:04 - 18:11
    E, o mais importante, estamos prontos
    para esse tipo de mudança?
  • 18:12 - 18:13
    Muito obrigado.
  • 18:13 - 18:15
    (Aplausos)
  • 18:22 - 18:28
    E para deixá-los pensando
    um pouco mais, lhes deixo uma citação,
  • 18:30 - 18:33
    de uma palestra TED.
  • 18:34 - 18:35
    Muito obrigado.
  • 18:36 - 18:39
    (Aplausos)
Title:
A fórmula 5M para sobreviver à civilização | Tomás Barrientos | TEDxUVG
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.

O ser humano habita este planeta há relativamente pouco tempo e o que conhecemos por "civilização" é ainda mais recente. O que podemos aprender com esses 5 mil anos de civilização? Tomás nos conta como poderemos sobreviver no caso de uma crise cultural.

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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